O amigo retorna

Narciso já exausto de passear pelo zoológico resolveu se sentar próximo a pequena ilha onde estavam os macaquinhos. Dali conseguia contemplar as travessuras desses animais. Seus amigos comiam bolachas e salgados ao seu redor. 

Paulo joga farelos na cabeça de Bia e grita:

__ Os macacos vão pular em você. (risos)

__ Meu cabelo! Seu maluco, agora vou te pegar. Diz isso e levanta rapidamente, para então cumprir a promessa. 

Nesse momento Narciso percebe que tudo ao seu redor paralisa como nas brincadeiras de parquinho, mas não só seus amigos, os macacos , toda a natureza. Até o riacho estava parado. Esfrega os olhos, e fixa novamente. Realmente tudo parado.

Olha para o céu pássaros em pleno vôo parados, um macaco que pulava no calho também. “Será uma miragem” pensou. “um sonho talvez”.

Algo estava muito errado, aquilo não era possível, caminha lentamente,vê , as formigas não se movem. Ao longe homens de calça, sapatos e camisa de manga comprida preta passeava tranquilamente, pra eles parecia tudo normal. 

Seu coração acelera, tem que ser um sonho, mas não parece sonho, tudo lhe mostrava, muito real, então pega uma bolacha , do pacote da mão de seu amigo Robson e come, precisava saber se ia sentir o gosto. “Deliciosa”pensou “não é sonho”.

Desesperado leva as mãos aos ouvidos, fecha os olhos e grita:

__ Quero voltar ao normal! Me ajudem!

Assim que abre os olhos tudo volta ao normal, cada coisa no seu devido tempo. Narciso estava tão apavorado, que seus amigos assustaram. Ao ver a situação Egon se aproxima e pergunta, se baixando para olha lo nos olhos:

__ Aconteceu alguma coisa?!

__ Eu não sei, eu não sei. Foi tudo muito estranho, como se o mundo parasse nada se movia.

__ Pode ser esse sol forte na cabeça, vamos procurar uma sombra, e tomar bastante água. Diz isso trazendo Narciso pra perto de si, desejava passar confiança.

Sentado de baixo de uma sombra, após Narciso tomar muito liquido, já calmo, o garoto explica exatamente sua experiência, todos acham muito interessante a historia, mas não viram nenhuma hipótese de ter sido real. Nem mesmo Egon experiente no assunto acreditou ser possível, uma vez que uma criança e ainda sem o doti entrasse na eternidade. Para ele, só podia ser uma lembrança passada, nada alem disso.

O momento assustador passou muito rápido para o garoto, mas por minutos grandes coisas aconteceram fora do cronus.

Ao entrar na eternidade, Aziz, Ramses e seus aliados dividem se para confundir as defesas do grupo dos Essênios que protegiam o Zoológico, o pergaminho da força, era cobiçado por varias forças naturais. Já sabiam onde estava escondido o pergaminho da força ao desvendar a fala do profeta Balaão, que disse “Portal Brasil Zoo SP, sol no centro,traduz Centro do zoológico, força traduz chifre, artefato natural, traduz o próprio animal, por tanto, o pergaminho estará no chifre do rinoceronte que estiver no centro de tudo”.

Ramses um Dragão declarado inimigo dos planos dos Essênios, ao ser avistado rapidamente seria atacado, então por estratégia não foi para o centro do zoológico onde estaria o pergaminho, levou consigo alguns aliados, mas esses permaneceram distantes, pois atacaria no momento oportuno.

Esse pergaminho, estava enquadrado no grupo das regras internas, aqueles que dá poderes somente para quem ler o pergaminho em voz alta, o da força aumenta o poder individual, por isso faz parte desse grupo.

Tudo ocorreu conforme o plano, a única falha crucial foi na tradução do profeta Balaão, esse confundiu o detalhe da profecia que dizia: Brasil Zoo Sp, pergaminho da força, artefato natural, o animal momento do cronus sol centro do céu.

Quando era passado por profetas por enigma, normalmente havia esse problema, precisava de uma tradução eficaz, no caso Balaão não se atentou para os detalhes da visão e simplesmente revelou em palavras a revelação transcendental.

Por ordem dos Essênios, Flavio estava ali somente para impedir que o pergaminho fosse encontrado, mas ele entendeu no momento que era necessário retira-lo do local. O pergaminho da força era proibido por eles de ser usado, visto que fazia parte dos poderes individuais, tentação essa que iludiu muitos entis, que acabaram indo por caminhos contrários ao natural que foi criado.

O profeta Andernon, havia lhe dito que o pergaminho estaria possivelmente no centro do Zoológico, por ser um pergaminho da força, esse símbolo deveria apontar onde estaria o artefato natural. 

No momento que estava no topo da arvore, o poder intuitivo de Flavio o conduziu a olhar para a sombra do chifre do rinoceronte no centro, o único que estava fazendo sombra no solo, pois os outros estavam embaixo das arvores, então pensou “terei de ser rápido, ele não pode me ver retirando o artefato, cada movimento será devidamente calculado”. A execução de seu plano foi perfeita, cada ataque iludiu o inimigo, que olhava somente para ação hostil e sincronizada de seu oponente. Azil acabara de experimentou a astucia e genialidade de um defensor, que em uma jogada derrotou seu inimigo, que com convicção achara ter saído com a vitoria.

Findava o domingo, quando as ultimas crianças entravam no ônibus, para deixarem o zoológico de São Paulo, Narciso já havia sentado em seu lugar, quando da janela observou seu tio acenando de fora, para que viesse ao seu encontro, assim que o viu. Levantou e correu pelo corredor o ônibus empurrando os que ainda entravam, ouviu algumas reclamações , mas nada impediu de seguir com seu objetivo.

Paulo e Bia ao ver o amigo passando por eles,tratou logo de segui-lo. Aproximaram de Flavio que disse:

__ Soube do que ocorreu com você meu sobrinho, não se preocupe, esse fato ocorre com os homens da nossa família, não tão cedo assim (sorri), mas é normal.

__ Aconteceu com o senhor? Pergunta com um leve sorrio no rosto.

__ Sim, claro eu tinha 18 anos, era ultimo dia de aula na escola, eu fiquei apavorado.

Naquele momento Narciso ficou tranqüilo, pois sabia que não estava ficando louco, como havia ouvido alguns meninos que ouviram seu relato. Até chamado de esquisito começaram uns e outros buscando criar uma narrativa para suprir os desejos humano de menosprezar os outros.

__ Como foi?!

As três crianças fixaram os olhos no rapaz, que contava o ocorrido com naturalidade. Buscando deixa los confortáveis respondeu.

__ Bem na hora da euforia, onde muitos arremessavam seus cadernos para serem tradicionalmente chutados (sorri), correria gritaria e de repente tudo parou, caminhei entre as pessoas, chamava as pelo nome e nada, era um silencio total, até que tudo voltou ao normal. Contei para meus amigos, mas só consegui tirar risos e chacotas.

__ Na minha visão tinha dois homens vestidos de preto que caminhavam ao longe, mas me olhavam.

__ Também os vi, e de perto a face deles eram idênticas, verdadeiras copias. Eles me olhavam, mas não diziam nada. 

__ Assustador! Diz Narciso com olhar de alivio dessa vez.

__ Bastante, mas não fica divulgando essa “visão” pra ninguém, outro dia vou até sua casa, e então conversamos sobre esse “Don” que nossa família tem. Diz em tom de brincadeira e ao final afaga a cabeça do garoto e se despede.

O ônibus parte dali, as crianças acenam da janela se despedindo, enquanto vão saindo, assim que o ônibus vira a esquina Leandro Ramos, o primo de Flavio se aproxima e diz:

__ Tem um propósito esse fato,tenho certeza. Você sabe que é impossível uma criança de 12 anos acessar a eternidade dessa forma.

Rapidamente, Flavio olha para trás, pois reconhece a voz, mas estranha o fato de ter aparecido nesse momento.

__ Por que apareceu aqui só agora,não desistiu da causa? Pergunta lhe estendeu a mão para cumprimentar. 

Leandro fazia parte do grupo dos Essênios, mas havia desistido de lutar, pois tinhas umas idéias revolucionaria, acreditava que a força superior iria ajudar a aniquilar todos os que haviam traído a forma natural que foram criados.

Pertencente a raça dos ratos, sem muito poder de ataque, mas dotado em sabedoria,na arte de estratégia de guerra e disfarce. Resolveu deixar o grupo por não acreditarem em suas teorias. Por muito ele sempre teve seu lugar de honra na equipe, mas depois que começou a basear as estratégias em teorias improváveis sua credibilidade acabou forçando a ficar sozinho.

__ É primão, não aprendeu nada comigo, depois de tantas tarefas que fizemos juntos. Diz depois de apertar a mão de Flavio, com leve tom de ironia, que lhe cabia sempre.

__ Aprendi o suficiente pra te dizer que vou procurar o Andernon, e lhe informar o fato.

__ Aproveite e diga a ele que o pergaminho do tempo foi lido por Diego Vaz, o fim começou.

Agora o coração de Flavio começou a palpitar, sua reação de espanto poderia ser visto por qualquer um que passasse. Gostaria de acreditar que Leandro estava brincando, pois seus inimigos haviam realizado algo terrível.

__ Como assim?! Ninguém ficou sabendo, porque nada foi alterado?

__ Ele decifrou o enigma, todos que tentaram impedir de pegar o pergaminho do tempo morreram, a noticia começara a espalhar em breve. Disse Leandro com toda convicção.

Depois que Leandro saiu dos Essênios, continuou cruzando informações codificadas entre os entis que queriam o fim do cronus. O pergaminho do tempo estava escondido nos confins dos tempos, onde nenhum ser poderia decifrar ou se quer sentir seu paradeiro.

Até que iludido por Romã, Satura o enti que escondeu o pergaminho mencionou onde ele estava e que momento o artefato seria visto, o resto o RAFI orientou seu senhor.

Aconteceu antes mesmo que pudessem tentar impedir de realizar essa desordem no mundo dos entis. Alguns Guardiões e soldados que estavam no castelo puderam tentar evitar que Diego pegasse o pergaminho, mas mal sabia pelo o que lutava, pois até eles não sabiam onde ele estava escondido.

__ O pergaminho do tempo foi escondido até mesmo dos guardiões, por isso ninguém estava sabendo, o véu dos tempos foi rasgado, agora os paralelos e meridianos se embaraçarão se prepara para o caos. Diz Leandro começando a afirmar baseado em suas teorias.

Flavio não conseguia entender como seus mentores não sabiam do acontecido, mesmo porque Leandro tinha muita informação sobre o caso. Rapidamente a alegria de estar com o pergaminho da força, perdeu o sentido, visto que a vitoria dos inimigos era patente ao seu conhecimento. Recebera muitas informações para um só dia, precisava ir para casa, assimilar tudo aquilo e então informar seus superiores. 

__ Tinha uma pedra asteca no local, ela foi encontrada aqui no Brasil, precisamos pegar aquela pedra antes que o poder de sua absorção,seja usada para realizar algo muito pior.

Flavio ouve aquelas palavras de Leandro, mas não conseguia raciocinar, pois não havia nada pior que o pergaminho do tempo ser encontrado, pensava ele, mas Leandro continuava a insistir na importância da pedra, quando rudemente é interrompido por Flavio que diz:

__ Preciso ir, obrigado pela informação, logo entrarei em contato. 

Mal acaba de falar essas coisas, vira se , despede se e caminha em passos largos em direção ao seu veiculo, ouvindo o som da voz de seu primo que diminuía na medida que se afastava, o qual continuou a fala sem sair do lugar:

__ Tudo que está por vir não saiu do controle natural das coisas, o plano principal permanece, somos peão em um tabuleiro de damas, deixe que a eternidade se carrega do tempo. Precisamos pegar a pedra da garota.

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