Narrado por Dilan Eu mandei ligar no apartamento, para ela não desconfiar que eu já estava lá. Eu tinha mandado bordar a máscara a mão, depois que fizemos amor em meu apartamento. Na época, me lembro que estava vivendo um conto de fadas, achando que tudo ia dar certo. Então imaginei um pedido de casamento teatral, uma cerimônia cheia de flores e pétalas de rosas. Eu sei que Alysson não é dessas mocinhas emocionadas, mas também sei que ela precisava de recuperar a magia da vida, que aquele idiota do Sammuel tirou dela. Então imaginei tudo delicado e suave, e a máscara seria meu presente de núpcias pra ela. Eu me lembrava do dia em que ela usou a máscara preta com pimentinhas vermelhas. Foi o dia que eu mais desejei minha branquinha, e no dia que acabei deixando ela toda marcada, do tanto que ela me pedia pra pegar com mais força. E o presente de núpcias deveria ser exatamente como o melhor dos nossos encontros, porque seria com a máscara que eu ia contar pra ela que sempre fui eu..
Narrado por AlyssonEu esperei pacientemente o corpo de Dilan relaxar e sua respiração diminuir. Quando tive certeza Eur ele estava dormindo, escorreguei lentamente para fora da cama. Com pesar, é claro, porque eu estava me sentindo muito bem no peito de Dilan. De ponta de pés, saí do apartamento, com medo de acordar ele. Eu sabia que parecia infantil fugir daquela forma, deixando tudo pra trás, sem uma conversa. Eram cinco horas da manhã e eu sabia que só teria uma lugar pra ir, nesse meu plano de fuga, onde eu ia deixar pra trás o pai do meu filho, o amor da minha vida, uma família incrível e meu sobrinho, que se tornou a pessoa que eu mais amava em minha vida antes mesmo de saber que era filho da minha irmã morta. Mas eu sabia que no complexo eu era rainha, e seria reconhecida. Então, dirigi até a Blue e pedi ajuda para o senhor Hunt. Ele me colocou pra dentro do complexo disfarçada, e, sem fazer perguntas, me deixou na porta da casa que um dia foi minha.A visão da fachada anti
Narrado por Alysson Os três dias que passei naquela casa foram um borrão de nostalgia e solidão. Eu mal saía do quarto dos meus pais. Ficava deitada na cama, encarando o teto, mergulhada nas lembranças que aquele lugar despertava.Senti falta de Cristopher a cada segundo. A casa parecia imensa e vazia sem poder ouvir os gritinhos do meu sobrinho, sem sua risada gostosa, sem suas mãozinhas puxando minhas roupas, exigindo atenção. Ele era o centro da minha vida, e estar longe dele doía mais do que qualquer outra coisa.O apartamento de Dilan está umas dez vezes maior que a casa da minha mãe, mas parecia que Cris ocupava todos os espaços, desde que começou a engatinhar pelo apartamento todo. E Dilan…Eu tentava não pensar nele, mas era impossível. Seu cheiro ainda estava em mim, sua voz ainda ecoava na minha cabeça. Era uma tortura lembrar da forma como me aninhei no peito dele antes de fugir, de como ele me segurou naquela noite, completamente alheio ao fato de que, ao amanhecer, eu n
Narrado por Alysson - Quem te falou isso? Aquele idiota do Michael? Durante suas horas de cativeiro? Para foder seu psicológico? Porque eu conheço todas as táticas dele. Ele fez e disse coisas horríveis... Soraya baixou os olhos enquanto dizia isso, e alguma coisa acendeu um alerta na minha cabeça. Que droga. Não vi minha melhor amiga depois que ela passou quase dois meses em cativeiro, com o mesmo sequestrador que me pegou. Eu não a procurei, com meus traumas, não aceitei que ela me procurasse, apenas me afastei de todo mundo, de forma egoísta. Me esqueci que amizade sugere parceria, que as duas estejam empenhadas em curar a outra. Agora, Soraya entrou em minha casa feito um furacão, a pessoa que mais me conhecia na vida e saberia onde eu estaria. A única pessoa que saberia. Guardando suas dores no bolso, seus traumas e suas dificuldades, pra vir jogar o teste que eu estava há mais de mês evitando, como se eu não fizesse, ia apagar o fato de que minha barriga estava crescendo
Narrado por Dilan- Que droga, Debby. Você não pode fazer isso comigo! Eu estava no apartamento de Debby, eles me chamaram lá porque os dois tinham algo muito importante para me dizer. Debby falou primeiro. Iria embora em três dias. Ela não fechou o caso. Disse que o que Alysson contou a ela, foi uma conversa entre mulheres. E ela jogar essa merda no ventilador, ia contra a vontade pessoal de uma pessoa, portanto ela só poderia fechar o caso quando ele se decidisse. Odeio que fiquem me falando conversas pela metade. Eu acho que sou um idiota, que dá muito espaço para as pessoas me fazerem de trouxa! Dei espaço demais pra Alysson, e quando achei que iria ficar tudo bem, ela fugiu! Dei espaço pra Debby trabalhar, e agora ela está agindo como uma adolescente guardando segredinho da coleguinha, quando tudo o que ela tinha que fazer, era encerrar o caso do sequestro de Melissa e pronto! Mas não. Todo mundo me abandonou! Alysson fugiu de mim e não faço a menor idéia de onde procurar. De
POV de AlyssonEu estava deitada no colo de Soraya, e ela fazia carinho em meus cabelos. Novamente, ela me perguntou: - Do que você tem medo, Alysson? - Tenho medo de contar para Dilan que minha irmã não era esse primor de honra que ele acredita. Eu me lembro, Sora. Você disse que ele está se arrastando agora, mas não deve ser nada comparado ao que eu vi quando ele voltou da Europa. Ele era um rascunho de homem que nem conseguia olhar para o filho dele, chorava o tempo todo, ficava pensativo e aéreo. Ele amou demais a Melissa, e ele fantasia ela como uma uma bonequinha irrepreensível. Como eu vou falar pra ele agora que a safada estava dando pra ele e pro amigo, e desfazer esse castelo que ele montou? - Exatamente como você está dizendo pra mim, Alysson. Pra ele e pra Mary Jane, que também achava que a filha era perfeita. Você tem a solução para o problema de todo mundo. Debby me mandou ir conversar com Mary Jane e ficar um pouco com Cris, também levar Robert pra ver ele. Porque qu
Narrado por Alysson Quando descemos do carro, antes de subir para o apartamento de Debby, Soraya segurou no meu braço e disse:- Vou ficar por aqui. É um assunto de família e...- E você é minha família. Você mesma disse hoje. Vai entrar lá comigo. - Prefiro não ir, Alysson. - Porque, amiga? Me dá um bom motivo e eu te libero. - Porque vocês vão discutir lá em cima um assunto que não teve nada a ver comigo e me tirou tudo. E o tio Jhon está sendo emotivo, está protegendo o pai e o sogro dele, impedindo esses dois velhos safados de pagarem pela morte dos meus pais, Alysson. E eu tenho muito apreço e respeito pelo seu pai pra escutar isso calada. Então prefiro não subir. - Você vai subir sim, porque você vai ver um show. Mas antes, preciso que você me faça um favor...Depois que Soraya fez o que eu pedi, subimos. Como eu tenho as chaves do apartamento, entrei sem me anunciar e estavam todos lá. Papai em pé atrás da cadeira de Mary Jane, com as mãos apoiadas nos ombros dela. Não pod
Narrado por DilanEnquanto meu casal de amigos e eu esperávamos Alysson chegar, Mary Jane apareceu com John Allister. Eu já estava no limite. Soraya estava há três dias me vendo procurar desesperadamente por Alysson, sabendo onde ela estava! Debby tentou argumentar comigo: - Não, Dilan. Você não tem o direito de culpar a melhor amiga dela por não querer contar onde ela estava. - Como não? Soraya está aqui, recebendo nosso apoio incondicional, não nos deve nem um pingo de consideração? - Nenhuma. Mesmo porque seu apoio incondicional a uma menina que foi sequestrada, torturada e teve os pais assassinados, não é nenhum favor. Alysson e ela são amigas de infância, nem Allister conhece tão bem a filha quanto Soraya, e ela é da mesma opinião que eu: Alysson precisa de tempo, precisa colocar a cabeça dela no lugar, precisa se adaptar a nova vida dela. Tudo depois de um trauma! Se ela não te incluiu nesse tempo, é porque ela precisa de um tempo de você também! - Eu só queria saber que el