Giorgia foi me ajudar com as minhas malas, depois fomos arrumar as de Sophia. Minha mãe, mesmo contrariada, cuidou das delas e das de Antônio. Filippo estava tranquilo e logo ficou pronto, acho que isso se devia ao fato de Cristal estar indo conosco. Meus sogros ficaram na cama até mais tarde e quando desceram já nos encontraram lá embaixo com as malas. — O que está acontecendo aqui? — Andradas quis saber. — Estamos indo embora dessa casa, meu sogro— eu respondi. — O meu filho sabe disso?— ele estava indignado. Eu preferi o silêncio e foi a minha sogra quem se alterou. — Isso é um absurdo! Ontem estávamos numa festa, acredito que o meu filho está sendo vítima de uma traição! Eu retruquei calmamente: — Não senhora, não há nenhuma traição aqui. Isso não será nenhuma surpresa para o seu filho! Filippo estava na porta segurando impaciente a mão de Antônio. — Se temos que ir, Bella, vamos logo de uma vez!— ele disse. — Meu filho não merec
Fomos buscar as crianças na quadra. Estava cheio lá. O jogo tradicional de basquete acontecia. Não preciso nem falar que uma figura conhecida, um torcedor assíduo me viu assim que eu cheguei. Depois de tanto tempo, eu quase não reconheci o Marcelo. Ele se levantou da arquibancada ao me ver. — Você veio!— Eu li os lábios dele. Eu sorri e acenei com a mão. Marcelo estava bem mais encorpado. Já tinha vinte e sete anos, o olhar mais marcante e o sorriso doce de sempre. Sophia, Júnior e Antônio me cercavam, segurando as minhas pernas. Marcelo sorriu e fez um gesto com os dedos da mão, expressando seu espanto: “Três?“. Eu assenti confirmando que sim, eram três filhos ao todo. Marcelo abriu um sorriso aprovando. Ele veio na minha direção, enquanto as crianças se espalhavam. Antônio foi para os braços de Théo, Sophia voltou a segurar a não de Cristal e Júnior foi para perto de Filippo. Eles voltaram a prestar atenção ao jogo. — Bella! Meu Deus, você fica mais linda a cad
Não era domingo, mas a quadra estava cheia e as crianças estavam felizes com todo aquele movimento no condomínio. Não parecia que elas sentiriam falta da piscina da mansão do pai delas. Nesse dia, eles não foram à escola, e eu mentalizei tudo isso observando-os de longe. Eu me sentei como uma adolescente para comer pipoca. Dali podia ver as crianças tomando sorvete com o Théo. Esse era mesmo um amigo. Ele me olhava vez ou outra e sorria. — Obrigada por me fazer sentir assim, Marcello. Faz muito tempo que não me sinto dessa forma. Marcelo me transmitia tanta paz, tinha um ombro amigo. Eu descansei um pouco. — Não foi trabalhar? Em plena segunda-feira?— eu o questionei. — Eu sou patrão, Bella, posso me dar ao luxo de assistir a um Jogo importante entre condomínios! Eu ergui os olhos e sorri. Eu sabia que ele mentia, com certeza soube que eu cheguei logo cedo! — Você sabe porque eu estou aqui, não sabe?— ele indagou misterioso. — Eu sei Marce
Enquanto eu fazia as pazes com o meu passado, Alex também tinha a sua chance. Adriana o esperou na saída do expediente, como não fazia há muito tempo. Claro que as ameaças de Diogo deram uma forcinha. Alex procurava por Théo no estacionamento, quando viu a colega se aproximando. — Adriana! — Preciso falar com você!— ela disse sorridente. Alex olhou em volta, um tanto confuso e respondeu: — Se é importante, podemos conversar num café, aqui perto. Théo foi chegando e Alex lhe fez sinal para esperar no estacionamento. Ele obedeceu, mas ficou surpreso ao vê-lo saindo a pé com a doutora Adriana. Depois de puxar a cadeira para Adriana sentar, Alex disse curioso: — E então, o que deu em você para me procurar? Não nos falamos aqui, há anos! Pelo jeito, o meu tio Max é ciumento! Adriana riu sem jeito. — Não! Eu tinha um pé atrás com a sua esposa! O Max é tranquilo! Alex inclinou o corpo para frente, encarando a colega. — Ele é
Chegaram à mansão. Alex mal andava. Mirtes e o marido estavam na sala, esperando para jantar. — Mas o que aconteceu com o meu filho?— Andradas quis saber. — Ele bebeu um pouco a mais!– Théo respondeu. Giorgia veio correndo da cozinha e colocou as mãos no rosto ao ver o estado de embriaguez do patrão. Depois de deixar o patrão no quarto, Théo desceu e foi para a cozinha. — Ele já sabe?—Giorgia quis saber. — Sim, mas parece que não aceitou muito bem! — E o que a doutora Adriana faz aqui? — Estavam conversando num café! Giorgia saiu para servir o jantar e ouviu Adriana sendo chamada atenção por Andradas. — Adriana, eu te agradeço por ter ajudado a trazer o meu filho, mas acho melhor você ir. Agora você é uma mulher casada e o seu marido logo vai procurá-la aqui. — Fique tranquilo, o Max não se importaria. — Mas você tem um filho pequeno!— Andradas insistiu. Mirtes até gostou de Adriana estar ali pelo Alex, mas a relação das duas ficou estremecida depois
A primeira noite sem o Alex foi uma das mais difíceis. Eu coloquei as crianças para dormir cedo e respondi as perguntas mais doídas. Antônio perguntou quando o pai viria para nos buscar. — Meu amor, o papai está trabalhando muito, mas nós vamos ficar bem, tá bom? Depois foi a vez da Sophia. — Mãe, nós vamos morar aqui sem o papai? — Filha, nós vamos morar aqui, mas se o papai não puder vir, nós vamos compreender, não é? Mais difícil foi o Antônio, porque é muito esperto, para a sua idade. — Fala verdade, mãe, vocês se separaram, não foi? Eu suspirei resignada. — Foi isso mesmo o que aconteceu, meu filho. Cristal e Filippo ficaram conversando na sala, eles iam se dividir para dormir com Sophia e Junior e a minha mãe dormiria com Antônio. Eu fui para o meu quarto, exausta. Fiquei pensando em Alex até adormecer. No dia seguinte, Alex desceu as escadas e os pais estavam na mesa do café. Mirtes olhou para o filho e percebeu que estava abatido. — Isso vai passar meu
Eu cheguei na sala e ele estava lá, lindo, todo príncipe. Ele se levantou rapidamente do sofá ao me ver e avançou para mim como se fosse me devorar. Eu paralisei. — Oi Alex! — Oi, Bella! Ficamos nos olhando ofegantes e nossa respiração se misturou. — Eu, eu vim… Eu saí da frente dele, o interrompendo. — Veio ver as crianças, mas com certeza esqueceu que elas estudam de manhã! — É, foi isso! Eu me virei e encontrei os seus olhos tristes. — Não dificulte as coisas, Alex!— eu supliquei. — Tudo bem— ele concordou baixando a cabeça. Minha mãe ficou confusa, porque não deveria mais estar ali e saiu pedindo licença, toda atrapalhada. Alex a acompanhou com o olhar, depois virou-se para mim. Eu estremeci quando ele veio se aproximando com o olhar dominador. — Alex… Ele me puxou tão rapidamente que logo eu senti a sua língua invadindo a minha boca, me desarmando. Subiu um fogo tão grande, que eu não apresentei r
Alex entrou no carro e desabou. Baixou a cabeça no volante e chorou. Eu corri para o quarto chorando. Minha mãe veio atrás. — Filha, o que houve? Vocês não se entenderam? Achei que… Eu a interrompi. — Eu não vou voltar, mãe, não vou! Dona Esther veio sentar-se à beira da minha cama. — Você não quer, filha, mas está sofrendo, e ele também, dá pra ver! Eu controlei o choro e fui me acalmando. Sentei à beira da cama e comecei a falar: — Já conversamos, mãe. Eu fui babá, fui mãe, esposa, agora vou ser um pouco eu mesma, entende? — Você está perdida!— ela concluiu segurando minhas mãos. Eu dei um longo suspiro. — Eu sei, por isso preciso me encontrar. Dona Esther também suspirou, resignada. — Eu te coloquei nisso! Hoje você está aí, cheia de filhos, separada e infeliz por minha causa! Eu sorri emocionada. — Não pense mais nisso, só me ajude a levantar. Vou precisar muito do seu apoio para me encontrar, fazer o caminho de vol