Quando eu saí do banho, comecei a perceber que a casa estava muito silenciosa. Vesti um roupão e fui procurar o Alex. Nada dele, eu comecei a ficar preocupada. Não, definitivamente, ele não estava ali. Eu fiquei desolada, achei que ele não queria me levar com ele, então fui passar um café na cozinha e me sentei, apoiando-me na bancada. Depois de um tempo, fui me trocar e vestir um agasalho, estava um pouco frio. Deixei os cabelos soltos, coloquei um tênis e fui para a sala. Estava impaciente, sem ter nada para fazer. Rosana ficou de trazer suas coisas no domingo ou caso eu não estivesse em casa, ela levaria tudo na segunda. Eu achei essa opção melhor, porque eu tinha certeza de que iria ver os meus filhos no fim de semana. Eu estava tão triste e preocupada que não comi nada, e olha que eu sempre comi bem no café da manhã. Puxei a manta do sofá e fiquei ali, enrolada pensativa. Eu pensava naquela francesa solta na mansão e até na Aline,
— O que os namorados fazem? — ele quis saber, tinha um ar de brincalhão. — Tudo o que fazemos, e algo mais. — O que significa esse algo mais?— ele insistiu curioso. — Ir ao cinema, viajar juntos, passar o fim de semana na casa um do outro, e principalmente, dizer para todo mundo que já é comprometido! Alex assentiu. — Está bem, ficamos assim então, eu sou seu namorado e você é minha namorada, portanto não cabe a traição! — Não, não cabe!— Eu confirmei. — Sem beijos na boca!— ele emendou misterioso. — Isso, sem beijos na boca, isso já é traição! Alex saiu do carro e deu a volta para me abrir a porta. Entramos de mãos dadas na mansão. Eu estranhei aquela senhora de uniforme. Alex explicou: — Ah, essa é a mãe da Aline! Ela a está substituindo por uns dias, até ela se recuperar de uma gripe. A mulher era bastante humilde e me cumprimentou com um sorriso genuíno. — E a Giorgia, está de folga?— eu quis saber. — Ela folga nos fins d
Júnior chegou com o pai se sentindo mais seguro, estava até rindo, descontraído. Como estava frio, Cristal e Filippo estavam sempre juntinhos. Eu achava estranho que Alex nem desconfiava que eles namoravam. Na cabeça dele, os dois eram como irmãos. Giorgia chegou para ajudar com o almoço, Théo veio junto com o Gabriel. As crianças ficaram animadas com a visita do menino que tinha nove anos e era bem crescido. Ele já tinha vindo outra vez, mas era sempre uma festa para as crianças receberem alguém na mansão. Eu fui conversar com Giorgia na cozinha e aprovei para ajudar em alguma coisa, enquanto sondava as coisas. — Se quer ajudar, faça o purê de batatas que as crianças adoram! — ela disse agitada. Eu entrei no assunto que me interessada: — O Giorgia, que história é essa de que você tirou a Aline de cena, para deixar a Rose Marie longe do Alex, hein? Luiza ficou sem jeito. — Eu vou arrumar a mesa!— ela disse, pegando umas porcelanas
Eu me virei incrédula. — Como disse? — É, Bella, eu levei as crianças para assistir tv, foi o máximo! O Alex chegou e nos fez companhia! Como vocês dizem aqui, foi uma farra! Eu apertei os olhos indignada. Eu preferia que aquela francesa dos infernos, não falasse bem o portugues, eu preferia não ter entendido nada do que ela falou. Andradas ficou nervoso puxando a namorada. — Vamos subir, Rose Marie! Você fala demais! — Mas o que eu falei demais?— ela fingiu inocência. Eu fiquei para explodir. Por que o meu sogro não dominava aquela ladra de maridos? Eu me virei aborrecida e segui, enquanto os dois ficaram conversando — O que foi bebê? Tem alguma coisa demais assistir tv com as crianças? — Tem com o marido dos outros, Rose! Venha, precisamos conversar muito sério! Eu entrei na sala com as pipocas, parecendo um zumbi. As crianças avançaram nos potes e eles logo sumiram das minhas mãos. — Querida, o que houve? Por que está assim?
Rose Marie começou a falar empolgada: — Eu a deixei enciumada, precisava ver como ela ficou quando lhe contei que estava outro dia na sala de tv com o Alex e as crianças, mas o Andradas, ele insiste em me mandar embora! — Não pode! Tem que se recusar a ir! Diga que a sua família não quer mais você lá, por causa dele! Rose Marie confessou: — Eu contei a verdade — Verdade! Que verdade, do que está falando? — Eu estou falida, Mirtes! Não tenho sequer um lugar para morar! Mirtes ficou chocada por um instante, mas se recompôs rapidamente. — Mas você tem berço, Rose Marie! Enquanto que essa babá, é filha de uma mulher da vida! — Mulher da vida!— Rose Marie ficou incrédula. Mirtes assentiu confirmando e começou a contar: — O Klaus a conheceu quando vivia por aqui! Ela já se prostituía! Só no casamento do meu filho, descobrimos que ele é pai da minha nora! A mãe tentou dar o golpe no Klaus, mas ele foi embora do Brasil sem saber da gravidez! —
— Ol! Desculpe-me, eu te conheço?— ele sorriu curioso. Lívia se aproximou pisando macio. — Você não se lembra? Amiga do Alex! — Alex Andradas? O juiz?— ele se surpreendeu. — Exatamente! — Ele é meu genro! — O quê! — Eu só soube no dia do casamento deles!— ele falou divertido. Lívia estava chocada. — É muita coincidência!– ela exclamou. — Também acho!— ele já chegou sedutor. — Está morando no Brasil?— ela indagou curiosa. — Depende! Lívia sorriu maliciosa. — Eu sou curiosa. — E o que você quer saber? Lívia suspirou. — Cecília! Ele desmanchou o sorriso. — Vocês eram amigas? — Eu sabia de tudo! — Tudo o que? — O caso proibido de vocês! Ele virou o rosto, teve vontade de fugir, de sumir! Livia segurou o seu braço. — Por que a deixou morrer? Ele ficou boquiaberto, estava pálido. — Ela queria ir para a Alemanha atrás de mim! O Alex nunca aceitaria! Ele não a deixaria levar a criança! — C
Rose Marie voltou a afirmar: — O Alex definitivamente não se parece com esse homem a quem ela se referia. — Como pode ter tanta certeza? O conhece há muito tempo? Rose Marie virou o rosto. — Eu conheço quando um homem é íntegro! — E por que embarcou numa canoa furada com o meu amigo! Rose Marie ficou pensativa, depois voltou a falar. — Conhecendo a Mirtes, é possível entender de certa forma porque ele é assim, mas a verdade é que quando o conheci, não tinha muitas escolhas! O barco só afundou mesmo, depois que ele veio para cá! Klaus ficou curioso. — E porque uma mulher extremamente linda como você, estaria sem escolha, a ponto de ver no Andradas uma oportunidade de ser feliz? — Minha família perdeu tudo! Má administração dos negócios, dívida de jogo, investimentos errados e chegamos ao caos! Minha família chegou à falência sem se importar sequer em proteger o nosso teto! — Eu sinto muito! Rose Marie encostou-se nele. Klaus sorriu e encostou o seu rosto no de
Rose Marie sentou-se à mesa e eles conversaram sobre assuntos diversos. Andradas sentia-se mal em estar entre o casal que seguravam as mãos e pareciam ansiosos por se beijar. — Acho que eu vou indo. Poderia levar Rose Marie para casa, Klaus? Klaus se assustou com a iniciativa do amigo. — Não, Andradas! Espere, vamos todos embora, já é tarde! Andradas olhou para Rose Marie que parecia ansiosa. — Não vai fazer esta desfeita com a moça, vai? Acho que ela gostaria de dançar um pouco mais. Klaus olhou para a Rose Marie, que assentiu afirmando. — Está bem!— Klaus concordou sem jeito. — A conta está paga, meu amigo, agora é por sua conta!— Andradas disse isso e saiu. Klaus virou-se para a moça sorrindo nervoso. — Agora é só nós dois! Ela também estava ansiosa. — Posso te levar para o hotel onde estou hospedado? Lá terminamos a noite! Ela aceitou só com um sorriso, e naquela noite, eles fariam amor, depois de serem desprezado