Fomos direto para o camarim após o encerramento onde encontramos a Madison saindo dele com a filha, mas ainda estava vestida com as roupas da apresentação. — Mady! — Emily chamou assim que nos aproximamos o suficiente. Ela olhou para nós e se assustou ao me ver, puxou a irmã para dentro do camarim e deixou a menina sozinha. Dava para ouvir as duas conversando "não acredito que trouxe ele", mas não fiquei prestando atenção, me abaixei para conversar com a Ísis, a reconhecendo pela apresentação, ela tinha o cabelo loiro e olhos azuis profundos, não se parecia em nada com a mãe. — Oi, você foi muito bem, fez tudo certinho, parabéns.— Obrigada… você viu meu collant? A mamãe teve que arrumar porque o meu veio sem os brilhos. — comentou. — Mas ficou lindo, uma verdadeira bailarina. — ela sorriu um pouco envergonhada. — Você é o namorado da tia Emi? — Não… sou só um amigo. — Então é namorado da mamãe? — perguntou levantando a sobrancelha e soltei um riso com sua sugestão. — Não, não
Emily me passou informações sobre a mãe biológica dela no fim de semana, mas eu só conseguiria encontrar com meu pai na segunda-feira. Ela mandou mensagens durante o dia inteiro, Madison havia dito que ela tinha ansiedade, mas não estava ao meu alcance adiantar o encontro, ele tinha compromisso em outra cidade. Na segunda-feira fui ao apartamento dele, que ainda não sabia do que se tratava, precisei ir um pouco tarde por causa do trabalho e ao chegar, acabei conhecendo a nova namorada dele, a designer de jóias. O nome dela é Leonor e só pela recepção carismática eu gostei dela e parecia que Matthias também gostava, de verdade dessa vez. Eu e ele fomos para o escritório onde poderíamos conversar mais tranquilos. — O que achou dela? — perguntou com um sorriso no rosto.— Ela parece ótima, acho que dessa vez acertou. — respondi me sentando.— Já eu, tenho certeza. O que sinto por Leonor é diferente, ela me cativa e… — ele ficou pensativo. — Seu avô dizia que se você rir com uma mulher,
O apartamento aparentemente estava vazio, era simples, mas aconchegante. Com alguns brinquedos espalhados pela sala e fotos da Emily, somente dela. Madison foi até a cozinha e eu me sentei no sofá. — A Emily e a Ísis estão dormindo? — perguntei quando a vi voltar. — Não, Emily está na casa do namorado ou namorada, ela nunca me apresentou. E a Ísis está com uma vizinha. — ela se sentou ao meu lado. — Emily já nos deixa morar com ela e não acho certo que ela fique com a Ísis sempre que preciso chegar tarde. — Ela não devia se importar, é a sobrinha dela. Eu faria isso sem problema algum pela minha sobrinha. — respondi, vendo ela abrir a caixinha de curativo. — A Emily é intensa, você deve ter reparado, eu prefiro evitar brigas desnecessárias. — e fazendo isso, ela anulava as próprias vontades. Ela pegou uma gaze, molhou com soro e limpou o machucado, tinha tudo na caixinha e me perguntei se ela se machucava com frequência. — Você tem uma sobrinha? — Sim, o nome dela é Rubi, te
Não diria que estava arrependido, essa não é a palavra. Definitivamente eu não estava arrependido, mas não devia ter dormido com a Madison. Nós dois queríamos, talvez fosse nossa única oportunidade, mas não devia ter acontecido, Emily é irmã dela e pode ser minha irmã também, não teríamos parentesco sanguíneo, mas… Emily entrando para a família, ela também faria parte. Me levantei pela manhã em silêncio enquanto ela dormia, fiz o mínimo barulho possível, se ela acordasse, teríamos que ter aquela conversa. Peguei minhas roupas e fui para a sala, coloquei a calça e a camiseta e bateram à porta da sala. Olhei para o quarto onde Madison ainda dormia e nem se mexeu, do outro lado da porta, ouvi um "mamãe" e deduzi ser a Ísis, por isso decidi abrir a porta para não deixá-la esperando. — Andy? — a pequena questionou entrando em casa. A mulher que a acompanhava ficou parada esperando alguma coisa — Onde está a Madison? Ela precisa me pagar. — Ela está dormindo, quanto é? — 150. — ache
Encontrei Filipe ainda no saguão do hotel, à caminho do restaurante, nos cumprimentamos e seguimos juntos, falando sobre coisas banais da vida, paramos no bar, ambos pedimos uma dose de whisky e nos sentamos nas banquetas. — …Mas tenho quase certeza que não me chamou aqui para falar sobre a Rubi e a escola. — Eu gosto de ouvir essas histórias, mas realmente não te chamei para falar disso, indo direto ao assunto... vou começar por onde essa história chegou até mim. — contei o que aconteceu, começando pela reunião anual da morte da minha mãe, até a conversa que tive com nosso pai. — …Resumindo, podemos ter uma irmã. — Se ela for… o que aparentemente tem muitas chances de ser, ela será muito bem vinda à família, falando por mim. É estranho, mas vou estar disposto a fazer dar certo assim como foi com você. — Com certeza você e a Jade não serão o problema, mas sim o nosso pai, ele não pareceu favorável a ideia e ela teceu comentários bem desagradáveis sobre ele. — terminei de beber
Por: Madison Milani Enquanto escolhia um vestido para a Ísis usar, já pensava no que eu usaria. Andrew não disse que tipo de jantar seria e estava com medo de exagerar ou de não me vestir de acordo. Não estava sabendo escolher nem mesmo para a Ísis, que tinha vários vestidos lindos. Sempre acreditei que nossa maneira de se vestir, diz muito sobre quem somos, mas mudei totalmente minha perspectiva quando conheci o Andrew. Ele estava sempre de preto, no máximo cinza e tinha uma cara fechada, que parecia estar sempre bravo, mas ele nem percebia. Ele me deixou intrigada desde o dia que o conheci, naquele encontro em memória a mãe dele. Embora eu tentasse prestar atenção às homenagens, meus olhos sempre voltavam a ele, quieto, cabeça baixa, apenas ouvindo. Por um momento tive vontade de abraçá-lo, era nítido que ainda sentia falta dela, mas afastei a ideia imediatamente, não queria alimentar esse tipo de sentimento e fantasiar histórias que nunca iriam acontecer. Mas quando vi Emily ind
Seguimos para a mesa reservada com Ísis ainda no meu colo, mesmo já grande e pesada, eu não negava quando pedia, pois era sempre quando ela não estava bem ou confortável e depois que nos sentamos, ela já voltou a ficar mais tranquila. O restaurante tinha um espaço amplo, iluminado por luzes ambiente, num tom amarelado que tornava tudo mais escuro e de certa forma, íntimo, pois ninguém te notaria. A decoração com flores frescas e pequenas árvores em vasos, espalhava um cheiro bom e dava um certo frescor e elegância. As mesas eram de madeira e as cadeiras com assentos estofados, muito confortáveis. No cardápio tinham coisas que nunca vi, outras que só ouvi falar e poucas que eu sabia o que era, preferi a segurança de algo que já conheço e escolhi um macarrão com carne, que tinha um nome chique no cardápio e por sorte o menu infantil era muito mais fácil e Ísis pôde escolher ela mesma o que queria. — Então, senhor Chevalier, por que não disse quem é? — perguntei após o garçom se retir
Sabe aquele sorriso impossível de tirar do rosto? Que aparece em momentos aleatórios do dia quando pensa em algo sobre a pessoa? Ou quando se vê perdida em pensamentos e lembranças? Foi assim que fiquei o dia inteiro, me sentindo uma boba apaixonada. Até mesmo a Ísis percebeu que eu estava distante e mais sorridente, mas era pequena demais para entender. Só que a outra pessoa que morava comigo, não era uma criança e tentei de todas as formas não demonstrar que estava nas nuvens, mas Emily acabou vendo as flores no meu quarto, pois Ísis fez questão de mostrar. Conversei com a Ísis mais cedo, pedi que não contasse para a tia que saímos com o Andrew e quando vi as duas indo para o meu quarto, corri atrás para tentar evitar que Emily descobrisse tudo e por sorte, tenho uma filha obediente e quando me viu, disse que foi "um amigo da mamãe" e mudou de assunto. Eu sabia que Emily não ia esquecer esse assunto tão fácil e me preparei o restante do dia para responder as perguntas que ela cer