Seus filhos estavam realmente se divertindo muito mais que ele naquele dia, principalmente por estar sendo observado a cada instante; havia sido reconhecido, mas isso já era o esperado, mesmo assim, isso de certa forma o incomodava por demais. Tentava a todo instante ignorar as olhadas, principalmente as maliciosas que eram jogadas para cima de si, mas estava realmente difícil. Será que não percebiam que estava com seus filhos e que precisava de um pouquinho de privacidade? Mesmo que isso o irritasse e muito, se obrigou a se focar nos gêmeos, que se divertiam a sua frente. Eles estavam tão felizes por estarem naquele parque aquático que nem mesmo haviam percebido que também havia olhares sobre eles, e Liam agradeceu mentalmente por isso, principalmente porque eles não gostavam de serem o centro das atenções de pessoas desconhecidas. Apesar de terem apenas cinco anos, ambos nadavam tão bem quanto ele; havia colocado ambos desde bem pequenininhos na natação, e essa era a explicação. E
O dia estava acabando e sabendo que deveria se encontrar com a Lafferty em alguns minutos na sorveteria, chamou ambos os filhos para se trocarem. Não havia sido nada fácil convencê-los a sair da piscina, afinal estavam se divertindo junto a outras crianças, e por isso Liam prometeu a si mesmo e a elas que voltariam mais vezes aquele parque, mesmo que tivesse de ignorar seus próprios desejos; a felicidade dos gêmeos era mais importante. Natalie se vestiu com uma meia-calça rosa clarinha, por cima, um vestido de mangas longas com algumas listras marrom, sendo que em alguns formatos em triângulo estava em vermelho, e para completar, uma estampa de flores cor-de-rosa; nos pés, uma bota marrom claro sem salto. Thomas vestiu-se com uma calça jeans e uma blusa de mangas longas em azul-marinho, e seu pai estava igual a ele, sendo que o tênis do pequeno era na mesma cor de sua calça e o do mais velho era na mesma cor que a blusa, com pequenos detalhes em branco. Se aliviou quando chegou e p
Mia mal podia conter sua ansiedade para se encontrar com o Kavanagh. Se fosse em um outro momento, ela estaria extremamente nervosa, mas como o moreno não havia dito o porquê de querer vê-la, nem mesmo dizer do que se tratava a conversa, ela não conseguia parar de se perguntar o que era. Sua curiosidade era maior do que qualquer outra coisa, e ela tinha de admitir que isso era algo que ela via como defeito. Ela gostaria de pensar que fosse uma proposta de emprego; estava necessitada, afinal de contas. Mas se fosse realmente, ele faria tanto mistério? Se fosse, ele estaria tão preocupado em conversar pessoalmente, ou mesmo por parecer estar nervoso enquanto lhe falava? Pensou que poderia ser por estar ligando àquela hora da noite, mas logo expulsou aquela desculpa de sua mente; por algum motivo acreditava que o nervosismo era por outra razão. Logo que acordou, tomou um banho relaxante, tentando se esquecer do fato de que em algumas horas estaria frente a frente com Liam Kavanagh, se
Liam Kavanagh se encontrava no escritório da empresa de sua família, na qual comandava, mas diferente do que deveria estar fazendo, seus olhos se encontravam no porta-retrato a sua frente em cima de sua mesa; nela, uma fotografia de ambos seus filhos, juntos e abraçados. Com apenas vinte e três anos, o moreno de olhos ônix era pai de um casal de gêmeos. Apesar de ser muito cansativo, adorava passar as horas com eles ou mesmo apenas colocá-los para dormir, como fazia sempre. Ambos eram muito parecidos consigo, com a única exceção dos olhos, que eram verdes-oliva; a mesma cor dos olhos de sua mãe; se é que podia chamá-la dessa forma, já que a mulher por quem havia se afeiçoado durante a gravidez, havia os abandonado. Se lembrava como se fosse ontem do dia em que tudo começou. Havia terminado o colegial, e todos iriam comemorar na casa de um dos colegas de classe. Apesar de seus pais, em especial sua mãe, pedir para que ele não fosse, não os escutou. Sabendo que beberia, pediu para que
— Cara, eu estou morrendo de fome. — Isso não é nenhuma novidade. – Noah provocou o cunhado. — Vou te ignorar. — Ignore mesmo, temos que terminar isso. – Liam diz, apontando para os livros em cima da mesa. – Eu estou exausto e não estou reclamando. — Reclamou agora. Liam mostrou o dedo do meio rapidamente. — Lindo. – Shay debochou. – Quando vocês vão amadurecer? — Só porque é um ano mais velho que agente, e está namorando a irmã do Connor, não quer dizer que possa nos dar sermão. Os outros apoiaram o Kavanagh. — Mas não vamos falar sobre esse namoro, por favor, porque ainda não me acostumei. — Eu te entendo muito bem. – Noah diz após o ruivo, olhando para o amigo loiro. – Você não está dando suas escapadas, não, né? — Você sabe muito bem que eu nunca machucaria a Aurie. – Retrucou. — Não diga nunca, porque você já ficou com a Ruby uma vez, durante o namoro. — Eu estava bêbado! – Praticamente gritou. – Sacanagem, eu já expliquei isso, Noah. E eu nem tive culpa, aquela do
E então seu mundo virou de cabeça para baixo. Sua mãe surtou e quase teve um ataque do coração ao descobrir sobre a gravidez, seu pai ficou possesso por sua irresponsabilidade e o obrigou a noivar com a moça, que incrível e surpreendentemente, era filha do contador da empresa da família, e o fez prometer que seria responsável pela criança que estava dentro da barriga de Lillie. E ele prometeu. Mesmo morrendo de medo de ser pai, esteve presente em cada consulta, em cada enjoo, em cada desejo, e mesmo que estivesse um caco por estar estudando e cuidando de uma grávida, não a deixou sozinha nem por um segundo, principalmente porque sabia que ele era parte responsável por ela estar passando por uma gravidez aos dezesseis anos; sim, ela era um ano mais nova que o Kavanagh. Eles se casaram nas férias, quando ela já se encontrava com uma barriguinha a mostra, e que por esse motivo, haviam se decidido apenas no civil. E Liam agradeceu por isso, pois não estava com cabeça para planejar um
Liam, eu tentei ser a mãe que os pivetes precisavam, juro que tentei, mas isso não é para mim. Nunca quis me casar e ser dona de casa. Meu sonho era ser modelo, e por culpa da maldita gravidez, eu perdi a oportunidade. Preciso refazer minha vida longe dos culpados da destruição do meu sonho, e por isso eu os deixo com você. Estarão muito melhores sem mim. Adeus. Lillie Kavanagh. E Liam não conteve a fúria e muito menos a vontade de jogar o porta-retrato da família que se encontrava em cima da mesinha ao lado do sofá, na parede, antes de se lembrar de que havia alguém mais importante na vida dele, duas pessoinhas, que precisavam dele inteiro, e só por esse motivo não se deixou levar pela vontade de encontrar a egoísta de sua mulher e lhe jogar algumas verdades em sua cara. Era o que ela merecia. A jovem, que se chamava Freya, explicou que tentou fazer a amiga mudar de ideia, mas que não conseguiu, e que por isso decidiu cuidar dos gêmeos até que ele chegasse. E ele não pode deixa
Natalie e Thomas Kavanagh tinham cinco aninhos, mas diferente do que toda babá que os conhecia, pensavam, eles não eram crianças normais; eram extremamente inteligentes e com uma mente incrivelmente diabólica. Não que não fossem crianças boas, adoráveis e obedientes, mas eles não admitiam, concordavam ou confiavam nas mulheres que o amado pai contratava para lhes cuidar. E o único motivo de não aceitarem uma babá é por temerem que elas tirassem o pai deles; e isso eles nunca aceitariam. Liam Kavanagh não tinha dona e eles queriam que continuasse assim eternamente. Naquele momento, ambos esperavam pela refeição da nova babá. A mulher tinha longos cabelos castanho-claros com algumas mexas loiras e os olhos eram em um tom azul-escuro. Enquanto preparava o almoço uma música tocava em seu celular, e por mais que soubesse que os gêmeos estivessem a alguns passos de si, ela não lhes dava atenção; estava totalmente focada em sua cantoria enquanto picava uma cebola. As crianças cochichavam en