Juliana – três anos atrás.
Era o dia mais feliz da minha vida, havia saído cedo do escritório para pegar Mel em casa, eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Finalmente a gente tentaria a primeira inseminação artificial depois de muita procura e nenhuma decisão.
Enquanto arrumava minhas coisas, pensei na minha esposa, Mel era meu grande amor, eu amava tudo nela, seus cabelos castanhos escuros enrolados e longos, seus olhos cor de mel, seu corpo cheio de curvas e seu jeito doce e meigo de ser. Nunca pensei que seria tão feliz e nem que um dia realmente me casaria, meus pais amavam a Mel. Era engraçado porque eles sempre a defendiam ao invés de me defender em qualquer desacordo familiar. Não havia quem não amasse ela ou quisesse por perto.
Hoje seria um dia que esperamos
Annie Fria. Extremamente fria. Quase gélida. Era assim que lidava com minhas emoções, nunca permiti que qualquer pessoa me subjugasse ou me expusessem assim de bom grado. Sempre sofri com meu falecido pai, mas sempre considerei boa forma como ele me ensinou a lidar com minhas emoções, não deixar que elas te controlassem e usá-las a seu favor, nunca perder o controle. Era quase irônico que meu orgulho descesse garganta abaixo sempre que eu estava com ela, e mais irônico ainda que cada vez mais eu me sentia confortável com isso. Estávamos no taxi a caminho da casa de Juliana e eu ainda pensava em toda história que eu havia ouvid
Juliana Eu estava no carro olhando a paisagem perdida em meus pensamentos, Annie dirigia em direção a Miami e minha cabeça era um turbilhão enorme de sentimentos. Meus olhos encheram de lagrimas quando lembrei que Caique estava parado ao final da escada quando Annie e eu, finalmente havíamos nos livrado de Melissa. Meu pai segurava a criança no colo e minha mãe tinha uma expressão de pura agonia. Caique passou as mãos na cabeça, como ele fazia sempre que estava nervosa, pelo menos eu ainda achava que sim, eu desci os degraus da escada olhando para ele e eu não sabia dizer que tipo de sentimento eu carregava comigo: ódio? Magoa? Decepção? Tristeza? Amor? Nos olhamos por longos segundos e eu pensei como foi que meu amado irmão se tornou um estranho para mim, quando foi que a gente simplesmente deixou a pior coisa do mundo acontecer entr
AnnieFoi apenas um fim de semana, mas pareceu ter sido uma eternidade, não aquela eternidade ruim, mas aquela que deixa a gente com a sensação de que foi intenso demais, bom demais.Girei a chave e abrir a porta do meu apartamento, eu estava com saudade do meu cantinho, do cheiro de incenso cítrico e dá risada histérica da minha irmã, mas ainda assim queria ter ficado mais com Juliana, deixar ela em casa não foi nada fácil.Joguei-me no sofá e deixei minha cabeça afundar no couro macio e fofo, fechei os olhos tentando assimilar a loucura que havia sido esses dias junto a ela. Era como se eu já imaginasse que seria assim e simplesmente não pude controlar meu impulso de acompanha-la até Ter
Annie Minha mente tentava se concentrar ao máximo nos contratos que eu precisava ler para a reunião que eu tinha as dez da manhã. Era uma reunião importante que traria muitos frutos a minha empresa e se desse certo ampliaria nosso mercado de consultas para os EUA e Canadá. Eu deveria ter me preparado mais cedo para isso e deveria ter voltado de Teresópolis no sábado, mas Juliana aconteceu. Ela aconteceu com aqueles olhos verdes e o sorriso tímido e eu pela primeira vez na vida esqueci que eu tinha uma reunião importantíssima na empresa. Só lembrei depois que resolvi ler as mensagens no celular em casa e logo após a ligação de John e vi as trintas mensagens de July que começaram com "Amiga quando você volta? Precisamos discutir os pontos chaves da reunião, me liga ok? Bjs" e terminaram com "Porra Annie! A reunião com os americanos é amanhã! Cadê você merda? " E eu sabia que se July estav
Juliana Finalmente havia chegado do trabalho, meus pés estavam me matando, ficar de salto alto o dia todo era realmente algo que não curtia muito, principalmente quando eu passava a maior parte do tempo em pé. O dia foi intenso, o que foi bom porque parei de pensar em Annie na maioria dos momentos, a pasta do casamento dela estava em cima da minha mesa e eu trouxe-a para meu apartamento. Estava atrasada com a organização algo que nunca me ocorrera antes, como nunca me ocorrera antes de me envolver com a noiva. Sentei no sofá pensando sobre isso. Não sei como fui parar nessa situação e me culpava por estar nela. Eu queria Annie, mas não podia tê-la. Ela ia casar e embora tivéssemos tidos lindos momentos em Teresópolis eu duvidava que ela disse considerar mudar toda a sua vida para se envolver com alguém que ela ainda estava conhecendo. Ao mesmo tempo não havia para conhecer sobre mim, eu
Quando chegaram à casa de Maria e Lívia, a noite estava apenas começando, apesar do pouco tempo em que se conheciam, havia uma conexão realmente forte entre as quatros, aquele tipo de amizade que surge do nada na vida e parece já existi desde sempre. Aquela confiança gratuita que você tem pela pessoa sem ao menos saber o porquê, era incrível, pois havia essa afinidade entre elas, mas também havia uma afinidade individual entre Lívia e Juliana e entre Maria e Annie. Aprecia irônico que tivessem se conhecendo no momento em que um casal celebrava sua história enquanto o outro identificava um sentimento que surgia. Maria vestia uma calça social preta, uma blusa branca e um blazer preto, Lívia vestia um lindo vestido salmão claro com sandálias de salto alto pretas, que deixava seu corpo em destaque. Maria encheu as taças de cristal com vinho tinto até a metade e reuniu as amigas na sala para
Annie Era apenas mais um dia na sua empresa, eu e July estávamos passando a pauta da próxima reunião, eu tomava meu cappuccino de sempre, com pouco açúcar e um brioche de acompanhamento. July tomava o chocolate quente de sempre, com a porção de pão de queijo de sempre. A gente comia a mesma droga todo dia de manhã e ainda assim aprecia que era algo diferente. Incrível como a gente se acostuma as coisas na vida e mesmo sem querer mais aquilo ou não achar tanta graça, simplesmente ligamos o botão automático e seguimos em frente. Ultimamente eu estava me sentindo assim, automática, as coisas que eu fazia sempre e nunca me incomodavam, passaram a incomodar. Olhei para o cappuccino a minha frente e lembrei que tomei suco de laranja com Juliana no hotel, após nossa primeira noite juntas. Fazia muito tempo que eu não tomava outra coisa pela
Annie Eu estava entorpecida por Juliana, tão entorpecida a ponto de estar largando meu trabalho no meio do dia para leva-la a um motel. Não pensei se era certo ou errado, apenas deixei que meu coração me guiasse sem pensar no que isso realmente representava. Não era preciso, eu não disse que íamos num motel, mas ela sabia. Ela queria, ela queria tanto quanto eu, eu pude ver isso nas suas pupilas dilatadas e na sua expressão. Tudo que eu fiz foi segurar meu desejo enquanto dirigia, mesmo sentindo meu corpo em brasa quando Juliana repousou a mão sobre a minha coxa e deixou-a ali, parada, enquanto minhas mãos alternavam entre a macha e o volante ligeiramente soadas. O que estava acontecendo comigo afinal? Quando foi que Juliana me invadiu de tal forma que eu não tinha mais o controle nenhum sobre meu corpo? Minha mente tentava, mas não s