Liam se jogou em sua cadeira após uma reunião exaustiva com dois clientes. Ele gostava de estar à frente da empresa da família, mas era — em certos dias — exaustivos. Mas havia um outro motivo para ele não estar com o melhor dos humores. E esse motivo era que Freya havia entrado em contato novamente. Era a quarta desde que terminou tudo que tinha com ela. Ela insistia em algo que não valia a pena. Estava mais parecendo a Amelia. Será que havia se enganado com ela também? Não queria acreditar nisso, não depois de ela o ajudar quando Lillie o deixou com os gêmeos, não depois de ela ajudá-lo com vários trabalhos da faculdade para que ele pudesse ter mais tempo para os gêmeos, não depois de criar uma amizade — que Killian vivia dizendo ser estranha — com ela. Mas aquela insistência começava a chateá-lo. Ela deveria compreender e seguir em frente. Qualquer mulher normal faria isso, certo? Haviam tantas mensagens em sua caixa de mensagem, que chegava a ser irritante. Era ela pedindo para
Amelia não achou que encontraria com ele nem tão cedo. Ela passava longe dos lugares que ele frequentava, não estava pronta para vê-lo depois do que fez. Ainda se sentia extremamente envergonhada. E tinha motivos, afinal, o que havia feito era motivo de ser repudiada. E se fosse, por Liam, seria ainda pior. Não que o amasse ainda. Não. Inacreditavelmente aprendeu a amar Oliver aos pouquinhos. Ele havia feito isso. Havia a mudado dia após dia. A fazia se sentir amada a cada dia. Ele a fazia rir todos os dias, a fazia se sentir leve, feliz. Antes, com Liam, era sempre um medo angustiante de perdê-lo. Ficava em cima, ligava a todo momento, mandava mensagem a cada segundo, sentia ciúmes até da própria sombra. Isso não era normal. E ela sabia disso agora. Era doentio, sim. E ela aprendeu a ter um outro relacionamento com Oliver. Confiança é a base de tudo. Ela aprendeu a confiar nele, aos pouquinhos, estava completamente apaixonada, e ele por ela. Ele admitiu primeiro, com seu jeitinho
Liam suspirou longamente, se lembrando do dia em que descobriu a gravidez. Ele nem soube o porquê de voltar no tempo por um milésimo de segundo. — Cara, eu estou morrendo de fome. — Isso não é nenhuma novidade. – Noah provocou o cunhado. — Vou te ignorar. — Ignore mesmo, temos que terminar isso. – Liam diz, apontando para os livros em cima da mesa. – Eu estou exausto e não estou reclamando. — Reclamou agora. Liam mostrou o dedo do meio rapidamente. — Lindo. – Shay debochou. – Quando vocês vão amadurecer? — Só porque é um ano mais velho que agente, e está namorando a irmã do Connor, não quer dizer que possa nos dar sermão. Os outros apoiaram o Kavanagh. — Mas não vamos falar sobre esse namoro, por favor, porque ainda não me acostumei. — Eu te entendo muito bem. – Noah diz após o ruivo, olhando para o amigo loiro. – Você não está dando suas escapadas, não, né? — Você sabe muito bem que eu nunca machucaria a Aurie. – Retrucou. — Não diga nunca, porque você já f
— Eu mesmo não queria aceitar isso até... pouco tempo atrás. — E mudou de ideia. — Esses sentimentos não vão me deixar, então... — E quando vai dizer a ela? — Virou cupido agora? – Brincou, e ela sorriu. — Não precisa responder, se não quiser. Só espero que não seja tarde demais quando decidir que é a hora. Por um momento pensou no Kearney. — Ela é muito bonita. Linda. Amável. Extremamente gentil. Eu sei disso sem conhecê-la como os amigos a conhecessem, e tudo pelas coisas que ela fez por mim. Pelas palavras no momento em que mais precisei. E por isso não seria difícil alguém se apaixonar por ela. Você que o diga, certo? Liam se surpreendeu um pouco com as palavras da ruiva, mas sim, concordava com cada uma delas. Havia se apaixonado por aquele jeitinho amável que Mia sempre dedicava aos gêmeos. E até mesmo a ele. — Você mudou. — Isso é bom ou ruim? – Brincou um pouquinho, fazendo o Kavanagh sorrir ladino. – Acho que era necessária essa mudança para que eu fosse realmente
— Papai. A minha apresentação de Ballet. E então Liam compreendeu o motivo de a menina estar tão apressada. — Sim, sim, querida, nós já vamos. – Sorriu para Mia. – Obrigado por me ajudar com ela. Eu estava sem opções. — Foi um prazer. – Devolveu o sorriso. – Você está linda, querida, arrasa. A ruivinha sorriu em resposta. — O papai vai enviar as fotos, Mia, você vai guardar elas, não vai? — Com certeza. Liam então decidiu que era a hora de finalmente “chegar” em casa. Estacionou na garagem, desceu do carro e no mesmo instante, Natalie aparecia na porta. — Mia! Estou faminta. — Eu já vou cortar o bolo, não mecha nele. — Eu já peguei um pedaço com uma colher. Mattew riu enquanto Mia olhava para a menina totalmente incrédula. — O que você tem dentro desse estômago? Uma sucuri? A criança riu. — Eu acabei de dar um pão assado para você. — Ué! Tô em fase de crescimento. – Desviou os olhos, finalmente percebendo a presença de seu pai, abrindo um sorrisão. – Papai, você ch
— Sabia que a Belle vai ter uma apresentação de ballet hoje, papai? — Hum. – Sua filha estar falando sobre a menina de forma tão gentil, era novidade. — O pai dela tentou arrumar o cabelo dela, e ficou um desastre. – Thomas contou rindo. — Eu sei como é isso. – Murmurou, e Mia segurou uma risada. – Até eu aprender, foi um custo. Eu deixava os cabelos da Naty se embolarem todo. — Coitadinha. — Mas o papai aprendeu a fazer marias-chiquinhas. O pai e a rosada sorriram. — Eu gostava muito. — Sim, porque era a única coisa que o papai sabia fazer. — Muito engraçado. O menino começou a gargalhar ao sentir os dedos ágeis de seu pai em seu corpo. — Sabe quem eu vi hoje? – Fitou Mia. — Quem? — Amelia. As crianças fizeram uma careta. — Oh. Vocês se encontraram. — Por que não está surpresa? — Porque eu sabia. Ele ficou um pouco surpreso. — Se encontraram? Thomas interrompeu a resposta de Mia. — Por que estamos falando dessa cobra? — Querido, ela se arrependeu. As pesso
— Fiquei surpresa quando me ligou marcando esse encontro. Se pudesse ele estaria bem longe dali. O mais longe possível daquela pessoa que o fazia sentir todo tipo de coisa ruim, mas que tentava a todo custo não trazer aquelas coisas para dentro de si. Só o faria mal, afinal de contas. Infelizmente, teve de marcar aquele encontro. Era como havia sido: por seus filhos, fazia qualquer coisa. E aquela “coisa”, por mais difícil que fosse, era necessária. Era preciso estar diante dela, escutar tudo que ela tinha para dizer — ou vomitar —, ainda que soubesse como ela foi infeliz durante toda a gravidez dos gêmeos. Por mais que soubesse que ela nunca teve qualquer intenção de se casar com ele, por mais que ela estivesse de olho no status que teria se tivesse qualquer coisa com ele. Era isso com isso que ela se beneficiava ao estar casada com ele. Por ser mãe de um filho dele. — É necessário, afinal..., ainda estamos casados. — Por pouco tempo. Eu quero o divórcio tanto quanto... você tamb
Mia sentia um arrepio no corpo enquanto andava até o mercadinho ao lado da casa de Liam. Ela achou que precisava dar uma andadinha, mesmo que Liam tivesse dito que ela não devia andar sozinha por conta de Samuel. Sabia que ele estava certo, que deveria evitar isso, mas sem os gêmeos em casa começava a pensar besteira. E ela não queria isso, então decidiu que faria uma comidinha diferente, e para isso precisava ir ao mercado. Andava olhando por todo lado, e quando estava quase chegando, começou a sentir aquele arrepio horrível e aquela sensação de que estava sendo não só seguida, mas observada. Já havia sentido aquilo antes. Há um tempo atrás, quando ainda morava com o pai. Sempre achou que era sua madrasta querendo assustá-la e fazê-la deixar não só sua casa, mas seu pai. E ela conseguiu. Não por medo dela, mas ainda assim, havia sido a melhor coisa que fez, e agora achava isso mais que tudo por descobrir quem realmente era seu pai. Pegou as compras e atravessou a rua para poder seg