Sebastian Nem acredito que eu sobrevivi à emboscada que me fizeram e ainda por cima, a polícia chegou bem no horário exato, levando-me a tomar um sarrafo do Comissário de segurança da cidade. Realmente eu não consigo entender o que na verdade está acontecendo, é como se alguém estivesse planejando toda essa confusão comigo e sinto uma nuvem negra pairando sobre a minha cabeça. Ah, merda, será que tudo isso e castigo? Parte de algo que eu deva ter feito no passado e agora estou pagando por esse erro? Por que será que, mesmo tentando fazer tudo certo, alguma coisa sempre tende a dar errado na minha vida e nem gostar de alguém, eu consigo? Ora... se for mesmo isso. Então do que adianta lutar tanto e fazer o bem? Sabe, é melhor eu arar, pois já estou começando a falar besteiras. Desde quando alguém como eu faz o bem a alguém? A prova está no que aconteceu ao Julio, que por me roubar, teve um destino trágico. Isso é ser um Baroni, isso é ser eu. Mas uma coisa é certa, eu não sei bem q
Sebastian Passei dois dias em Roma, mas decidi manter a minha presença despercebida. Contudo eu só tomei essa decisão por não ter certeza do que exatamente, o meu querido futuro sogro, queria de fato com os membros do clã de Roma, só que a questão de eu ter sofrido uma emboscada e ainda mais com o nome da minha “amada” noiva, no meio, me fez querer cavar mais fundo e descobrir mais. — Oi amor. Voltou mais cedo do que eu esperava. – disse Nicole. Por que ela está dizendo isso? — Voltei. Você sabe que eu não sou muito fã do clã de Roma! – respondo e subo direto para o quarto. Nicole segue lendo sua revista e nem sequer me olha nos olhos, outra forma típica de dizer que está tentando esconder alguma coisa. — Eu fui lá para ver se descobria alguma coisa. — Descobrir o que Sebastian? – ela pergunta. Dessa vez parece que eu chamei sua atenção. — Fui informado de que o clã de Roma, com a ajuda de alguma outra pessoa, foi quem orquestrou a emboscada fracassada contra mi
Sarah Se eu já estava aflita, depois da conversa que eu tive com o Sebastian, fiquei ainda mais. Agora eu não tenho a menor ideia do que o patrão, melhor dizendo, futuro patrão, vai fazer com relação a isso, mas de qualquer forma é melhor eu ficar na minha e torcer para que ele não me comprometa mais do que eu já estou comprometida. Mas para ter uma ideia melhor, eu gostaria mesmo era que a dona Nicole me mandasse embora daqui, assim que voltaria para a minha casa e me livraria de uma vez por todas dessa confusão na qual eu me meti sem querer. E tudo isso eu estou pensando enquanto caminho pela passarela que dá acesso ao alojamento dos empregados, preciso muito falar com o Rafa, quando dou de cara com a Marta. — Que pressa é essa, menina? Vai apagar algum incêndio? – ela pergunta. Realmente eu estou sem saber o que estou fazendo. — Desculpa, Marta. Quero dizer, Dona Marta. Eu estou ido ver o meu namorado! — respondo. — Precisa de mim para algo? — Na verdade, sim. Mas
Sarah Margot ficou olhando para mim e a sua expressão de alívio por saber que eu não estava apaixonada por Sebastian. Bem, eu continuo achando o poderoso Chefão lá, um gato e é preciso estar morta para não pensar como eu, só que definitivamente, eu seria apenas mais um brinquedo nas mãos daquele homem, que certamente só me usaria e depois eu seria descartada como lixo. Já com o Rafaele é diferente, ele é gente como eu e deseja um relacionamento sólido comigo. Acredito já ter tomado uma decisão e vou falar com ele a respeito da minha demissão. Mas antes, eu comento com Margot. — Como assim, ela te demitiu? — Demitindo, Margot. Ela disse que o senhor Baroni não foi com a minha cara e me pediu que saísse! – respondo. — E quer saber, eu acho até bom, sabe. — Bom, olhando elo lado de que a Nicole não vai mais pegar no seu pé, é bom mesmo! – ela concorda. — Mas... o que você vai fazer depois? — Bom, ela me disse que cobrirá as minhas despesas de volta para Paris, mas co
Sebastian Depois da conversa desagradável com o meu sogro, finalmente eu pude sair de casa para visitar a Sarah n hospital. Recebi notícias de lá e designei o meu médico particular, Dr. Tulio, para que cuidasse dela e que nada lhe faltasse, ele me ligou agora a pouco, enquanto estou a caminho, pra dizer que a Sarah ainda se encontra em coma induzido para que os remédios possam fazer efeito mais rápido. Chego ao hospital e há um frenesi por aqui. Não consigo me acostumar com esse tipo de lugar, gente quebrada por todos os lados e médicos correndo pra lá e pra cá. Em pensar que um dia, quando eu vivia no orfanato, eu pensei em se médico, ainda bem que desisti dessa ideia. — Boa tarde. Eu gostaria de saber aonde está internada a paciente Sarah Milani! — eu pergunto para uma enfermeira. — Senhor, o balcão de informações fica na outra sala, por favor! — a mulher me responde, só que ela parece ter deixado, ou esquecido, a educação em casa. — Muito obrigado. Principalmente por
Sarah Eu vivo em um tempo aonde as pessoas são excessivamente previsíveis, destituídas de criatividades, sem controle emocional e aprisionadas nas teias da mesmice. Durante o tempo em que eu estive internada naquele hospital, eu percebi isso, percebi como as pessoas são desmotivadas e que sempre estão buscando uma forma de suprimir seus anseios, mas sem nunca ter a coragem de se desprenderem das amarras do cotidiano. Por que são assim? E por que eu, que sou um ser humano como qualquer um deles, percebo essa falha? — Sarah? — Ah! O que foi? Estou mergulhada no mar de pensamentos, num verdadeiro lombo que mais parecia feito de uma espécie de lama grossa e espessa. Nem estava prestando atenção no que o Rafaele me dizia. — Vamos para a casa da sua tia, ela já está esperando por você, Sarah! — ele repetiu. — Nossa. Em que planeta você estava? A pergunta dele faz todo o senti. Realmente pareceu que eu estava em outra galáxia. Basicamente em uma onde eu me pergunto: será que
Sebastian É um dia para se estar ansioso. Mas quem não estaria na minha situação? A cerimônia do meu casamento foi adiada por conta de um compromisso que eu tive, mas daqui há dois dias... ah, dessa data eu sei que não escapo. Como todo bom mafioso, eu sei que preciso preservar a imagem de bom moço perante à sociedade, que para o meu ver, é mais hipócrita do que nossa mente limitada possa imaginar. O que eu tenho percebido desde que saí daquele orfanato para assumir os “negócios” da minha família foi: não importa de onde vem o dinheiro, o que importa mesmo é o que a pessoa que o tem, está disposta a dar àqueles que preza pelo “bem” dos necessitados.” Eu faço a minha parte, ajudo o Orfanato Santa Lucia, que é onde eu fui criado e, também contribuo com outras instituições de caridade, procurando sempre saber se não existe algum bilionário safado por trás dela, pois esses caras são uns parasitas desgraçados. Vivem no luxo e na riqueza, gozando de uma vida livre, enquanto se aproveit
Sebastian Eu posso começar esse dia com uma pergunta: seria esse o começo do meu fim? Bom, essa é uma pergunta que nem eu mesmos sei a resposta, já que esse dia já estava marcado na minha história desde que eu nasci. E olha que quando eu era apenas um menino, lá no Orfanato Santa Lucia, eu não fazia a menor ideia de que um dia eu poderia estar nessa situação, me casando por compromisso de família. Se bem que não é de tudo ruim, pois estou me casando com uma mulher que é o sonho de consumo da maioria, senão da totalidade dos marmanjos existentes nos dias atuais. Meu pai já havia estipulado que eu deveria me casar com a filha de Aramis Satine e quando eu vi a garota pela primeira vez, confesso que tudo em mim balançou, tudo mesmo e eu pensei: “é essa deusa que vai estar na minha cama todos os dias”? Só que com o passar do tempo, com as constantes manifestações de sua personalidade, eu fui entender pelo que o meu pai biológico deve ter passado ao lado daquela inominável, a desgra