Eu cheguei na mansão e coloquei as minhas coisas no meu quarto. Aquele que eu sempre usei. Depois do almoço, Giorgia veio me ajudar. — Coloque um pouco de roupas no quarto do seu marido, para não levantar suspeita— ela disse agitada. — Mas você disse que as criadas já sabem!— eu argumentei. — Sim, mas as crianças não! Vai ter uma situação em que vai precisar sair trocada de lá, e com certeza, vai até ter que dormir lá! Eu concordei pensativa. — É, você tem razão. A Cristal, o Filippo, eles já estão crescidos! — Até os demais não são bobinhos, vai ver quando voltar a conviver diariamente com eles. Eles vão perceber que vocês estão em quartos separados! Melhor seria você já ficar no quarto do juiz mesmo! Eu estremeci com o comentário da Giorgia. Ela achou graça. — Se prepare, ele disse para a sua mãe que não é de ferro para ficar sem mulher! Eu parei de arrumar minha gaveta de lingerie rapidamente. — E isso quer dizer o que? Eu vou ter que serv
Eu achei graça e desci para esperar as crianças chegarem da escola. Foi uma festa quando eles perceberam que eu voltei para ficar. Cristal me abraçou com carinho. — Eu sabia que você não iria me abandonar, Bella!— ela disse emocionada. Filippo veio falar comigo também. — Bella, que bom que resolveu voltar, logo eu vou ter que ir embora daqui, como você bem sabe, nossa mãe vai se casar e eu fico mais tranquilo com você aqui. Eu olhei para o meu irmão emocionada. — Filippo, eu podia tentar convencer a minha mãe a te deixar aqui comigo, mas ela sempre foi tão apegada a você! Ele deu de ombros e sorriu. — Isso era antes do senhor Antenor, mas tudo bem, eu estou conformado. Antônio se enfiou no meio das minhas pernas, querendo atenção. Eu me sentei e o coloquei do meu lado, já não podia mais lhe suspender. Sophia sentou-se do outro lado, e o Junior, mais reservado, inclinou-se para me abraçar. — Obrigado por voltar para casa, mamãe! Eu si
Alex saiu do closet desnorteado, com vontade de gritar, extravasar seu estresse. — Ele subiu, Giorgia! Ficou muito bravo porque eu disse que além de não poder ter mulher por aí, ele também não poderia me tocar! está lá agora, olhando para a minha calcinha! Giorgia também riu. — Aposto que ele falou que não tem a intenção de te pegar! — Exatamente! Rimos juntas. O Alex foi para o banho e olhava para a minha calcinha lá pendurada. — Droga! Isso mais parece uma provocação! Ela nunca teve esse hábito! Eles suspirou e ponderou. — Eu tenho que entender que agora ela carrega dois bebês no ventre. Ele ficou um tempo falando sozinho, durante o banho. — É Alex, foi acolher a ideia do seu pai, agora aguenta! Vai ser tentação demais em cima de você! Essa mulher sabe o poder que tem sobre mim, não é possível! Eu a desejo mais ainda, estando ela grávida, ela sabe disso! Ainda me fala para não encostar um dedo nela! Eu sou de ferro agora, droga! Eu cheguei me fazendo de in
Seguimos para o quarto do Júnior e ele não estava. Antes que eu pensasse em ir para o quarto da Cristal, Alex me puxou, dizendo: — Eles ficam no quarto do Filippo. Fazem as lições lá, eu acho que é porque o quarto é maior! Eu suspirei preocupada. — Minha mãe vai se casar e vai levá-lo embora, será que ele vai se acostumar? Alex se manifestou com relação a esse assunto: — Se ele quiser, não precisa ir! Ela não pode obrigá-lo nessa idade em que ele está! — Eu não vejo como fazer isso sem magoá-la, Alex! — Deixe isso comigo, Bella! Vamos ao quarto dos adolescentes! Eu protestei a brincadeira. — O Júnior não é adolescente, Alex, só tem oito anos! — Fala isso para ele! Ele se acha mais velho, Bella! Ele é grandão, só quer ficar com o casal! Eu me virei surpresa. — Casal! Alex olhou-me tranquilo. — Você acha que eu não percebo as coisas? Eu ia dizer alguma coisa, mas ele bateu na porta, avisando que chegava alguém.
Eu consegui alcançar a porta e abri. Alex me acolheu. — Bella, não faça isso comigo, por Deus! Eu morro se acontecer alguma coisa com você! Depois de falar essas coisas, ele ficou sem jeito e se corrigiu: — Quer dizer, são meus filhos que estão aí! Não pode ser irresponsável assim! Se não se sente bem, peça ajuda! Eu olhava para ele, mais exatamente para a sua boca, enquanto falava: — Foi de repente, eu estava bem, acho que tinha tido um sonho bom com nós dois… — Com nós dois?— ele me interrompeu. Eu fiquei apavorada. Por que eu fui falar? Nem sabia direito como foi aquele sonho, mas eu desconfiava. — Sonhou que fazíamos amor? — ele quase ria. — Não, claro que não!— Eu o empurrei. Ele me segurou novamente, cuidadoso, olhando nos meus olhos. — Você tinha esses sonhos, lembra? Acordava excitada, querendo fazer amor de qualquer jeito! Às vezes eu já estava pronto para trabalhar! Eu ruborizei, que vergonha, ouvir isso do ex marido,
Eu mergulhei no trabalho, tinha que dar mais atenção a uma outra causa também polêmica. Se tratava de um caso de homofobia, onde um jovem se sentiu rejeitado na empresa onde trabalhava pela sua orientação sexual. Ele só precisava provar que perdeu o emprego por esse fato. Não seria tarefa fácil! Acho que era o mais complicado, até aquele momento. Eu pedi que Rosana conversasse com Maximiliano para me dar um auxílio, ele com certeza já se deparou com algum caso parecido. Ela entrou na sala dele para falar a respeito do assunto. — Por que ela mesma não me ligou?— ele quis saber. Rosana ficou sem jeito. — Ela está morando com o marido novamente. Maximiliano ficou chocado. — Sério? Ela voltou com o Alex! Ele é um homem de sorte! Ele sempre ganha! Rosana estava ansiosa para achar uma brecha até que entrou na intimidade do patrão. — Tem visto a francesa? Ficaram de tomar um café juntos, não foi? — Ela está jogando duro comigo! — Max
Ele não respondeu. Se vestiu tranquilamente, o que me deixou nervosa. Depois que ele ficou pronto, tomou a minha mão. — Não quer conversar?— indaguei pelo caminho. Ele não respondeu, mas foi super atencioso e cuidadoso comigo. Eu estava ofegante, enquanto ele procurava parecer calmo, sereno. Bom, eu não insisti mais. Esse assunto só causava discórdia entre nós, talvez por esse fato, ele queria me passar essa mensagem com o seu silêncio. Ele estava sendo muito gentil o tempo todo. Mais tarde, quando subimos para o quarto, Alex ficou falando o tempo todo, enquanto eu vestia a minha camisola. — O meu pai está animado para comprar logo uma casa. Ele quer se casar o mais breve possível. A sua mãe também, não é? Eu quase não a vejo! Eu parecia não ouvi-lo. Estava distraída. — Não está me ouvindo, Bella? Parece que você está presa no mesmo assunto. Você sabe que não quero falar a esse respeito! Não quero ficar brigando com você, eu imagino como deve s
Quando o Alex me viu bem vestida, sóbria, claro, ele ficou surpreso. — Vai sair? — Tenho audiência! — Audiência! Eu estava me maquiando diante do espelho no banheiro e virei para ele. — Sim, tenho audiência. Posso pegar uma carona com você? Alex ficou confuso. — Claro! Ele se afastou e eu voltei a me arrumar. Prendi o cabelo num coque discreto e coloquei uma presilha com minúsculas pedrinhas. Alex se aproximou e passou a mão delicadamente pelo meu penteado. — Ficou bem assim, lhe deu um ar de superioridade! Eu sorri orgulhosa. — O senhor é muito gentil, meritíssimo!— brinquei. Ele pegou a minha bolsa e a pasta que estavam numa mesinha de canto. Eu lhe agradeci com um sorriso e saímos do quarto. Andradas vinha logo atrás de nós, depois a minha mãe também vinha apressada, tentando nos alcançar. Paramos no topo da escada. Alex virou-se curioso. — Filha, filha! Eu preciso da sua ajuda!— Dona Esther falava afoba