Mia ficou muito aliviada e feliz quando o namorado não se importou por ela aceitar ficar com a filha de seu amigo naquela noite. Não havia falado com ele antes, principalmente porque havia sido algo que aconteceu muito rapidamente. Não gostava de resolver as coisas sem falar com Liam. Havia ficado um pouco preocupada. Mas havia sido bobagem. Ele compreendeu a situação. E que situação. Mattew tinha poucos amigos ainda na cidade, e claro que ela não poderia deixar de ajudá-lo naquele momento. Ele havia estado por ela em tantos. E ela havia dito que ele poderia contar com ela sempre. A ex-noiva, que estava sendo namorada desde que conversaram e se entenderam, havia sido hospitalizada. Nada muito grave, mas ainda pior que ele, ela não tinha ninguém na cidade. Os pais haviam falecido há menos de um ano e só tinha a ele e a menina que ela amava como filha. E agora Mia. Elas haviam ficado muito amigas. O que era uma surpresa, porque Mattew ainda era apaixonado pela rosada quando haviam se r
O som da campainha não parava de soar pela casa. Liam até achou que era um sonho, mas acabou percebendo que não. A primeira coisa que fez foi olhar no celular. Era quase sete da manhã. Muito cedo para estarem tocando a campainha tão incessantemente. Demorou um pouquinho para finalmente se levantar. Estava exausto. O trabalho estava sendo exaustivo. Mesmo de casa, era complicado ter um momento de paz. E só fazia três dias que havia decidido trabalhar no escritório de sua casa nos dias que não era necessário na empresa. E porque assim, poderia estar mais próximo dos filhos e de Mia mesmo com o trabalho o sobrecarregando. Era irritante ficar tantas horas longe deles, então se tinha de trabalhar, que fosse em casa, podendo vê-los ao menos durante meia hora. Era pouco, mas o suficiente para aqueles dias irritantes.Antes de se levantar, olhou para sua namorada ao seu lado. Ela dormia tranquila. Nem parecia que a campainha estava tocando irritantemente. Ela parecia não escutar, apesar de te
Mia tocou os cabelos, agora com um penteado mais “cheio”. Havia ficado perfeito. Como sempre, seu amigo doidinho havia feito seu cabelo ficar ainda mais lindo. Estava com um brilho incrível e agora havia uma mecha ou outra mais clara, chegando ao seu tom de loiro antigamente. A decisão daquela mudança havia sido sua, mas a ideia de tons havia sido de Natalie. Sua garotinha. Haviam ido juntas ao cabelereiro enquanto Thomas passava um dia todinho com o pai. Era o dia das garotas. Estava querendo fazer algo de “mãe e filha” e Luna deu aquela ideia genial. Ambas tinham os cabelos diferentes agora. Natalie havia cortado um pouco os cabelos também e arrumado a franjinha que já estava batendo quase que em seus olhos. Feito mechas — claro que com tinta que saía após alguns dias sendo lavado com shampoo — cor de rosa, querendo se parecer um pouco mais com sua mãe. E Mia adorou. A menina havia ficado ainda mais fofa que antes. Benjamin havia se apaixonado pela menina desde a primeira vez que
— Cadê a meia-calça? Mia se virou. — Você não bate na porta? — Eu gosto da mesma fruta que você. A única criança ali ficou confusa. — Como assim? — Nada. – Respondeu rapidamente à sua filha. – Ben. Ele apenas deu de ombros. — Ainda não me respondeu. — Eu dispenso. — Mas eu fiz com tanto carinho. E começou a chantagem, pensou. — Eu escolhi a dedo. Tirei todo um dia para fazer com que fosse perfeito esse dia da beleza entre mãe e filha e você me... — Está bem. – O interrompeu. – Eu visto, está bem? Ele deu um sorriso enorme. — Mamãe, você está linda. — Você está mais, meu amor. – A beijou na bochecha. — Eu amei esse dia de mãe e filha. É o melhor dia da minha vida. Mia sorriu, feliz pela felicidade da filha. **--** **--** Liam realmente se impressionou quando as viu. Juntas, lado a lado, com o mesmo estilo e cor de vestido e a mesma cor e estilo de sandália, além de uma maquiagem no rosto. Primeiro porque sua filha estava com mechas nos cabelos e segundo porqu
— O papai teve medo da montanha russa. – Thomas contou. — Ah, você então tem medo de altura, é? – Provocou um pouquinho ao namorado. — Não era medo. — Sei. — Você tem medo de subir na cadeira, Mia. Ela fez um biquinho, e os três ao redor dela riram. — Eu ganhei roupas novas, papai. — Compras é uma chatice. — Bom saber que gosta tanto, na próxima levo você. Liam riu com a provocação da namorada enquanto Thomas fazia uma careta. — Eu comprei algumas camisetas e conjuntos para você. Acho que vai adorar. — Então eu estou salvo do shopping? Liam voltou a rir, e dessa vez Mia o acompanhou. — Dessa vez, mocinho, mas só dessa vez. O menino vibrou. — Será de quem que ele herdou isso, não é mesmo? — Não sei de quem. – O mais velho fingiu que não era uma indireta. – Talvez do avô. — Há-há-há. Liam segurou uma risada. — O vovô não gosta mesmo de shopping. Ele foge da vovó toda vez. A gente já fugiu juntos. Foi muito maneiro, ele me deu tudo que eu queria. — Ah, claro
— Cadê a minha mãe? — Ela não veio, maninha, não entende? Essa senhora mandou buscar a gente. O menino era muito inteligente, a “avó” pensou. — Ela quer alguma coisa de mim e de você. — Só conhecê-los. — E levou seis anos para decidir conhecer a gente? Passamos. Briana abriu a boca para responder, mas Natalie a interrompeu: — Mamãe! Mia recebeu sua garotinha, percebendo seu estado assustado. Se preocupou, mas tentou não transparecer; apenas beijou seus cabelos e a envolveu em seus braços. Direcionou o olhar para Thomas e imediatamente encontrou os olhos de uma senhora. — Você... deve ser a namorada do Kavanagh. — Ela é mãe daquela mulher, mamãe. – Thomas contou, já perto dela, e Mia arregalou os olhos. – Lillie. Briana não gostou nenhum pouco de como o menino falou o nome de sua filha. — O que... faz aqui? – Se obrigou a questionar. — Eu vim conhecer meus netos. Tenho o direito, afinal. — Eu pensei que isso seria uma decisão do Liam. — Ele não tem condições de d
— Vocês parecem ter uma relação complicada. Liam não diria complicada, a palavra era muito maior do que aquela. Não havia relação. Depois do casamento, ele mal viu os pais de Lillie. Eles viajaram quase um mês depois. E desde então nunca mais os viu. Lillie então começou com aquele “transtorno de complexidade”, para dizer o mínimo. E daí pra frente só piorou. E mesmo depois de ligar e explicar o que estava acontecendo, eles não haviam voltado. Não pelos gêmeos e menos pela própria filha. Diziam tanto que a amava, e no final a abandonaram. Mas que espécie de amor era aquele? Mesmo assim, concordou em um encontro com uma terapeuta. Designada por um juiz da vara da infância. Ficou surpreso pelos pais de Lillie também aparecerem, mas havia sido até bom, assim acabava com aquela bagunça de uma vez por todas. — E eu entendo. A relação entre a filha de vocês e Liam foi complexa. Haviam acabado de se tornarem homem e mulher, estavam casados e tinham dois filhos. Não é fácil. Mas... o mai
Tudo que Liam precisava era de descansar. Não só o corpo, mas a mente também. Quando aceitou ir até a terapeuta junto aos pais de Lillie, não imaginou que seria fácil. Estaria sendo bem idiota se pensasse daquela forma. Na verdade, sabia que as coisas desandariam mais cedo ou mais tarde. Mas não podia deixar de se surpreender um pouco com Aurelius. Ele realmente parecia muito abatido e não concordava com as coisas que a esposa estava fazendo. O que era bom. Pelo menos não teria ele no seu pé. Ainda assim, tinha Briana, que parecia querer sua infelicidade, se vingar pela morte da filha, que agora parecia ser tão importante. Infelizmente não conseguia deixar de julgar. Depois de morta, ela se importa. Não teve aquela mesma atitude quando soube que a filha não estava emocionalmente estável, quando ela jogou tudo para o alto e abandonou os próprios filhos. Mesmo depois de descobrir, não apareceu nem mesmo para apoiar os netos que al conhecia. E agora, depois que a perdeu, estava com tod