Finalmente, Maximiliano e Eduardo chegaram à delegacia. Apesar de estar sempre ocupado, Paiva atendeu os dois prontamente. Ele chegou com o seu jeito despojado, usando calças jeans e um terninho por cima, mas não deixava de ser atraente. Os três entraram na sua sala e um escrivão que estava ali, saiu para dar mais privacidade, percebendo o olhar de Maximiliano para ele. — E aí meu amigo, o que o trás aqui? Algum problema?— Paiva ficou interessado. — Um problemão, eu diria, meu amigo!— Maximiliano se ajeitou na cadeira. Paiva franziu a testa, curioso. — Você sabe que pode sempre contar comigo, Maximiliano! Não faça cerimônia! Mas Maximiano pisou macio naquele terreno. — Paiva, nós somos amigos desde a faculdade, você sabe! O delegado se encostou na sua cadeira e cruzou as mãos atrás do pescoço, falando divertido: — Lá vem bomba! Solta Maximiliano, pode soltar, não faça rodeios, pelo amor de Deus! Você sabe que eu sou curioso aos ex
Paiva franziu a testa, incrédulo. — Por que chegaram a esse ponto? Meu Deus, o Alex não podia ter feito uma coisa dessas! Ele é um juiz! — Só peço que fale com ele, não lhe desejo mal! Paiva suspirou preocupado. — O doutor Maximiliano não está para brincadeira! O Alex não está medindo as consequências! Ele saiu andando na direção da porta e eu o segui, preocupada, falando sem parar: — Por favor, não quero que ele se prejudique, delegado! Ele é o pai dos meus filhos! O homem saiu sem me dar atenção e os seguranças correram para abrir o portão para ele. Eu suspirei preocupada, não sabia como Alex iria reagir a tudo aquilo. Paiva chegou no fórum e esperou por Alex próximo a porta de acesso ao estacionamento. — Paiva!— ele exclamou sorrindo. O homem estava sério e ansioso. — Venha comigo, Alex! Tenho um assunto sério para tratar com você! Alex o seguiu curioso e foram parar para conversar próximo a uma coluna. — Alex, você e
Quando o carro do Alex estacionou dentro da garagem, ele mal esperou o Théo abrir a porta, e saiu apressado na direção da casa. — Onde está a Bella?— ele entrou falando alterado. Giorgia chegou agitada da cozinha. Aline veio atrás. As duas paralisaram ao ver o patrão tão alterado. — Onde ela está?— ele insistiu olhando furioso para as duas. Andradas descia as escadas e ficou surpreso. — Alex! O que aconteceu? Vai brigar com a Bella outra vez? Alex olhou para o alto da escada, eu vinha descendo tranquilamente. Ele paralisou e me acompanhou com o olhar quando eu passei por ele. — Por que está assim, tão alterado?— indaguei fingindo não saber. — Nós vamos resolver essa situação de uma vez, Bella! — Eu acho que já não era sem tempo!— retruquei debochada. — Vamos lá no escritório, me siga! Eu olhei para os olhos curiosos e respirei fundo, obedecendo logo em seguida. Alex estava fora de si e me olhava como se me acusasse de algo.
Eu saí dali, deixando Andradas desolado. Giorgia chegou para consolá-lo. — Zinho, não fique assim, eu sei que está fazendo de tudo para ajudar a Bella e o juiz, mas eles vão ter que aprender com os próprios erros! Andradas olhou em volta com à vista baixa e desabafou: — Giorgia, eu devia largar tudo isso aqui e cuidar da minha vida! Eu tenho alguém me esperando na Europa! Giorgia ficou penalizada. Andradas continuou falando: — Eu vou dar logo entrada no meu processo de divorcio com Mirtes e assim que tudo se resolver, eu vou embora! Nesse momento, Aline entrou ali afobada. Ela se surpreendeu ao ver Giorgia. — Ô menina, o que você quer aqui?— Giorgia tinha as mãos na cintura e o olhar incrédulo. Aline ficou sem jeito e olhou para Andradas, tentando se justificar. — Eu vim saber se o senhor precisa de alguma coisa. Giorgia olhou feio para Aline, medindo a moça de cima para baixo. — Sai daqui menina! Ninguém precisa de você não!
Eu desci vestida num conjunto de short e camiseta de seda, estava elegante. As crianças ainda estavam na mesa. — Oi mamãe! — esse era o Antônio, com a sua vozinha doce. Eu fui beijar o seu rosto, depois eu fui ajeitar os cachinhos da minha princesinha. Júnior me olhou sério e curioso. — Você vai embora?— ele quis saber. Eu ergui os meus olhos surpresa, mas ele continuou: — É verdade, mamãe! Eu sei que só veio morar aqui por nossa causa, mas o papai não é mais o seu marido! Eu olhei para Cristal e ela abaixou a cabeça, entristecida. Eu fui falar com ela. — Me perdoe, mas eu preciso ir. — Não pode me levar dessa vez?— ela indagou chorosa. Eu segurei o choro e respondi: — O seu pai não me permitiu fazer isso, dessa vez, querida! Cristal assentiu compreensiva, e baixou a cabeça novamente. Eu suspirei colocando para fora toda a minha tristeza e lhe acariciei os cabelos. — Você sempre será minha filha, Cristal, você foi o conheço de tudo! Ela ergueu os ol
— José! Tire esses olhos dessa menina!— Mirtes cochichou incomodada. Andradas ficou sem jeito e segurou firme os talheres nas mãos. Aline não tinha pressa em servir a mesa. Ela olhava curiosa para Alex e vez ou outra para o pai dele. Giorgia chegou para ajudar e saiu levando a moça. Eu podia sentir o peso do sentimento de dor que o Alex nutria. Ele acreditava estar sendo traído por mim. Jantamos sem nos falar. Depois de um tempo, Andradas se levantou e arrastou a mulher que relutou em sair da mesa. — Por que eu tenho que sair também?— ela perguntou baixinho. — Venha Mirtes, os dois precisam conversar!— Andradas estava impaciente. Só então, quando ficamos a sós, é que o Alex puxou conversa comigo. — Já arrumou as suas coisas?— ele indagou sem olhar para mim. — Sim, está praticamente tudo pronto!— eu menti. Minha cama estava cheia de roupas jogadas. — E para onde você vai? Já sabe?— ele falava quase bufan
Alex foi para o bar e ficou lá sozinho, até tarde. Aline queria ir lá, mas Giorgia não deixou. — Ficou louca, menina? Deixe de ser assanhada! O juiz não é para o seu bico, não! Aline ficou irritada e se recolheu. Théo acompanhou Aline com o olhar e foi comentar com a esposa: — E pensar que essa aí vai ficar no fim de semana aqui, sem ninguém para lhe puxar as orelhas! Giorgia jogou o guardanapo na mesa, desabafando: — Nem me fale, Théo! Eu não gosto nem de pensar nisso! Essa menina vai dar muito trabalho ainda! Théo foi abraçar a esposa. — Mas nós temos que pensar no nosso filho, não é minha flor? Giorgia concordou e foi para o seu quarto, levando o marido. Eles usavam um quarto maior, que coubesse objetos de casal, mas pretendiam ir estendendo as folgas aos poucos para se adaptarem ao filho. Logo, eles teriam que dormir algumas noites separados. Giorgia pretendia dormir na sua casa todos os dias, mesmo que saísse depois de s
Eu me joguei na cama, me achando fraca, pensando que Alex se sentia um vencedor, que estava orgulhoso por me fazer ceder sempre ao seu charme, seu jogo perfeito de sedução. Mas, a história era bem diferente. Ele entrou no seu quarto despido e foi sentar no box do banheiro chorando como criança. Abraçado ainda com as suas roupas, Alex derramava o seu pranto. Ele se sentia impotente, diante daquela situação. Se sentia derrotado, porque não podia julgar, pois se fizesse o que desejava, ele seria severamente julgado. Quando o dia amanheceu, Alex já era outro, estava trocado, usava um terno azul marinho impecável, tinha os cabelos bem penteados e usava óculos escuros. Eu estranhei que ele estivesse já parado na porta com as mãos nos bolsos. Eu desci as escadas incrédula. Ele não me esperou para o café. — Bom dia!— Ele me cumprimentou e fez sinal para o Théo. O motorista saiu apressado atrás dele e Giorgia veio da cozinha, com jeito de menina l