Annie
Minha mente tentava se concentrar ao máximo nos contratos que eu precisava ler para a reunião que eu tinha as dez da manhã. Era uma reunião importante que traria muitos frutos a minha empresa e se desse certo ampliaria nosso mercado de consultas para os EUA e Canadá. Eu deveria ter me preparado mais cedo para isso e deveria ter voltado de Teresópolis no sábado, mas Juliana aconteceu. Ela aconteceu com aqueles olhos verdes e o sorriso tímido e eu pela primeira vez na vida esqueci que eu tinha uma reunião importantíssima na empresa. Só lembrei depois que resolvi ler as mensagens no celular em casa e logo após a ligação de John e vi as trintas mensagens de July que começaram com "Amiga quando você volta? Precisamos discutir os pontos chaves da reunião, me liga ok? Bjs" e terminaram com "Porra Annie! A reunião com os americanos é amanhã! Cadê você merda? " E eu sabia que se July estav
Juliana Finalmente havia chegado do trabalho, meus pés estavam me matando, ficar de salto alto o dia todo era realmente algo que não curtia muito, principalmente quando eu passava a maior parte do tempo em pé. O dia foi intenso, o que foi bom porque parei de pensar em Annie na maioria dos momentos, a pasta do casamento dela estava em cima da minha mesa e eu trouxe-a para meu apartamento. Estava atrasada com a organização algo que nunca me ocorrera antes, como nunca me ocorrera antes de me envolver com a noiva. Sentei no sofá pensando sobre isso. Não sei como fui parar nessa situação e me culpava por estar nela. Eu queria Annie, mas não podia tê-la. Ela ia casar e embora tivéssemos tidos lindos momentos em Teresópolis eu duvidava que ela disse considerar mudar toda a sua vida para se envolver com alguém que ela ainda estava conhecendo. Ao mesmo tempo não havia para conhecer sobre mim, eu
Quando chegaram à casa de Maria e Lívia, a noite estava apenas começando, apesar do pouco tempo em que se conheciam, havia uma conexão realmente forte entre as quatros, aquele tipo de amizade que surge do nada na vida e parece já existi desde sempre. Aquela confiança gratuita que você tem pela pessoa sem ao menos saber o porquê, era incrível, pois havia essa afinidade entre elas, mas também havia uma afinidade individual entre Lívia e Juliana e entre Maria e Annie. Aprecia irônico que tivessem se conhecendo no momento em que um casal celebrava sua história enquanto o outro identificava um sentimento que surgia. Maria vestia uma calça social preta, uma blusa branca e um blazer preto, Lívia vestia um lindo vestido salmão claro com sandálias de salto alto pretas, que deixava seu corpo em destaque. Maria encheu as taças de cristal com vinho tinto até a metade e reuniu as amigas na sala para
Annie Era apenas mais um dia na sua empresa, eu e July estávamos passando a pauta da próxima reunião, eu tomava meu cappuccino de sempre, com pouco açúcar e um brioche de acompanhamento. July tomava o chocolate quente de sempre, com a porção de pão de queijo de sempre. A gente comia a mesma droga todo dia de manhã e ainda assim aprecia que era algo diferente. Incrível como a gente se acostuma as coisas na vida e mesmo sem querer mais aquilo ou não achar tanta graça, simplesmente ligamos o botão automático e seguimos em frente. Ultimamente eu estava me sentindo assim, automática, as coisas que eu fazia sempre e nunca me incomodavam, passaram a incomodar. Olhei para o cappuccino a minha frente e lembrei que tomei suco de laranja com Juliana no hotel, após nossa primeira noite juntas. Fazia muito tempo que eu não tomava outra coisa pela
Annie Eu estava entorpecida por Juliana, tão entorpecida a ponto de estar largando meu trabalho no meio do dia para leva-la a um motel. Não pensei se era certo ou errado, apenas deixei que meu coração me guiasse sem pensar no que isso realmente representava. Não era preciso, eu não disse que íamos num motel, mas ela sabia. Ela queria, ela queria tanto quanto eu, eu pude ver isso nas suas pupilas dilatadas e na sua expressão. Tudo que eu fiz foi segurar meu desejo enquanto dirigia, mesmo sentindo meu corpo em brasa quando Juliana repousou a mão sobre a minha coxa e deixou-a ali, parada, enquanto minhas mãos alternavam entre a macha e o volante ligeiramente soadas. O que estava acontecendo comigo afinal? Quando foi que Juliana me invadiu de tal forma que eu não tinha mais o controle nenhum sobre meu corpo? Minha mente tentava, mas não s
JulianaEu estava totalmente fora de orbita quando Annie me disse que estava apaixonada por mim, meu cotovelo estava afundando no colchão macio e minha cabeça repousava em minha mão, enquanto meus olhos fitavam Annie.Ela era incrivelmente linda, e naquele curto período de tempo em que o choque tomou conta de mim, entrei e delei quando aqueles olhos azuis e grande, totalmente claros e brilhantes, piscavam lentamente me encarando. Os cílios grandes e grossos, os cabelos negros de fios espessos, suados e grudados na lateral do seu rosto levemente ruborizado. A boca carnuda, vermelha e inchada dos beijos calorosos que havíamos trocado instantes atrás. Annie era perfeita, olhava-me com pura ansiedade e receio.Porque eu não conseguia
Annie Nós estávamos na enorme banheira de hidromassagem, a água morna com pouco espuma e um incenso delicioso de flores acesos em cima da pia de mármore branco deixava o ambiente extremamente aconchegante. Minhas costas repousavam na curva da Jacuzzi redonda de uma leve pressão se fazia em minha lombar vinda do jato que saia e movimentava a água em torno dos nossos corpos. Juliana estava aconchegando em mim, sua pele nua e branca escorregava facilmente por entre minhas mãos embaixo d'água. Suas costas repousavam em meu peito de forma que meus seios se pressionavam na parte posterior de seu tórax. Minhas pernas dobravam-se na cintura de Juliana, enlaçando-a enquanto as delas estavam esticadas no chão da Jacuzzi. Meus braços envolviam sua cintura, logo abaixo da linha de seus seios e os braços dela repousavam sobre os meus, seus dedos t
AnnieMinha vida havia mudado tanto em dois meses que era praticamente inacreditável que todos esses acontecimentos estavam me levando a desfazer a única coisa da qual eu tinha certeza nos dois últimos anos de minha vida, amorosamente falando. Eu estava indo terminar meu noivado, que até dois meses atrás era algo que certamente não passaria pela minha cabeça.Dirigir sempre me fez pensar e nunca foi um problema porque eu conseguia viajar em minha própria mente e prestar atenção no transito ao mesmo tempo. Costumava até falar sozinha as vezes. Meio insano, talvez, mas me permitia clarear as ideias sempre que as falava em voz alta. E aqui estava eu, pensando em como um par de olhos verdes literalmente havia virado meu mundo do avesso.
Juliana O dia estava apenas começando, mas eu já podia sentir o ar diferente, a noite anterior havia sido inesperada, eu imaginava que a reação de John não seria das melhores, mas dei um pulo do sofá quando Bel me ligou preocupada e pude ouvir os gritos furiosos do homem ao fundo da ligação. O desespero tomou tona de mim, não me lembro de ter chegado tão rápido em nenhum outro lugar, dirigir feito louca sentindo meu coração batendo na garganta. Se ele tocasse em Annie eu jamais me perdoaria e ele estaria com um sério problema nas mãos, perseguiria ele até o inferno se preciso fosse. Estava na cozinha, tentando preparar um café da manhã para Annie e Bel, a mais nova chegou sem que eu percebesse e beijou minha bochecha de repente, Bel era adorável, tinha a mesma beleza da irmã mais velha e os mesmos olhos. Seus cabelos ruivos e acesos f