"Amiga, por que você está com essa cara estranha?" Cibele pergunta."Eu também quero saber." Rômulo me encara."A pessoa que eu preciso matar dessa vez é o Mauricio, vocês entendem a gravidade disso." Os dois me olham de olhos arregalados."O destino é um grande filho da puta, por que querem matar ele, Ohana?" Meu amigo me pergunta."O que diz no dossiê?"Expliquei que no dossiê apenas diz "acerto de herança", mas o que me deixa pensativa é que ele já perdeu toda a família, restando apenas a Aninha. Então, me pergunto quem quer dar fim à vida dele. Algo me passou pela cabeça e sei que preciso investigar. Chamei os meus amigos e pedi a eles que me ajudassem."Nós não podemos questionar os alvos, mas estou saindo com o amigo do Maurício, então vou te ajudar. Além disso, ele é o único homem que você realmente se interessou.""Eu vou te ajudar, porque é a primeira vez que você quer quebrar uma regra, e eu adoro isso." Rômulo sorriu, e eu agradeci. "Sem contar que eu não quero ver você arr
Foi extremamente estranho dormir ao lado de Maurício. Quando ele partiu, permaneci deitada por um longo tempo, inquieta. Era a primeira vez em anos que me sentia tão perdida. "Ohana Duarte, se você ficar deitada nada irá se resolver", meu subconsciente repreendeu, como se eu precisasse dessa dose de realidade. Era hora de agir.Levantei com um propósito renovado. Eu precisava entender o motivo real por trás da tentativa de eliminar Maurício. Acreditar que isso se resumia apenas a uma questão de herança era ingênuo demais. Um pensamento surgiu, e eu decidi ligar para minha amiga, a única pessoa que poderia me ajudar nesse momento."O que você quer, sua chata? Estava dormindo", ela diz e a voz sonolenta de Rogério soou ao fundo."Eu preciso da sua ajuda. Ah, e cumprimente o Rogério por mim.""O que você precisa, sua majestade?" As risadas ecoaram do outro lado da linha."Bele, você ainda tem contato com aquele seu amigo hacker que tinha ou ainda tem uma queda por você?""Clóvis? Por qu
Ele suspirou profundamente, sinalizando que estava disposto a ouvir o que eu tinha a dizer. Comecei a explicar toda a situação, desde o dossiê com a missão até os detalhes que havia descoberto por intermédio de Clóvis. Conforme eu falava, pude ver a expressão de tio Ezra alternando entre preocupação e atenção. Quando terminei, ele ficou em silêncio por um momento, como se estivesse ponderando sobre o que ouvira."Ohana, você é uma assassina, como se apaixonou pelo alvo?” Ele me olhava com decepção. “Eu comecei a namorar ele antes de se tornar o meu alvo? Tio, estou dizendo que Maurício é um cara bacana.” “Entendo, mas você sabe que não temos controle sobre todas as ordens que vêm de cima. Precisamos seguir as diretrizes da organização", ele começou. "Além disso, você conhece as regras. Não podemos questionar os alvos ou as razões por trás das missões."Eu estava esperando que tio Ezra tivesse uma solução mágica para o meu dilema, mas suas palavras deixaram claro que ele não poderia
A confusão e o caos da minha situação só aumentavam a cada dia. O ultimato da organização pairava sobre mim como uma nuvem escura, enquanto o desejo de proteger Maurício e Ana, e a crescente atração que sentia por ele, me empurravam em direções opostas. Cada decisão parecia mais difícil que a anterior.Naquela noite, estava em meu apartamento, inquieta e perdida em meus pensamentos. O telefone tocou, fazendo meu coração pular uma batida. Olhei para a tela e vi o nome "Maurício" piscando. Não pude evitar a sensação de alívio ao ouvir sua voz do outro lado da linha, mesmo que estivesse repleta de tristeza."Ohana...", sua voz estava embargada, e o tom de dor era evidente. "Preciso de você. Por favor, venha até minha casa."Meu coração apertou ao ouvi-lo tão vulnerável. "Maurício, o que aconteceu?" Perguntei mesmo já sabendo.Ele soluçou do outro lado da linha. "Houve um ataque. Eles... eles atiraram no carro que estávamos. E não sei o motivo. Por favor, venha."Eu não conseguia ignorar
À noite, a cidade estava envolta em escuridão enquanto Cibele,Rômulo e eu nos encontrávamos imersos em uma discussão calorosa. A questão de revelar a verdade aos meninos nos dividia. Cibele e Rômulo acreditavam que era hora de compartilhar tudo, mas eu estava hesitante, afundada em dúvidas e incertezas. O prazo imposto pela organização estava prestes a expirar, e a pressão aumentava a cada batida do relógio."Eu concordo com o Rômulo", disse Cibele com um tom sério. "Os meninos merecem saber. Eles também estão envolvidos nisso."Eu mordi o lábio, sentindo o peso da indecisão. "Eu entendo, mas como vocês acham que devo abordar isso? 'Oi, você está sendo caçado por assassinos, mas eu decidi não matar você e agora a vida da sua filha está em perigo'?"Rômulo olhou para mim com firmeza. "Ohana, você precisa enfrentar isso. Não há uma maneira fácil ou difícil, mas se você não contar a eles, a situação só vai piorar. E olha o meu exemplo, estou pagando por ter matado a pessoa que me fazia f
"O motivo de termos trazido vocês aqui é porque precisamos contar algo de extrema importância. Por favor, mantenham suas mentes abertas", comecei, dirigindo meu olhar para Maurício e Rogério, cujas expressões eram uma mistura de curiosidade e preocupação."Amigos, a Hana tem razão. Mantenham a mente aberta, pois o que vamos compartilhar é complicado, e todos nós estamos envolvidos nisso", acrescentou Cibele, reforçando a seriedade da situação."Vocês estão começando a me preocupar", disse Maurício, seu olhar ainda mais inquisitivo."Vamos lá, deixem a Hana explicar o que está acontecendo", apaziguou Rômulo."Antes de começar, preciso saber se você fez algo que poderia ter desagradado alguém", indaguei, focando diretamente em Maurício, que balançou a cabeça negativamente, confirmando que não tinha consciência de nada.Olhei brevemente para Cibele e Rômulo, e ambos assentiram, sinalizando que era hora de revelar nosso segredo."Os recentes ataques que ocorreram foram direcionados a você
Horas depois, chegamos ao nosso destino. A casa por fora parecia modesta, mas seu interior estava bem equipado para as necessidades deles. Dona Maria, a governanta, ouvia nossas instruções atentamente. Me ajoelhei para ficar na altura de Ana, que olhava para mim com seus olhos cheios de curiosidade."Aninha, você vai ficar aqui por um tempinho, está bem, minha princesa?", sinalizei a pergunta a ela, e ela assentiu."E você e o papai, por que não ficam comigo?", ela perguntou, sua voz carregada de preocupação infantil."Nós não podemos, meu amor. Temos algumas coisas de adultos para resolver", expliquei suavemente."Ser adulto é chato", ela soltou um suspiro, e eu não pude evitar concordar mentalmente com ela."Em breve estaremos de volta", prometi, a abraçando com ternura.Após essa despedida emocional, prestei atenção à conversa entre Maurício e dona Maria. Ele estava falando sobre ter o poder de resolver a situação, o que me deixou intrigada. Eu estava prestes a questioná-lo sobre i
"Minha vida não é tão extraordinária quanto a sua. Herdei a empresa do meu pai, mas não quis seguir aquele caminho, então fundei a minha própria empresa. No meio desse caminho, minha irmã faleceu, e eu acabei assumindo a responsabilidade por ela. Depois do que aconteceu com ela, comecei a fundar outra empresa, mas isso não vem ao caso agora", Maurício compartilhou, parecendo perdido em suas lembranças.Sua resposta me deixou curiosa e me fez questionar algo que estava na minha mente."Me explique uma coisa. Como alguém com sua reputação filantrópica acaba tendo um alvo em sua cabeça?", perguntei, esperando entender melhor essa contradição."Ser herdeiro já é suficiente para isso. Meu tio quer todos os bens da família só para ele, e ele acha que eu quero tomar a empresa dele", Maurício explicou com um tom de amargura."Se você quiser, podemos lidar com seu tio. Não é um problema difícil de resolver", ofereci, sugerindo a possibilidade de eliminar a ameaça que ele estava enfrentando.Ma