༺ Louren Smith ༻Assim que saí da sala de Carlos Eduardo, respirei fundo para reunir minha coragem e encarar os funcionários, que me observavam com expressões curiosas. Aquele homem era verdadeiramente um sem-vergonha, não hesitando em conduzir tais safadezas na própria empresa.O único alívio que eu tinha era saber que sua sala era à prova de som. Tentei me recompor da melhor maneira possível para que ninguém notasse nada. Ao me aproximar do corredor, avistei Vera. Meu Deus, me sentia tão constrangida desde que ela ouviu aquela nossa conversa na sala dele. Ela me cumprimentou com um sorriso como se tivesse esquecido o ocorrido:— Olá, senhorita Louren? Já está de saída? Pensei que ficaria mais um tempo na companhia do seu Carlos Eduardo.— Eu só vim conversar com ele sobre alguns assuntos pessoais. Fazia dias que não o via desde que minha mãe faleceu. — ao revelar isso, notei que ela estava bastante surpresa e respondeu, com um toque de tristeza.— Nossa! Sinto muito por sua perda. E
༺ Carlos Eduardo ༻Estava terminando de assinar alguns documentos quando alguém entrou bruscamente pela porta. Levei um susto ao ver que era Bianca novamente, com Vera tentando impedi-la de entrar.— Por favor, Srta. Bianca, não torne as coisas mais difíceis, principalmente para o meu trabalho. Meu chefe já disse que não quer vê-la.— Ah, cala a boca, sua secretária estúpida! Eu preciso falar com ele, saia... — continuei olhando tudo seriamente.— Senhor, me desculpe, mas essa mulher não escuta. Eu não sei mais o que fazer. Espere um momento que vou chamar a segurança.— Pode deixar, Vera. Vou resolver isso de uma vez por todas e avise a equipe de segurança que eu não quero vê-la novamente aqui. Saia.Minha secretária concordou com minhas palavras, enquanto eu continuava observando seriamente Bianca. Essa mulher não cansava de ser ridícula com sua insistência em minha pessoa. Já havia perdido toda a dignidade que possuía, se humilhando dessa forma.— Então, o que você quer? Será que n
༺ Louren Smith༻Humilhada, era assim que eu me sentia. Já não suportava ser tratada como uma verdadeira vagabunda por esse homem. Meu Deus, eu fiz várias coisas apenas porque precisava de dinheiro, no entanto, isso sempre era motivo para que ele achasse que eu era interesseira.Eu jamais esperava esse tipo de atitude dele, mas também não me surpreendi. Não sei se o que Carlos Eduardo estava sentindo era ciúmes ou seu ego ferido por saber que eu conversava com uma pessoa que era seu inimigo. Levei a mão à boca, tentando abafar os soluços que começavam a surgir junto com as lágrimas.Eu não me sentia bem com tudo o que estava acontecendo, principalmente por saber que agora estou mais sozinha do que nunca. Tenho meu irmão, mas mesmo assim ainda sinto muita falta da minha mãe, e nada preenche esse vazio. Andei algumas quadras, então vi uma igreja e decidi ir até lá. Quando entrei, me sentei em um dos bancos da igreja, bem perto do altar, olhando a cruz à minha frente, onde estava Jesus cr
༺ Carlos Eduardo ༻ Dias depois... Fazia uma semana e meia desde que tudo aconteceu. Louren não me procurava, e acredito que estava completamente magoada com minhas atitudes. No entanto, eu não ligava para isso; só queria que ela cumprisse o contrato. Não era a primeira vez que brigávamos devido ao ciúmes. Naquele dia, tenho certeza de que estava enciumado e não conseguia controlar isso. Tentei ligar para ela novamente, mas só caía na caixa postal. Ela estava me forçando a ir atrás dela em seu apartamento. Não gosto de agir como um cavalo arrogante, mas ultimamente ela tem me tirado do sério. Vera fez uma ligação e me disse que tinha um homem querendo falar comigo. Pedi que o deixasse entrar e logo percebi que se tratava de um advogado. Cumprimentei-o, apertei sua mão e perguntei curiosamente: — Olá, Dr. Augusto. O senhor pode me dizer o motivo da sua presença? — Como vai, seu Carlos Eduardo? Estou aqui representando a minha cliente, Louren Smith. Ela pediu a quebra do contrato que
༺ Louren Smith ༻02 mês depois...Após descobrir aquele documento em que minha mãe havia deixado uma herança para mim junto com o Luan, nossas vidas mudaram completamente. Decidimos pegar tudo o que era nosso e recomeçar, indo morar na casa que ela possuía no interior de São Paulo.Era uma casa aconchegante com três quartos, cozinha, sala e uma varanda bonita com um lindo jardim, sendo uma pequena chácara. Também decidimos montar um negócio na cidade: meu irmão optou por uma loja de ferramentas, enquanto eu decidi trabalhar com uma pequena loja de roupas. Nesse momento, estamos terminando as últimas instalações. Quando sinto uma tontura, Luan rapidamente percebe e se aproxima, segurando-me e expressando preocupação.— Você tem trabalhado demais, acredito que precisa descansar. Sei que deseja terminar o quanto antes, mas se ficar doente, será pior. Tire um dia para repousar que eu termino o resto por aqui, só falta as prateleiras onde você colocará as bolsas.— Eu sei, mas estou ansios
༺ Carlos Eduardo ༻Os dias passavam, e minha angústia só aumentava. Não tinha qualquer pista de onde Louren poderia estar. Meu coração estava pesando de remorso e arrependimento por tê-la tratado tão monstruosamente, humilhando-a e usando-a como um objeto. Agora percebo o quanto fui insensível e egoísta, e o arrependimento é avassalador.Sinto falta das nossas conversas, das pequenas coisas que ela fazia por mim, como ajustar minha gravata com paciência e cuidado. Tudo isso se tornou tão valioso em minha memória, mas agora parece que perdi a chance de ter esses momentos novamente.Mesmo assim, continuava perguntando aos meus detetives sobre Louren, buscando desesperadamente alguma notícia dela, mas até o momento não havia qualquer sinal de seu paradeiro. Cada dia sem notícias me corroía por dentro, e a sensação de vazio em meu peito só aumentava.Hoje era mais um desses dias de busca incansável, sentei-me em minha cadeira, pensativo e abatido. Nesse momento, meu amigo Afonso, que era
༺ Louren Smith ༻— Por favor, seja negativo! Por favor, seja negativo!Comentei completamente desesperada enquanto aguardava o resultado do teste. Eu não queria acreditar que aquilo estava acontecendo comigo na melhor fase da minha vida. Eu não posso estar grávida daquele homem, por favor Deus, esse castigo não.Nos últimos dias, minhas tonturas aumentaram, acompanhadas de náuseas, eu me sentia tão mal pela manhã, uma fraqueza. No entanto, não me ocorria que poderia ser isso até Alice, a namorada do meu irmão, tocar no assunto. Assim que ela saiu do banheiro, me observando preocupada.— Louren, aqui está o resultado... — Alice disse, segurando o teste de gravidez e olhando para mim com uma expressão nada boa.Minhas mãos tremiam enquanto eu tomava o teste das mãos dela e olhava para a pequena janela que mostraria o veredito. Eu estava em um misto de medo e esperança, torcendo para que o resultado fosse negativo.No entanto, assim que olhei para o teste, vi as palavras que tanto temia:
༺ Carlos Eduardo ༻Louren continuava irredutível comigo. No entanto, eu sabia que se insistisse, ela acabaria me perdoando por tudo. Também estava ciente de que tinha um longo caminho a percorrer para conseguir seu perdão, pois a havia machucado demais. Mesmo assim, planejei algo para começar a amenizar sua frieza comigo.Por um momento, observei o movimento dessa pequena cidade no interior de São Paulo. Parecia um refúgio para quem queria se esconder. Caminhei em direção ao meu carro, onde meu motorista me esperava, mas acabei tendo uma surpresa ao encontrar o irmão de Louren. Ele se aproximou furioso e disse:— O que está fazendo aqui, seu granfino metido a besta? Pare de perseguir minha irmã e deixe Louren em paz. Você está conseguindo me tirar do sério com essa sua insistência.— Calma, Luan! Eu não quero brigar com você. Só estou tentando fazer as pazes com Louren. Eu amo sua irmã. — respondi, sendo sincero.— Está achando que eu sou algum idiota? Demorou para perceber que gosta d