Carter Bastos
Quando a Darla me ligou, quase tive um ataque cardíaco. Peguei a localização e fui imediatamente atrás delas. Só fiquei aliviado depois de colocá-las no carro e levá-las para casa.
Durante o caminho, Noely mal olhou para mim. Não parei de pensar no que ela me disse essa manhã. Na real, não paro de pensar nela. Essa mulher já é dona do meu corpo e dos meus pensamentos.
— Obrigada mesmo, Sr. Carter — Darla agradece, bem bêbada. — Preciso ir no banheiro... — Então corre, prestes a vomitar.
— E você, está bem?
— Sim. — Noely assente, jogando-se no sofá. — Obrigada por nos trazer em casa... Darla vai ficar bem.
— Cadê a sua mãe?
— Ela deve ter saído com o novo namorado...
Olho para a mi
Ainda bem que estava na sua frente, para segurá-la.— Devagar ou vai se machucar.— Nunca mais vou beber uma gota de álcool.Sorrio e a levo para o banheiro.No interior minúsculo, ela tenta atravessar para o boxe e acaba roçando a bunda em mim. É instantâneo, gememos juntos.Isso é uma tortura, estar com ela assim e não poder nos aliviar.— Fica parada — sussurro, atrás das suas costas, bem no pé do seu ouvido.Ouço a minha Noely suspirar.Então abro o zíper da lateral da sua roupa, deslizo as mãos para o seu quadril e finalmente tiro o vestido pela sua cabeça.Fico mais rígido e com mais dor. Droga.A única peça que restou no seu corpo, foi a sua calcinha vermelha.Noely tampa os seios e vira para mim.Nós nos fitamos com desej
Cartes BastosSaio da casa da Noely dilacerado. Não sei nem mais o que fazer, ou como agir. Também não entendo o motivo desse aperto no peito, dessa vontade de jogar o carro em qualquer acostamento e chorar.É então que recebo uma ligação no celular. Atendo e é o meu irmão.— Carter, onde está? — ele berra desesperado. — Por favor, eu preciso de você, venha logo, a nossa mãe teve uma convulsão! Estamos chegando ao hospital de ambulância.Meu peito volta a doer, mil vezes pior. Deixo o telefone cair. Sem conseguir responder ao Breno, meus olhos se embaçam e o choro vem, engasgado em meio à dor.Não posso aceitar que tudo isso esteja se repetindo, de novo!Não sei nem como consigo chegar ao hospital, mas chego alguns minutos depois.Limpo o rosto e corro para dentro da recep
— Eu sinto muito, Breno, sinto muito mesmo. O que eu puder fazer para ajudá-los, farei.— Só não abandone o Carter... ele precisa muito de você.— Não se preocupe, vou me arrumar e chego aí em vinte minutos.— Tá bom, vou esperá-la.Após desligar, olho para a minha mãe e a abraço com força. Em seguida, conto em lágrimas o que aconteceu. Ela me conforta e me ajuda a me arrumar, para irmos juntas dar apoio ao Carter e ao Breno.Nesse momento, eles precisam de todo amparo do mundo. Não consigo nem imaginar a dor que estão sentindo.Depois de nos arrumarmos, seguimos para a casa deles.Chegamos e fomos recebidas por uma funcionária cabisbaixa. Olho para ela e para o Breno, em pé na sala. A primeira coisa que faço é correr para abraçá-lo e acalent
Em casa, ele passa o dia todo sem querer conversar. Nem o Breno. Eles se isolam, um no quarto e outro no escritório. Peço para a minha mãe ir para casa descansar, pois mesmo compreendendo o luto deles, não vou deixá-los sozinhos. Quero que se alimentem, tomem banho e possam ficar bem fisicamente. Estarei aqui, para ajudá-los no que for necessário. Isso inclui a empresa. Já disse para o Breno que vou cuidar de tudo, até terem cabeça para outros problemas.E é o que eu faço.Fico a semana toda responsável pela ELW. Mas sempre pela manhã e após o expediente, se torna obrigatório eu visitar o Carter e o Breno, para ver como estão, por mais que eles estejam sempre tristes e solitários. Principalmente o Carter, que mal conversa comigo. Ele sequer permitiu que eu passasse a noite ao seu lado. Isso está acabando com o meu psicológico
Uma semana depois....Eu olho as mensagens no celular, aguardando um motivo, um por que, mas ele não responde, ou sequer visualiza.Encolho-me na cama e choro, sem entender.O que eu fiz?Por que ele se foi?O motivo era o seu luto?Ele queria um tempo sozinho?Mas e EU?Eu não importava?Ele também não sentia essa paixão, esse... amor?O que eu fiz?Ou eu não fiz nada o suficiente para ajudá-lo a se sentir confortável e ter confiança em mim?Por que teve que ser assim?Por que o Carter fez isso comigo?Conosco?Eu só queria respostas...*****Duas semanas depois...Eu tento viver, sem pensar muito, sem buscar respostas.Eu tenho que viver.Preciso tentar.<
Quando dá o horário de abrir o evento, eu volto para a minha mesa. Breno faz um discurso de iniciação impecável, cheio de piadas divertidas. Ravi, o desenvolvedor principal do jogo, é chamado para explicar o game de vida real, que mistura zumbis, magia e um mundo bem apocalipse. É incrível ouvi-lo explicar a sua criação, enquanto passa os slides.Tudo ocorre como planejamos, exceto, na parte onde eu sou chamada para subir no palco. Fico tão surpresa. Breno me apresenta como a nova CEO da Elektra Web, dando-me os créditos por tudo isso estar acontecendo. Recebo uma chuva de aplausos, que me deixam emocionada. Porém, o que me faz chorar, assim como o restante dos convidados presentes, é quando ele toca no assunto da morte da mãe, a fundadora da ELW. E na importância de agora, uma mulher continuar à frente da empresa, com ideias e projetos seguindo a tecnol
Ele está no Brasil! E, simplesmente, quer me ver, depois de ter ido embora sem me dar qualquer justificativa? Não, não quero. Estou tão magoada, tão machucada. Só queria ajudá-lo com o seu luto, estar ao seu lado, dando apoio e carinho. Se pelo menos tivesse sido sincero comigo, eu teria respeitado qualquer tempo que pedisse.Mas sentia que seria assim, que terminaríamos dessa forma. E se ele tiver voltado dos EUA por minha causa, não vou aceitar.E quer saber? Acho que vou responder à sua mensagem. Preciso dar um basta nisso, colocar um ponto final nessa história, para eu sofrer tudo o que tiver para sofrer e seguir adiante com a minha vida.Melhor, não vou respondê-lo, eu só vou estar lá...Arrumo-me rápido, pego as chaves do carro e saio de casa, dirigindo com os dedos apertando o volante com força, conforme penso no Carter
Noely SartoriCarter parece perdido, desnorteado. Em nenhum momento pensei em tratá-lo mal ou jogar na sua cara o que passei nessas últimas três semanas, pois noto que o meu sofrimento não chega aos pés da realidade que está vivendo sozinho, apenas com a sua mente em luto.Eu o faço se levantar e o levo embora para a minha casa. Nem questionei de irmos para a sua, já que repetiu duas vezes que não queria ir para lá. Acho que desde que voltou não pisou os pés na mansão. Nem o Breno, ele está dormindo num apartamento que alugou perto do centro.Ao chegarmos em casa, abro a porta da sala e ele me puxa pela cintura, para me abraçar forte de novo, como se não quisesse me largar nunca mais.Que saudades eu estava dos seus braços, do seu perfume.— Carter, eu não vou sumir.