Eu não lembrava mais qual era a sensação da luz do sol em minha pele. Eu lembro que, quando era humana, eu adorava ficar à luz do sol, vendo minha pele ficar mais morena.
Eu deitava na grama, no topo de uma colina, fechava meus olhos e aproveitava aquele calor.
Mas como vampira, eu não era exposta ao sol há pelo menos quinhentos anos.
Nunca, nem mesmo um deslize. Durante o dia as janelas eram trancadas, as cortinas fechadas. Não havia nenhuma passagem para o sol entrar. Muriel cuidou bem de mim e nunca permitiu que me machucasse.
Mas ali estava eu, me expondo ao sol, apenas para ver se Waldrich estava bem.
O sol tocou a pele do meu braço e queimou. Não pegou fogo, mas a pele escureceu como se fosse papel queimado.
Gritei de dor, mas não fugi para sombra, como deveria ter feito.
Waldrich estava deitado no chão de bruços. Havia rasgos em sua jaqueta de c
Assim que minha cabeça repousou no travesseiro eu caí em um sono profundo e sem sonhos. Quando acordei o sol já havia se posto, mas William continuava deitado na cama ao meu lado. Ele estava deitado de lado, virado para mim, observando-me enquanto eu dormia.- Como você está se sentindo? - ele perguntou.Espreguicei-me na cama, sentindo meus músculos menos doloridos.- Bem - murmurei enquanto bocejava.- Não precisava ter ido até o quarto de meu irmão. Devia ter continuado descansando - disse meu marido, passando a mão no meu cabelo e colocando uma mecha atrás da minha orelha.- Eu me curo rápido.- Eu sei. Mas por um momento, pensei que você morreria.Soltei uma risada baixa.- Ficou com medo?- Talvez.Virei de costas para ele e me levantei da cama. O quarto havia sido limpo antes de nós nos deitarmos para dormi
Dois dias depois, Victória insistiu em me acompanhar em meu treinamento matinal. Warren havia dito que deixaria dois floretes de esgrima separados para mim na sala do porão. Falei para Victória sobre os tipos de luta que eu havia aprendido em meus quinhentos anos de idade.Vitória contou-me que quando era criança queria ser ginasta, mas seus pais a convenceram do contrário e ela acabou desistindo de seus sonhos.Desci as escadas com ela e abri as portas duplas, encontrando os dois floretes sobre o banco comprido ao lado da mureta que separava uma sessão da sala da outra.- A senhorita pretende treinar comigo? Já vou avisando que eu não sei nada sobre esgrima - disse Victória com uma risada baixa.- Tudo bem, eu lhe ensinarei. Isso fortalecerá os seus músculos, sua concentração, equilíbrio e reflexos.Lembrei-me de quando Dorothea e eu trei
Não desviei os olhos de Waldrich, sabendo que manter a concentração era a regra número 1 para quem queria vencer uma luta.Como o macho autoritário que ele era, eu sabia que ele daria o primeiro golpe e eu estava preparada quando ele veio para cima de mim.Suas mãos vieram abertas como se ele pretendesse me agarrar pelos ombros. Eu só precisei usar a minha velocidade vampírica para dar três passos para a minha esquerda. Ele olhou para mim e sorriu após notar que só havia agarrado o ar. Estava parado onde eu estava anteriormente. Eu havia virado um borrão no ar na frente de seus olhos e obviamente ele estava impressionado comigo.- Você é tão rápida quanto é linda - disse ele, com um sorriso no rosto, arrumando a postura para me olhar com mais atenção.- Você não pode flertar comigo - falei.- Você ain
Eu não pretendia matar Victória quando comecei a me alimentar dela. A fome falou mais alto e eu não consegui me controlar. Eu havia ficado sem comer por vários dias e quando minhas presas tocaram a pele do seu pescoço e eu senti seu sangue entrar em minha boca era como se eu nem me lembrasse mais quem estava ali comigo.Eu nunca tinha me alimentado de Dorothea daquele jeito antes. Pois quando eu morava em Nova Orleans, Alec e eu costumávamos ir a bares e boates para eu me alimentar das pessoas e depois apagar suas memórias para que não se lembrassem de mim. Barman, Bartender, dançarinas, donos de bares e fregueses. Eu me alimentava de todo tipo de pessoa, gostava de variar e nunca parava até estar totalmente satisfeita.Ali em Montana havia uma regra: nada de matar. Era por isso que não me traziam humanos para me alimentar, e também não me deixavam sair sozinha. Alec e Muriel era
Para não precisar ficar pensando nas palavras de minha cunhada, eu resolvi descer e ver como estava Victória. Achei que ela estaria em seu quarto, abaixo do meu, se recuperando, mas ao descer eu descobri que ela foi levada às pressas para o hospital.Realmente eu quase matei minha acompanhante. Warren foi com o William para o hospital e garantiu que mandaria mensagem com as notícias.Wayne sentou-se na poltrona de couro na sala de estar e ficou me encarando, pensando em como me puniria, talvez. Fiquei incomodada por estar sendo observada por meu sogro, mas continuei ali, para que ele não achasse que poderia me intimidar tão facilmente.Nossa interação amistosa havia desaparecido e trocávamos poucas palavras desde do dia que ele forçou William e eu a consumarmos o casamento com testemunhas em nosso quarto.Dalary ficou na sala conosco, com o celular na mão, esperando notíci
Passei os dois dias seguintes dormindo em meu closet, trocando o mínimo de palavras possíveis com William. Entendi que ele estava chateado pelo que eu havia feito com Victória, mas me ignorar quando eu falava com ele já estava sendo criancice.Então, se era para agir daquele jeito, que assim seja. Comecei a ignorá-lo também.Precisei fechar meu espartilho eu mesma naqueles dias que se seguiram.No terceiro dia sendo ignorada eu finalmente recebi palavras de William.- Victória ganhou alta do hospital. Estou indo buscá-la - disse ele enquanto saía do quarto, sem nem olhar na minha direção.Deixei meu cabelo solto para poupar tempo e abri as cortinas da janela do meu quarto, esperando pelo sinal de Waldrich. Ele havia dito que esperaria William sair antes de trazer meu presente.Precisei esperar apenas vinte minutos antes de ver a luz de uma lanterna pisc
Tomei banho antes que William voltasse e sentisse o cheiro do irmão dele em minha pele. Passei um pouco de perfume em minhas roupas antes de colocá-las para lavar para disfarçar o cheiro de feromônios.Afundei na banheira com sais minerais, esfregando a minha pele com os sabonetes cheirosos. Meus dedos deslizaram para o meio de minhas pernas e eu me toquei pensando em Waldrich, segurando a borda da banheira com a outra mão, imaginando o corpo dele comigo, dentro de mim, encostada naquela árvore, com meu vestido rasgado e minhas unhas arranhando o peito dele com força até sair sangue.Toquei-me e me desliguei do mundo ao meu redor, tornando aquela imagem em minha mente quase real. Meus dedos entravam e saíam de mim, mas era nos dedos de Waldrich que eu imaginava fazendo aqueles movimentos entre minhas pernas, subindo pela minha barriga lentamente, agarrando meus seios e depois descendo novamente.
- Como você está, Victória? - perguntei quando ela entrou no meu quarto naquela manhã. Eu havia deixado ela descansar por dois dias após voltar do hospital e mesmo querendo que ela continuasse descansando, ela insistiu em vir ao meu quarto e ajudar-me a colocar a roupa.- Estou bem, senhorita. Já descansei bastante e o médico recomendou que eu voltasse aos meus afazeres diários.Eu não sabia se ela estava falando a verdade ou não. Suas bochechas estavam coradas novamente e ela parecia estar melhor. Ela já estava comendo comidas sólidas e sua força havia voltado.- Se sentir-se indisposta eu quero que me diga na mesma hora - falei, apontando para ela pelo reflexo do espelho.- Sim, senhorita.Ela amarrou a fita do meu espartilho em minhas costas, fazendo um laço. Quando ela voltou a olhar para mim pelo reflexo do espelho, eu disse:- Sinto muito p