Eu já tinha perdido a noção do tempo, não tinha ideia se havia passado algumas horas, um dia ou até mais. Um homem me trouxe comida e água, mas para fazer necessidades eu só tinha da merda de um balde naquela cela.Passava a maior parte do tempo deitada remoendo tudo o que tinha acontecido, pensando em na minha vida com Ale, fantasiar era o que mais estava me mantendo lúcida naquele buraco ou eu já teria tido um ataque.Eu me via junto com ele e com uma menininha, não sei porque mais comecei a imaginar que seria uma menina, nós três brincando em um jardim cheio de flores em um dia de verão. Ou fazendo coisas do dia a dia como brincar durante o banho, trocar fralda, dar comida.Eu queria tudo isso com ele, uma vida normal e tranquila, sem toda essa bagunça, confusão de sentimentos, sequestros e mortes. Me encolhi ainda mais no canto e esfreguei minha mão na barriga, mesmo que não houvesse nenhum indício de gravidez ainda, eu sabia que tinha uma vida ali e isso me bastava.— Que bom que
Eu tinha sido socado, chutado, meus pés foram feridos com a porra de um chicote ou algo do tipo, enquanto eles tentavam enfiar na minha cabeça repetindo por horas o que iriam fazer se eu tentasse qualquer gracinha ou se incentivasse minimamente Magie a fazer algo.Eles deixaram bem claro como a estripariam, abririam sua barriga e me deixariam vê-la sangrar até a morte, como fariam revezamento entre os homens para abusar dela me obrigando a assistir o sofrimento dela, essas e outras coisas tenebrosas que eu não queria nem mesmo pensar novamente.Mas no meio de tudo isso eu entendi o que eles queriam, precisavam que eu mantivesse Magie calma e obediente, o que significava que iriam mantê-la aqui por muito tempo. E eu não entendi o motivo, não até ouvir o chefão dizer que a manteria ali por nove meses.Então tudo se encaixou, eles queriam o nosso filho, iriam esperar que nosso bebê nascesse para o levar. E isso era uma coisa que não ia acontecer, mesmo se eu tivesse que fazer um pacto co
— O levaram! — foi a primeira coisa que eu disse a Patrick quando ele atendeu. — Ele se entregou para o levarem até ela, coloquei um rastreador nele antes que fosse levado, mas não vai gostar de saber onde eles estão.— Venha pra cá, vamos dar um jeito nisso juntos!Manquei até o carro do outro lado da rua, mas antes de entrar dei uma última olhada na casa em chamas, a casa onde alguns dos meus homens estavam queimando.No momento em que aquele homem disse que precisava de Alejandro eu soube o que iria fazer, por isso o puxei para trás e grudei um dos adesivos de rastreamento em seu peito, sabia que iriam levá-lo até Magie, por algum motivo doente.E assim que sumiram nas escadas eu corri, me apressando em quebrar a madeira do chão com um dos martelos que trouxe para a tortura, só parei quando consegui um buraco que me coubesse, nem mesmo com a fumaça me cegando e sufocando eu parei.Foi questão de segundos e a casa já estava em chamas, quente como o inferno, as vigas caiam, a madeira
Ter Alejandro perto de mim tinha conseguido me acalmar, por mais que eu odiasse concordar com o pedaço de merda que tinha me dado a vida, mas eu me comportei com ele pois não suportaria vê-lo machucado ainda mais.Ficamos abraçados por um longo tempo, quando trouxeram a comida eu o forcei a comer, mesmo que ele insistisse que não tinha fome, mas comeu apenas para me agradar. Ele com toda certeza estava com muita dor que até mesmo seu apetite tinha desaparecido.Por isso depois eu puxei o colchão para perto dele para que conseguisse se deitar. Eu fiz o mesmo, me encolhendo perto dele deixando que me envolvesse com seus braços de forma protetora.Mas para aproveitei melhor o tempo em que ele estava adormecido para ver melhor todos os machucados dele. Não tinha sido apenas seu rosto que foi socado descobri quando ergui sua blusa e me deparei com o torso em vários tons de machucado, arroxeado, misturado com tons de vermelho e amarelo, logo tudo estaria em um tom muito escuro.Acariciei os
Eu não me importava de morrer, não me importava com o que iria acontecer comigo, só conseguia me importar com Magie vendo todas aquelas atrocidades, ouvindo toda aquela merda, passando por todo esse estresse.Quando o alicate cortou meu dedo fora eu gritei com a dor e o choque, meu corpo já estava pronto para apagar, me fazer esquecer tudo e deixar que me matassem de uma vez. Mas vê-la sangrando e chorando, me forçou a continuar acordado por ela.Aquilo não podia estar acontecendo, não com a minha garota, não com a gente, era tudo o que passava na minha mente enquanto ela tentava colocar a mão no sangramento, mas só sangrava ainda mais enquanto se mexia.— Parece que você é mais inútil do que pensei! E não vamos mais precisar de você. — o homem que nos mantinha ali afirmou, sem se importar com o sofrimento da própria filha e se aproximou de mim com a arma em punho.Magie caiu deitada no chão e quando a porta do galpão explodiu ela fechou os olhos.— Magie? — chamei em meio aos tiros e
Eu ouvia um bip insistente, como um despertador irritante, mas eu não queria acordar. Sentia uma dor por meu corpo todo, minha cabeça estava pesada e minhas pálpebras pareciam pesar uma tonelada. Nada me ajudava a acordar, mas senti uma mão apertar a minha e eu me forcei a abrir os olhos.Demorei a conseguir enxergar alguma coisa, a luz forte e as paredes brancas me cegaram por um minuto e então eu finalmente o vi. Alejandro estava ali deitado na cama ao meu lado com a mão sobre a minha, apertando firme.Meu coração deu um salto no peito por ver os olhos dele abertos me encarando, como se tivesse passado tempo de mais me observando dormir e agora não conseguisse acreditar que eu estava acordada.— Oi irritante. — foi a primeira coisa que falei com a voz rouca de mais, saindo aos tropeços.— Oi Barbiezinha. — ele se virou jogando os pés para fora da cama e se apoiou nos braços antes de levantar, parecendo fraco. — Como você está se sentindo amor? — ele perguntou se curvando sobre mim e
Eu estava prestes a pedir minha Barbie em casamento quando a porta foi aberta com um estrondo nos assustando no mesmo instante. Depois de toda a merda que tínhamos passado estávamos com os nervos a flor da pele, totalmente alertas a qualquer barulho diferente.— Mãe? — Magie perguntou confusa com a invasão repentina.A enfermeira entrou logo atrás da mãe de Magie, todo mundo com uma cara confusa, provavelmente preocupados com o aparelho que tinha acabado de disparar.Mas ela saiu no mesmo instante que viu não ser nada de mais, estavamos todos bem.— Oi... filha. — ela respondeu, mesmo incerta de como deveria chamar a minha Barbie. — Seu coração disparou e eu fiquei preocupada.— Ahh não, ele só ia fazer um pedido e eu fiquei meio eufórica com isso. — Magie falou apontando para mim, mas pelo jeito aquele era o momento em que eu deveria sair dali e deixá-las a sós para conversar.Me virei para ela e plantei um beijo no topo da cabeça dela, tomando cuidado com todos os machucados já que
Me virei na cama e encarei o rosto dele adormecido, deslizando meus dedos por seu peito. Finalmente tínhamos paz e tranquilidade, nada mais estava no nosso caminho, não havia ninguém querendo nos matar e finalmente podíamos respirar aliviados.Nossa menininha estava bem e crescendo mais a cada dia. Alejandro quase tinha enfartado quando descobriu que era uma menina, pois todos decidiram dizer o quanto ele ia sofrer em manter todos os garotos longe dela, especialmente Patrick e Luke.— Bom dia, Barbiezina. — a voz rouca dele me tirou dos meus pensamentos, me fazendo encarar os olhos verdes enigmáticos mesmo que ele estivesse sonolento.— Bom dia noivinho. — respondi agarrando o corpo dele me aproximando ainda mais.— Tem que parar de me chamar pelo diminutivo! — ele se virou enfiando o rosto na curva do meu pescoço, deslizando o nariz em minha pele e me arrepiando dos pés a cabeça.— Eu até faria, mas não lembro o quão grande você é, até me esqueci como é tê-lo dentro de mim. — ele me