Lívia se recompôs e não deixou que Maximiliano percebesse que havia chorado. Lavou o rosto, secou com uma toalha e voltou para o quarto. Ela apanhou as suas roupas do chão e as examinou por um tempo, até que decidiu não vesti-las. Foi até a sala e voltou vestindo o sobretudo. Maximiliano a observava quieto. Ela fechou os botões do sobretudo e colocou só a calcinha no bolso. O espartilho segurou nas mãos, a bolsa já estava pendurada. — Vem aqui!— Maximiliano disse tranquilamente. Lívia ficou insegura. — Vem!— ele insistiu. Ela foi e ele a fez inclinar para lhe beijar. Foi um beijo doce, demorado e tranquilo. — Fica!— ele pediu, voltando a lhe beijar. Lívia sentiu o seu corpo sendo puxado até cair sobre o leito. Eles ficaram sussurrando. — Fica comigo esta noite!— ele pediu baixinho. . — Não posso! — Por quê? Lívia suspirou profundamente. — Eu não sei, mas eu não posso! — Eu quero fazer amor outra vez com você, quero ac
Alex ficou preocupado. — O que houve, Bella? Por que está tão frágil assim? Eu não queria falar sobre o que tinha acontecido no escritório do Maximiliano, não naquele momento! Eu me abracei mais a ele. — Eu nunca quis ficar sem você nessa vida, nunca quis ter que abrir mão da minha família! Alex suspirou resignado. — Eu sei, meu amor, a culpa foi minha. Eu tornei tudo mais difícil para você! Eu quis apressar as coisas, talvez você tivesse conseguido um emprego de estagiária remunerada, sei lá, qualquer coisa que pudesse te incentivar a crescer na sua área, mas eu te joguei aos leões, eu não sabia que estava te colocando nas mãos de um doente, traidor! Eu fiquei em silêncio. Ele continuou. — Se eu sonhar que ele está te assediando, eu vou responder a um processo por agressão, mas eu acabo com a raça daquele desgracado! Eu estremeci, fiquei paralisada. Alex me afastou para me olhar nos olhos. — Ele tentou alguma coisa com você? Nã
Lucas ergueu as sobrancelhas e saiu atrás do patrão. Maximiliano atravessou o jardim, apressado, parou diante do portão, onde Alex estava o esperando, e foi falando debochado: — O que veio fazer aqui? Não me diga que está procurando a sua mulher outra vez? Alex se alterou e sacolejou o portão de ferro. — Eu vou te matar, Maximiliano! Se você encostar um dedo nela, eu acabo com você! Eu vim aqui só para te avisar! Maximiliano riu irônico. — Ela te contou? Foi só um beijo! Alex se encheu de ódio. — Desgracado! Miserável!— ele gritava. Maximiliano se sentia seguro do lado de dentro, e não se alterou, continuou provocando. — Não se preocupe, ela não é igual a Cecília!— ele disse cruzando os braços. Alex ficou fora de si. — Não fala da Cecília, seu infeliz! Ela morreu por sua causa! Maximiliano saiu do sério também. — Minha causa? Ela queria viver comigo, você não deixou! Você fez o mesmo com a Bella! Alex quas
Quando eu saí do banho, comecei a perceber que a casa estava muito silenciosa. Vesti um roupão e fui procurar o Alex. Nada dele, eu comecei a ficar preocupada. Não, definitivamente, ele não estava ali. Eu fiquei desolada, achei que ele não queria me levar com ele, então fui passar um café na cozinha e me sentei, apoiando-me na bancada. Depois de um tempo, fui me trocar e vestir um agasalho, estava um pouco frio. Deixei os cabelos soltos, coloquei um tênis e fui para a sala. Estava impaciente, sem ter nada para fazer. Rosana ficou de trazer suas coisas no domingo ou caso eu não estivesse em casa, ela levaria tudo na segunda. Eu achei essa opção melhor, porque eu tinha certeza de que iria ver os meus filhos no fim de semana. Eu estava tão triste e preocupada que não comi nada, e olha que eu sempre comi bem no café da manhã. Puxei a manta do sofá e fiquei ali, enrolada pensativa. Eu pensava naquela francesa solta na mansão e até na Aline,
— O que os namorados fazem? — ele quis saber, tinha um ar de brincalhão. — Tudo o que fazemos, e algo mais. — O que significa esse algo mais?— ele insistiu curioso. — Ir ao cinema, viajar juntos, passar o fim de semana na casa um do outro, e principalmente, dizer para todo mundo que já é comprometido! Alex assentiu. — Está bem, ficamos assim então, eu sou seu namorado e você é minha namorada, portanto não cabe a traição! — Não, não cabe!— Eu confirmei. — Sem beijos na boca!— ele emendou misterioso. — Isso, sem beijos na boca, isso já é traição! Alex saiu do carro e deu a volta para me abrir a porta. Entramos de mãos dadas na mansão. Eu estranhei aquela senhora de uniforme. Alex explicou: — Ah, essa é a mãe da Aline! Ela a está substituindo por uns dias, até ela se recuperar de uma gripe. A mulher era bastante humilde e me cumprimentou com um sorriso genuíno. — E a Giorgia, está de folga?— eu quis saber. — Ela folga nos fins d
Júnior chegou com o pai se sentindo mais seguro, estava até rindo, descontraído. Como estava frio, Cristal e Filippo estavam sempre juntinhos. Eu achava estranho que Alex nem desconfiava que eles namoravam. Na cabeça dele, os dois eram como irmãos. Giorgia chegou para ajudar com o almoço, Théo veio junto com o Gabriel. As crianças ficaram animadas com a visita do menino que tinha nove anos e era bem crescido. Ele já tinha vindo outra vez, mas era sempre uma festa para as crianças receberem alguém na mansão. Eu fui conversar com Giorgia na cozinha e aprovei para ajudar em alguma coisa, enquanto sondava as coisas. — Se quer ajudar, faça o purê de batatas que as crianças adoram! — ela disse agitada. Eu entrei no assunto que me interessada: — O Giorgia, que história é essa de que você tirou a Aline de cena, para deixar a Rose Marie longe do Alex, hein? Luiza ficou sem jeito. — Eu vou arrumar a mesa!— ela disse, pegando umas porcelanas
Eu me virei incrédula. — Como disse? — É, Bella, eu levei as crianças para assistir tv, foi o máximo! O Alex chegou e nos fez companhia! Como vocês dizem aqui, foi uma farra! Eu apertei os olhos indignada. Eu preferia que aquela francesa dos infernos, não falasse bem o portugues, eu preferia não ter entendido nada do que ela falou. Andradas ficou nervoso puxando a namorada. — Vamos subir, Rose Marie! Você fala demais! — Mas o que eu falei demais?— ela fingiu inocência. Eu fiquei para explodir. Por que o meu sogro não dominava aquela ladra de maridos? Eu me virei aborrecida e segui, enquanto os dois ficaram conversando — O que foi bebê? Tem alguma coisa demais assistir tv com as crianças? — Tem com o marido dos outros, Rose! Venha, precisamos conversar muito sério! Eu entrei na sala com as pipocas, parecendo um zumbi. As crianças avançaram nos potes e eles logo sumiram das minhas mãos. — Querida, o que houve? Por que está assim?
Rose Marie começou a falar empolgada: — Eu a deixei enciumada, precisava ver como ela ficou quando lhe contei que estava outro dia na sala de tv com o Alex e as crianças, mas o Andradas, ele insiste em me mandar embora! — Não pode! Tem que se recusar a ir! Diga que a sua família não quer mais você lá, por causa dele! Rose Marie confessou: — Eu contei a verdade — Verdade! Que verdade, do que está falando? — Eu estou falida, Mirtes! Não tenho sequer um lugar para morar! Mirtes ficou chocada por um instante, mas se recompôs rapidamente. — Mas você tem berço, Rose Marie! Enquanto que essa babá, é filha de uma mulher da vida! — Mulher da vida!— Rose Marie ficou incrédula. Mirtes assentiu confirmando e começou a contar: — O Klaus a conheceu quando vivia por aqui! Ela já se prostituía! Só no casamento do meu filho, descobrimos que ele é pai da minha nora! A mãe tentou dar o golpe no Klaus, mas ele foi embora do Brasil sem saber da gravidez! —