Sarah Se eu já estava aflita, depois da conversa que eu tive com o Sebastian, fiquei ainda mais. Agora eu não tenho a menor ideia do que o patrão, melhor dizendo, futuro patrão, vai fazer com relação a isso, mas de qualquer forma é melhor eu ficar na minha e torcer para que ele não me comprometa mais do que eu já estou comprometida. Mas para ter uma ideia melhor, eu gostaria mesmo era que a dona Nicole me mandasse embora daqui, assim que voltaria para a minha casa e me livraria de uma vez por todas dessa confusão na qual eu me meti sem querer. E tudo isso eu estou pensando enquanto caminho pela passarela que dá acesso ao alojamento dos empregados, preciso muito falar com o Rafa, quando dou de cara com a Marta. — Que pressa é essa, menina? Vai apagar algum incêndio? – ela pergunta. Realmente eu estou sem saber o que estou fazendo. — Desculpa, Marta. Quero dizer, Dona Marta. Eu estou ido ver o meu namorado! — respondo. — Precisa de mim para algo? — Na verdade, sim. Mas
Sarah Margot ficou olhando para mim e a sua expressão de alívio por saber que eu não estava apaixonada por Sebastian. Bem, eu continuo achando o poderoso Chefão lá, um gato e é preciso estar morta para não pensar como eu, só que definitivamente, eu seria apenas mais um brinquedo nas mãos daquele homem, que certamente só me usaria e depois eu seria descartada como lixo. Já com o Rafaele é diferente, ele é gente como eu e deseja um relacionamento sólido comigo. Acredito já ter tomado uma decisão e vou falar com ele a respeito da minha demissão. Mas antes, eu comento com Margot. — Como assim, ela te demitiu? — Demitindo, Margot. Ela disse que o senhor Baroni não foi com a minha cara e me pediu que saísse! – respondo. — E quer saber, eu acho até bom, sabe. — Bom, olhando elo lado de que a Nicole não vai mais pegar no seu pé, é bom mesmo! – ela concorda. — Mas... o que você vai fazer depois? — Bom, ela me disse que cobrirá as minhas despesas de volta para Paris, mas co
Sebastian Depois da conversa desagradável com o meu sogro, finalmente eu pude sair de casa para visitar a Sarah n hospital. Recebi notícias de lá e designei o meu médico particular, Dr. Tulio, para que cuidasse dela e que nada lhe faltasse, ele me ligou agora a pouco, enquanto estou a caminho, pra dizer que a Sarah ainda se encontra em coma induzido para que os remédios possam fazer efeito mais rápido. Chego ao hospital e há um frenesi por aqui. Não consigo me acostumar com esse tipo de lugar, gente quebrada por todos os lados e médicos correndo pra lá e pra cá. Em pensar que um dia, quando eu vivia no orfanato, eu pensei em se médico, ainda bem que desisti dessa ideia. — Boa tarde. Eu gostaria de saber aonde está internada a paciente Sarah Milani! — eu pergunto para uma enfermeira. — Senhor, o balcão de informações fica na outra sala, por favor! — a mulher me responde, só que ela parece ter deixado, ou esquecido, a educação em casa. — Muito obrigado. Principalmente por
Sarah Eu vivo em um tempo aonde as pessoas são excessivamente previsíveis, destituídas de criatividades, sem controle emocional e aprisionadas nas teias da mesmice. Durante o tempo em que eu estive internada naquele hospital, eu percebi isso, percebi como as pessoas são desmotivadas e que sempre estão buscando uma forma de suprimir seus anseios, mas sem nunca ter a coragem de se desprenderem das amarras do cotidiano. Por que são assim? E por que eu, que sou um ser humano como qualquer um deles, percebo essa falha? — Sarah? — Ah! O que foi? Estou mergulhada no mar de pensamentos, num verdadeiro lombo que mais parecia feito de uma espécie de lama grossa e espessa. Nem estava prestando atenção no que o Rafaele me dizia. — Vamos para a casa da sua tia, ela já está esperando por você, Sarah! — ele repetiu. — Nossa. Em que planeta você estava? A pergunta dele faz todo o senti. Realmente pareceu que eu estava em outra galáxia. Basicamente em uma onde eu me pergunto: será que
Sebastian É um dia para se estar ansioso. Mas quem não estaria na minha situação? A cerimônia do meu casamento foi adiada por conta de um compromisso que eu tive, mas daqui há dois dias... ah, dessa data eu sei que não escapo. Como todo bom mafioso, eu sei que preciso preservar a imagem de bom moço perante à sociedade, que para o meu ver, é mais hipócrita do que nossa mente limitada possa imaginar. O que eu tenho percebido desde que saí daquele orfanato para assumir os “negócios” da minha família foi: não importa de onde vem o dinheiro, o que importa mesmo é o que a pessoa que o tem, está disposta a dar àqueles que preza pelo “bem” dos necessitados.” Eu faço a minha parte, ajudo o Orfanato Santa Lucia, que é onde eu fui criado e, também contribuo com outras instituições de caridade, procurando sempre saber se não existe algum bilionário safado por trás dela, pois esses caras são uns parasitas desgraçados. Vivem no luxo e na riqueza, gozando de uma vida livre, enquanto se aproveit
Sebastian Eu posso começar esse dia com uma pergunta: seria esse o começo do meu fim? Bom, essa é uma pergunta que nem eu mesmos sei a resposta, já que esse dia já estava marcado na minha história desde que eu nasci. E olha que quando eu era apenas um menino, lá no Orfanato Santa Lucia, eu não fazia a menor ideia de que um dia eu poderia estar nessa situação, me casando por compromisso de família. Se bem que não é de tudo ruim, pois estou me casando com uma mulher que é o sonho de consumo da maioria, senão da totalidade dos marmanjos existentes nos dias atuais. Meu pai já havia estipulado que eu deveria me casar com a filha de Aramis Satine e quando eu vi a garota pela primeira vez, confesso que tudo em mim balançou, tudo mesmo e eu pensei: “é essa deusa que vai estar na minha cama todos os dias”? Só que com o passar do tempo, com as constantes manifestações de sua personalidade, eu fui entender pelo que o meu pai biológico deve ter passado ao lado daquela inominável, a desgra
Sebastian Gemidos e sussurros é só o que se pode ouvir no interior da suíte onde Nicole e eu estamos passando a nossa lua de mal. Viajamos para o Havaí, um sonho de consumo da minha querida agora esposa e, eu também achei bom, pois poderei apreciar as belezas do lugar, se é que vocês me entendem. Depois de viramos a noite fazendo amor, acordei pela manhã e o sol já brilhava e de longe se podia ouvir o canto das aves marítimas que enfeitavam os céus com suas magníficas cores. Passo a mão por entre os lençóis, mas não sinto a pele aveludada de Nicole do meu lado. Aonde será que ela foi? Não resta outra coisa fazer, senão me levantar, dou aquela boa espreguiçada e me coloco sentando na borda da cama, procuro pelo meu chinelo com os pés, encontro o os encaixo nos mesmos, visto uma calça de pijamas e vou até a sacada onde logo de cara sinto os raios de sol baterem no meu rosto. Por que eu não faço isso mais vezes? É tão agradável. De repente ouço uma voz no fundo do quarto a me chamar
Sebastian Cheguei em Catânia. Nicole não deu um pio sequer durante toda a viagem, só levantava da poltrona do jatinho para ir ao banheiro, ou, trocar de lugar. Só que eu não dou a mínima para ela, agora que estamos casados ela precisa saber que não está mais na casa de seus pais e terá de se comportar como uma dama na sociedade, pois eu não quero dar margem para que desconfiem de mim e nem das minhas atividades. Só que durante o voo, eu fui informado de que algo muito sério estava acontecendo na minha cidade, algo para o qual eu não estava preparado para enfrentar. Pepe e Giacomo, que já estava de volta ao trabalho, relataram que durante a madrugada uma de minhas bates sofreu um ataque. Duas de minhas garotas morreram, também um barman e quatro garçons. Mas eu gostaria muito de pôr as mãos nos safados que fizeram isso, só que agora eu não sei se partiu de uma vingança or conta do que merecidamente eu fiz ao Giulio, ou, se trata de um ataque vindo do clã de Roma, meu principal ri