A ruiva fechou as mãos em punhos, sentindo um ódio que ela nunca, jamais sentiu por alguém. Ela sentiu seu corpo inteiro ser possuído por algo. Algo ruim. Já estava sentindo que ele acabaria com qualquer coisa que tinham, sentiu isso quando voltou da Bélgica. Algo lhe disse para desistir daquela viagem, desistir daquela campanha, mas acreditou que ele estaria ali quando voltasse. Que ele continuaria sendo dela. Mas estava enganada. Ele havia se apaixonado por outra. E agora estava se afastando. Indo embora. Deixando-a. Não podia aceitar. Ela sempre o quis. Desde o começo. Por isso o ajudou com os gêmeos quando Lillie se foi, por isso ficou para dar a notícia do abandono da amiga, por isso fez tudo por ele. Porque sempre quis ele para ela. Acreditou que se aproximando, poderia conseguir sua confiança. E aos poucos, conquistar sua amizade. E então, finalmente ter ele só para ela. Se casar com ele. Ela sempre sonhou com isso. E achou que estava conseguindo quando finalmente teve ele em
— Quantos anos tem? — Doze. Uau, eu acertei, pensou, impressionada consigo mesma. — Eu estava estudando na Inglaterra. — Oh! – Arregalou os olhos. – Incrível. — Ela vai morar aqui, agora, Mia, não é demais? – Thomas contou. — Aqui... Aqui? — Não, com o papai e a mamãe dela. – Natalie diz rindo, sendo acompanhada por seu irmão e sua prima. – Ela voltou para ficar. Tio Dani veio trazer ela aqui para nos ver. — E vocês abriram a porta sem me contar de novo. — Desculpa. – Pedem juntos. — Vocês continuam uns pestinhas, hein. – Diz rindo. – Eles aprontaram muito com você? — Bom..., só um pouquinho. — Ela caiu e machucou a testa, o bolo dela explodiu dentro do forno, ela foi jogada na piscina e os cabelos dela ficaram azuis por mais de um mês. – Natalie contou, mexendo seus dedinhos. A jovem arregalou os olhos. — Aposto que isso foi obra sua. – Fitou ao priminho. – Que coisa feia, Thomy. Nunca se meche com o cabelo de uma mulher. — Obrigada, foi realmente doloroso. – Se fez d
Liam observou de longe o rapaz — que deveria ter a idade de seu pai — de cabelos brancos e olhos negros abraçar Mia apertado, a viu corresponder com o mesmo carinho dele, os viu pegar na mão um do outro antes de um deles dizer algo que ele não prestou atenção. Ele via o carinho do homem pela rosada; era perceptível o quanto se importava com ela. A única coisa que conseguiu entender era “você parece muito melhor desde a última vez que a vi”. Provavelmente ele deveria estar falando sobre a época em que ela perdeu a filha. Finn — que não tinha o mesmo sangue que ela nas veias — havia a visitado no hospital, mas seu pai não havia feito o mesmo. Para Liam, isso era inadmissível. Mesmo que ele tivesse sido um puto com a própria esposa, ela era a filha dele. A garotinha dele. Deveria protegê-la de tudo e de todos, cuidá-la, e não havia sido capaz de fazer nem uma coisa e nem outra. Liam se revoltava cada vez mais com aquele homem e nem mesmo o conhecia. Mia havia falado um pouco sobre Finn
— Nos apaixonamos pela mesma mulher. Ambos os mais jovens arregalaram os olhos. — Isabella Dunne. Estudamos juntos. Nós três. Éramos melhores amigos. E nós dois nos apaixonamos pela única garota que era capaz de nos fazer sentar na sala de aula e aprender alguma coisa. Ele dormia quase todas as aulas e eu... não tinha muita paciência já que tinha um QI maior do que qualquer um naquela sala. — Estou... muito surpreso. — Ela se apaixonou por Gabriel. E eu deixei o caminho livre. – Deu de ombros. – Não achei que um dia iria conhecer um de seus sobrinhos. Não o vejo desde os meus quinze anos. Faz muito tempo. – Diz bem devagar as últimas palavras. – Mas não vamos falar do passado, estamos aqui para falar sobre você. Certo? — Do meu passado. – Murmurou. – Sente-se. — Do seu passado? — É, ele voltou para me atormentar. Finn fitou Mia por um momento antes de se voltar para o Kavanagh. — A mãe dos meus filhos voltou depois de quatro anos e meio querendo a guarda dos dois. – Diz d
E Liam não conteve a fúria e muito menos a vontade de jogar o porta-retrato da família que se encontrava em cima da mesinha ao lado do sofá, na parede, antes de se lembrar de que havia alguém mais importante na vida dele, duas pessoinhas, que precisavam dele inteiro, e só por esse motivo não se deixou levar pela vontade de encontrar a egoísta de sua mulher e lhe jogar algumas verdades em sua cara. Era o que ela merecia. A jovem, que se chamava Freya, explicou que tentou fazer a amiga mudar de ideia, mas que não conseguiu, e que por isso decidiu cuidar dos gêmeos até que ele chegasse. E ele não pode deixar de agradecê-la por isso, porque tinha a certeza absoluta de que a mulher com quem se casou os deixaria sozinhos, se a amiga não estivesse presente. E então sua vida virou outra, uma ainda mais complicada, e mesmo assim não desistiu, ou se revoltou, ou mesmo culpou seus filhos por tudo que estava acontecendo em sua vida desde que conheceu a Collins; porque era assim que ele a c
Liam se jogou em sua cadeira após uma reunião exaustiva com dois clientes. Ele gostava de estar à frente da empresa da família, mas era — em certos dias — exaustivos. Mas havia um outro motivo para ele não estar com o melhor dos humores. E esse motivo era que Freya havia entrado em contato novamente. Era a quarta desde que terminou tudo que tinha com ela. Ela insistia em algo que não valia a pena. Estava mais parecendo a Amelia. Será que havia se enganado com ela também? Não queria acreditar nisso, não depois de ela o ajudar quando Lillie o deixou com os gêmeos, não depois de ela ajudá-lo com vários trabalhos da faculdade para que ele pudesse ter mais tempo para os gêmeos, não depois de criar uma amizade — que Killian vivia dizendo ser estranha — com ela. Mas aquela insistência começava a chateá-lo. Ela deveria compreender e seguir em frente. Qualquer mulher normal faria isso, certo? Haviam tantas mensagens em sua caixa de mensagem, que chegava a ser irritante. Era ela pedindo para
Amelia não achou que encontraria com ele nem tão cedo. Ela passava longe dos lugares que ele frequentava, não estava pronta para vê-lo depois do que fez. Ainda se sentia extremamente envergonhada. E tinha motivos, afinal, o que havia feito era motivo de ser repudiada. E se fosse, por Liam, seria ainda pior. Não que o amasse ainda. Não. Inacreditavelmente aprendeu a amar Oliver aos pouquinhos. Ele havia feito isso. Havia a mudado dia após dia. A fazia se sentir amada a cada dia. Ele a fazia rir todos os dias, a fazia se sentir leve, feliz. Antes, com Liam, era sempre um medo angustiante de perdê-lo. Ficava em cima, ligava a todo momento, mandava mensagem a cada segundo, sentia ciúmes até da própria sombra. Isso não era normal. E ela sabia disso agora. Era doentio, sim. E ela aprendeu a ter um outro relacionamento com Oliver. Confiança é a base de tudo. Ela aprendeu a confiar nele, aos pouquinhos, estava completamente apaixonada, e ele por ela. Ele admitiu primeiro, com seu jeitinho
Liam suspirou longamente, se lembrando do dia em que descobriu a gravidez. Ele nem soube o porquê de voltar no tempo por um milésimo de segundo. — Cara, eu estou morrendo de fome. — Isso não é nenhuma novidade. – Noah provocou o cunhado. — Vou te ignorar. — Ignore mesmo, temos que terminar isso. – Liam diz, apontando para os livros em cima da mesa. – Eu estou exausto e não estou reclamando. — Reclamou agora. Liam mostrou o dedo do meio rapidamente. — Lindo. – Shay debochou. – Quando vocês vão amadurecer? — Só porque é um ano mais velho que agente, e está namorando a irmã do Connor, não quer dizer que possa nos dar sermão. Os outros apoiaram o Kavanagh. — Mas não vamos falar sobre esse namoro, por favor, porque ainda não me acostumei. — Eu te entendo muito bem. – Noah diz após o ruivo, olhando para o amigo loiro. – Você não está dando suas escapadas, não, né? — Você sabe muito bem que eu nunca machucaria a Aurie. – Retrucou. — Não diga nunca, porque você já f