— Já quer pedir? E então ele levantou o braço, acenando para um metre que estava perto. — Eu estava sonhando com um hamburguer. O ruivo sorriu. — Por falar nisso, eu tenho que cumprir uma promessa que fiz aos gêmeos. — E seria? — Fazer meu próprio hamburger. Eu contei que eu ajudava minha mãe quando era criança, que fiz muito para minha melhor amiga, depois para o ela e o marido... e ele ficaram muito enciumados. Mattew riu. — Sério, me fizeram prometer que eu faria para eles. — E como você não nega nada a eles... — Eu não consigo, é mais forte que eu. – Confessou, dando um suspiro. – Hoje, foi a primeira vez. — Hoje? — Sim, eles me fizeram um pedido e eu precisei negar. – Entortou a boca. – Mas me perdoaram. Bem, eu espero que sim. — Tenho certeza de que sim. Eles te amam demais para não te perdoar. Ela sorriu. — Além disso, você é muito especial. É impossível alguém ficar chateado com você. Eu jamais conseguiria. Ela corou. — Não quero te constranger. — Não
Havia muito mais em suas palavras, e mais ainda em seu olhar, e ela se sentiu envergonhada, mas ainda assim, lhe sorriu antes de se dirigir para a cozinha. Pegou os ingredientes — e ela agradeceu por ainda ter um pouco deles ali — e colocou sobre a bancada. Colocou um pouco de água para esquentar e então jogou os ingredientes que usava sempre que precisava relaxar dentro, deixando ferver por cinco minutos. Colocou em uma caneca e levou para Liam, batendo na porta antes de entrar em seu quarto. Seria a primeira vez que adentrava ali. Seu coração praticamente pulava fortemente por isso. Ainda assim, ignorou aquele sentimento e adentrou quando Liam autorizou. Ele se encontrava sentado com uma camisa diferente de antes — regata completamente preta, o que não era surpresa, já que ele adorava aquela cor — e uma bermuda de dormir — muito mais confortável do que ele estava vestindo a pouco e na mesma cor da camisa que vestia naquele momento. — Seu chá. — Obrigado. – Pegou de suas mãos e c
Mia quase achou que tivesse escutado errado. Não que ela estivesse enciumada; lógico que não. Mas era demais para ela, escutar aquela sandice. Primeiro porque ela sabia que aquela mulher abandonou os filhos por uma carreira de modelo e segundo porque ela jamais achou que um dia escutaria que aquele ser desprezível — e que já foi seu noivo — estava casado. Casado. E com aquela maldita mulher. Lillie. Tinha nojo só de pensar nesse nome. Ela não havia sido apenas uma egoísta, ela foi pior que isso. Abandonou os filhos por futilidade e por um macho. Que mãe, faria isso? Mãe, de verdade? Ela estava julgando, sim. Julgando porque mesmo que aquela mulher tivesse sido mãe muito nova, ela não tinha o direito de fazer duas crianças inocentes sofrerem tanto. Ela tinha que ter sido mulher o suficiente e arcado com as consequências de seus atos. Como Liam. Ele havia sido pai. Um paizão. Apesar das dificuldades, não abandonou os filhos, não os culpou pela vida difícil, não foi um escroto. Ela estav
— Vai deixar ele te ameaçar, querido? — Cala a boca, Lillie! – Liam exclamou, já revoltado com toda aquela situação. – Você deveria escutar e fazer o mesmo, porque eu também sou capaz de enfrentar o capeta para colocar minhas mãos em você. – Se aproximou dela. – Se voltar a tentar se aproximar dos meus filhos, vai se arrepender de ter nascido, sua maldita. — Eu vou pedir pela guarda deles, Liam. Ele gargalhou. — Sério? Vai mesmo se humilhar a esse ponto? Ela franziu o cenho. — Me humilhar? — Se eu tiver que dizer tudo que você é realmente..., eu vou dizer. Você abandonou seus filhos, mas antes, os desprezou. E não era depressão, o motivo era porque você estava com o corpo deformado. Lembra-se das suas palavras? E lembra-se também de que havia testemunhas quando se negou a amamentar porque seus seios iam cair? — E quem vai acreditar nisso? Ele balançou a cabeça. — Tente... entrar nessa, para ver o que te acontece. — Está me ameaçando? — Eu acho melhor tomar cuidado, Kava
— Nós somos amigos. — Amigos? Desde quando amigos... — Oliver. Ele levantou as mãos, em rendição, mostrando um sorriso logo em seguida. — Olha se não é o gêmeo um e o gêmeo dois. O “quase” casal se virou. — E aí, galerinha. — Você voltou? Mais já? — Thomas. – O pai repreendeu o menino. — Também senti saudades. Natalie riu; ela já não tinha nada contra o rapaz, principalmente quando Mia havia prometido que eles eram apenas grandes amigos. — Cresceram, ou é impressão? — Nós crescemos um pouquinho, sim. – A garotinha confirmou com um sorriso. – A Mia tem medido nossa altura toda semana. — É bem irritante. — Deixa de ser implicante. O pequeno riu quando o pai o puxou para seus braços, lhe fazendo cócegas. — Eles já têm seis aninhos, Ollie. Sabia? — Ora, fizeram aniversário quando? — Há dois meses atrás. – Natalie contou. – A Mia organizou uma festa incrível. Temos fotos, você quer ver? Liam trocou um olhar com Mia; ele estava surpreso pela gentileza de sua garoti
— Eu não acredito que essa maldita teve coragem de aparecer na escola dos gêmeos. – Killian se revoltou; e ele não era o único a estar revoltado. Liam havia ido visitar os pais e aproveitou para contar o que havia acontecido há alguns minutos na porta da escola de seus filhos. Ao seu lado, estava Mia, que apenas observava a reação — indignada — dos familiares de seu “chefe”. Estavam não só os pais e irmãos — incluindo a cunhada — dele, mas também os tios — que ela só havia conhecido no dia do aniversário dos gêmeos — e os primos — Lucca e a esposa. Mia já sabia que viriam reações de indignações e aquelas que o Kavanagh mais novo mais teve quando a encontrou por duas vezes; o de ódio. E ela dava total razão a eles. A mulher some, desaparece, e volta quatro anos e meio depois, querendo algo que ela não tinha direito algum. Ela tinha que ter um motivo para estar de volta, era o que achava. Não era por arrependimento; isso nunca. O que ela queria com os gêmeos? E por que? — Eu não ac
Cada um dos amigos de Mia — e isso incluía os primos — se encontravam indignados. Revoltados. Á flor da pele. Não conseguiam controlar os nervos que sentiam por tudo que havia sido contado pela rosada. Ela havia prometido não esconder nada; dizer caso Samuel aparecesse novamente. E ela cumpriu, contando sobre o casamento dele, de suas ameaças e de tudo mais que havia acontecido na porta da escola dos gêmeos. Ela mesma se sentia revoltada; revoltada com ele, por insistir em querer machucá-la com aquela história da filha deles, revoltada com aquela mulher que ainda era esposa de Liam, por ser uma megera e que estava atrás dos gêmeos só para atingir ao pai deles, revoltada com a volta de ambos. Por que não continuaram no inferno onde era o lugar deles? — Se eu pôr as mãos nesse filho de uma... – Noah se interrompeu. – Não vai ter pessoa nesse mundo que vai me impedir de enviar ele para uma UTI. — Pega a senha. – Connor diz, tão revoltado quanto. — Eu sabia que não era coincidência.
— Eu deveria ter desconfiado. — Eles são meus filhos e não desconfiei. – Murmurou, sentando-se no chão, ao lado dela. – Eles me ligaram dizendo que você havia caído e se machucado. Vim o mais depressa possível. — Pestinhas. Liam riu. — Eu caí no truque da boneca perdida. Dá pra acreditar nisso? E ele voltou a rir. — Você deveria estar desesperado, não rindo. — Eles querem algo com isso, não vou dar esse gostinho de desespero para aqueles dois malandrinhos. – Diz, dando de ombros. – Eles devem vir nos soltar em uma hora. Eu espero. – Murmurou a última palavra. — Eu estou aqui desde às quatro da tarde. Liam arregalou os olhos e ela se preocupou. — Me diz que faz apenas meia hora que eles te ligaram? — Era quase cinco. E então foi a vez da rosada em arregalar os olhos. — Nesse caso, estou aqui há uma hora. — Mais ou menos. E então o silêncio reinou. Eles esperaram, esperaram... E esperaram... E reviraram o closet, cansados de ficar apenas sentados, sentindo já do