- Mãe, quero vocês comigo.
- Eu... Não sei se estou preparada para isso, querida.
- Eu sei que você está, mamãe. Nós estamos.
- Kat, esta mulher fez tudo que fez e eu vou morar no mesmo lugar que ela? Você entende como isso é... Horrível?
- Mãe, o castelo é enorme. Talvez você a encontre nas refeições. Mas se não quiser, nem precisa.
- Acho melhor não, querida.
Eu não conseguia acreditar que minha mãe não aceitaria.
- Mãe, pense em Leon. Será bom para ele.
- No que isso será bom para seu irmão? – ela perguntou. – Leon está fazendo amigos aqui. Ele está feliz. Você está casada com o príncipe Magnus. É feliz, pois o ama. Ainda temo por você e sua segurança, devido a tudo que está acontecendo com o
O próximo mês se passou tranquilamente. A rainha raramente fazia suas refeições conosco e eu não tinha certeza do que realmente estava acontecendo com ela. Que ela não tolerava a minha presença todos sabíamos, mas daí a abrir mão de comer na “sua” sala de jantar era um pouco suspeito. Mas logo veio a retaliação: a Zona E passou a não receber mais nenhuma ajuda financeira do reino. Ela costumava usar isso para punir as perseguições ou tentativas de assassinato contra ela. Mas daquela vez não havia acontecido nenhuma destas coisas. Então não havia como ela negar que o local onde eu morei e onde atualmente minha mãe e meu irmão moravam seria punido por minha causa. Além disso, Kim passou a viver no castelo, como minha dama de companhia. Isso também a irritou profundamente. Magnus tentou reverter a situação com
Voltei para o escritório à tarde e seguimos com o plano do encontro rebelde. Magnus estava mais decidido do que nunca a destronar a própria mãe, ofendido com a forma como ela me tratou. Eu ainda não me sentia muito bem. Um pouco de tontura e não conseguia prestar atenção ao que eles falavam. E se ela tivesse razão e eu estivesse grávida? Eu e Magnus nunca falamos sobre ter um filho. E nem me passava pela cabeça esta possibilidade. No entanto eu nunca tomei anticoncepcional. E Magnus nunca usou preservativo. Se não fosse o fato de eu estar menstruando normalmente, acharia que a possibilidade de eu estar grávida era de oitenta por cento. Se continuasse assim no dia seguinte visitaria a enfermaria e pediria alguns exames de sangue. Talvez algo não estivesse bem comigo.Comi uma fruta à tarde. Não senti vontade de comer os doces que foram trazidos. À noite Magnus
Naquela noite fui ao quarto de Kim. Tinha nas mãos um presente para ele. Quando bati na porta, ele abriu. Entrei e vi Dereck sentado na poltrona, confortavelmente, bebendo uísque.- Achei que vocês ainda se escondiam, como eu e Magnus fazíamos antes do casamento. – brinquei.- Claro! Eu não estou aqui, Kat. – disse Dereck sem me dar muita importância.- Quero que tomem cuidado... Eu bem sei tudo que passei com sua mãe, Dereck e não quero o mesmo para o meu amigo.- Tudo bem, Alteza. – disse Kim ironicamente.- Vocês não podem me levar a sério? – perguntei.Eles riram. Kim sentou no braço da poltrona, ao lado de Dereck. Eu sentei no outro lado e disse:- Ainda bem que vocês dois estão juntos. Eu tenho uma coisa para vocês... E acho que vocês vão me levar a sério.Os dois me olharam curio
No dia seguinte fui ver minha mãe. Eu não abriria mão de contar-lhe a notícia de que eu seria mãe pessoalmente. Fui no carro real com um segurança e atrás outro carro sem o brasão real com outros três. Magnus decidiu aumentar a segurança depois da gravidez e eu concordei. Já havia quase levado um tiro na rua no dia em que ele tomou a bala por mim. Então sim, eu tinha medo. Afinal agora eu não estava sozinha. Tinha um bebê dentro de mim... E eu era responsável por ele.Quando cheguei na casa, Leon estava brincando com o vizinho, seu novo amigo. Quando me viu, correu e me abraçou.- Pelo visto você gostou mesmo do novo amiguinho. – eu disse.- Sim, venha conhecê-lo, Kat.Eu fui até o muro. Os dois brincavam de carrinhos usando o muro como estrada. Achei divertido e criativo. Quando o garoto meu olhou, curvou-se e disse:
Duas semanas se passaram. Eu ainda tinha enjoos, mas cada vez mais leves. Não tínhamos mais visto a rainha Anne depois do ocorrido. Os ataques rebeldes estavam cada vez mais perto do castelo e finalmente Dereck e Dom estavam começando a se entender novamente. No próximo sábado participaríamos do encontro rebelde no grupo dele. O objetivo desta vez era um só: invadir o castelo, prender a rainha... E convencer Dom que Magnus deveria ficar com a coroa. Esta era a parte difícil. Grupos rebeldes existiam em todo o reino de Noriah, porém, segundo Dereck, o maior e com melhor lider era o de Dom. Magnus, mesmo com as diferenças com relação a Dom, também preferia ficar no grupo dele, que já conhecia. Eu tinha na minha cabeça que teria problemas para participar do encontro, pelo fato de estar grávida. Magnus tentaria me impedir, certamente. Eu tentaria convencê-lo de que preci
Eu ouvia vozes próximas de mim. Mas não conseguia entender o que falavam. Parecia tudo muito longe. Será que eu estava morta? Tentei abrir meus olhos, mas não consegui. Eu não sentia dor... Senti uma mão junto da minha. Não apertava, mas segurava delicada.- Katrina, está me ouvindo?Reconheci a voz de Magnus e finalmente consegui abrir meus olhos com dificuldade. Eu precisava contar a ele o que houve... Mas eu estava um pouco confusa. Vi que eu não estava na enfermaria do castelo. E fiquei impressionada, pois de um lado estava Magnus, segurando a minha mão e do outro lado... Dom.- Como está se sentindo? – perguntou Dom.- Eu... Estou um pouco confusa...- Sente dor?- Não... Mas acho que deveria.- Meu amor... Você consegue me dizer o que houve?Olhei-o e senti as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.- Me diga... Que f
Fiquei mais dois dias no hospital. No terceiro ganhei alta. Dom veio me ver todos os dias. Magnus não saiu do meu lado um só minuto. Dereck e Kim estiveram grande parte do tempo comigo e minha mãe veio sempre que pôde.- Já sabe para onde vamos? – perguntei para Magnus enquanto arrumava minhas coisas. – A casa de minha mãe?- Não... Acho melhor irmos para um hotel. Não quero incomodar ninguém. Não sabemos quanto tempo isso vai durar.- E como iremos sair para irmos aos encontros? Acho que me sentiria melhor com minha mãe...Ele pegou minhas mãos e a as beijou carinhosamente:- Então iremos para casa da sua mãe.- Obrigada.- Diga que me perdoa.- Por que eu teria que perdoá-lo? Você não fez nada de ruim para mim... Pelo contrário, foi o que de melhor aconteceu em toda a minha vida. Eu nã
As rebeliões foram aumentando conforme os dias iam passando. E a rainha ficando mais dura do que já era. A confusão no reino já estava feita e nada mais poderia mudar. As minorias que queriam que a rainha Anne ficasse no poder. A maior parte da população, mesmo preferindo o fim da monarquia, acabou se unindo aos grupos que queriam Magnus no poder e assim as alianças iam ganhando forças em todo o reino de Noriah Sul.Os encontros anti monarquia daquela semana foram marcados em zonas diferentes e em dias alternados a fim de confundir os delatores dos grupos, bem como os ataques dos grupos favoráveis à monarquia.Vesti-me com uma calça preta e uma jaqueta de couro, com botas de cano curto da mesma cor. Magnus vestiu-se de Black e partimos para o encontro na Zona B, pela primeira vez juntos. Quando o carro nos deixou no ponto de encontro, Magnus solicitou ao motorista que não ficasse ali. O