"Que tal se a gente viajasse?" Ele questionou, animado. "A gente podia pegar a estrada, numa sexta-feira à noite, ir pra um hotel nas montanhas ou na praia, e voltar na segunda pela manhã."
"Eu tenho uma ideia melhor!" Informou. "Eu tenho uma casa perto de Edinboro, junto de um lago. É um lugar lindo e super tranquilo. Eu posso avisar ao caseiro que estamos indo, pra ele abastecer a geladeira e a despensa, e nós podemos ir no helicóptero da empresa amanhã de manhã e voltar segunda.""Eu não quero faltar ao trabalho, só porque sou seu namorado, Vivi." Disse, desconfortável. "A gente pode ir sexta à noite.""Eu não gosto de voar de helicóptero à noite, bebê. E não vai matar se você tirar folga um dia, pelo amor de Deus! Você também tem que se soltar mais, ser menos certinho, viu? Foi você mesmo quem disse que seus relatórios"Será que não é melhor você voltar pro clube, então?" ArriscouViviam, sem entender muito dessas coisas de traumas e suas consequências. Não sabia lidar nem com os dela própria e tinha dificuldade de se submeter a tratamentos, vendo sua vida, dores e medos darem origem a teorias que considerava mirabolantes."O que a sua terapeuta disse sobre isso?" Harm questionou."Que não. Eu não devo voltar." Suspirou. "Eu consegui passar a ter uma vida sexual normal, sem a necessidade de maltratar ninguém pra gozar, e ela acha que eu não devo fazer um retrocesso nisso. E eu concordo com ela que eu tenho que acabar com a compulsão por compras, sem voltar pro sadomasoquismo, porque eu quero um namorado agora! Eu quero me apaixonar, me casar um dia, ter uma família. Eu já disse isso pra vocês.""Você tem razão."Viviam sorriu de forma cúmplice. "
"Eu to mesmo bem,Gabriel?" Questionou, tensa, observando-se no espelho, quando enfim chegou o domingo. Era a quarta vez que ela repetia a pergunta, e ele revirou os olhos. Já eram quinze para o meio dia e, se não saíssem logo, chegariam atrasados."Você tá linda, bebê!""Eu não quero saber se eu to linda. Quero saber se estou adequada pra conhecer os seus avós!""Você tá elegante, discreta. Você tá perfeita,Vivi! Vamos, por favor!""E o vinho? Seu avô gosta mesmo de vinho tinto?" Ele assentiu, rindo. "E as flores? Eu gosto muito de lírios, mas talvez tivesse sido melhor se...""Vivi..." Ele segurou as mãos dela, que o encarou, respirando fundo."Desculpa. Eu to surtando, né?" Foi a vez dela de rir. "Eu só... nunca passei por isso e não quero te decepcionar.""E você não vai." Ele assegurou, soltando uma d
Sabia que, para isso, precisaria contar ao namorado o que acontecera com ela, quando era mais jovem, e isso já não parecia ser um problema tão grande, mas, para ter certeza, decidiu que ele deveria conhecer osLavigne.Julgava que ninguém poderia dizer, melhor do que eles, se ela deveria ou não confiar emOliveira e, caso positivo, que eles também seriam as melhores pessoas para ajudarem-na em relação a quando e como fazê-lo. Além disso, depois de ter conhecido a família dele, sabia que ele ansiava também conhecer as pessoas mais importantes da vida dela, e que era uma pretensão totalmente justa."Eu tava pensando,Gabriel. Que tal se, no próximo final de semana, nós fôssemos visitar os meus tios? Minha tia Abby não cozinha tão bem quanto a sua avó, mas foi com ela que eu aprendi a sempre ter um bom profissional na minha cozinha.
Eu tenho dez convites..." Continuou falando, e ele não prestou muita atenção à lista de pessoas que ela disse que ia convidar, muito mais interessado em observar o entusiasmo dela.Os próximos dias foram agitados, com várias visitas deViviam ao ateliê de Mercedes, pois ela acabou acompanhando tanto as amigas Kitty e Harmony, quanto Lily e Cora, a quem também resolveu presentear com um convite, e, ainda,Gabriel e Samuel, que contaram com a stylist para comprar seus trajes de gala. Somente Dean e Brad foram sozinhos experimentar as roupas, cujo aluguel foi custeado pela generosa chefe.Viviam não tinha amigos que já não tivessem sido convidados para o baile e eram os seguranças, a secretária e a governanta as pessoas que faziam parte de sua vida há mais tempo. Por mais que pudesse parecer estranho, uma vez que ela era uma jovem milionária, não teria nenh
"Você quer conversar?" Ele perguntara, sentando-se na cama, mas mantendo alguma distância. "Se você não quiser falar nada agora, eu entendo, mas você me deixou muito preocupado." Comentara e ela o encarara, culpada."Tem muitas coisas que eu quero e vou te contar,Gabriel. As suas palavras e o seu jeito me lembraram algo muito doloroso que aconteceu comigo e..." A garganta dela se fechara e ela não conseguira continuar, começando a chorar muito de novo. "Desculpa... me desculpa." Repetiu aos soluços."Shhhhhh... calma. Meu amor, calma." Ele finalmente se aproximara, puxando-a para seu colo. Ela se agarrara a ele com força, chorando ainda por um tempo."Obrigada, amor." Secara as lágrimas, ao conseguir se acalmar. "Você me faz tão bem! Eu surtei porque eu...""Vivi, espera." Pedira, segurando as mãos dela e olhando no fundo de seus olhos. "Eu não quero que você
Então, a gente teve que mudar de identidade e se separar... por todos esses anos! A polícia não sabe se ele tem uma identidade falsa e ainda vive nos Estados Unidos ou se foi embora, de algum modo, então a justiça não acha seguro a gente voltar a ser os Gleizer.""Alguma coisa da sua história é verdadeira?"Gabriel suspirou, tenso com tudo aquilo."Eu realmente estudei desenho industrial em Edinboro, pra trabalhar com design de joias, porque eu queria usar o dinheiro que o meu pai tinha deixado e que eu recebi, quando fiz dezoito, pra fundar uma empresa que tivesse a ver com a tradição da família. Eu realmente nunca namorei ou amei ninguém. O meu pai realmente morreu de câncer e a minha mãe teve problemas no coração, só que no sentido metafórico, e não no sentido médico, como eu deixei você pensar." Ela pegou as mãos d
"Krigsman" contou sobre sua profissão de arquiteto, sobre o difícil momento em que se revelara homossexual para a família com a qual vivia, e sobre seu atual relacionamento com um colega de trabalho.Viviam quis convencer o irmão a visitar a Filadélfia com o namorado, da próxima vez, mas ele disse que sequer sabia se o relacionamento duraria. Não confiava em Richard comoViviam confiava emGabriel e não sabia se poderia contar a ele que usava um falso sobrenome, e escondia uma irmã mais velha e um passado turbulento.Foi inevitável que os Westwing virassem assunto, depois disso, pois, ainda que as memórias fossem tristes, eram a única coisa que ligava um ao outro, além do laço de sangue. Já não tinham parentes, amigos ou um lar e, antes que novas memórias boas fossem construídas, aquelas ainda precisariam ser revisitadas e digeridas.
"Você me quer, bebê?" Ele perguntou, indo em direção à cama, mas parando a alguns passos dela. "Tá gostando do que tá vendo?" Provocou e ela deu uma gargalhada sonora, por estar provando do próprio veneno e estar gostando. "Pra não ficar tentada, talvez seja melhor não ver." Disse, mudando seu percurso até a cômoda e pegando um lenço de seda, que brincou de enrolar em volta de uma das mãos, enquanto andava devagar atéViviam, encarando-a.Afastou as pernas deViviam o suficiente para engatinhar entre elas, se aproximando da mulher e inalando o aroma gostoso de seu pescoço, mordiscando a pontinha de sua orelha, esfregando seu rosto no dela devagar. Tinha aprendido a jogar aquele jogo com uma ótima professora e provou isso ao ir deslizando a face, muito lentamente, para, antes de se afastar de vez, aproximar os lábios dos dela o máximo que er