No outro dia na empresa, também faço a mesma coisa de ontem, chego cedo e já me enfio na minha sala. Mas antes das 10h eu desço para observar como estão as coisas. Igualmente para pensar.
Eu queria falar com o Sr. Carter, mas estou fugindo do constrangimento. Quem sabe amanhã eu não converse?
— Beatriz, eu disse que poderia deixar os relatórios para depois. Daqui a pouco eu vou embora — digo, após escutá-la abrir e fechar a porta.
Ela não responde, então ergo a cabeça e dou de cara com o meu novo pesadelo.
Ele está com as mãos nos bolsos, olhando-me com a sua pose atlética, de chefão gostoso. E essa calça social só faz marcar mais esse homem.
— Boa tarde, Sr. Carter — sussurro e desvio dos seus olhos penetrantes.
— Boa tarde, dona conselheira.
Sr. Carter chega mais per
Carter BastosEu saio da sala da Noely ainda com o gostinho da sua boca saborosa. E com desejo de devorá-la.Seria o meu sonho fodê-la em cima daquela mesa. Ela é bem certinha com as coisas, profissional e exata demais. É aí que está o meu prazer de vê-la fora dessa bolha.— Eu te vi saindo da sala da conselheira? — Breno questiona, debochado, após eu invadir a sua sala também.Ele está com os pés erguidos em cima da mesa.— Fui tratar de negócios.— Acha que me engana?— Breno, vê se vai encher o saco de outro. O que queria falar comigo hoje cedo?— Nosso pai tentou entrar em contato comigo — revela sem rodeios e aperta o celular na mão.Eu tenho a mesma reação de apertar os punhos.— O que esse desgraçado queria?
— Ouviu a minha conversa no corredor? — questiono, e ela aperta os lábios.— Foi inevitável, o senhor estava bem na passagem para o hall da secretária.— Isso foi muito feio, dona conselheira.— O que, ficar tampando o meu caminho?— Ser respondona. — Ela se segura para não fuzilar minha cara. — Era a minha ex no telefone... deve ter percebido. Ela não me deixa em paz.— Foi muito sério o que a sua esposa fez, sinto muito.— Ex-esposa, Noely, ex-esposa — repito, nervoso.— Sim, ex-esposa...— Desculpa, Valentina tem o dom de me estressar. Aquela mulher não entende de jeito nenhum que o nosso casamento acabou, e por culpa dela.— Ela não está aceitando o fim do relacionamento, já que foi você que terminou.Assinto.— Valentina devia ter o
Noely SartoriComo ele é sonso... e como pode me seduzir e me provocar dessa forma? É difícil, quase impossível resistir a esse homem.E esse foi o “sinto muito” mais mentiroso que já recebi.— É mentiroso — sussurro contra os seus lábios, lutando desta vez para a sua mão quente não alcançar o seu destino entre as minhas pernas.— Talvez eu esteja sendo.Ele me beija. Não carinhoso, nem violento, mas é feroz, excitante. O Sr. Carter faz sexo com a sua língua dentro da minha boca.Eu gemo, sem mais resistir a sua mão que finalmente chega aonde desejava. — Você me faz te querer de todas as formas — resmunga.Aperto os seus bíceps fortes, após ele esfregar a minha boceta.
Eu olho para ele.— Eu posso?— Sim, daqui meia hora na sala de reuniões, já que o Carter não quer se dar o trabalho.O Sr. Carter dá de ombros.— Eu li e reli a proposta do jogo dele, mas não entendo nada desse mundo dos games, isso é da sua área, já que toda noite gosta de ficar pregado na frente da televisão, jogando videogame.— Você é entediante, Carter. Mas deixa comigo, eu cuido do nosso garoto de ouro. Já vejo o nosso novo investimento dando certo, afinal, tem que dar.Sorrio, feliz pelas esperanças do Breno. Eu cultivo as mesmas.— Bom, com licença... — digo e viro as costas, saindo da sala do Sr. Carter, sem fitar os seus olhos, ou sequer me render a inclinar a cabeça.Breno vem atrás. Ele me alcança no hall.— Está tudo bem, Noely?&
— Sim... temos uma relação boa.— Eu diria amigos, Noely se tornou o meu melhor acerto na empresa.Olho para o Sr. Carter, tentando não me demorar nas suas íris penetrantes.Eles continuam conversando sobre mim, até eu mudar de assunto e começar a perguntar da vida do Klaus, da sua profissão, das suas realizações e de como está indo as suas férias no Brasil. Ele é filho de pai americano e mãe brasileira, por isso sabe falar tão bem o nosso português.Conforme conversa vai, conversa vem, a gente não vê as horas passarem. Nem mesmo o Sr. Carter, que começou a ter muito assunto com o Klaus. Por termos que voltar para a empresa, despeço-me do meu velho amigo, e com um abraço bem apertado, dizendo que nas minhas férias também vou para Cambridge.No fim do almoço, volto a ficar a
— Seu safado — ela resmunga pela primeira vez os seus pensamentos. — Eu não sou igual à sua secretária que o senhor vive comendo na sua sala!— Mas não se imagina sendo ela? Bora colocar mais emoções nessa sua vida.— Você me sol...Avanço e beijo a sua boca, calando-a.Ela perde todos os argumentos. Aprofundo a língua, saboreando do seu gosto único.Que mulher gostosa, foi um custo me afastar dela.Não consigo separar os nossos lábios, nem a Noely, que nega tanto a verdade do seu corpo, do seu desejo. Ela me quer, ou melhor, quer ser bem fodida de novo. E nada agora vai nos impedir.Enfio a mão entre o seu decote, deslizando pela sua barriga. Paro na sua virilha.Ela tenta fechar as pernas, mas o meu joelho não deixa.— Você quer, não quer?Afasto a minha cabeça. Estamos ofegantes.Ela me olha meio zonza e sem ar.— O senhor mesmo me induz a querer — fala, surpreendendo-me ao tocar
— Preciso respirar... — Noely desaba em cima de mim.Passo as mãos no seu rosto, ajudando-a a afastar os fios de cabelo, que grudaram no seu suor.Estamos nus, deitados sobre o tapete.— Depois de ter todos esses bons orgasmos, ainda vai se arrepender do seu chefe?Ela sorri, olhando-me e respirando fundo.— É claro que eu vou.— Então não te satisfiz direito.— É claro que satisfez. Nunca imaginei que sexo pudesse ser tão maravilhoso... para mim.— Mas é claro que é bom, com a pessoa certa, que pense em você — digo e aliso as suas costas.— A maioria dos homens só pensam neles, eles gozam e a parceira tanto faz. Sempre foi assim comigo.— Onde achou esses caras que você transava, Chernobyl?Ela ri de novo, dando um tapinha de leve no meu peito.— Quer insinuar que tenho dedo podre para escolher homem?— Não, você não escolheu, parece que eles escolheram você.— Assim como o senhor?
Carter BastosEu olho para o nome da Valentina na tela do meu celular e penso mil vezes em atender, e não atendo.— Que cara é essa?Breno entra no meu quarto, trazendo cerveja gelada.— Valentina não me deixa em paz.— Você transou com ela durante a sua viagem?— Não por falta de tentativas daquela mulher. Não sinto um pingo de tesão.— Sei que me esconde alguma coisa relacionada à sua ex, pois se não tivesse algo, você não estaria ainda se envolvendo, tipo viajando atrás do pai dela.— Estou devendo quatro milhões para a Valentina, só fui para Nova York para finalizar a venda de algumas coisas e pagá-la. Seu pai está intervindo entre nós.— Porra, Carter, quatro milhões? Como assim?— No começo