Saí da sala do meu chefe, eufórica, ansiosa para compartilhar a minha alegria com a Rosana. — Ele vai me ajudar, Rosana! Meu Deus, ele tem confiança em mim! — Você merece, Bella! Oh meu Deus! Desculpe, doutora Bella! Eu segurei as mãos da minha amiga, olhando nos seus olhos, suplicando: — Por favor, me chame assim! Eu gosto de ser só Bella! É isso que eu sempre fui! Rosana se animou, contagiada pela minha euforia. — Amiga, você é muito mais do que isso! Vai ser a advogada mais famosa que Brasília já viu! Eu também confio no seu potencial! Nos abraçamos. — Seremos colegas, Rosana! Vamos crescer juntas! Fizemos um pacto, seríamos amigas para sempre! Rosana era dessas pessoas que você quer ter a vida inteira do seu lado! O resto da tarde eu aproveitei para abrir o arquivo do qual o doutor Maximiliano falou. Era um caso sério de racismo! Eu fiquei chocada com os detalhes da queixa da nossa cliente! Não seria tarefa fácil provar que ela foi
Eu cheguei em casa animada, cheia de esperança. Entrei procurando minha mãe e tive uma surpresa, além dela e das crianças na sala, havia uma visita. — Marcello! Ele se levantou e veio na minha direção. Depois de me beijar no rosto, ele comentou: — Eu estava comentando aqui, antes de você chegar, que em breve iremos todos morar numa casa grande com piscina ! Eu arregalei os olhos. — O quê? Você disse isso para os meus filhos, Marcello? Dona Esther me conhecia e sabia como ficava quando era contrariada. — Eu não tenho nada que ver com isso, filha!— ela disse prontamente. — E lá também cabe sua mãe e o meu pai!— Marcello disse contente. — Você só pode estar brincando, não é Marcello?— eu disse já o puxando para fora de casa. — Eu sabia que estava bom demais para ser verdade!— Júnior comentou suspirando, sem tirar os olhos da televisão. — Eu tinha certeza que Bella não aceitaria se casar, nem com ele e nem com ninguém!— essa era Cristal, abor
A mulher se afastou assustada, os olhos lacrimejando. — Ela te perdeu porque é uma boba sim, Alex! Se ela te desse o devido valor não te deixaria! Eu nunca te largaria por nada desse mundo! Alex ergueu os olhos envergonhado. — Livia, desculpe, eu não sou especial como você pensa! A Bella me conhece, e acredite, é ela quem é especial, eu não a mereço! A mulher respirou fundo e se aproximou para abraçá-lo novamente. — Me dê uma chance, por favor! Eu posso te dar prazer ao menos? Eu aceito ser qualquer coisa na sua vida! Alex afastou a moça para a olhar nos olhos. — Não vai querer ficar do lado desse Alex que eu sou hoje! — E quem é esse Alex hoje, depois de rejeitado? Ele segurou o rosto da mulher deixando que ela esperasse um beijo seu e respondeu: — Não gostaria de ser usada, pode ter certeza disso! — Me use, Alex, por favor!— ela suplicou fechando os olhos. Nesse momento, interrompendo propositadamente, alguém gritou: — Alex!
Théo ficou curioso para saber o que estava acontecendo no estacionamento, mas não teve coragem de tocar no assunto com o patrão. — Está tudo bem, senhor?— ele indagou sutilmente. Alex respirou fundo e respondeu. — Preciso respirar! — Não vai para casa, senhor? — Me leve na casa da luz! Théo engoliu em seco. — Casa da luz, senhor? — Exatamente! Casa da luz era uma casa noturna com muita luz no painel de entrada e esse era realmente o seu nome. Lá, tinha som ao vivo e mulheres, se passando por garçonetes, mas na verdade, eram garotas de programa. O lugar era bem sofisticado e frequentado pela elite. — Eu vim aqui, era muito jovem!— Alex disse saindo do carro. — Mas agora o senhor é um juiz! — Théo disse segurando a porta. Alex respirou fundo e olhou para a casa do outro lado da rua. — Vá lá, Théo. Arranje um jeito para que eu possa entrar discretamente! Théo ficou confuso. — Não seria melhor o senhor levar uma dessas garotas daqui? — Para a minha
Enquanto isso, Alex entrou no quarto com Lisa. A moça estava visivelmente deslumbrada por ele. — Eu nunca vi um homem tão lindo como o senhor! Parece feito a pincel! Alex se despia indiferente à moça. — Tire suas roupas também, sem muita conversa!— ele disse seco. A moça ficou sem graça e obedeceu. Alex ficou examinando o corpo dela. Era perfeito, mas não parecia natural. — É silicone, mas é meu!— ela disse, para descontrair, exibindo os seios fartos. Alex tirou a última peça de roupa, deixando o seu membro à mostra. Lisa arregalou os olhos e sorriu, elevando as mãos ao rosto. — Nossa, que fartura! — Venha logo! Ande, faça o seu trabalho, moça!— Alex ordenou impaciente. Lisa obedeceu e caiu de boca, saboreando com volúpia. Alex olhava para cima e deixava o prazer lhe sucumbir. Lisa estava extasiada e fazia o seu trabalho com prazer. Deixou que Alex lhe tratasse sem nenhuma delicadeza, mas ainda assim sentia prazer.
Mais um dia de trabalho. Cheguei perguntando pelo meu chefe. — Ele ainda não chegou?— Eu fiquei curiosa. Rosana respondeu sem tirar os olhos da tela do seu computador: — Não, mas não se preocupe, ele costuma sempre chegar mais tarde mesmo! O doutor Eduardo esteve aqui, perguntou de você! — De mim!— Me assustei. Rosana virou-se agitada. — É, menina, de você! Também achei estranho! Me pareceu muito interessado! É que ele gosta de treinar os novatos, mas como o doutor Maximiliano fez questão de te auxiliar, ele deve estar incomodado com isso! Eu me ajeitei na minha cadeira preocupada. — Sei não, Rosana! Estou muito insegura com esse doutor Eduardo! Estou sempre achando que ele vai me dispensar! — Esquece isso! Ele não é disso! Ele é legal, gosta de ajudar! Não demorou muito e o responsável pelo assunto apareceu! — Doutora Bella, como vai? — Bem senhor!— Eu fiquei agitada. Ele entrou na sala do pai e Rosana ficou rindo de mim.
Ao final do expediente, eu e Rosana íamos saindo, quando o interfone tocou. — Doutora Bella pode ficar mais um pouco, por favor? Eu olhei preocupada para Rosana. — Ai meu Deus! Rosana, o que eu fiz de errado? Rosana deu de ombros e tentou me tranquilizar sorridente. — Nada, Boba! Deve ser essa tal causa que está deixando ele ansioso! Quando ele pega um caso assim, sai de baixo! Eu respirei fundo e me inclinei para responder no interfone: — Tudo bem, doutor! Rosana saiu sorrindo, me acenando. Eu deixei minha bolsa novamente pendurada no encosto da minha cadeira e fui na direção da sala do meu chefe. Entrei muito tensa e o avisei sentado à mesa, olhando fixamente para a porta. Ele sorriu ao me ver. — Com licença, doutor! — Sente-se! Eu obedeci e ele ficou falando com um olhar misterioso. — Te atrapalho, Bella? Você estava de saída! — Não, doutor, claro que não! Maximiliano descansou o corpo, relaxa
Chegamos ao salão e começamos a dançar, timidamente. Maximiliano segurava a minha cintura e eu segurava o seu tórax com uma mão, enquanto outra alcançava a sua nunca. Dançavamos de rostos colados. Eu estava sem jeito, mas procurava pensar que aquilo não era um momento mágico, mas apenas um trabalho. Maximiliano se inclinou ainda mais para falar ao meu ouvido: — Aproveite para observar tudo à sua volta! Aqui o cenário é rico! Eu assenti, agradecida. Tudo era novo para mim, eu era mais velha, mas tinha o mesmo instinto de menina sonhadora que um dia teve seus sonhos roubados. — Quando terminar de dançar, você vai descrever tudo o que percebeu em atitudes que reportam a um crime racial. Eu fiquei boquiaberta e me afastei para olhar o meu chefe. Ele sorria, se divertindo. — Sério? Vou ver coisas assim, aqui? — Exatamente, é só ficar atenta! Dançamos um pouco e depois voltamos à nossa mesa. — E então?— ele falou como um professor, fazendo