Alex entrou no carro e desabou. Baixou a cabeça no volante e chorou. Eu corri para o quarto chorando. Minha mãe veio atrás. — Filha, o que houve? Vocês não se entenderam? Achei que… Eu a interrompi. — Eu não vou voltar, mãe, não vou! Dona Esther veio sentar-se à beira da minha cama. — Você não quer, filha, mas está sofrendo, e ele também, dá pra ver! Eu controlei o choro e fui me acalmando. Sentei à beira da cama e comecei a falar: — Já conversamos, mãe. Eu fui babá, fui mãe, esposa, agora vou ser um pouco eu mesma, entende? — Você está perdida!— ela concluiu segurando minhas mãos. Eu dei um longo suspiro. — Eu sei, por isso preciso me encontrar. Dona Esther também suspirou, resignada. — Eu te coloquei nisso! Hoje você está aí, cheia de filhos, separada e infeliz por minha causa! Eu sorri emocionada. — Não pense mais nisso, só me ajude a levantar. Vou precisar muito do seu apoio para me encontrar, fazer o caminho de vol
Enquanto Giorgia corria para fazer panquecas de recheios diversos, pensando nas crianças, a volta deles da escola foi simplesmente uma loucura. Eles desceram da van que os trouxeram e receberam logo a notícia, que os deixou agitados. — Andem, o pai de vocês está os esperando, tirou folga para vê-los! O Théo virá daqui a pouco para buscá-los, e coloquem roupa de banho, o almoço será na piscina! — Você vai conosco?— Cristal quis saber, enquanto passava para o quarto arrastando a mochila pesada. — Eu não!— respondi rapidamente. Filippo foi falando pelo corredor. — Ainda bem que não sou filho dele, vou poder descansar! — Você também deveria ir, Filippo! — Cristal retrucou pelo caminho. Antônio me olhava apreensivo. — Eu quero que vá comigo, mamãe, não quero morar lá sem você! Eu brinquei para descontraí-lo. — E quem disse que vai morar lá, hein? É só uma visita, e se demorar, eu mesma vou lhe buscar e o trago pelo laço! Antônio riu, enquanto eu lhe fazia cócegas
As crianças voltaram já com roupas de banho. Elas vinham se ajudando na maior agitação. Sophia usava colete e Antônio entrou numa bóia colorida. Júnior praticava natação e sabia nadar. Alex entrou na água e foi ajudar Cristal com as crianças. — Elas fazem parecer que essa casa está sempre em festa!— Andradas comentou observando de longe. Mirtes concordou com a cabeça e também comentou: — Não sei como essa moça administra tantas crianças, eu teria ficado louca! Andradas achou graça e se levantou. — Eu vou entrar na água e curtir os meus netos, enquanto eu posso! Mirtes ficou admirando a sua família em clima de festa. Ela suspirou vendo a alegria do filho. Não demorou muito e uma visita inesperada chegou para desfazer o clima de harmonia. — Adriana! A moça olhou para a piscina e sorriu. — Nossa, quanta criança!— Ela exclamou suspirando. — Eu acho que ela exagerou um pouco, mas o meu filho está feliz! Nesse
Mirtes pensou um pouco, depois disse: — O que o seu sobrinho quer exatamente? — Namorar sua neta! — Precisa convencer o Alex? — Sim! — Eu vou ajudar, mas não procure mais o meu filho! Adriana ficou chocada. — Mirtes, você sempre me apoiou! Mirtes ficou impaciente. — Eu preferia você, mas o meu filho teve três filhos com ela! Adriana ficou pensativa. — Ela se encheu de filhos para segurá-lo! Mirtes suspirou. — Eu também acho, mas funcionou, eu e o meu marido não queremos vê-los separados, entende? Você não terá mais apoio aqui! Adriana se levantou entristecida e falou seriamente: — Eu vou confiar em você, Mirtes, mas não me deixe na mão, se lembre que estava junto comigo naquela época! Mirtes deu de ombros. — Eu já me resolvi com o Alex e com o meu marido, eles sabem que eu era cúmplice da sua falsa gravidez! — Mas não do sequestro! Mirtes ficou pálida. — Mas eu não sabia do sequestro! — Mas sabia, assim c
Alex ficou pensativo, vendo o pai sair da sua frente irritado. As crianças estavam se esbaldando, há quanto tempo não tinham o pai assim, o tempo todo para elas. — Venham almoçar, crianças!— Mirtes chamou agitada. Andradas sentou na mesa que Giorgia estava servindo. Alex ajudou os filhos a sair da água e junto com Cristal, os conduziu para a mesa do almoço. — Pai, comer na piscina é muito bom!— Antonio disse feliz. — Na casa da minha avó Esther não tem piscina!— Sophia se queixou. Alex ficou agitado e triste. — Mas lá tem quadra de basquete, quando eu crescer vou jogar lá!— Júnior disse orgulhoso. Cristal olhou sem jeito para o pai, percebendo que aquela conversa não o agradava, e tentou tranquilizá-lo. — Vai ficar tudo bem, pai, não fique assim, eles são só crianças! — Obrigado querida!— Alex disse, pousando sua não sobre a da filha. Mirtes ficou tocada e começou a falar animadamente para espantar a tristeza do filho. — Vamo
As crianças começaram a descer do carro, enquanto Alex me olhava surpreso. — Mamãe, a piscina estava uma delícia!— Antonio disse correndo ao meu encontro. Sophia foi chegando devagar, olhando curiosa para o Marcello. — Oi, tudo bem?— Ele indagou sorrindo. Sophia foi simpática com ele. — Você é amigo da minha mãe?— ela quis saber. — Sim, eu sou!— Marcello respondeu se curvando sorridente. Júnior chegou cumprimentando Marcello com intimidade. Ele ouviu falar na quadra que Marcello fora no passado, um grande campeão. Cristal passou rapidamente e cumprimentou Marcelo com um sorriso. Alex chegou sério. Quando ele fechava o semblante assim, parecia bem mais alto. Ele parou do meu lado e ficou me encarando, o que deixou Marcello incomodado. — Boa noite, senhor! Não precisa ficar alterado, pois eu parei para conversar com a Bella, porque somos vizinhos! — Não precisa se justificar, Marcello, está tudo bem!— Eu disse, sustentando o o
Alex chegou nervoso em casa. Andradas foi falar com ele. — Falou com ela? Estava esperando para saber! — Aquele rapaz estava lá!— Alex passou falando. O pai o seguiu. — O moleque de skate? Alex virou-se impaciente. — Não pai, ele não é mais um moleque! Estava bem vestido e bem aparentado por sinal! Andradas ficou preocupado. — Vocês brigaram?— ele quis saber, tinha uma mão massageando o queixo. Alex voltou a andar impaciente pela sala, e suspirou antes de responder: — Eu perdi o meu controle, pai! Não sei o que está acontecendo comigo! Eu faço tudo errado! — Bateu nela novamente?— Andradas ficou em choque. — Não!— Alex quase gritou, estancando. Andradas suspirou aliviado, segurando o rosto com as duas mãos. Mirtes foi chegando e ficou a par dos acontecimentos. — Filho, não está na hora de você começar a aceitar que a sua mulher não vai mais voltar? — Mirtes!— Andradas a repreendeu. — Mas é verdade, José! Eles nã
No dia seguinte, eu mandei as crianças para a escola e sentei na mesa do computador. Estava muito concentrada quando minha mãe chegou. — Filha, o que faz aí há tanto tempo! Já arrumei os quartos, coloquei roupa na máquina e estou quase terminando de fazer o almoço, e você não tira o olho dessa tela! — Eu vou fazer o suco e a salada para te ajudar, mãe!— Eu falei sem tirar a atenção do que estava fazendo. Dona Esther cruzou os braços, se queixando curiosa. — Não se trata disso, filha! Eu só quero saber o que está fazendo, apenas isso! Eu me virei para trás fazendo a cadeira girar. — Estou enviando curriculum, mãe! Quantos forem possível eu o farei! Estou ansiosa para retomar a minha vida! Dona Esther suspirou e sentou-se numa poltrona próxima a mim. — Está certa mesmo de que é isso que você quer, filha? Vai perder seu marido pelo caminho, sabia? Não tem medo de se arrepender? Eu me virei novamente para a tela do computador, ficando de costas