— Então foi mesmo por mim. — Ela não queria que você crescesse sem um pai. Ela havia perdido os dela a poucas semanas, estava ainda lidando com o luto, então... – Suspirou longamente. – Quando estava entrando no quinto mês, ela me procurou. Disse que estava desconfiada de que seu pai estava... Por um momento houve um silêncio desconfortável. E Mia, que já desconfiava desde o começo, entendeu tudo; sabia o que ela diria, mas não conseguiu. E seu peito doeu. Tanto, que mal conseguiu segurar as lágrimas por imaginar sua mãe passando por tudo aquilo apenas pela filha amada. Ela, no caso. — Ele estava traindo a minha mãe, não estava? Houve mais um momento de silêncio, mas bem mais curto que o outro. — Eu sinto muito. A rosada levou as mãos ao rosto. — Ela... não tinha provas. Ela queria para poder se livrar dele sem problemas. Tudo que ela desejava era uma vida tranquila. Meu marido vasculhou tudo, mas não encontrou. Não conseguiu descobrir se ele tinha uma amante. E por um mome
Mia fazia tudo no automático naquele dia. Seus pensamentos, longe; e ao mesmo tempo, ela conseguia escutar o som das vozes de Thomas e Natalie. Tudo que desejava naquele dia era ficar em seu quarto, encolhida debaixo da cama, e não sair até o dia seguinte chegasse, mas era impossível. Havia duas crianças ali que precisavam muito dela e ela tinha um trabalho a fazer. Mesmo assim, não conseguia ser a babá feliz perto das crianças; mal havia sorrido para elas naquele dia, e infelizmente não sabia se conseguiria, seja o que fosse que tentasse fazer ou falar. Aquele não era um bom dia; aquele era o pior dos dias. Para ela, era um dia no qual ela não deveria trabalhar ou mesmo ver alguém; não era uma boa companhia. Ela não conseguia compreender como alguém podia ser tão infeliz naquela vida. Primeiro ela perde a mãe amada, depois o noivo a abandona, em seguida perde a filha e depois descobre que sua mãe havia passado por um inferno nas mãos de seu próprio pai e que ele havia sido o culpado
Escutar ela sobre Amelia havia sido bom. Todo aquele rancor só estava fazendo mal a ele mesmo. No momento em que a perdoou, de verdade, sentiu um alívio tão grande, e o peso que sentia em seus ombros sumiu no momento seguinte. E por esse motivo ele decidiu fazer o mesmo com o que sentia por Lillie. Ainda havia aquele sentimento ruim dentro dele, mas ele estava se esforçando para deixar aquilo no passado e seguir a vida. Não que fosse se jogar para o amor; ainda não estava preparado. Mas também não mais ficaria pensando no ódio e na vontade que tinha de sacudir aquela mulher e jogar umas verdades na cara dela. Não sabia se um dia poderia fazer isso — jogar as verdades na cara dela, no caso —, e por isso era melhor deixar tudo para trás. Não era fácil, mas ele estava se esforçando. Suspirou longamente ao chegar em casa, sentindo todo o desanimo ir embora. Era só chegar em casa, que ele mudava completamente. E era a presença dos gêmeos que o fazia se sentir tão bem. E de Mia, sua ment
Liam se surpreendeu completamente quando a antiga Quinn, esposa de seu amigo ruivo, apareceu em sua casa parecendo toda preocupada. Ela havia perguntado pela amiga e subido igual a um furacão casa a dentro, e tudo que ele fez foi fechar a porta enquanto se perguntava o que estaria acontecendo. A loira havia deixado o filho pequeno em casa e ido visitar a rosada. Ou ela havia ligado ou a outra havia presentido. Ele não fazia ideia, mas algo lhe dizia que era sobre o motivo de a babá de seus filhos ter chorado naquela manhã e ficado o restante do dia deitada, parecendo ter adoecido, já que até mesmo teve febre. Havia percebido que era algo emocional após o almoço, quando foi levar a refeição para a mulher que havia acabado de despertar e saía do banho com os cabelos molhados e uma jardineira de tecido fino. Ela havia se desculpado e claro que ele pediu para que ela deixasse aquelas desculpas de lado; que estava tudo bem e que ela deveria descansar o restante do dia. Ela o escutou após
— Sabe o que precisa? De sair. Se divertir. – Sorriu. – Você precisa de um dia fora dessa casa, um dia só seu. Eu iria, com você, mas... — Sair? – Fez uma careta. — Você precisa deixar de ser tão antissocial. O celular da rosada apitou e uma mensagem apareceu na tela. — Kaerney. – Leu. – Quem é Kaerney? Mia imediatamente praguejou mentalmente por ter deixado a amiga ver a tela de seu celular; primeiro que ela faria várias perguntas e segundo porque sabia o que ela faria caso soubesse sobre o rapaz. — Pode começar a contar. E após um longo suspiro, contou sobre o rapaz gentil que havia conhecido a alguns dias na porta da escola dos gêmeos. Do rapaz que desde então começou a chegar mais cedo apenas para ficar conversando com ela, e que havia começado a dar sinais de interesse — algo que ela temeu contar, mas acabou deixando escapar por seus lábios após algumas pressões vindo de sua melhor amiga. — É ele. — O que? — Ele quem vai fazer esse coraçãozinho aí bater de novo. E M
Thomas não havia gostado nenhum pouco quando a rosada o deixou mais ao pai e a irmã. Menos ainda por saber com quem ela estaria. Sim, havia escutado a conversa dela com a melhor amiga — no caso, sua tia, ainda que apenas de consideração. Sua ideia era impedir que ela se fosse, mas com Luna por perto era impossível e por isso se apressou em pensar em algo que pudesse atrapalhar aquele encontro. Sua cabeça já começava a planejar algo ao se lembrar de que seu pai ainda não conhecia o Kearney. Seria duas cartadas em um único jogo, ele pensou. Mas antes teria de organizar aquele “encontro casual”. Sim, porque para todos os efeitos, eles se encontrariam com Mia e o acompanhante dela “coincidentemente. Ainda bem que escutei o local que eles se encontrarão, ele pensou enquanto ligava para o tio Killian; precisaria da ajuda dele para tirar o pai de casa em uma quinta-feira a noite. O primogênito de Andrew e Ivy não pensou duas vezes em aceitar ajudar o sobrinho mais que amado. Já estava em
— Sim, dessa vez, em frente a sala quase que inteira. Eu tive de ser severo dessa vez. Por mais que meu coração doa, eu tive de fazer um sermão. — Liam também fez o dele. E eu conversei com a Naty também. Ela é uma boa garota, só está enciumada. Ambas estão. — Minha filha se apegou muito a você, em pouco tempo de convívio. Acho... que por ela sentir tanto a falta de uma mãe por perto. — Eu fico emocionada por todo esse amor que ambas sentem por mim, mas está me preocupando ver que elas não se entendem de forma alguma. Isso pode acabar muito mal. – Diz, toda preocupada. — Já falei com minha filha. Ela não vai encostar um dedo na Natalie. — E eu também falei com a Naty sobre isso. – Suspirou. – Ela é teimosa. Pegou do pai. – Riu ao dizer as últimas palavras. – Ele... é bem teimoso. Uma boa pessoa, mas de gênio forte. Como os dois filhos. O ruivo se mexeu na cadeira. — A forma como fala... é como se o conhece com a palma de sua mão. – E isso o incomodou de certa forma. – Parece
— Papai. Liam fitou ao seu garotinho. — É a Mia ali. O outro levou os olhos na direção onde o filho apontava, e então encontrou o mesmo que ele. A rosada se encontrava com um ruivo, que tocava sua mãe de forma um tanto íntima demais. E isso de certa forma o incomodou. Tentou não pensar sobre, mas algo dentro dele se remexia. Quem era? O que era dela? Pareciam muito intimos para serem apenas amigos, era o que pensava. — Ora, vamos cumprimentar a rosadinha. — Killian, ela está acompanhada. — E daí, irmãozinho? Liam não estava nenhum pouco disposto a ir até o “casal”. E sentia-se pior por ver sua garotinha andar até a babá preferida dela com um sorriso enorme; não por conta do sorriso, mas porque estava sendo obrigado a ir cumprimentar não só Mia, mas o acompanhante dela também. Um amargor apareceu em sua boca. E sem perceber, apertou as mãos dentro dos bolsos. — Mia! A rosada se virou, encontrando não só a garotinha que havia lhe chamado de forma animada, mas também o irmão,