— Estou tentando. — Scarlett respondeu, esforçando-se para se concentrar, mas sua dor no baixo ventre estava atrapalhando. Talvez ela tivesse comido demais no jantar. Henry percebeu que a expressão de Scarlett não estava boa. Ela parecia abatida, com os lábios um pouco pálidos. Ele estendeu a mão e tocou sua testa, verificando se havia febre. Não estava quente. — O que você está sentindo? Scarlett sentiu o toque frio da mão dele e respondeu com pouca energia: — Está doendo... Acho que foi porque comi demais. Fazia tempo que ela não comia tanto, e seu estômago parecia não ter reagido bem. Henry recolheu a mão e, sem dizer nada, foi buscar comprimidos para aliviar a digestão. Voltou trazendo também um copo de água, que colocou na frente dela. Scarlett tomou os comprimidos devagar, ainda sem muita disposição. Henry pegou a caneta da mão dela e disse: — Chega por hoje. Vá descansar. Ela não respondeu, mas sabia que ele estava certo. O desconforto parecia estar aumenta
Henry lançou um olhar frio para Isaac: — O que você está fazendo aqui? — Nada de mais. Achei que podia te fazer companhia. — Pode ir embora. Henry continuou andando em direção ao prédio, carregando a sacola, mas Isaac o seguiu com a mesma cara de pau de sempre: — Nossa, quanta frieza. Agora que eu não vou embora mesmo. Ele entrou no elevador atrás de Henry e, ao espiar a sacola, fez uma cara de surpresa: — Hm... Você comprou chá de gengibre. Ela está naqueles dias? Henry respondeu com indiferença: — Sim. Isaac arregalou os olhos e soltou um riso: — Se eu não tivesse visto com meus próprios olhos, nunca acreditaria. Você, Henry, comprando absorventes e chá de gengibre... Tão cuidadoso assim? Ele balançou a cabeça, incrédulo. Desde criança, Henry sempre foi o tipo de cara que as garotas mimavam, nunca o contrário. Henry ignorou o comentário e, antes de sair do elevador, falou em tom seco: — Só não a assuste. De volta ao apartamento, ele foi direto até a port
— Você não sabe, ela não vive bem em casa. — Disse Henry.— Ela tem seis irmãos que a protegem, como é que não vive bem? — Respondeu Isaac.A voz de Henry soou abafada: — Mas ela também tem uma irmã de criação, que é filha do motorista. Os irmãos dela tratam a garota muito bem, e a Scarlett sempre foi deixada de lado, tratada com indiferença. No começo, ele também achava que Scarlett vivia bem, mas agora percebia que ela parecia uma coitadinha, alguém que despertava sua compaixão, fazendo-o querer tratá-la melhor. Isaac ouviu tudo com atenção e soltou um suspiro: — Pois é, da última vez, na enfermaria, vi o jeito como os irmãos dela a tratavam e achei meio estranho. Pensei que fosse só coisa de criança desobediente, mas agora tudo faz sentido. Ainda agora, vendo o jeito dócil dela, não parece nada com o que dizem por aí. Quem em sã consciência seria tão injusto assim? Deixar de proteger uma irmã de sangue para tratar uma "falsa irmã" tão bem? — É por isso que quero compen
Ela ouviu a voz de Amelia e, instintivamente, franziu as sobrancelhas. Amelia já tinha corrido para debaixo de seu guarda-chuva, segurando a mochila sobre a cabeça para se proteger da chuva, com uma expressão de pureza que não enganaria ninguém: — Emprestei meu guarda-chuva para um colega. A gente pode ir juntas? — Não. Scarlett virou-se e foi embora, sem dar a Amelia a menor chance. Amelia ficou parada no lugar, incrédula, enquanto a chuva molhava completamente suas roupas. Não conseguia acreditar que, na frente de tantas pessoas, Scarlett teve a audácia de recusá-la! A expressão de Amelia escureceu. Ela tinha planejado usar aquele momento para se reaproximar de Scarlett. Afinal, nos últimos dias, havia percebido mudanças no comportamento de Liam e Joseph, o que a deixava inquieta. Se Scarlett realmente fosse reconquistada por eles, será que ainda haveria espaço para ela na família Miller no futuro? Era por isso que ela queria um "acordo de paz" com Scarlett. Mas, diante
Scarlett deu um passo à frente, devagar, fazendo Juana recuar, visivelmente apavorada. Com a voz fria, Scarlett declarou: — Já que você sabe que eu sou a herdeira da família Miller, é melhor aprender a ficar na sua, antes que eu entregue à escola todas as provas de que vocês ajudaram a Amelia a trapacear. Talvez ela escape de qualquer punição, mas você… Bom, você não teria tanta sorte. Desde o escândalo das provas, Ana, outra cúmplice de Amelia, pediu licença e nunca mais apareceu na escola. O rosto de Scarlett estava pálido, e sua expressão exalava uma mistura de irritação e uma aura intimidadora. Juana, sem saber como reagir, ficou paralisada por um momento antes de sair correndo, humilhada. Somente depois disso Scarlett deixou o banheiro. Isla, a representante de classe, apareceu ao lado dela. — Scarlett, se a Amelia for reclamar com o professor, eu posso testemunhar a seu favor. Foi a Juana quem começou, te xingou primeiro e ainda ficou falando mal de você. A expressã
— Sim. — Scarlett respondeu, com uma tranquilidade assustadora, enquanto permanecia parada no mesmo lugar, seu corpo magro contrastando com a determinação em seu olhar.— Muito bem! — Joseph, furioso, arrancou a agulha do braço de Amelia e a pegou no colo. — Vamos embora daqui. Não vamos mais tratar nada aqui! Amelia segurou o pescoço de Joseph, mas seus olhos brilharam com um misto de satisfação e triunfo. Quando Joseph chegou à porta e viu o dilúvio lá fora, percebeu que a pequena sombrinha que tinha nas mãos não seria suficiente. Ele olhou para a grande sombrinha que Scarlett segurava e, sem hesitar, falou com arrogância: — Me dá a sua. Você é só uma pessoa, uma sombrinha pequena basta para você. Scarlett quase riu diante da audácia. — E por que eu faria isso? — Porque a Amy está doente por sua culpa. Você deveria ceder a sombrinha, é o mínimo. Antes que Scarlett pudesse responder, Henry, com o rosto sério e frio, pisou na sombrinha pequena de Joseph, quebrando-a com u
— Eu sei disso, mas a Letty não é mais como antes, que se deixava convencer facilmente. — Liam suspirou, com uma expressão cansada. — Se você estava sem sombrinha, por que não pediu para o motorista te levar? Por que insistir logo na sombrinha dela? Era óbvio que Scarlett estava ressentida com eles. E Joseph ainda fazia questão de forçá-la a ceder? Não era surpresa nenhuma que tivesse acabado daquela forma. — Eu só queria economizar tempo! E, além disso, ela sozinha não precisa de uma sombrinha tão grande. Só que, em vez de emprestar, ela me bateu! — Joseph parecia cada vez mais irritado ao relembrar o episódio. De volta ao seu quarto, ele pegou o celular imediatamente e resmungou: — Não, eu preciso resolver isso agora. Joseph: [Scarlett, onde você está?] Assim que a mensagem foi enviada, apareceu uma notificação no chat: [Você foi bloqueado pelo destinatário. Não é possível enviar mensagens.] Joseph congelou. Sua expressão ficou sombria, e ele apertou os dentes com tanta
Scarlett levantou os olhos e viu a professora. Seguindo o olhar dela, percebeu Liam parado do lado de fora da sala. Ela apertou os lábios, hesitou por um momento, mas acabou saindo. Com uma expressão impassível, disse: — Se você veio aqui para pedir que eu faça anotações para a Amelia, é melhor nem começar. Ela nem precisava pensar muito para saber o motivo de Liam ter ido à escola: justificar a ausência de Amelia. Como de costume, ele provavelmente pediria que Scarlett fizesse as anotações e levasse os deveres de casa para ela. Liam sentiu um aperto no peito. — Letty, é assim que você me enxerga? Scarlett cruzou os braços, impaciente: — Já terminou? — Letty, eu me lembro de quando você estava no ensino fundamental. Suas notas eram excelentes. Mas depois, começaram a oscilar, até ficarem cada vez piores. Foi por causa da Amelia? Você fazia isso de propósito para ter notas parecidas ou até piores que as dela? Scarlett parou de andar. Como ele sabia disso? Seu olhar fic