Capítulo IV
Passei por minha mãe que estava sentada na sala e fui direto para o quartosem dizer uma só palavra. Percebendo a minha agitação, ela logo me seguiupreocupada._O que aconteceu? _perguntou ela._Não quero ir mais para essa droga de escola! Não quero morar nestebairro, nesta cidade, não quero mais continuar aqui, neste fim de mundo! _faleirevoltado. _Ninguém me perguntou se eu queria vir para cá! Quando terei algumaoportunidade na vida, em meio a essa gente ignorante!Minha mãe ficou com o coração apertado, mas buscou me olhar comfirmeza._Não sei o que aconteceu, mas te garanto que está enganado! _retrucou ela._O pouco que conversei com as pessoas daqui, me fez perceber o quanto sãosimpáticas, calorosas, honestas e cultas elas são, e a cidade não é t&atilCapítulo VPela manhã o rádio relógio despertou tocando a música “Find Me (Jam'nSpoon)”, ao abrir os olhos, já havia esquecido dos acontecimentos da noite anterior.Levantei, tomei um banho, coloquei uma roupa apresentável, sorvi um breve café damanhã, peguei a mochila, também a carteira e avisei minha mãe que estava de saídaem busca de trabalho; caso não desse tempo de voltar em casa, iria direto paraescola.No ponto de ônibus, pedi informação sobre qual condução me deixariapróximo ao “Edifício Palácio do Comércio”. Uma lotação fazia o caminho passandopor uma avenida conhecida como “prainha”, onde ao longe avistei uma majestosaigreja em estilo neogótico, no alto de um morro, a qual me chamou bastante à
Capítulo VIA operação foi se esvaziando e Erika permanecia com o cliente em linha,até que formalizaram um acordo e a ligação se encerrou.Erika levantou de sua mesa indo na direção dos armários, onde osfuncionários guardavam os seus pertences. Durante o trajeto houve uma pequenaoscilação de energia até um verdadeiro blackout._Era só o que me faltava! _disse indignada. _Segurança! _chamou, masninguém respondeu.As luzes de emergência se acenderam e Erika aproveitou para pegar suascoisas e sair dali. Teria que descer todos os andares pelas escadas, a luminosidadeera fraca, exigindo grande cuidado. O silêncio era um tanto perturbador,permitindo se ouvir o barulho dos próprios sapatos em contato com o chão. Pareciaque o prédio estava totalmente vazio até que al
Capítulo VIIDo evento fui direto para casa, ao entrar na sala fiz o mínimo de barulhopossível para não acordar minha mãe. Estava tão cansado que larguei minhamochila no chão e deitei na cama de roupa e tudo.Tempos depois uma fina névoa entrou através das frestas da janela,tomando conta de todo o meu quarto, e senti como se algo me prendesse contra acama, não deixando que eu movimentasse o meu corpo; então abri os olhos e vi umaenorme criatura, uma espécie de morcego humanoide me segurando e comecei adebater e a gritar:_Meu Deus, alguém me ajude!A criatura então me arrastou de forma muito rápida, voando para cima,arrombando o telhado. Podia sentir os golpes de ar e os solavancos causados pelasenormes asas alçando voo.Acordei aflito e não consegui mais dormir, então fui para s
Capítulo VIIIEntrando em minha casa, logo percebi um envelope deixado em baixo daporta. Estava nela escrito:_ “Para Fábio”._Estranho! _falei cismado. _Mãe, sabe quem deixou este envelope com o meunome por debaixo da porta?Ninguém respondeu, então conclui que minha mãe havia saído.Fui para o quarto já abrindo a correspondência, curioso para saber quantoao conteúdo.Sentei na cama, liguei o rádio e a canção tocada era com certeza a minhamúsica favorita, “I've Been Waiting For A Girl Like You (Foreigner)”.Qual foi a minha surpresa ao encontrar no envelope um ingresso do “LunaPark” e juntamente um bilhete dizendo:_Todos os formandos têm o dever de participar, e precisam ir fantasiados!Assinado:_Professor Marks Scuro, patrono dos formandos do ano de mil no
Capítulo IXExistia um ônibus do próprio parque que saía da “Avenida do CPA” edeixava os frequentadores bem em frente ao local, segundo indicação no verso docanhoto do bilhete de entrada.Chegando aos arredores do lugar, percebi o imenso volume de carros emotos estacionados, o que me fazia acreditar que o número de pessoas lá dentro erabem maior, e me aproximando ainda mais, tive realmente esta certeza. Já haviamuitas pessoas brincando e se divertindo, dava para ouvir o som da música, os gritose as gargalhadas.Abaixo do letreiro do parque, na entrada, podia ser vista uma faixabranca, pintada com letras em vermelho representando sangue, onde dizia:_Bem vindos “A Noite do Cachorro Louco”! Formandos Liceu do ano de milnovecentos e noventa e três.Na entrada o anfitrião era um homem fantasiado de lobiso
Capítulo XAquele panapanã de mariposas seguiu rumo a velha igreja no alto do“Morro do Seminário”, onde se reagruparam, dando novamente forma humana aocorpo da bruxa._Que comece o festim diabólico! _disse ela.Num único gesto com uma das mãos a bruxa queimou a enorme cruz emfrente a abadia e em seguida abriu as portas da igreja com uma ventania. Uma ondainvisível percorreu todo o ambiente, alterando e profanando a forma de todas ascoisas. Velas coloridas se acenderam por toda parte, as imagens de santos deramlugar a estatuas de cavaleiros cobertos por armaduras negras, montados em seuscavalos de olhares vermelhos como chamas a faiscar; no altar a cruz foi invertida,surgindo logo em seguida mais ao centro do salão como pólvora a queimar umcírculo, contendo um pentagrama.***Na calada da noite havia focos de inc&ecir
Capítulo XIO lobisomem pulava sobre os carros provocando acidentes fatais, invadiacasas não só com o objetivo de retirar vidas, mas principalmente de expulsar osmoradores para as ruas, onde se tornariam presas fáceis aos mortos errantes.O vampiro recolhia almas que completavam o processo de desenlacecorporal, encaminhando-as rumo a catedral, onde faziam a passagem atravessandoo corpo da bruxa situada em meio ao pentagrama. A descarga energética erafenomenal, podendo ser vista a quilômetros._Venham, venham a mim, criancinhas! _dizia a bruxa em tom debochado edemonstrando na face um completo êxtase. _Façam parte desta comunhão econtemplem o caos que dará início a uma “nova era”! Uma era de verdadeiro terror esofrimento.***Weronica parou o carro bem em frente ao “Palácio da Instrução&rdquo
Era com certeza a manhã mais bela que eu já havia presenciado. Estavaacabado pelas lutas, mas feliz com o resultado. Deixei a “Igreja Nossa Senhora doBom Despacho” caminhando lentamente com um leve sorriso no rosto, acreditandoque daquele dia em diante só o melhor estaria por vir.Passei pelas ruas e vi o povo cuiabano limpando suas calçadas, retomandoa vida e meu peito se encheu de satisfação.Numa “vitrine” pude observar vários televisores expostos e a repórterWeronica Kristina noticiando o fato ocorrido, havia ganhado uma amiga.Depois de uma considerável caminhada finalmente estava na frente decasa. Abri a porta, que apresentou um leve rangido, tentei acender a luz nointerruptor e constatei que a casa estava toda às escuras._Mãe cheguei! Desculpe ter saído sem avisar, mas não queria acordá-la!