Fomos todos para a chácara e eu e Alex ficamos separados, enquanto nos arrumamos. Cristal e Filippo corriam felizes a brincar. Dona Esther não se cabia de tanta felicidade. Ela estava bem vestida, olhando os convidados chegarem. Era para ser uma cerimônia simples, mas dona Mirtes convidou alguns amigos do exterior. Eu passei o dia sem ver o meu noivo e não estava ansiosa, nem um pouco mesmo! Alex estava pronto. Um noivo extremamente belo. Ele se olhava no espelho, enquanto o pai lhe falava. — Meu filho, acordei tudo com a mãe dela, não se preocupe, logo que o seu filho nascer, ela vai embora e o meu neto ficará com você! Alex se assustou. — O que está dizendo? Acordo! Fez acordo com aquela mulher! Com que propósito? Andradas tentou se justificar. — Filho, eu sei que está se casando por conveniência, você nunca se casaria com a babá da sua filha! Eu tomei a liberdade de negociar com a sua sogra, porque ela é uma mulher muito ambiciosa e não foi difícil, acredite! Alex ficou b
Alex ficou em choque, sem acreditar que eu tive coragem de lhe afrontar diante dos convidados. Eu corria no meio do mato ouvindo os gritos da minha mãe. Eles ficaram cada vez mais distantes. Eu parei de correr para controlar a respiração ofegante. — Parabéns! Você é muito corajosa! Eu me virei subitamente para ver de quem era aquela voz. O mesmo homem estranho que estava do lado da minha mãe. — Quem é você?— eu quis saber, muito assustada. — O seu salvador!— ele disse brincalhão. Eu franzi a testa e ele me estendeu a mão. — Muito prazer, meu nome é Klaus, mas pode me chamar de papai!— ele conseguia ser divertido num momento como aquele. — O quê! Pai!!! Ele riu e segurou a minha mão. — Melhor você vir comigo, pois não têm outra opção! Eu olhei na direção de onde eu tinha partido em retirada e aceitei prontamente. Saímos correndo de mãos dadas até alcançarmos uma estrada de barro. — Precisamos de ajuda!— ele disse pegando o celular. Eu vi que ele fala
Eu despertei num quarto de hospital, uma enfermeira simpática mexia no soro que fazia correr pela minha veio, a medicação. — Onde eu estou?— indaguei sonolenta. — Você teve uma queda de pressão e está aqui para fazer alguns exames— A moça explicou. Eu fui me lembrando aos poucos de tudo e corri os olhos procurando o meu vestido de noiva. A moça sorriu e disse: — Tivemos que tirar o seu vestido e colocar essa roupa hospitalar, mas não se preocupe, ele está intacto. Eu pensei em Alex, e porque não tinha ninguém comigo no quarto? A enfermeira parecia ler os meus pensamentos. — Todos queriam ficar aqui dentro, mas o médico proibiu até você fazer os exames. O seu noivo ficou muito tempo lá fora, desesperado. — Alex! — O nome dele é Alex? — Sim! A moça sorriu e saiu. Eu suspirei resignada e esperei a visita do médico. Ele chegou um tempo depois. — Senhorita Schmidt! Como está? Eu já falei com o seu noivo, o casamento terá que esperar um pouco. Eu arregalei os olhos. — Eu t
Adriana entrou no meu quarto e eu fiquei surpresa. — Doutora Adriana!— Eu exclamei. — Quem é filha?— meu pai quis saber. — A juíza, amiga do Alex. — Nem tão amiga assim!— Adriana me corrigiu. — O quê!— Meu pai indignou-se. Eu suspirei desanimada. Os ânimos iam se alterar novamente. Eu já estava esgotada. Meu pai começou a enxotar Adriana: — Aposto que veio atacar a minha filha por causa daquele juiz mulherengo! Vá embora daqui! Veio para fazer a minha filha perder o bebê? — Não, de forma alguma! Pelo contrário!— Adriana falava insistindo para não sair do quarto. — Deixe-a pai! Quero saber o que a trouxe aqui— eu disse, respirando com dificuldade. Adriana se recompôs e começou a falar: — Você sabe que eu dormi uma noite com Alex… — A qual você o dopou!— eu a cortei. Adriana titubeou por um instante e depois encontrou fôlego para me envenenar. — Mas deu pra fazer muita coisa no dia seguinte, acredite, ele não falaria para você! — Já chega! Saia daqui!— meu pai se a
Eu fiquei incrédula. Foi ali que a minha vida começou a dar um novo rumo. — Ponha-se para fora daqui!— meu pai gritou histérico, apontando para a porta de saída. — Deixe pai! Eu quero ouvir o que ele tem a me dizer— eu disse séria. Meu pai ficou boquiaberto. — Mas filha, esse homem estragou a minha vida, o meu casamento!— ele argumentou. Eu olhei para aquele estranho elegante, que mais parecia uma réplica do Alex, só que mais velho e ergui o queixo para falar: — Eu sei pai, mas o senhor estragou a vida de uma adolescente de quinze anos, e mudou o seu destino. O senhor pode imaginar o que aconteceu com a vida da minha mãe, depois que foi embora do Brasil? Dona Esther ficou inquieta, depois que ela se casou com o meu padrasto e deixou a vida de prostituição, não gostava nem de lembrar desse tempo. — Eu posso imaginar — meu pai disse olhando para a fisionomia assustada da minha mãe. — Melhor não entrarmos em detalhes!— ela disse confusa. Como todos davam atenção a
Max tentava animar o sobrinho. — Eu fiquei de voltar amanhã, vou ver o que faço! Por que não toma coragem e vai falar com ela? Alex meneou a cabeça entristecido. — Depois do aborto, ficou uma ferida, tio. Melhor deixar ela no seu canto. Max passou a mão pela testa, espalhando o suor. — Luana está enciumada, quer ir embora! — Não quero lhe prejudicar, tio. Max inclinou o corpo para frente, falando com os olhos agitados: — Alex, estou fazendo isso com prazer, não se preocupe! Se Luana quiser ir, que vá, eu já lhe avisei que vou ficar, não sou casado com ela! Max voltou a encostar o corpo no sofá e riu, retrucando irônico: — Casamento não é o meu forte, você sabe! — Sei, o senhor é um mulherengo incorrigível, não foge a fama dos Andradas! Max ficou inflamado. — E por falar nisso, o Klaus, aquele imbecil, está espalhando essa história! A sua noiva deve estar contaminada! Alex ficou pensativo. — Ainda mais com essa história da Adriana. Como ela teve coragem d
Eu relutei, claro, depois de deixar um juiz no altar, quem não ficaria assustada? Eu falava temerosa, gesticulando muito: — Não Max, na casa do Alex, não! Ele deve me odiar pelo que eu fiz, eu não tenho cara para olhar aquela dona Mirtes, nunca vi mulher mais cobra! — Foi a condição que ele impôs, Bella, eu sinto muito!— Max falou sério. Eu engoli em seco e fiquei ofegante. Olhei para os lados, impaciente. — Ver o Alex! — Não, ver a Cristal!— Max me corrigiu. — Tudo bem, eu preciso só me trocar!— eu disse confusa. Max ficou rindo divertido e enquanto isso, minha mãe chegou para lhe fazer companhia. — Está se divertindo muito às custas da minha filha?— ela chegou atacando. Max ergueu as sobrancelhas e riu cinicamente. — Quanta hipocrisia! Essa não é a mãe que empurrou a filha virgem em cima de um viúvo carente? Minha mãe avançou com o corpo para frente se defendendo alterada. — Eu via neles uma chance de ser um casal, mas já com
Eu balancei a cabeça me esforçando para tirar os olhos do Alex que me sorria com aqueles olhinhos tão apertadinhos. — Ah, oi Alex!— Minha voz estava cheia de emoções. — Oi, Bella!— ele também parecia emocionado. Eu ri sem jeito e pensava se Alex teria esquecido aquela cena patética, onde eu o deixei na hora do “ Sim” e saí correndo. — Cristal, querida, deixe que a Bela possa entrar!— ele disse um tanto agitado. Max estava atrás de mim e segurou na minha cintura. Ele fazia sempre isso, em todos os lugares que frequentávamos e parecia normal para nós dois. Só para nós dois mesmo, porque os olhares caíram todos sobre a mão dele. — Vocês estão namorando?— Cristal quis saber. Alex ficou incomodado, mas disfarçou, pois se foi ideia dele aproximar o tio de mim! Nesse tempo, eu ainda não sabia. Mirtes olhava curiosa e achava aquela intimidade um tanto comprometedora. Ela deve ter pensado que eu não perdia tempo. Cristal com a sua alegr