POV de Dilan — Senhor Dilan! Não quero incomodar. Preciso sair por um momento, eu volto logo. — Com quem o senhor estava falando, Allister? — Assunto particular. Eu volto logo senhor, com licença. Eu observei Allister sair pela porta principal sem olhar para trás, deixando apenas o som de seus passos firmes ecoando no corredor. Algo estava errado. Ele nunca saía sem avisar com antecedência, muito menos sem explicar o motivo. A ligação que ele recebeu, o tom apressado... Tudo isso me incomodava profundamente.Peguei meu telefone e disquei o número de Debby. Eu precisava que ela investigasse isso imediatamente. A voz dela atendeu firme do outro lado da linha. — Dilan? O que houve? — Debby, algo estranho aconteceu. Allister acabou de receber uma ligação e saiu às pressas. Disse que era "assunto particular". Isso não é comum dele. Ouvi o som de teclas sendo digitadas do outro lado. — Certo, vou verificar isso agora. Você quer que eu mande alguém seguir ele? — Sim. Por favor
POV de Allysson Eu estava nervosa. A cada passo, o salto de minhas botas ecoava mais alto na calçada deserta. O neon azul da boate Blue Hot pulsava ao longe, trazendo à tona memórias que eu tentava evitar. Foi ali que comecei a dançar, antes de trocar os palcos pelas fraldas e pelos sorrisos inocentes de Cris. Mas hoje, não estava voltando como dançarina. Estava voltando como alguém desesperada, como uma amiga que precisava de respostas.Soraya era minha família escolhida. Minha melhor amiga, minha confidente. Por mais que nossas vidas tivessem tomado rumos diferentes, nunca pensei que pudesse haver um dia em que simplesmente não conseguiria alcançá-la. Fazia semanas que não tinha notícias dela, e isso me corroía. Robert, seu irmão, estava seguro em casa com Dilan, e, apesar de uma parte de mim se sentir culpada por sair e cabular o curso depois de me despedir de Jones, a preocupação com Soraya me impelia a continuar.O segurança na porta me olhou com desdém, mas logo reconheceu meu
POV de Debby Em todos os meus anos de Scottland Yard, eu nunca peguei um caso tão óbvio e tão difícil de provar! Dilan está em polvorosa, desconfiando de tudo e de todos. Eu não posso contar a ele tudo o que sei ou descubro, principalmente porque muito do que descubro, se resume a vida particular dos envolvidos, coisas que não sou eu quem devo contar a Dilan. E essa história é tão emaranhada, que parece um livro de Sidney Sheldon. Não, de Ágatha Christie! Mas eu não me sinto Poirot, solucionando os mistérios e crimes! Porque eu tenho certeza que foi o Michael, tudo leva para ele. Mas é algo que ele planejou muito bem, inclusive plantando provas substanciais que desmentem sua culpa. E agora tem a questão da menina, Soraya Winter, a streaper desaparecida. Se eu não tiver muito tato, vou perder essa família, se ainda estiverem vivos! Eu não quero nem imaginar o que aconteceu com eles, apenas pela menina ser amiga de Allysson, o objeto de desejo de Dilan. Sammuel, o primo da streape
POV de Alysson Eu estava ansiosa por meu encontro com NM. Eu tinha achado ele distante depois que conversamos na semana passada, mas ele desfez a má impressão durante a semana. E eu estou muito tensa, até demais, por causa do sumiço de Soraya e sua família, e com Robert no apartamento de Dilan. Por mais que os dois, Mary Jane e Dilan, me digam para ficar tranquila, eu não consigo! Sou apenas a babá que trouxe um “favelado” pra morar no apartamento dos patrões! Eu sei que essa situação é inusitada e muito sem noção. Mas eu não poderia deixar Robert lá sozinho. Logo o conselho tutelar ia acabar encontrando ele, e o estrago seria ainda maior! Eu queria entender o que estava acontecendo, porque todos sumiram e abandonaram o menino. Quem estava mandando as refeições pra ele? Mas não podia negar: Robert foi muito bem aceito por toda a família. Meu pai estava muito acostumado ao menino, que Soraya e eu criamos juntos enquanto crescemos. Então, eles dois eram parceiros e papai fazia com
POV de DilanEra um daqueles dias que Nova York parecia conspirar para me desafiar. O céu estava limpo, mas eu sentia o peso de uma tempestade invisível pairando sobre mim. Sentado na sala da detetive Debby, ajustando os grampos que ela insistiu em colar na parte interna do meu blazer, eu não conseguia evitar a irritação crescente.— Isso é realmente necessário? — perguntei, ajeitando o ponto eletrônico que ela enfiou no meu ouvido como se fosse um adereço qualquer.— Absolutamente. — A resposta dela veio sem hesitação, acompanhada de um sorriso cínico. — Dilan, você sabe que precisa disso. Eu não confio no Michael. E você também não deveria.Suspirei, passando as mãos pelo cabelo. — Ele é meu melhor amigo desde sempre, Debby. Isso não faz sentido. Eu só... não consigo acreditar que ele seria capaz disso. Eu sempre estive lá por ele. Você tem ideia do quanto eu o ajudei? Ele não seria metade do que é hoje sem mim.Ela ergueu uma sobrancelha, descrente. — Isso não significa que ele
POV de Alysson Eu estava em uma grande ressaca moral quando acordei na cobertura, quase dez horas da manhã no sábado, depois de confessar em voz alta que estou apaixonada por aquele arrogante do meu chefe! Mas a ressaca, não era por isso, claro que não. Porque era algo inviável e idiota! Meu problema era NM ter dito que estava apaixonado por mim. Eu gostava tanto de estar com ele, ele era sempre tão atencioso, cuidadoso e porra, o que esse homem fazia com a língua e o resto, não estava escrito! Mas era justo brincar com os sentimentos dele dessa forma? Eu deveria ser presa por estar fazendo tanta merda da minha vida, e ainda estar gostando, com minha amiga desaparecida! Saí da cama, peguei meu celular e liguei pra Mary Jane: — Bom dia, Mary. Me desculpa, eu perdi a hora e…— A noite deve ter sido ótima pra isso, hein. Não se preocupe, você está de folga até a hora do almoço. Além do mais, não é sacrifício nenhum cuidar do meu neto. — Mas eu deixei Robert aos seus cuidados também
POV de Alysson Terminei de me vestir, determinada a deixar meus devaneios eróticos e assumir a postura de uma profissional. Quando saí do meu quarto, trombei com Michael no corredor. Me assustei:— O que você está fazendo aqui, quem deixou você entrar? — Boa tarde para você também, Allysson. Eu não preciso de autorização, eu tenho a chave, já morei aqui, lembra? Me lembrei, também me lembrei que Michael é o melhor amigo de Dilan, e eu não sei porque. A presença dele me incomoda, e isso não mudou. Eu tinha me esquecido até da existência dessa pessoa, mas agora ali, tentando me encaminhar pra sala e levar ele comigo, parecia que toda minha alegria tinha se dissolvido! — Bem, não sei o que você veio fazer aqui, mas não tem ninguém. E eu estava de saída, então, como você tem as chaves, fique a vontade. Eu falei, mas estava agoniada. Iria voltar em meu quarto e trancar a porta, me lembrando da carta testamento de Melissa que estava em minha mochila. Também teria que trancar a porta d
POV de AlyssonMary Jane me abraçou até eu me acalmar. Depois me levou para o banheiro e tirou minha roupa, me ajudando a entrar na banheira e me perguntou porque eu estava tão nervosa. — Você também desconfia do meu pai? Eu não posso acreditar que ele seja capaz de algo assim, Mary Jane! — E não é, Allysson. Você sabe mais do homem que te criou do que qualquer um aqui. — Eu sei, sei de verdade. Mas sempre achei muito estranha a nossa contratação. Em um dia , estávamos despejados e desesperados. No outro, estávamos empregados na casa do inimigo, com tudo o que qualquer moça pobre sonha em um emprego. Eu sempre pensei muito na sorte que meu pai e eu tivemos, e com essas dúvidas, não acho inviável que meu pai tenha feito algo assim para garantir meu futuro. — Não fez! Allysson, vou te contar minha história. Mas quero a garantia de que vai ficar apenas entre nós duas. — Eu sei que você não fala do seu passado, Mary Jane. E eu nem quero que você fale mesmo só para me acalmar, está tu