— Cait. — Mia. — Perdão mesmo... – A ajudou a pegar as roupas. — Está tudo bem. – Diz com um sorriso. – Eu também estava tão distraída olhando as roupinhas... – Se levantou ao mesmo tempo que a rosada. – Como você está? — Eu estou bem. E você? Tudo certo entre você e Mat? — Cada dia melhor. Mia ficava feliz por isso. — Ele está aqui. Veio me acompanhar. A Belle está ficando sem roupas. Você sabe, criança cresce tão rápido... — A Naty está na mesma situação. Eu fiz compras para ela há cinco dias atrás. – Diz sorrindo. – Ela veio comigo, mas não consegui trazer o Thomy. Aquele ali corre de shopping, sabe. A outra riu. — Desculpa interromper... Ambas fitaram Anelise. — Eu estou faminta, podemos comer? Pelo amor de Deus, Mia, tira a loira daqui de dentro, meus pés doem. A rosada riu. — Cait. Essa é uma de minhas amigas. Prima. Ela é esposa do meu primo. — Anelise. — Caitlin. — Você nos acompanha? – Mia chamou a nova amiga. — Bem... – Pensou. – Acho que não seria u
Mia não queria aceitar. Não queria mesmo. Mas Luna a convenceu do contrário. Conversar com aquele homem. Seu pai. Será que podia dizer que ele era seu pai? Ele não merecia, mas decidiu que era hora de resolver aquela situação de uma vez por todas. Ela precisava cicatrizar aquela ferida para ser feliz. Não podia continuar daquele jeito, por mais motivos que tivesse. E se aceitar aquele convite para conversar, era o único jeito, então que seja. Luna sempre dizia que ela deveria procurar pelo pai, falar o que queria, escutar o que ele tinha a dizer e finalmente largar aquela mágoa. Aquela mágoa que a fazia ficar mal. Até mesmo adoecer, como aconteceu logo que soube de tudo. Ela dava conselhos tantas e tantas vezes. Ela dizia que se sentiria muito melhor depois de ter aquela conversa. Provavelmente choraria, mas pelo menos jogaria para fora todos aqueles sentimentos que a fazia tão mal. E aquela era a oportunidade, por mais que não quisesse. Mia deixou as amigas na mesa e seguiu em dir
— Você me ignorava. Não acreditava em mim. — Eu estava perdido. Eu não estava bem. Não estou justificando minhas atitudes, eu não fui um bom pai para você. Eu fui cruel. Eu ignorava sua existência, porque olhar para você, doía. Me sentia mais culpado ainda. Eu ignorava até mesmo sua madrasta. Você não se lembra? Eu nem mesmo dormia no mesmo quarto que ela. Mia franziu o cenho. — Dormíamos em quartos separados. Te coloquei em um colégio interno na mesma época em que sua mãe morreu, porque eu não podia sequer me lembrar da sua mãe, e você me lembrava ela em tudo. — E apanhava por isso. Aquela mulher me surrava, e você... — Eu sequer escutava o que me dizia, Mia. Bebia tanto, que não me lembrava nem de quem eu era. – Suspirou. – Lembra do dia em que... eu dei aquele coelho? Seu coelho? Ela não respondeu, mas ele sabia a resposta. — Eu... não fiz para... te repreender. Eu... não conseguia ter nada... que me lembrava da sua mãe por perto. Eu não conseguia. Eu me culpava todo santo
— Ela nasce em um mês e meio. E... se você... quiser conhecê-la... Mia passou a mão no peito, nervosa. — Eu sei que... provavelmente não quer uma aproximação comigo, mas... talvez... queira ter com a sua irmã. A... Violet iria gostar. Ela... sabe de tudo. Eu contei quando... nos conhecemos. Ela sabe de você. E já quis muito te conhecer. — Violet. – Repetiu. – O nome da sua esposa. Ele concordou. — E ela sabe de tudo? Até do que fez? Com a minha mãe, no caso. — Tudo. Eu... estava saindo da reabilitação no dia do aniversário da sua mãe quando a conheci. Estava chovendo e... eu parei em um bar. Por pouco não tomei uma cerveja. — Se ela está fazendo bem a você. – Respirou fundo. – Mas eu não posso. Ele levou um tempo, mas balançou a cabeça. — Não agora. Eu... não tenho nada contra ela. Nem a conheço. E de verdade, se ela realmente te faz bem, eu espero que dê certo. E que... minha irmã seja feliz. Mas eu não posso agora. – Seus olhos encheram de água. – Eu... ainda sinto... u
— Meu amor. Ela se mexeu, levando o braço esquerdo acima da cabeça antes de abrir olhos, devagar. — Ei. — Eu fiz o jantar. Pegou a bandeja e colocou em cima da namorada quase ao mesmo tempo em que ela se levantada, sentando-se, apoiando as costas na cabeceira. — Modéstia à parte está delicioso. Ela sorriu. — Tenho certeza de que sim. — Como se sente? — Estou bem. Renovada depois de descansar um pouquinho. Liam tocou no rosto dela. — Foi... bom falar com ele. Não queria, mas foi bom. — Também acho que você fez bem. Você precisava disso para recomeçar. A rosada concordou. — Não foi fácil, Liam. Me doeu, sabe. Ouvir... tudo que ouvi, foi ainda mais doloroso. Ele confessando o que fez... – Suspirou. – Mas... se ele está arrependido e tentando concertar... tudo bem, eu o perdoo. Eu só não posso estar por perto. — E eu entendo. — Mas... tenho que confessar... – Mordeu o lábio. – Eu... fiquei curiosa quando ele falou... sobre a minha irmã. Eu vou ter uma irmã. Eu sem
— Thomas, você quer tirar a mão disso? Liam já não sabia quantas vezes havia feito aquele mesmo pedido. O menino não parava de abrir e fechar aquela “caixinha” de veludo. Ele olhava por vários minutos até escutar o pai e se afastar com um biquinho. Já estava agoniado e não suportava mais esperar. Havia ido ver se a mãe estava pronta, mas nada; a porta continuava fechada. E se estava fechada queria dizer que ela continuava a se aprontar ao lado de sua irmãzinha. Era irritante ter que ficar esperando-a sair. — Eu não quero esperar mais. A ideia do tio Killian foi terrível. Liam riu. — Você é muito impaciente. — Papai, você não pode dizer isso de mim, é igualzinho. E então o menino correu ao perceber a reação do pai, vendo a porta se abrir e dela sair seu tio; e por isso se colocou atrás dele. — É você mesmo que fica ensinando essas coisas para o meu filho. — Mas eu acabei de chegar e já estou levando bronca? — O papai não gostou que eu disse que ele também é impaciente. – Diz,
— A aniversariante. Liam se virou no mesmo instante em que escutou Savanna avisar, com um sorriso. Seus olhos encontraram Mia — e ao seu lado Natalie, mas não conseguia deixar de fitar a mais velhas delas duas, mesmo assim — no mesmo instante. O vestido combinava um pouco com seus olhos. Havia ficado perfeito nela. Cada detalhe, realçou a pele branca. Bem, naquele momento ela estava mais corada que o normal, para ser sincero, o que de certa forma o divertiu. — Meu Deus. Vocês querem me matar de vergonha? Os amigos — incluindo os primos — riram. — Eu sim. — Há-há-há. O menino ria, divertido, mas não deixou de se aproximar mesmo que soubesse que poderia receber o “castigo” de sempre. Chuvas de cócegas. — Vocês tinham que fazer disso... um evento? — Não é nem o evento que eu queria fazer. Mia revirou os olhos ao escutar a melhor amiga retrucar. — É o primeiro aniversário que você comemora em séculos, temos que fazer disso um evento, sim. E Liam concordou com Aurora pront
— O cheiro está muito bom. Liam sorriu ladino. — Minha mãe fez questão de cozinhar. — Oh. – Se surpreendeu, sentando-se ao lado do namorado, ainda que tivesse se sentado primeiro, mas só após ele puxar a cadeira para ela. – Mas... eu pensei que tinham contratado um buffet. — E quem disse que essa mulher deixou? Killian levou a mão à cabeça ao sentir a mão pesada da mãe contra ela. — Me respeita. Isso é jeito de falar da sua mãe? “Essa mulher”? Liam segurou uma risada, e ao trocar um olhar com a namorada, viu que ela também segurava uma risada. — Eu imagino que já tenha apanhado bastante da sua mãe. — Imagino que você esteja apanhando bastante para ser pai. Oliver bufou ao escutar um murmúrio de Amelia. Infelizmente o Kavanagh mais velho estava certo e a ruiva concordava com ele, apesar de não dizer em voz alta. O jantar estava sendo tranquilo mesmo com as provocações de Oliver para com Killian e vice e versa. Aqueles dois adoravam se provocar, e quando Ryan estava no m