— Cadê a minha mãe? — Ela não veio, maninha, não entende? Essa senhora mandou buscar a gente. O menino era muito inteligente, a “avó” pensou. — Ela quer alguma coisa de mim e de você. — Só conhecê-los. — E levou seis anos para decidir conhecer a gente? Passamos. Briana abriu a boca para responder, mas Natalie a interrompeu: — Mamãe! Mia recebeu sua garotinha, percebendo seu estado assustado. Se preocupou, mas tentou não transparecer; apenas beijou seus cabelos e a envolveu em seus braços. Direcionou o olhar para Thomas e imediatamente encontrou os olhos de uma senhora. — Você... deve ser a namorada do Kavanagh. — Ela é mãe daquela mulher, mamãe. – Thomas contou, já perto dela, e Mia arregalou os olhos. – Lillie. Briana não gostou nenhum pouco de como o menino falou o nome de sua filha. — O que... faz aqui? – Se obrigou a questionar. — Eu vim conhecer meus netos. Tenho o direito, afinal. — Eu pensei que isso seria uma decisão do Liam. — Ele não tem condições de d
— Vocês parecem ter uma relação complicada. Liam não diria complicada, a palavra era muito maior do que aquela. Não havia relação. Depois do casamento, ele mal viu os pais de Lillie. Eles viajaram quase um mês depois. E desde então nunca mais os viu. Lillie então começou com aquele “transtorno de complexidade”, para dizer o mínimo. E daí pra frente só piorou. E mesmo depois de ligar e explicar o que estava acontecendo, eles não haviam voltado. Não pelos gêmeos e menos pela própria filha. Diziam tanto que a amava, e no final a abandonaram. Mas que espécie de amor era aquele? Mesmo assim, concordou em um encontro com uma terapeuta. Designada por um juiz da vara da infância. Ficou surpreso pelos pais de Lillie também aparecerem, mas havia sido até bom, assim acabava com aquela bagunça de uma vez por todas. — E eu entendo. A relação entre a filha de vocês e Liam foi complexa. Haviam acabado de se tornarem homem e mulher, estavam casados e tinham dois filhos. Não é fácil. Mas... o mai
Tudo que Liam precisava era de descansar. Não só o corpo, mas a mente também. Quando aceitou ir até a terapeuta junto aos pais de Lillie, não imaginou que seria fácil. Estaria sendo bem idiota se pensasse daquela forma. Na verdade, sabia que as coisas desandariam mais cedo ou mais tarde. Mas não podia deixar de se surpreender um pouco com Aurelius. Ele realmente parecia muito abatido e não concordava com as coisas que a esposa estava fazendo. O que era bom. Pelo menos não teria ele no seu pé. Ainda assim, tinha Briana, que parecia querer sua infelicidade, se vingar pela morte da filha, que agora parecia ser tão importante. Infelizmente não conseguia deixar de julgar. Depois de morta, ela se importa. Não teve aquela mesma atitude quando soube que a filha não estava emocionalmente estável, quando ela jogou tudo para o alto e abandonou os próprios filhos. Mesmo depois de descobrir, não apareceu nem mesmo para apoiar os netos que al conhecia. E agora, depois que a perdeu, estava com tod
— Você vai falar com os gêmeos? Sobre os avós? – Killian perguntou. — Eu disse que não falaria depois da consulta de hoje... — Mas... – Ambos os mais velhos insistiram. — Não sei, eu realmente não quero problemas. Eu quero viver na santa paz. E anda sendo difícil ultimamente. Todo dia uma bomba nova. – Suspirou. – Mattew, Lillie, Samuel, e agora os pais da minha ex-esposa. — Mattew foi coisa da sua cabeça. O cara não tinha chance alguma. – Killian retrucou, revirando os olhos. – Não sei como não percebeu antes. — Porque ele estava com ciúmes. O que o ciúmes não faz. Liam bufou, se jogando contra o sofá. — Bem, o importante agora é você isso da melhor forma possível. — Certo. – Concordou com o primo. – Mas como? – Questionou, pensativo. **--** **--** Mia pensava que havia feito o certo em aceitar fazer aquele programa com as amigas e a prima. Aproveitar que os gêmeos estavam fazendo um programa divertido com o avô. Não reclamava da vida que estava vivendo agora. Amava pa
— Cait. — Mia. — Perdão mesmo... – A ajudou a pegar as roupas. — Está tudo bem. – Diz com um sorriso. – Eu também estava tão distraída olhando as roupinhas... – Se levantou ao mesmo tempo que a rosada. – Como você está? — Eu estou bem. E você? Tudo certo entre você e Mat? — Cada dia melhor. Mia ficava feliz por isso. — Ele está aqui. Veio me acompanhar. A Belle está ficando sem roupas. Você sabe, criança cresce tão rápido... — A Naty está na mesma situação. Eu fiz compras para ela há cinco dias atrás. – Diz sorrindo. – Ela veio comigo, mas não consegui trazer o Thomy. Aquele ali corre de shopping, sabe. A outra riu. — Desculpa interromper... Ambas fitaram Anelise. — Eu estou faminta, podemos comer? Pelo amor de Deus, Mia, tira a loira daqui de dentro, meus pés doem. A rosada riu. — Cait. Essa é uma de minhas amigas. Prima. Ela é esposa do meu primo. — Anelise. — Caitlin. — Você nos acompanha? – Mia chamou a nova amiga. — Bem... – Pensou. – Acho que não seria u
Mia não queria aceitar. Não queria mesmo. Mas Luna a convenceu do contrário. Conversar com aquele homem. Seu pai. Será que podia dizer que ele era seu pai? Ele não merecia, mas decidiu que era hora de resolver aquela situação de uma vez por todas. Ela precisava cicatrizar aquela ferida para ser feliz. Não podia continuar daquele jeito, por mais motivos que tivesse. E se aceitar aquele convite para conversar, era o único jeito, então que seja. Luna sempre dizia que ela deveria procurar pelo pai, falar o que queria, escutar o que ele tinha a dizer e finalmente largar aquela mágoa. Aquela mágoa que a fazia ficar mal. Até mesmo adoecer, como aconteceu logo que soube de tudo. Ela dava conselhos tantas e tantas vezes. Ela dizia que se sentiria muito melhor depois de ter aquela conversa. Provavelmente choraria, mas pelo menos jogaria para fora todos aqueles sentimentos que a fazia tão mal. E aquela era a oportunidade, por mais que não quisesse. Mia deixou as amigas na mesa e seguiu em dir
— Você me ignorava. Não acreditava em mim. — Eu estava perdido. Eu não estava bem. Não estou justificando minhas atitudes, eu não fui um bom pai para você. Eu fui cruel. Eu ignorava sua existência, porque olhar para você, doía. Me sentia mais culpado ainda. Eu ignorava até mesmo sua madrasta. Você não se lembra? Eu nem mesmo dormia no mesmo quarto que ela. Mia franziu o cenho. — Dormíamos em quartos separados. Te coloquei em um colégio interno na mesma época em que sua mãe morreu, porque eu não podia sequer me lembrar da sua mãe, e você me lembrava ela em tudo. — E apanhava por isso. Aquela mulher me surrava, e você... — Eu sequer escutava o que me dizia, Mia. Bebia tanto, que não me lembrava nem de quem eu era. – Suspirou. – Lembra do dia em que... eu dei aquele coelho? Seu coelho? Ela não respondeu, mas ele sabia a resposta. — Eu... não fiz para... te repreender. Eu... não conseguia ter nada... que me lembrava da sua mãe por perto. Eu não conseguia. Eu me culpava todo santo
— Ela nasce em um mês e meio. E... se você... quiser conhecê-la... Mia passou a mão no peito, nervosa. — Eu sei que... provavelmente não quer uma aproximação comigo, mas... talvez... queira ter com a sua irmã. A... Violet iria gostar. Ela... sabe de tudo. Eu contei quando... nos conhecemos. Ela sabe de você. E já quis muito te conhecer. — Violet. – Repetiu. – O nome da sua esposa. Ele concordou. — E ela sabe de tudo? Até do que fez? Com a minha mãe, no caso. — Tudo. Eu... estava saindo da reabilitação no dia do aniversário da sua mãe quando a conheci. Estava chovendo e... eu parei em um bar. Por pouco não tomei uma cerveja. — Se ela está fazendo bem a você. – Respirou fundo. – Mas eu não posso. Ele levou um tempo, mas balançou a cabeça. — Não agora. Eu... não tenho nada contra ela. Nem a conheço. E de verdade, se ela realmente te faz bem, eu espero que dê certo. E que... minha irmã seja feliz. Mas eu não posso agora. – Seus olhos encheram de água. – Eu... ainda sinto... u