Ainda bem que estava na sua frente, para segurá-la.
— Devagar ou vai se machucar.
— Nunca mais vou beber uma gota de álcool.
Sorrio e a levo para o banheiro.
No interior minúsculo, ela tenta atravessar para o boxe e acaba roçando a bunda em mim. É instantâneo, gememos juntos.
Isso é uma tortura, estar com ela assim e não poder nos aliviar.
— Fica parada — sussurro, atrás das suas costas, bem no pé do seu ouvido.
Ouço a minha Noely suspirar.
Então abro o zíper da lateral da sua roupa, deslizo as mãos para o seu quadril e finalmente tiro o vestido pela sua cabeça.
Fico mais rígido e com mais dor. Droga.
A única peça que restou no seu corpo, foi a sua calcinha vermelha.
Noely tampa os seios e vira para mim.
Nós nos fitamos com desej
Cartes BastosSaio da casa da Noely dilacerado. Não sei nem mais o que fazer, ou como agir. Também não entendo o motivo desse aperto no peito, dessa vontade de jogar o carro em qualquer acostamento e chorar.É então que recebo uma ligação no celular. Atendo e é o meu irmão.— Carter, onde está? — ele berra desesperado. — Por favor, eu preciso de você, venha logo, a nossa mãe teve uma convulsão! Estamos chegando ao hospital de ambulância.Meu peito volta a doer, mil vezes pior. Deixo o telefone cair. Sem conseguir responder ao Breno, meus olhos se embaçam e o choro vem, engasgado em meio à dor.Não posso aceitar que tudo isso esteja se repetindo, de novo!Não sei nem como consigo chegar ao hospital, mas chego alguns minutos depois.Limpo o rosto e corro para dentro da recep
— Eu sinto muito, Breno, sinto muito mesmo. O que eu puder fazer para ajudá-los, farei.— Só não abandone o Carter... ele precisa muito de você.— Não se preocupe, vou me arrumar e chego aí em vinte minutos.— Tá bom, vou esperá-la.Após desligar, olho para a minha mãe e a abraço com força. Em seguida, conto em lágrimas o que aconteceu. Ela me conforta e me ajuda a me arrumar, para irmos juntas dar apoio ao Carter e ao Breno.Nesse momento, eles precisam de todo amparo do mundo. Não consigo nem imaginar a dor que estão sentindo.Depois de nos arrumarmos, seguimos para a casa deles.Chegamos e fomos recebidas por uma funcionária cabisbaixa. Olho para ela e para o Breno, em pé na sala. A primeira coisa que faço é correr para abraçá-lo e acalent
Em casa, ele passa o dia todo sem querer conversar. Nem o Breno. Eles se isolam, um no quarto e outro no escritório. Peço para a minha mãe ir para casa descansar, pois mesmo compreendendo o luto deles, não vou deixá-los sozinhos. Quero que se alimentem, tomem banho e possam ficar bem fisicamente. Estarei aqui, para ajudá-los no que for necessário. Isso inclui a empresa. Já disse para o Breno que vou cuidar de tudo, até terem cabeça para outros problemas.E é o que eu faço.Fico a semana toda responsável pela ELW. Mas sempre pela manhã e após o expediente, se torna obrigatório eu visitar o Carter e o Breno, para ver como estão, por mais que eles estejam sempre tristes e solitários. Principalmente o Carter, que mal conversa comigo. Ele sequer permitiu que eu passasse a noite ao seu lado. Isso está acabando com o meu psicológico
Uma semana depois....Eu olho as mensagens no celular, aguardando um motivo, um por que, mas ele não responde, ou sequer visualiza.Encolho-me na cama e choro, sem entender.O que eu fiz?Por que ele se foi?O motivo era o seu luto?Ele queria um tempo sozinho?Mas e EU?Eu não importava?Ele também não sentia essa paixão, esse... amor?O que eu fiz?Ou eu não fiz nada o suficiente para ajudá-lo a se sentir confortável e ter confiança em mim?Por que teve que ser assim?Por que o Carter fez isso comigo?Conosco?Eu só queria respostas...*****Duas semanas depois...Eu tento viver, sem pensar muito, sem buscar respostas.Eu tenho que viver.Preciso tentar.<
Quando dá o horário de abrir o evento, eu volto para a minha mesa. Breno faz um discurso de iniciação impecável, cheio de piadas divertidas. Ravi, o desenvolvedor principal do jogo, é chamado para explicar o game de vida real, que mistura zumbis, magia e um mundo bem apocalipse. É incrível ouvi-lo explicar a sua criação, enquanto passa os slides.Tudo ocorre como planejamos, exceto, na parte onde eu sou chamada para subir no palco. Fico tão surpresa. Breno me apresenta como a nova CEO da Elektra Web, dando-me os créditos por tudo isso estar acontecendo. Recebo uma chuva de aplausos, que me deixam emocionada. Porém, o que me faz chorar, assim como o restante dos convidados presentes, é quando ele toca no assunto da morte da mãe, a fundadora da ELW. E na importância de agora, uma mulher continuar à frente da empresa, com ideias e projetos seguindo a tecnol
Ele está no Brasil! E, simplesmente, quer me ver, depois de ter ido embora sem me dar qualquer justificativa? Não, não quero. Estou tão magoada, tão machucada. Só queria ajudá-lo com o seu luto, estar ao seu lado, dando apoio e carinho. Se pelo menos tivesse sido sincero comigo, eu teria respeitado qualquer tempo que pedisse.Mas sentia que seria assim, que terminaríamos dessa forma. E se ele tiver voltado dos EUA por minha causa, não vou aceitar.E quer saber? Acho que vou responder à sua mensagem. Preciso dar um basta nisso, colocar um ponto final nessa história, para eu sofrer tudo o que tiver para sofrer e seguir adiante com a minha vida.Melhor, não vou respondê-lo, eu só vou estar lá...Arrumo-me rápido, pego as chaves do carro e saio de casa, dirigindo com os dedos apertando o volante com força, conforme penso no Carter
Noely SartoriAssim que eu atravesso a porta giratória da Elektra Web, eu sorrio, o mais puro e delicioso sorriso de triunfo. — Acabei de sair do RH. Consegui o emprego! — grito pelo telefone, chamando a atenção de duas mulheres que passavam na rua.— Meu Deus! AAAAA! — minha prima também berra do outro lado, feliz pela minha conquista. — Não posso acreditar! Puta merda, eu sabia, você é a melhor do mundo!— Darla, não exagera.— Noely, você se formou em Harvard, é a melhor do mundo sim! Eu não consegui nem passar no cursinho técnico de cabeleireira do Senac. Mas falando sério, como a nova conselheira particular da Elektra Web se sente? — Confiante, corajosa e ansiosa para tornar a ELW a maior do Brasil, novamente.— Adoro isso em você, sabe que é a melhor. Porém, no seu lugar, eu estaria morrendo de medo, essa empresa está quase em falência, ainda mais depois das últimas polêmicas do dono. Você leu as notícias dos últimos dois meses, né?— Eu li, terei muito trabalho pela frente. P
Noely Sartori— Para ser mais gratificante, preciso urgente que comece a ocupar a sua vaga amanhã.— Amanhã?! — exclamo tão de repente, que não percebi o meu tom de voz alto.— Sr. Carter, eu já disse para ela começar na segunda.— Pois eu quero que a Srta. Noely comece o quanto antes. Caso não tenha visto nos jornais, o que é improvável, deve saber que essa empresa se encontra prestes a falir. E isso muda o fato de eu ser obrigada a começar a trabalhar no sábado?Reprimo os lábios, segurando-me para não responder. — Tudo bem, começarei amanhã.— Acaba de alcançar uma expectativa da empresa — ele diz, com as mãos nos bolsos.Não sei se o seu tom foi debochado ou ele é assim mesmo, mas sorrio fraco, tentando não fuzilar o meu novo chefe para não ser despedida em menos de uma hora de contratação. O que tem de beleza, tem de exigência.O que custava me deixar começar na segunda? Tudo bem, entendo que a empresa esteja praticamente no fundo do poço e que ele possa estar desesperado, que