2- Desconectado de si

Na manhã seguinte, Carl acordou cedo e desceu as escadas de sua espaçosa casa em direção à sala de estar, onde Lauren, sua governanta, preparava o café. Apesar de viver sozinho em uma casa ampla com vários funcionários, Carl depositava total confiança em Lauren para cuidar da casa na sua ausência. Ele tratava os funcionários com gentileza, mas mantinha certa distância, estabelecendo uma relação cordial sem muitas palavras.

Ao chegar em sua empresa, a famosa e gigantesca Yeon, dedicou-se intensamente aos seus projetos. Ao perceber que havia ultrapassado o horário do almoço, decidiu não parar para comer. Quando está focado em um novo projeto, parece não sentir necessidades humanas. Sua fome, seu sono e sua necessidade de descansar, parecem não existir.

Ao retornar para casa à noite, sentou-se à mesa e mencionou a Lauren que queria uma refeição leve, pois havia passado o dia em jejum devido à falta de tempo. Lauren o repreendeu, dizendo: "Você só pensa em trabalho, esquece que é humano e não uma máquina? Um dia a natureza cobrará isso de você"

- Eu sei, mas pelo menos deixarei um legado útil ao mundo - respondeu Carl.

Quando foi descansar em seu quarto, Carl deitou a cabeça no travesseiro e tentou adormecer. O pensamento de se sentir desconectado veio à mente, levando-o a reler o texto de Isabella. A influência do blog de Isabella foi evidente, especialmente porque no dia anterior ele estava melancólico. Ao reler atentamente o texto, refletiu sobre as palavras e percebeu que estava, de fato, desconectado de si. Respirou fundo, cobriu o rosto com as mãos e apertou os olhos com firmeza.

Antes de desligar o tablet e tentar dormir novamente, ele deu uma olhada rápida nas mensagens do blog. Havia mais comentários e Isabella tinha respondido a todos, menos ao dele. Isso o fez refletir e ele pensou: talvez ela se sinta intimidada pelo meu comentário. "Bem... senhorita Isabella Cartier, estamos ambos surpresos. Você por ter um blog pequeno que chamou a atenção de Carl Strong e eu por perceber que preciso me reconectar comigo mesmo antes de me perder ainda mais e me tornar uma máquina de fato."

Carl sempre foi extremamente focado em trabalho, desde muito cedo foi criado pelo seu pai para assumir o controle do grupo Yeon, e ele encarou a missão a sério e levou o grupo Yeon a patamares mundiais de visibilidade e tecnologia inovadora.

Carl tem trinta e oito anos e foi casado duas vezes. Em seu primeiro casamento, se casou ainda muito jovem, aos vinte anos com Jenny, sua namorada na época. Jenny engravidou e ambos decidiram de comum acordo se casarem. O casamento com Jenny, durou cinco anos e se separaram de forma amigável para o bem de sua filha Marie Strong.

Em seu segundo casamento, aos trinta anos, ele decidiu se casar para causar uma boa impressão no mundo dos negócios. Percebendo que prolongar sua solteirice não era bem visto no meio empresarial.

O casamento com Antonella, sua segunda esposa, durou seis anos, e a separação foi motivada por Antonella não aguentar a dedicação exclusiva de Carl aos negócios. Antonella se sentia extremamente infeliz e sozinha em seu casamento. Tentou ter um filho e fez vários tratamentos, mas não conseguiu engravidar. Resolveu se separar de Carl porque cansou de viver de aparências, já que seu ex-marido nunca estava em casa ou disponível para ela.

Depois de se separar pela segunda vez, Carl optou por não se casar de novo, pois estava muito ocupado com o trabalho e não conseguia dedicar tempo à família. Ele reconhecia que suas esposas haviam sofrido com a solidão. A filha deles, Marie, foi criada por Jenny, sua mãe, com o apoio financeiro de Carl. Contudo, ele não estava presente na educação diária da menina.

A paisagem de Landscape amanhece linda e Carl veste seu elegante terno de linho feito por um estilista renomado, que o presenteou com uma peça exclusiva de sua última coleção. Ao chegar à empresa, Carl atrai olhares com seu traje refinado e recebe elogios pela elegância natural ao usar um terno tão sofisticado.

Carl é alto e naturalmente esbelto. Seus cabelos escuros contrastam com seu rosto rosado, enquanto suas sobrancelhas cheias revelam seus belos olhos castanhos esverdeados. A covinha marcada em seu queixo adiciona um toque de leveza à sua aparência marcante.

Ao entrar em sua sala, Carl é abordado por René, que lhe entrega alguns papéis para autorização. Observando o elegante traje do chefe, René comenta de forma descontraída: "Vestido para impressionar, Carl Strong. Quem você quer conquistar dessa vez?"

Carl sorri ironicamente e responde: "clientes". Apenas clientes. Não tenho a intenção de conquistar ninguém. Portanto, só me interessam relacionamentos casuais que não envolvam cobranças ou dores de cabeça.

- Carl, posso te fazer uma pergunta pessoal?

- Depende da pergunta, pois pode custar o seu emprego. Você tem certeza de que quer fazer a pergunta? Comenta Carl.

- Vou arriscar. Responde René. "Você Já se apaixonou por alguém"?

- Sim, quando a Marie nasceu, senti-me extasiado. Ela era o bebê mais lindo que já vi.

- Não, Carl, não estou falando sobre sua paternidade, mas sim sobre a paixão intensa entre duas pessoas. Aquela sensação de desejar se fundir com a pessoa amada, aquele inquietude no peito, aquela certeza de que a vida vale a pena. É disso que estou falando.

Carl olha profundamente para René e diz: "Parece que você tem muito tempo livre, Rene, ou está desperdiçando seu tempo com histórias irreais ao estilo de Romeu e Julieta." Este tipo de paixão é apenas para pessoas fracas ou fracassadas, que precisam criar fantasias de amor para dar significado à vida. Nem vou perguntar a você, pois se admitir ter sentido isso por alguém, serei obrigado a te demitir e contratar alguém menos emotivo para o cargo de diretor geral.

René brinca: "Então vou direto ao RH, pois já me apaixonei a ponto de perder o rumo." Carl ri: "Você está me provocando. Vamos encerrar esse assunto. Agora, volte ao trabalho, pois essa história de Romeu e Julieta já me cansou."

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