Mirtes pensou um pouco, depois disse: — O que o seu sobrinho quer exatamente? — Namorar sua neta! — Precisa convencer o Alex? — Sim! — Eu vou ajudar, mas não procure mais o meu filho! Adriana ficou chocada. — Mirtes, você sempre me apoiou! Mirtes ficou impaciente. — Eu preferia você, mas o meu filho teve três filhos com ela! Adriana ficou pensativa. — Ela se encheu de filhos para segurá-lo! Mirtes suspirou. — Eu também acho, mas funcionou, eu e o meu marido não queremos vê-los separados, entende? Você não terá mais apoio aqui! Adriana se levantou entristecida e falou seriamente: — Eu vou confiar em você, Mirtes, mas não me deixe na mão, se lembre que estava junto comigo naquela época! Mirtes deu de ombros. — Eu já me resolvi com o Alex e com o meu marido, eles sabem que eu era cúmplice da sua falsa gravidez! — Mas não do sequestro! Mirtes ficou pálida. — Mas eu não sabia do sequestro! — Mas sabia, assim c
Alex ficou pensativo, vendo o pai sair da sua frente irritado. As crianças estavam se esbaldando, há quanto tempo não tinham o pai assim, o tempo todo para elas. — Venham almoçar, crianças!— Mirtes chamou agitada. Andradas sentou na mesa que Giorgia estava servindo. Alex ajudou os filhos a sair da água e junto com Cristal, os conduziu para a mesa do almoço. — Pai, comer na piscina é muito bom!— Antonio disse feliz. — Na casa da minha avó Esther não tem piscina!— Sophia se queixou. Alex ficou agitado e triste. — Mas lá tem quadra de basquete, quando eu crescer vou jogar lá!— Júnior disse orgulhoso. Cristal olhou sem jeito para o pai, percebendo que aquela conversa não o agradava, e tentou tranquilizá-lo. — Vai ficar tudo bem, pai, não fique assim, eles são só crianças! — Obrigado querida!— Alex disse, pousando sua não sobre a da filha. Mirtes ficou tocada e começou a falar animadamente para espantar a tristeza do filho. — Vamo
As crianças começaram a descer do carro, enquanto Alex me olhava surpreso. — Mamãe, a piscina estava uma delícia!— Antonio disse correndo ao meu encontro. Sophia foi chegando devagar, olhando curiosa para o Marcello. — Oi, tudo bem?— Ele indagou sorrindo. Sophia foi simpática com ele. — Você é amigo da minha mãe?— ela quis saber. — Sim, eu sou!— Marcello respondeu se curvando sorridente. Júnior chegou cumprimentando Marcello com intimidade. Ele ouviu falar na quadra que Marcello fora no passado, um grande campeão. Cristal passou rapidamente e cumprimentou Marcelo com um sorriso. Alex chegou sério. Quando ele fechava o semblante assim, parecia bem mais alto. Ele parou do meu lado e ficou me encarando, o que deixou Marcello incomodado. — Boa noite, senhor! Não precisa ficar alterado, pois eu parei para conversar com a Bella, porque somos vizinhos! — Não precisa se justificar, Marcello, está tudo bem!— Eu disse, sustentando o o
Alex chegou nervoso em casa. Andradas foi falar com ele. — Falou com ela? Estava esperando para saber! — Aquele rapaz estava lá!— Alex passou falando. O pai o seguiu. — O moleque de skate? Alex virou-se impaciente. — Não pai, ele não é mais um moleque! Estava bem vestido e bem aparentado por sinal! Andradas ficou preocupado. — Vocês brigaram?— ele quis saber, tinha uma mão massageando o queixo. Alex voltou a andar impaciente pela sala, e suspirou antes de responder: — Eu perdi o meu controle, pai! Não sei o que está acontecendo comigo! Eu faço tudo errado! — Bateu nela novamente?— Andradas ficou em choque. — Não!— Alex quase gritou, estancando. Andradas suspirou aliviado, segurando o rosto com as duas mãos. Mirtes foi chegando e ficou a par dos acontecimentos. — Filho, não está na hora de você começar a aceitar que a sua mulher não vai mais voltar? — Mirtes!— Andradas a repreendeu. — Mas é verdade, José! Eles nã
No dia seguinte, eu mandei as crianças para a escola e sentei na mesa do computador. Estava muito concentrada quando minha mãe chegou. — Filha, o que faz aí há tanto tempo! Já arrumei os quartos, coloquei roupa na máquina e estou quase terminando de fazer o almoço, e você não tira o olho dessa tela! — Eu vou fazer o suco e a salada para te ajudar, mãe!— Eu falei sem tirar a atenção do que estava fazendo. Dona Esther cruzou os braços, se queixando curiosa. — Não se trata disso, filha! Eu só quero saber o que está fazendo, apenas isso! Eu me virei para trás fazendo a cadeira girar. — Estou enviando curriculum, mãe! Quantos forem possível eu o farei! Estou ansiosa para retomar a minha vida! Dona Esther suspirou e sentou-se numa poltrona próxima a mim. — Está certa mesmo de que é isso que você quer, filha? Vai perder seu marido pelo caminho, sabia? Não tem medo de se arrepender? Eu me virei novamente para a tela do computador, ficando de costas
As crianças chegaram, trazendo mais alegria para aquela casa. Eu junto com a minha mãe, colocamos todos à mesa para almoçar. Dona Esther estava muito emotiva e olhou para a sua família reunida e começou a falar melancólica. — Vocês não imaginam o orgulho que me dar vê-los aqui em volta da mesa, comendo essa comida, feita por mim mesma! Ela deu um longo suspiro, vendo que todos ergueram os olhos na sua direção e continuou: — Eu não sou rica, como o Juiz, mas eu farei o que puder para que não sintam falta do conforto da mansão onde viviam. Eu baixei a cabeça, tentando não me sentir culpada. — A senhora vai mandar fazer uma piscina aqui, vovó? Eu sinto falta da piscina grande da casa do papai!— essa era a Sophia pisando sem querer na ferida da Dona Esther. Júnior, muito sereno, tentou amenizar as coisas: — Eu gosto daqui, porque tem uma quadra de basquete, e pretendo fazer muitos amigos no condomínio! Cristal ficou assustada ao ver que eu e minha mãe estávamos quase
Não havia ninguém na pista de caminhada, além de mim e Marcello, mas podíamos ouvir o canto dos pássaros ali. — Ai Marcello, se eu pudesse voltar no tempo, eu seria tão feliz, eu vivi momentos incríveis nesse lugar! — Mas tinha a sua mãe, às vezes você vinha para cá chorando!— Marcello lembrou virando-se para mim gesticulando, sem parar de me conduzir pela mão. Eu suspirei olhando para a copa das árvores, enquanto caminhávamos. — Eu sofri abusos por parte da minha mãe, mas pensava que um dia poderia fugir daquilo! — Está falando do seu ex? Está querendo dizer que não consegue se livrar do que sente por ele? Eu olhei para Marcello, ele agora era um homem maduro e sabia dizer as palavras certas no momento oportuno, eu estava encantada com ele. Ele me sorriu curioso. — O que foi? Não é verdade? Está sofrendo de amor e acha que será para sempre! Eu baixei a cabeça sem responder, pois se ele mesmo não me esqueceu, como eu poderia imaginar que tirar
Marcelo se alterou e me impediu, segurando o meu braço, me obrigando a voltar. Ele olhou nos meus olhos e viu as lágrimas despontando. — Bella!— ele exclamou me abraçando. Eu chorei no seu peito, eu deixei a dor sair através das lágrimas sentidas. — Ele não podia fazer isso! Ele era o homem perfeito para você, eu sei disso! Eu me afastei secando as lágrimas e disse tentando sorrir, depois de morder os lábios: — A Babá e o Juiz! Parece romântico? Meu sorriso era triste e Marcello voltou a me abraçar. — Calma! Vamos esquecer isso, eu prometo! Fizemos o caminho de volta, dessa vez abraçados e nos afastamos próximo da minha casa. Paramos nos olhando. Eu estava tranquila agora. Marcelo procurou os meus olhos e disse compreensivo: — Não vou forçar a barra, sei que tem uma ferida aí! Deixa eu voltar a ser seu amigo, só isso que te peço! Eu sorri aliviada. Tudo o que eu precisava naquele momento era de amigos, porque o meu co