Minha vista estava embaçada devido às lágrimas, mas ouvi o choro da Rubi e se aproximava, ficava mais alto. E ela chamou por mim de novo. Tive medo que fosse só uma alucinação.— Jade. — Filipe chamou. — Ela está bem… ela está bem.Uma mulher fardada, outra policial, chegou com ela no colo e entregou a mim. A abracei como se minha vida dependesse disso e realmente dependia. Minha filha, meu tesouro. Deixei todas as lágrimas caírem, de alívio, de felicidade, Filipe nos abraçou também, foi a primeira vez que o vi chorar. Foram as horas mais longas da minha vida, mas ter ela nos meus braços de novo, impedir que Antonella viajasse com ela para qualquer lugar que fosse, era como ser mãe de novo, como se eu tivesse renascido. Tudo ficaria bem agora.Nos afastamos da entrada, me sentei num dos bancos do aeroporto, Filipe ficou de pé, em alerta, mas aparentemente, tudo tinha se resolvido. Uma ambulância chegou, provavelmente Antonella saiu ferida, isso se tivesse sobrevivido àquela quantidad
Hellen Lancaster Charles foi viajar a trabalho mais uma vez, isso estava se tornando constante, mal o via em casa e me sentia sozinha. Minha família morava em outro estado, não conhecia quase ninguém na cidade e era julgada por todos. Tentava fingir, ignorar, mas eu sabia que me chamavam de interesseira e golpista. Afinal, o que um homem branco e rico iria querer com uma negra? Costumava afastar esses pensamentos, mas enquanto bebia um vinho sozinha na sala, me permiti sentir um pouco de raiva dessas pessoas. Com essas viagens do Charles, as fofocas dentro da minha própria casa só aumentavam, diziam que era um casamento de fachada, que ele me traía com muitas mulheres e por isso passava dias fora e que eu só aguentava tudo isso pelo dinheiro. Nunca foi pelo dinheiro. Sempre achei que seria feliz me casando por amor, quando o conheci, pensei que tinha encontrado o marido ideal, mas isso não existe. Por mais que Charles fosse bom, eu estava sempre sozinha e isso não parecia impor
Jade LancasterAssim que meu pai saiu do hospital, mesmo ainda se recuperando, teve que ir à delegacia mais uma vez prestar depoimento, agora sendo um suspeito. Mas ele tinha um álibi para o dia que Regina morreu, já estava no local do casamento, todos os funcionários podiam testemunhar isso. Então, eles finalmente investigaram e chamaram o Bob, pelas informações que chegaram até mim, eles passaram a ter quase certeza de que Bob Thomas, era o culpado de tudo. Quando descobri seu sobrenome, tive certeza. Um homem que escrevia cartas quando ela era adolescente e que passou a trabalhar na casa que ela morava, essa é uma pessoa capaz de matar. Por isso, fiz questão de acompanhar o interrogatório. Filipe veio junto, sabia que dependendo do que eu ouvisse, podia fazer uma besteira e provavelmente não ouviria coisas fáceis. Chegamos cedo e precisamos esperar. Logo o policial responsável pelo interrogatório chegou, depois Andrew e só então Bob. Ele foi intimado a ir, mas se recusasse, a pr
3 anos depois Ao me olhar no espelho, com o vestido branco de tule e bordados, um filme se passa em minha mente. Foram tantas coisas, tanto sofrimento, tanta maldade e de pessoas tão próximas. Mas finalmente pudemos dizer que chegou ao fim. Me recordei de quando tudo acabou. Bob foi preso, é claro. Culpado de dois homicídios e uma tentativa, sua pena foi prisão perpétua para o alívio de todos nós. O último acidente provocado por ele, quase nos custou a vida e deixou marcas em Filipe, que ficou por cima de mim para me proteger e ganhou algumas queimaduras nas costas. Hoje, não passam de pequenas cicatrizes, mas que me lembram cada dia do grande amor que sentimos. Ainda me lembro de agradecer todos os dias por Rubi ter ficado em casa com a babá, não teríamos tempo de tirar ela de lá. Foi um grande livramento. Antonella sobreviveu aos tiros, ficou dois meses internada, foi julgada e presa pelo sequestro da Rubi, mas não aguentou ficar na prisão e enlouqueceu de vez, tentou matar os g
(Sim! O conto será postado aqui ♡)Andrew Nolan Chevalier A vida passa num piscar de olhos, não se deve ficar preso ao passado. – Foi isso que descobri com a morte da minha mãe. No início foi um misto de sentimentos, tristeza, raiva, ansiedade e um enorme desejo de justiça, mas quando a verdade chegou, percebi que justiça também era dizer que minha mãe estava errada. Bob tomou uma atitude extrema e isso eu não poderia perdoar, mas ela foi incapaz de esquecer o passado, ficou cega de ódio pela Jade estar feliz com um Chevalier, se esqueceu que eu também sou um. Depois de três anos, a dor do luto não passou, mas aprendi a conviver com ela. Naquela manhã, completava 3 anos da sua morte, acordei bem cedo e fui para o cemitério de Redford afim de não encontrar ninguém lá. Ela conhecia muitas pessoas, tinha muitas amigas no trabalho, apesar de Jade ser quem ela mais considerava. Levei algumas flores para colorir o túmulo e depois de colocá-las, olhei para a lápide onde o nome dela es
Meu semblante provavelmente denunciou minha surpresa e o quanto achei aquilo estranho e confuso. — Eu posso explicar. — continuou. — Meu nome é Emily e… — Emi. — outra chamou se aproximando, tinha cabelos escuros, olhos claros, mas não azuis, era linda, assim como a tal Emily, mas para mim, foi diferente. As duas tinham estilos diferentes, a morena parecia uma boneca, a ruiva usava roupas mais casuais. Imaginei que fossem amigas, de alguma forma. — Não é uma boa hora… e ainda acho que você devia esquecer essa história. — Eu gostaria de entender de onde ela tirou essa ideia. — intervi, a ruiva olhou para mim, ignorando a outra. — Essa é a Madison, minha irmã, nós fomos adotadas pela mesma família, mas há mais ou menos um ano atrás, eu encontrei a minha mãe biológica, ela não deu muitas informações sobre meu pai biológico, só disse que ele era casado na época e onde ele morava, nem mesmo disse o nome dele. Acho que ela não pensou que eu fosse procurar, mas eu procurei e descobri que
Na manhã seguinte, assim que acordei notei que recebi mensagens da Emily pedindo desculpas e perguntando se podíamos marcar outro dia. Minha agenda estava lotada nos próximos dias, mas respondi que sim e que avisaria quando pudesse. Ela então respondeu que procuraria por mais informações enquanto isso. Fiquei, sim, chateado por ela não ter ido e mandado a irmã sem sequer avisar. Não estava preparado para lidar com uma mulher como a Madison, do tipo que faz a vida parecer um conto de fadas, onde opostos se atraem e dão certo juntos, onde existe o tal amor destinado e finais felizes. Não é assim que a vida real funciona. Antes que as coisas se complicassem, os sentimentos virassem bagunça e Madison ocupasse meus pensamentos, procurei pela Jenna, tínhamos brigado há uns dias, ela queria um relacionamento sério, eu não, nossa relação se baseava em sexo e conversas banais, não tinha sentimento da minha parte, mas não gostava da ideia de ficar trocando de parceira, flertando e sendo amigá
Fomos direto para o camarim após o encerramento onde encontramos a Madison saindo dele com a filha, mas ainda estava vestida com as roupas da apresentação. — Mady! — Emily chamou assim que nos aproximamos o suficiente. Ela olhou para nós e se assustou ao me ver, puxou a irmã para dentro do camarim e deixou a menina sozinha. Dava para ouvir as duas conversando "não acredito que trouxe ele", mas não fiquei prestando atenção, me abaixei para conversar com a Ísis, a reconhecendo pela apresentação, ela tinha o cabelo loiro e olhos azuis profundos, não se parecia em nada com a mãe. — Oi, você foi muito bem, fez tudo certinho, parabéns.— Obrigada… você viu meu collant? A mamãe teve que arrumar porque o meu veio sem os brilhos. — comentou. — Mas ficou lindo, uma verdadeira bailarina. — ela sorriu um pouco envergonhada. — Você é o namorado da tia Emi? — Não… sou só um amigo. — Então é namorado da mamãe? — perguntou levantando a sobrancelha e soltei um riso com sua sugestão. — Não, não