Eu fui colocada para dentro do carro e um lencinho umedecido com alguma coisa, que eu não sabia bem o que, me fez desmaiar e eu apaguei. Acordei um tempo depois, sentada numa poltrona, com o pescoço virado para um lado. Os homens de preto, que agora eram quatro, estavam encostados num dos carros, provavelmente esperando eu despertar. Eu examinei o lugar, era um galpão, num lugar distante da cidade, a julgar pela ausência de barulho de pessoas ou carros. — Quem são vocês? Por que me raptaram? O que vocês querem? Um dos homens, se aproximou e virou a minha poltrona, que ficou de frente para a mesa, onde uma figura estranha de um homem, usando terno preto e chapéu cobrindo o seu rosto, estava sentado e cabisbaixo. — Quem é você? O que quer de mim? Diga logo, por favor!— Eu estava desesperada. O homem permaneceu em silêncio e eu olhei para uma pequena mesa de apoio onde estava disposto o meu véu, o bouquet e a minha bolsa que cabia apenas o me
Minha mãe desceu da limousine e correu até Alex que me esperava no altar. Ele logo percebeu que algo estava errado. — Dona Esther! Onde está a Bella, pelo amor de Deus! Minha mãe segurava os braços dele falando desesperada, chorando: — Por favor, senhor! Pelo amor de Deus! Traga a minha filha! Eles levaram a minha filha! Eles a levaram, ela estava chorando muito! Algumas pessoas ouviram a conversa e começou um burburinho. O delegado, amigo de Alex, se aproximou afobado. — Alex, o que aconteceu?— ele quis saber. — Sequestraram a minha noiva! Paiva, o delegado, puxou Alex pelo braço e alguns homens, policiais de terno preto, se aproximaram para ajudar. O delegado fechou um círculo entre eles. — Calma, Alex! Precisamos nos manter calmos para pensar! — Não sei o que pensar, Paiva! Preciso trazê-la de volta, preciso fazer isso logo antes que a machuquem! O delegado Paiva pensou um pouco. — Quem poderia ter interesse em fazer isso? Pense em algumas possibilidades, a
O celular de Alex tocou e ele atendeu prontamente. Max havia me orientado a pensar na Cristal para ser convincente. — Bella!! Meu amor, onde você está, pelo amor de Deus! Eu vou te buscar aí! Eu quase fraquejei, ouvindo a voz do meu amor, mas a vida da minha princesa dependia de mim. Então eu comecei: — Alex, escute com atenção, eu não vou mais me casar com você! Eu pensei bem e, eu achei melhor… Alex me interrompeu — Você está mentindo! Você foi sequestrada, Bella! Deixa eu falar com esse rato covarde que a está obrigando a falar essas coisas! Eu olhei para o Max e ele estava se divertindo, rindo e fazendo sinal para que eu continuasse, então eu o fiz totalmente descontrolada. — Alex, é isso, eu não vou mais casar! Eu não quero e estou decidida! O sequestro foi forjado! — Bella, espere! Onde você está? — Alex insistiu quase gritando. Eu olhei para Max, sem saber o que responder. O telefone estava em viva voz. Max deu de ombros e fez um gesto vago. — Alex, cuid
Eu voltei para o galpão onde vivi momentos inesquecíveis. Infelizmente, eu tive que ir com o Théo, buscar o meu vestido. Eu já saí de lá vestida. Théo se virou e sorriu. — Você está linda, Bella! Eu abri os braços para o meu amigo, que esteve sempre comigo. — Devo muito a você, Théo! Fomos conversando pelo caminho. Théo, como sempre bem informado, foi me atualizando dos fatos. — Dona Mirtes foi atrás do senhor Max na delegacia e a dona Adriana também! — Sério?!— eu me surpreendi. Théo continuou falando. — A sua mãe passou mal, mas conseguiu convencer o médico a lhe dar alta, mas ela tem que se internar, sabia? Eu suspirei. — Eu sabia, Théo! Ela não está bem! — E a Cristal reconheceu os homens que a torturaram! Eles foram detidos na estrada! — Coitada da minha menina! — E esse bebê ai? — Está firme e forte!— eu respondi sorrindo, segurando a minha barriga. Théo sorriu e mudou de assunto. — Eu vou me casar com a Giorgia assim que as coisas se ajeit
Cristal desceu as escadas, maravilhosa. Alex ficou emocionado e foi lhe estender a mão, depois lhe ofereceu o braço e saiu a caminho do carro. Mirtes seguiu atrás, orgulhosa junto com o meu sogro. Minha mãe me ajudava com Antônio, meu caçula que só tinha três anos. Sophia, de cinco, seguia de mãos dadas com Felippo. E eu ofegante, depois de tantos preparativos para a festa, apressava o passo para alcançá-los. Eram muitos detalhes, muito exaustivo! Com tudo isso, eu fui ao shopping e comprei um belo vestido. Minha mãe me chamou atenção, pois disse que eu estava relaxando e que o Alex estava cada vez mais bonito e elegante, enquanto que eu estava engordando e deixando de me cuidar. Um pouco de exagero dela, claro! Nesses oito anos de casados, aconteceram muitas coisas, foram anos intensos! Eu entrei na faculdade de advocacia, logo que Junior completou um ano e nesse período tive Sophia e Antônio, não tive trégua! — Precisa ser mulher também, filha! Um marido desse
Eu fiquei chorando, enquanto segurava na bancada de luxo do banheiro me olhando no espelho, enquanto as lágrimas desciam. Eu me achava bonita. Meus olhos azuis brilhavam como antes e os meus cabelos loiros só estavam mais crescidos, a pedido do meu marido. Claro, eu estava mais gordinha, bem pouco, uns dois quilos a mais, ou seriam três? Eu estava bem vestida, não tinha porque me sentir assim. Talvez um pouco cansada. Nos últimos anos, faculdade, filhos, marido, casa, eram tantas coisas que eu não via o tempo passar e me olhava bem menos no espelho, minha mãe tinha razão. Eu sequei as lágrimas me reprovando. Não devia cobrar tanto de mim. Senti alguém nas minhas costas e virei pensando ser a minha mãe. — Dona Mirtes!— exclamei sem jeito e virei novamente ficando de costas para a minha sogra. — Você fez tudo errado, garota!— ela disse encostada à porta. Eu baixei a cabeça e ouvi o sermão em silêncio. — Você se encheu de filhos, fez faculdad
O filho de Max, Jr, largou a mão do pai e veio segurar a minha, me olhando com admiração. — Tia, a senhora é muito bonita!— ele disse, todo rapazinho. — Ele tem bom gosto!— Max disse cinicamente. Alex ficou impaciente. — É muita cara de pau!— ele desabafou olhando para baixo, disfarçando. Diogo estava alheio a tudo e não tirava os olhos da direção onde Cristal sumiu. — Eu posso dançar a valsa com Cristal?— ele indagou inocente. Eu respondi” Claro, ao mesmo tempo em que Alex respondeu “ Não “. Ficou bem chato. Nós nos olhamos surpresos. — Alex! — Bella! Max apenas riu satisfeito. — Eu quero dançar com a senhora!— Jr disse com a sua voz doce. Eu sorri emocionada, acho que o meu emprego de babá me deixaria com o jeito de quem cuida para sempre! — Eu vou dançar com você!— eu disse sorrindo para alegria de Jr. Alex ficou emburrado e Max saiu andando pelo salão com o filho e Diogo. — Não tem que ser gentil com esse assassi
As moças começaram a entrar e Cristal vinha na frente. Ela estava maravilhosa e imensamente feliz. Ela me jogou um beijo e me mandou uma mensagem, onde eu tive que ler nos seus lábios:” Eu te amo, mãe!” Eu já tinha pouco mais de vinte e seis anos, mas continuava sensível e chorava por qualquer coisa. Fiquei secando as lágrimas como boba. A minha menina, completando quinze anos, parecia mentira! Adriana tentou ser gentil, puxando assunto com o meu marido: — Sua filha está muito linda, Alex! Não é à toa que o meu sobrinho Diogo está apaixonado por ela! — Ele que não se atreva!— Alex virou-se para responder alterado. Adriana se assustou e argumentou: — Mas ela já está debutando, Alex! — Isso não quer dizer nada!— Alex retrucou e virou-se novamente para o palco. Adriana ergueu as sobrancelhas surpresa e olhou para mim, sem graça. Eu sorri vitoriosa. Eu não queria que as nossas famílias se unissem mesmo! O problema estava no jeito como Cristal olhava para Diogo. Ela da