O sangue de Vivienne ferve ao observar a postura de Dominic. Aquele ar de posse impregnava cada gesto dele, como se fosse o dono não apenas do espaço, mas também das decisões. Ele sempre agia assim, invadindo seus limites como se tivesse direito, como se ela devesse simplesmente aceitar. Normalmente, isso a irritava, mas hoje era diferente. Hoje, a tensão entre eles atingia um limite perigoso, alimentada por algo mais profundo, o peso do passado, que estava mais presente do que nunca.Com um gesto brusco, quase automático, ela gesticula para Marc sair, sem sequer olhar para ele novamente. A irritação está evidente em cada traço de seu rosto, sua frustração reverbera no ambiente como um aviso silencioso.— Me desculpe o incômodo, senhorita Bettendorf. — Marc murmura, sua voz neutra, mas carregada de formalidade. Ele sai sem questionar, e o som da porta batendo forte atrás dele ecoa pelo apartamento.Vivienne se vira abruptamente, os olhos cravados nas costas largas e imponentes de Domi
Instintivamente, as mãos de Vivienne deslizam para o pescoço de Dominic, puxando-o para mais perto, e seus lábios se unem num beijo que parece selar este momento improvável, mas que carrega a certeza de algo predestinado.— Por que quer fazer isso? — Vivienne pergunta, ofegante, sua testa apoiada contra a dele, enquanto seus olhos buscam respostas que ela ainda teme ouvir. — Principalmente quando ainda guardo tantos segredos. — Continua, a voz embargada, oscilando entre a felicidade que ameaça inundá-la e a apreensão que a mantém presa às dúvidas.— Parece que já deixei meus motivos claros. — Dominic declara, seus dedos deslizando pelo próprio queixo em um gesto que parece tão pensativo quanto deliberado. — Quero você, Vivienne. Não partes escolhidas, mas tudo. Cada pedaço do que você é. — Continua, sua voz, baixa e firme, carrega uma intensidade que faz o coração dela acelerar, incapaz de ignorar a força de suas palavras. Ele a encara, o olhar penetrante prendendo o dela como um laço
Dominic desliza as mãos para os bolsos, o olhar fixo nas portas do elevador, enquanto tenta organizar os pensamentos com uma calma calculada. Um sorriso irônico surge em seus lábios, breve e carregado de significados ocultos. Ele sacode a cabeça devagar, o gesto quase imperceptível, mas suficiente para revelar a irritação que, embora controlada, lateja em seu interior.— Não. — Dominic responde, com a firmeza controlada em sua voz, enquanto se vira completamente para encará-la. — Qualquer assunto com ele pode esperar. Não vou permitir que seu passado interfira no que estamos construindo agora.— Dom. — Vivienne começa, sua voz hesitante, enquanto suas mãos deslizam para o peito dele num gesto conciliador, como se buscasse acalmar a tensão entre os dois. — Você não quer conhecer o meu passado? — Pergunta, a incerteza misturada à necessidade de ser compreendida. As portas do elevador se abrem, mas ela permanece imóvel, sustentando o olhar dele com uma força que não combina com sua hesit
Os lábios de Dominic encontram os de Vivienne em um beijo cheio de ternura, selando suas palavras como uma promessa silenciosa. Não era uma declaração de amor, era a certeza de um futuro em que ela nunca mais precisaria fugir ou implorar por afeto. Dominic estava ali, inteiro, pronto para entregar seu coração, e tudo o que desejava em troca era que ela confiasse o dela a ele.— Obrigada. — Vivienne murmura, a voz baixa e ofegante, enquanto repousa a cabeça em seu ombro. O calor dele a envolve, e a mão que desliza suavemente por suas costas é um toque de carinho que acalma até as partes mais inquietas de sua alma.— Nunca mais nada te faltará, minha pequena. — Dominic afirma, sua voz carregada de doçura e determinação. Ele deposita um beijo delicado no topo da cabeça dela antes de erguer suavemente seu rosto pelo queixo, seus olhos encontrando os dela com uma intensidade que derrete qualquer resistência. — Vamos encerrar esse ciclo logo, para começarmos o nosso. — Conclui, dando-lhe ou
Vivienne o observa em silêncio, esperando por uma resposta que ele claramente não tem pressa de dar. Dominic mantém o olhar fixo na estrada, a expressão neutra, mas os pequenos gestos e o silêncio deliberado entregam a provocação. Ela solta um sorriso, ao mesmo tempo, satisfeito e amargo, ao perceber o quanto ele já parece conhecê-la. Ele parece saber que sua curiosidade é sua maior fraqueza, que surpresas a deixam inquieta e que sua ansiedade nunca a deixa esperar pacientemente.— Dominic, pare com esses mistérios. — Vivienne finalmente ordena, sua voz carregada de impaciência, enquanto observa o caminho, levando-os diretamente à fronteira com a Alemanha.— Casar aqui seria um pesadelo burocrático. — Dominic responde, em tom prático, mas com uma determinação que ela já aprendeu a decifrar. Seus olhos permanecem fixos na estrada, como se sua explicação fosse o suficiente. — Na Alemanha, com os contatos certos, isso se resolve em horas, não semanas.— Contatos certos? — Repete, arquean
Vivienne Bettendorf desliza a mão pelo espelho embaçado da suíte do hotel Sofitel Le Grand Ducal, em Luxemburgo. Com os lábios entreabertos, ela observa seu acompanhante através do reflexo. Ele está no box, os movimentos lentos e provocantes enquanto seca os cabelos molhados. Cada gesto é um convite silencioso, cheio de intenções. Os músculos dele se destacam sob a pele úmida, e ela sente um arrepio percorrer sua espinha ao se lembrar de cada toque e suspiro que dividiram há pouco.O vapor do banho ainda envolve o ambiente, mas não o suficiente para ocultar o corpo dele, que brilha sob a luz suave do banheiro. Vivienne morde o lábio, incapaz de desviar o olhar, enquanto as lembranças do prazer recente inundam sua mente. Seu coração acelera, e ela ainda consegue sentir as mãos dele explorando sua pele, os gemidos abafados que escaparam de seus lábios.Ele percebe o olhar dela e, com um sorriso malicioso, ergue o rosto, os olhos cravados nela, carregados de luxúria. Sem pressa, ele se a
A viagem inesperada de Noah deixou Vivienne com um gosto amargo de frustração e decepção. Ele esteve com ela na noite passada, e nem se deu ao trabalho de avisar que partiria. A realidade de ser apenas mais uma mulher disponível para ele começou a corroê-la por dentro. E, enquanto as horas passavam, Vivienne se viu refletindo sobre tudo o que abriu mão. Ela se formou em finanças com louvor, aos vinte e quatro anos, sonhando em construir uma carreira sólida e promissora. Mas, em vez disso, se vê aprisionada ao papel de assistente do CEO da maior empresa de finanças do país, lidando com tarefas que não fazem jus à sua capacidade. — Onde estou errando? — Vivienne murmura, sentindo o incômodo crescer. Ela sabe que aceitou ser tratada dessa forma. Permitindo, ao longo do tempo, que ele invadisse sua vida e se apoderasse de seus sentimentos. Os dias passaram, e Vivienne manteve a rotina, esperando um contato de Noah que nunca chegava. Um mês depois, ela sentia-se à beira de um colapso, p
Vivienne desliza a mão pela curva das costas, próxima à base da coluna, sentindo a dor intensa onde o impacto a atingiu. O homem que ela acreditava ter algum espaço em seu coração, a observa de cima, o olhar frio e calculista, como se ela fosse um incômodo temporário, algo a ser descartado.— Por que está agindo assim, Noah? — Vivienne pergunta, a voz carregada de uma mistura de frustração e vulnerabilidade, cortando o silêncio sufocante que paira entre eles.Ele não responde de imediato. Uma risada curta, cheia de sarcasmo, escapa de seus lábios. Ele se inclina levemente sobre a mesa, mantendo os olhos fixos nela, o olhar pesado com um desprezo que ela nunca havia visto antes. Com um gesto desdenhoso, ele pressiona o botão do telefone e leva o aparelho à orelha sem desviar o olhar, sua presença imponente dominando o ambiente.— Na minha sala, agora! — Ele ordena com uma voz fria, autoritária, encerrando a chamada antes que qualquer resposta pudesse ser ouvida. Era como se qualquer re