Charles, o piloto, se despediu deles.- Amigos, vou pra casa da minha família, que é daqui da cidade. Foi por isso que Félix me escalou pra essa viagem. - Que bom, Charles. Tudo se encaixou. Poderá ficar um pouco com seus familiares no natal.- Tenho que levá-los de volta. Quando pretendem retornar?- Você tem algum horário determinado pra voltar?- De modo algum. Estou a disposição de vocês. Apollo olhou para Jheniffer.- Você decide, querida. Podemos ficar para a ceia apenas ou pro almoço de natal?- Seria ótimo ficar para o almoço de natal. Nem acredito que estou aqui, no aeroporto Doutor Campos Leite. - Combinado, então. Retornamos após o almoço de natal. Vamos marcar nossa volta às treze horas, Charles?- Perfeito.Charles o cumprimentou.- Vou pegar um táxi pra casa de meus pais. Senhor Apollo, um feliz natal. - Pra você também, Charles. Aproveite.O piloto cumprimentou Jheniffer.- Um feliz natal com sua família, senhorita. - Feliz natal, Charles. Desde já, obrigada.
A chácara estava linda, toda decorada para o natal. Um arco de bambus, com muitas luzes, era a passagem obrigatória para o salão. Muitas árvores com inúmeras luzinhas enroladas nos troncos. A grande árvore de natal, no canto do salão. As guirlandas nos pilares. - Puxa. Quanta gente, mamãe. - Pois é, Jheniffer. Há umas setenta pessoas aqui. Amanhã cedo virá o restante da família. Jheniffer foi aplaudida pelos seus parentes, ao entrar no salão. - Finalmente, ela veio. Gritou seu primo, Ivan. - Vamos ter que ir de mesa em mesa, Apollo. Muita gente pra você conhecer. São sete irmãos de papai e oito da parte de mamãe. - Vamos lá. Eles foram de mesa em mesa. - Jheniffer, está cada vez mais linda. E esse moço? - Meu namorado Apollo, tia Cidinha. - Que rapaz lindo, elegante. Posso abraçá-lo? - Pode sim, tia. - É um prazer conhecê-la. Apollo abraçou a tia de Jheniffer. - Ele tem voz de locutor de rádio. Muito cheiroso, Jheniffer. Acho que você ganhou na loteria. - Ele vai f
A queima de fogos na chácara durou dez minutos. Dava pra ver os fogos da cidade, ao longe.- Sua família está de parabéns. Caprichou no foguetório.- Foi lindo. As crianças adoram, Apollo. A mesa principal estava linda. A toalha de natal. Os pratos apetitosos. Todos se serviram e tomaram seus lugares nas mesas no salão. A música parou. Vinícius pegou o microfone.- Boa noite, família e amigos. Muita calma nessa hora. Não podemos começar a ceia sem uma oração. Como não tenho o dom da palavra, alguém poderia vir até aqui e dizer algo sobre essa data importante?Jheniffer, na mesa com os pais e Apollo, pegou a mão do rapaz e a levantou.- Alguém ergueu a mão. Apollo, por favor.Todos aplaudiram.- Jheniffer! Isso foi golpe baixo.- Você já foi padre, ninguém aqui sabe tanto sobre Jesus e o natal. Por favor.- Está bem. Eu vou de livre e espontânea pressão.Ele se levantou e foi até o pequeno palco. Vinícius lhe deu o microfone. Todos ficaram de pé e em silêncio.- É uma honra fazer a
Apollo abriu os olhos. Os raios de sol passavam pela fresta da janela de madeira, iluminando o quarto. O ventilador de teto ligado no máximo. Havia alguém deitado ao seu lado, no colchão. - Jheniffer?Ele tomou um susto ao ver Ivan do seu lado, dormindo profundamente. - Nem vi quando esse maluco entrou e deitou ao meu lado. Eu, einh?!Ele se espreguiçou. O celular debaixo do colchão.- Nove horas! Dormi igual uma pedra.Pegou a toalha e foi tomar um banho. O banheiro estava fechado. Apollo ficou na porta, esperando. Vinícius saiu, cinco minutos depois.- Bom dia, Apollo. Somos os primeiros a acordar. - Bom dia. Pelo visto, uma galera foi dormir na alta madrugada.- Isso porquê choveu. Teriam atravessado a noite na resenha. Você teve sorte, no outro quarto dos homens tinha uma sinfonia de roncos.- Quando o cansaço vem nem ligamos pra isso. Eu apaguei.- Eu acordei com o cheiro de café. As tias estão preparando nosso café da manhã. Você vai gostar.- Com certeza. Nada melhor que com
Apollo e Jheniffer tomaram um banho rápido. Cada um em um banheiro da chácara, onde ocorria o almoço de natal. Ele estava no quarto quando ela entrou. - Uau. Você é a Jheniffer?- Bobo. Por quê está me olhando assim?Ela estava de cabelo preso, vestido vermelho e sandália. A mesma roupa que estava na ceia.- Está linda. Lady in red.- Obrigada. Você está apetecível.- Eu sempre ouvia essa palavra e não entendia o que significava. Busquei no dicionário e significa algo que agrada.- É uma palavra antiga. Não é muito comum. Apetece, apetecer.- Quer dizer que a agrado?- Muito. Fica melhor sem o paletó, Apollo. Só a calça vermelha e a camisa branca está ótimo.- Concordo, minha linda. Ainda mais que está quente.Ela desabotoou a camisa dele.- Assim, fica sexy. Abotoado no pescoço é muito carola, com o tórax a mostra fica cafona. Olha no espelho.Ele a obedeceu.- Está nomeada a minha personal style oficial.- Vamos nos despedir, meu anjo.- Eu uma pena mas temos que voltar a capital,
Dez minutos para as dezoito horas. Jheniffer ligou para Apollo.- Oi, querido. Estou na frente do seu prédio.- Oi, Jheniffer. Já estou descendo.Minutos depois, ele saiu na calçada do edifício. Estava de calça jeans e camisa azul marinho. Jheniffer buzinou. Ele foi até o carro.- O gato chamou um carro de aplicativo?- Sim. Não esperava que mandassem uma motorista tão linda. Ele entrou e a beijou.- Costuma beijar os motoristas de aplicativo?- Eu me empolguei. Me desculpe. Você está linda.- Obrigada, querido. Achei melhor não ir tão chique. Passei muito tempo de vestido e salto alto. Tivemos a mesma idéia de usar jeans.- Verdade. - A mansão deve estar cheia de modelos lindas, das agências onde Daniella trabalhou. Se alguma delas se engraçar para o seu lado, vai ter tiro, porrada e bomba. Agora você tem namorada.- Fique tranquila. Ligou para seus pais?- Você muda de assunto rapidinho. Liguei, falei que chegamos bem.- Perfeito. Estou levando um presente pra Daniella.- Se for
Daniella chamou Stefany ao palco.- Aplausos para a Stefany, que acertou a identidade do papai Noel desse ano. Aqui está o cheque de cinco mil reais. Até nos últimos segundos da prorrogação, o cheque estava indo para a fundação Hermann, do nosso amigo Apollo, aqui presente. Fico feliz que foi Stefany que impediu disso acontecer.Stefany pegou o cheque e o agitou no ar. Deu pulos de felicidade.- Nunca ganhei nada na minha vida, nem rifa de frango assado de padaria.- Tem sempre a primeira vez, querida. Pessoal, já aproveito o momento e anuncio que essa moça é a minha nova assistente. Uma advogada excelente e uma amiga maravilhosa. Era fã, agora é minha amiga pessoal e funcionária.Stefany foi aplaudida. Daniella passou o microfone a ela.Apollo e Jheniffer foram ao open bar.- Primeiramente, quero agradecer o carinho da Daniella. Esse natal estupendo e lindo que ofereceu a nós. Essas comidas deliciosas. Ela que.abriu a casa pra nós, abriu o coração e trata a cada um como uma jóia, co
Jheniffer abriu a porta do quarto. Apollo entrou, depois dela. - O que é isso, Apollo? Havia um balde de gelo com uma champanhe. Duas taças. Um cartão. - Vocês se amam. Eu amo vocês. Dani. Jheniffer cheirou o cartão. - Que fofo. Cheire, querido. Depois leia. Ela passou o cartão a ele. - Daniella já sabia o quarto que nós íamos escolher. Deixou a champanhe e o cartão para nós. - A vida nos surpreende, as pessoas também. É o jeito dela agradecer. Um pequeno gesto, uma palavra amiga faz uma diferença enorme na vida do outro. Fico feliz que ela está superando bem essa fase. -Verdade. - As tempestades fazem parte da viagem. O que não pode é ficarmos presos nelas. Depois, é pegar o leme, corrigir a rota e seguir em frente. - Você fala palavras tão lindas. Nunca enfrentei uma tempestade. - Você é jovem. - Ei, você também é. - Sou um pouco mais velho que você, três anos. Sou mais calejado e viajado, eu diria. - Já foi seminarista, padre. Dirigiu paróquias. Conheceu bispos, ca