Capítulo 04

༺ Louren Smith ༻

Observava o homem dando as costas e entrando de volta na boate, não acreditando na cara de pau dele por me oferecer um contrato daqueles. Com certeza, ele pensou que eu estava desesperada o suficiente para me sujeitar a ser a vadia de luxo dele, disponível para ele a qualquer momento?

Mas eu também tinha que engolir o meu orgulho, pois se não aceitasse aquela proposta, meus irmão e mãe acabariam mortos pelas mãos daqueles bandidos. Eu estava encurralada!

Voltei para dentro do estabelecimento e observei a movimentação na boate. Hoje estava tudo lotado e muito movimentado, enquanto eu esperava minha carona chegar. Novamente, o homem encostou o carro ao meu lado e comentou com um sorriso. Eu não podia negar o quanto ele era bonito, apesar de ser mais velho do que eu.

— Espero que pense com carinho na minha proposta, Louren! Posso te ajudar muito. Basta você me agradar querida! Da maneira que quero...

Na mesma hora, senti meu rosto esquentar de raiva. Apesar dele ser um homem bonito, era um verdadeiro sem-vergonha que não escondia suas verdadeiras intenções por trás de um sorriso lindo. Apenas revirei os olhos e me virei de costas. Ele havia me dado tempo para pensar, então era o que eu faria.

Assim que entrei em casa, percebi que estava tudo bagunçado e minha mãe estava na cozinha, ao lado do meu irmão, limpando seus ferimentos. Olhei completamente perplexa para entender o que havia exatamente acontecido aqui.

— Mas o que diabos aconteceu aqui? Não me diga que aqueles homens tiveram a audácia de entrar no nosso apartamento e fazer isso?

— Filha, aqueles homens invadiram nossa casa e bateram no seu irmão. Ele não quer me contar o que está acontecendo! Mas sinto que ele se meteu em uma encrenca grande. — percebi que minha mãe estava nervosa e com medo, então entreguei um remédio para ela colocar debaixo da língua.

— A senhora não sabe como o Luan é, mãe? Com toda certeza, mexeu com alguma mulher, e os irmãos vieram dar aquela surra básica nele. Não se preocupe com isso, vá se deitar que já está tarde! Deixa que cuido dele...

— Está certo, filha! Vou me deitar, sabe que essa doença me deixa muito cansada e hoje passei um estresse horrível! — concordei com ela, ajudando-a a chegar até seu quarto.

Assim que voltei para a cozinha, Luan colocava gelo na boca para diminuir o inchaço, enquanto eu comentava furiosa.

— Você tem ideia do problema que estamos vivendo, não é, Luan? Tudo por culpa desse jogo maldito, um vício que você não consegue largar. — ele me olhou de maneira culposa, expressando dor ao colocar gelo na boca.

— Por favor, Louren, não faça eu me sentir pior do que já estou! Me arrependo amargamente de ter me envolvido em uma jogada dessas…

— Bom, em todo caso, penso que tenho uma solução e não vejo outra maneira de resolver isso, Luan! Estou atolada em dívidas e se eu não pagar essa conta, é capaz de nossa mãe ou eu pagar pelo que você fez. — ele me olha confuso, sem entender onde estou querendo chegar com aquela conversa.

— Onde você está querendo chegar com essa conversa, Louren? Que tipo de proposta seria essa, posso saber?

— Então, você sabe que não tem outro jeito, Luan? Um cliente da boate onde trabalho me ofereceu muito dinheiro para que eu assinasse um contrato sexual com ele. Não estou vendo outra maneira a não ser aceitar. — ele levanta completamente contrariado, não aceitando esse tipo de coisa, respondeu se negando a concordar comigo.

— Nem se atreva a dizer que vai aceitar uma coisa como essa! Pois eu não permitirei que você faça isso, você não é nenhuma puta para se sujeitar a tal coisa. Essa dívida é minha, darei um jeito de pagar!

— Luan, eu não estou pedindo a sua autorização, eu sou maior de idade! Acontece que enquanto você vive a sua vida lá fora leviana sem preocupação alguma, quem tem que arcar com tudo aqui dentro de casa sou eu. Não estou dando conta de pagar as contas sozinha e principalmente os remédios de nossa mãe. Você sabe que ela não pode ficar sem eles, devido ao tratamento, e não me importo se tenho que passar por isso para salvar a vida da minha mãe e principalmente a sua. — Luan novamente se senta na cadeira e responde de maneira cabisbaixa e triste.

— Isso é tudo culpa minha, Louren! Me perdoa? Eu deveria ter te ajudado mais e não ficar arrumando mais confusão, cumprido meu papel de irmão mais velho. Acontece que depois da doença da nossa mãe, fiquei meio perdido e acabei me deixando levar por drogas e bebidas. Não deveria jogar toda a responsabilidade nas suas costas, isso não é certo.

Notei que Luan confessa aquelas palavras com os olhos cheios de lágrimas, posso perceber o sofrimento do meu irmão, porém um de nós dois tinha que ser forte para continuar, e mais uma vez preciso me sacrificar pela família. Só tenho ele e a minha mãe, e por eles sou capaz de realizar qualquer coisa. Segurei em seu rosto e comentei com os olhos cheios de lágrimas.

— Preciso fazer isso! Logo os remédios da mãe acabarão, e ainda está muito longe de eu receber. Às vezes, temos que efetuar sacrifícios pela família. Espero que você entenda? Pagarei a sua dívida, e tem que me prometer que não vai mais se meter com esse tipo de gente.

— Nunca mais, eu te prometo! Daqui para frente vou arrumar um emprego e te ajudar a cuidar da nossa mãe, mas me sinto culpado que você tenha que passar por isso, Louren, pois você não merecia. — respirei fundo, observando-o, e me levantei, pegando a minha bolsa. Respondi:

— Sei que não será fácil, mas penso que é por uma boa causa. Estou fazendo isso pelas pessoas que amo. Vou me deitar, Luan! Estou cansada. A noite foi muito puxada. A boate estava lotada. Com licença…

Virei-me para ir embora para o meu quarto, quando Luan comentou mais uma vez, observando-me.

— Louren, minha irmãzinha! Eu te amo. Obrigado por me livrar dessa.

Apenas sorri e continuei caminhando pelo corredor. Amanhã, daria a resposta que tanto aquele cara queria. Meu Deus! Eu não sei o que estou fazendo da minha vida? Mas há momentos em que precisamos ser fortes para enfrentar o que tem para vir.

No dia seguinte, fui até o mercadinho da esquina para comprar algumas coisas que já estavam faltando em casa. Quando retornei, vi aqueles homens de novo na frente do meu prédio. Engoli em seco, pois eles me reconheceram e se aproximaram de mim. Um deles comentou, olhando-me seriamente.

— Cadê aquele safado do seu irmão? Nosso chefe mandou avisar que se ele não pagar até o final de semana, ele pode contar que a sua vida já era…

— Diga para o seu chefe que vou conseguir o dinheiro até sexta-feira! Só preciso que vocês me dêem algum número para contato. Vou dar um jeito. — observei-o puxar um caderninho da sua jaqueta e escrever o número de telefone, rasgando-o do caderno e me entregando.

— Esse é o número dele. Pode ligar depois das 9 horas da manhã. Mas acho bom você não ser uma mentirosa! Pois se for, assim que cuidar do seu irmão, também vamos dar um jeito em você. Luciano ia adorar ter uma nova putinha… — olhei seriamente para aquele homem nojento e respondi, não segurando a minha língua.

— Como eu disse a vocês, vão ter o seu dinheiro! Agora saiam da frente do nosso prédio, pois o porteiro acabará chamando a polícia. Se começarem a desconfiar de vocês, agora me deem licença. Preciso subir, que daqui a pouco tenho que trabalhar.

Não deixei que nenhum deles me dissesse qualquer coisa e subi para meu apartamento. Era só o que me faltava ainda ter que virar prostituta daquele chefe de casino. Luan cuidou do almoço, enquanto ajudava minha mãe a fazer os exercícios, para que seus nervos não se endurecessem. Eu tinha muita vontade de terminar meu curso de fisioterapeuta, porém, isso era quase impossível, tendo que cuidar dela diariamente.

Arrumei-me como de costume para ir à boate. Assim que cheguei, comecei a fazer o meu trabalho, quando senti as mãos de alguém na minha cintura. Virei-me e observei o mesmo homem de ontem sorrindo. Ele levantou as mãos em rendição e pediu uma bebida no bar. Olhando para mim, perguntou:

— Me desculpe, eu não consegui evitar. É que você está tão gostosa nessa roupa! Mal posso esperar para ter você para mim, Louren… Mas me diga, você pensou na minha proposta?

Não podia negar o quanto ele é bonito, mas era muito canalha. Não conseguia disfarçar suas intenções maliciosas. Respirei fundo e respondi sem cerimônia nenhuma:

— Sim, eu aceito! Preciso desse dinheiro com urgência. Se você me der, amanhã mesmo assinamos o contrato.

— De quanto exatamente você precisa? Posso providenciar isso amanhã mesmo. Pedirei para meu advogado cuidar do contrato. Mas é bom que você saiba que não vai trabalhar mais aqui. Não quero nenhum homem dando em cima do meu novo brinquedinho. — segurei a minha língua controlando a vontade de lhe dar uma bela resposta, porque preciso do dinheiro e ele é minha única saída.

— Preciso de R$ 100.000 você vai ter para me dar?

Ele apenas sorriu como se fizesse pouco caso do valor e respondeu, me olhando maliciosamente:

— R$ 100.000 e mixaria para mim, garota. Vou te passar o meu endereço e você me procura no meu escritório amanhã!

Apenas concordei com as palavras dele enquanto ele me entregava um papelzinho. Coloquei no meu sutiã e me despedir, enquanto ele continuava me observando. Agora, não podia mais voltar atrás. Havia aceitado ser sugar baby de um cara mais velho do que eu. Estava à mercê de um completo desconhecido.

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