༺ Louren Smith༻Humilhada, era assim que eu me sentia. Já não suportava ser tratada como uma verdadeira vagabunda por esse homem. Meu Deus, eu fiz várias coisas apenas porque precisava de dinheiro, no entanto, isso sempre era motivo para que ele achasse que eu era interesseira.Eu jamais esperava esse tipo de atitude dele, mas também não me surpreendi. Não sei se o que Carlos Eduardo estava sentindo era ciúmes ou seu ego ferido por saber que eu conversava com uma pessoa que era seu inimigo. Levei a mão à boca, tentando abafar os soluços que começavam a surgir junto com as lágrimas.Eu não me sentia bem com tudo o que estava acontecendo, principalmente por saber que agora estou mais sozinha do que nunca. Tenho meu irmão, mas mesmo assim ainda sinto muita falta da minha mãe, e nada preenche esse vazio. Andei algumas quadras, então vi uma igreja e decidi ir até lá. Quando entrei, me sentei em um dos bancos da igreja, bem perto do altar, olhando a cruz à minha frente, onde estava Jesus cr
༺ Carlos Eduardo ༻ Dias depois... Fazia uma semana e meia desde que tudo aconteceu. Louren não me procurava, e acredito que estava completamente magoada com minhas atitudes. No entanto, eu não ligava para isso; só queria que ela cumprisse o contrato. Não era a primeira vez que brigávamos devido ao ciúmes. Naquele dia, tenho certeza de que estava enciumado e não conseguia controlar isso. Tentei ligar para ela novamente, mas só caía na caixa postal. Ela estava me forçando a ir atrás dela em seu apartamento. Não gosto de agir como um cavalo arrogante, mas ultimamente ela tem me tirado do sério. Vera fez uma ligação e me disse que tinha um homem querendo falar comigo. Pedi que o deixasse entrar e logo percebi que se tratava de um advogado. Cumprimentei-o, apertei sua mão e perguntei curiosamente: — Olá, Dr. Augusto. O senhor pode me dizer o motivo da sua presença? — Como vai, seu Carlos Eduardo? Estou aqui representando a minha cliente, Louren Smith. Ela pediu a quebra do contrato que
༺ Louren Smith ༻02 mês depois...Após descobrir aquele documento em que minha mãe havia deixado uma herança para mim junto com o Luan, nossas vidas mudaram completamente. Decidimos pegar tudo o que era nosso e recomeçar, indo morar na casa que ela possuía no interior de São Paulo.Era uma casa aconchegante com três quartos, cozinha, sala e uma varanda bonita com um lindo jardim, sendo uma pequena chácara. Também decidimos montar um negócio na cidade: meu irmão optou por uma loja de ferramentas, enquanto eu decidi trabalhar com uma pequena loja de roupas. Nesse momento, estamos terminando as últimas instalações. Quando sinto uma tontura, Luan rapidamente percebe e se aproxima, segurando-me e expressando preocupação.— Você tem trabalhado demais, acredito que precisa descansar. Sei que deseja terminar o quanto antes, mas se ficar doente, será pior. Tire um dia para repousar que eu termino o resto por aqui, só falta as prateleiras onde você colocará as bolsas.— Eu sei, mas estou ansios
༺ Carlos Eduardo ༻Os dias passavam, e minha angústia só aumentava. Não tinha qualquer pista de onde Louren poderia estar. Meu coração estava pesando de remorso e arrependimento por tê-la tratado tão monstruosamente, humilhando-a e usando-a como um objeto. Agora percebo o quanto fui insensível e egoísta, e o arrependimento é avassalador.Sinto falta das nossas conversas, das pequenas coisas que ela fazia por mim, como ajustar minha gravata com paciência e cuidado. Tudo isso se tornou tão valioso em minha memória, mas agora parece que perdi a chance de ter esses momentos novamente.Mesmo assim, continuava perguntando aos meus detetives sobre Louren, buscando desesperadamente alguma notícia dela, mas até o momento não havia qualquer sinal de seu paradeiro. Cada dia sem notícias me corroía por dentro, e a sensação de vazio em meu peito só aumentava.Hoje era mais um desses dias de busca incansável, sentei-me em minha cadeira, pensativo e abatido. Nesse momento, meu amigo Afonso, que era
༺ Louren Smith ༻— Por favor, seja negativo! Por favor, seja negativo!Comentei completamente desesperada enquanto aguardava o resultado do teste. Eu não queria acreditar que aquilo estava acontecendo comigo na melhor fase da minha vida. Eu não posso estar grávida daquele homem, por favor Deus, esse castigo não.Nos últimos dias, minhas tonturas aumentaram, acompanhadas de náuseas, eu me sentia tão mal pela manhã, uma fraqueza. No entanto, não me ocorria que poderia ser isso até Alice, a namorada do meu irmão, tocar no assunto. Assim que ela saiu do banheiro, me observando preocupada.— Louren, aqui está o resultado... — Alice disse, segurando o teste de gravidez e olhando para mim com uma expressão nada boa.Minhas mãos tremiam enquanto eu tomava o teste das mãos dela e olhava para a pequena janela que mostraria o veredito. Eu estava em um misto de medo e esperança, torcendo para que o resultado fosse negativo.No entanto, assim que olhei para o teste, vi as palavras que tanto temia:
༺ Carlos Eduardo ༻Louren continuava irredutível comigo. No entanto, eu sabia que se insistisse, ela acabaria me perdoando por tudo. Também estava ciente de que tinha um longo caminho a percorrer para conseguir seu perdão, pois a havia machucado demais. Mesmo assim, planejei algo para começar a amenizar sua frieza comigo.Por um momento, observei o movimento dessa pequena cidade no interior de São Paulo. Parecia um refúgio para quem queria se esconder. Caminhei em direção ao meu carro, onde meu motorista me esperava, mas acabei tendo uma surpresa ao encontrar o irmão de Louren. Ele se aproximou furioso e disse:— O que está fazendo aqui, seu granfino metido a besta? Pare de perseguir minha irmã e deixe Louren em paz. Você está conseguindo me tirar do sério com essa sua insistência.— Calma, Luan! Eu não quero brigar com você. Só estou tentando fazer as pazes com Louren. Eu amo sua irmã. — respondi, sendo sincero.— Está achando que eu sou algum idiota? Demorou para perceber que gosta d
༺ Louren Smith༻ Quando Carlos Eduardo largou meus lábios, eu ainda estava em êxtase. Parecia que tudo tinha voltado novamente. Às vezes eu esquecia como esse homem me destabilizava com seus toques e seus beijos quentes. Não posso negar que sinto falta disso. Porém, existem outros dilemas que não dá para serem esquecidos. Passei a mão no rosto furiosa e disse: — Por que você fez isso? É tão difícil me dar o tempo que preciso? — É difícil! Não vou esperar que me peça isso para me afastar mais da sua vida. Quem sabe provando dos meus lábios você se convença de que não podemos viver longe um do outro. Nós nos amamos. — dei uma risada sarcástica e respondi. — Nós nos amamos, Carlos Eduardo? Quem disse que ainda há amor no meu coração por você depois de tudo o que me fez em São Paulo? — Louren, já disse a você que errei muito e estou arrependido do que fiz. Porém, você parece não entender isso. — ele afirmou com tristeza nos olhos. — Entender, Carlos Eduardo? Você me chamou de suburba
༺ Carlos Eduardo ༻ A noite anterior foi um desastre total. Acabei não me controlando e beijei Louren. Sei que havia mexido com seus sentimentos. Porém, ela ainda continua se protegendo das minhas investidas com seu escudo. No entanto, sentir sua boca contra a minha, nossas línguas se misturando, foi incrível. Eu não vou desistir até a ter de volta na minha vida. Aquele beijo, mesmo que roubado, só me provou que ela ainda gosta de mim. Respirei fundo, retirando o casaco do meu paletó. Olhando pela janela desse quarto de hotel, percebi que já fazia uma semana que eu estava neste lugar. Precisaria retornar a São Paulo, pois não posso ficar muito tempo longe dos meus negócios. Meu sócio tem dado conta de tudo, porém eu também gosto de acompanhar as coisas de perto. Quando retirei toda a minha roupa, segui para o banheiro e tomei aquele banho relaxante. Estava colocando uma cueca quando ouvi meu celular tocar várias vezes. Me aproximei, vendo várias notificações de mensagens de Bianca.