Igor encerrou a ligação e caminhou até onde eu estava: — Você poderia nos acompanhar esta noite?Eu assenti: — Sem problema.Igor sentou-se ao meu lado e começou a falar sobre os avós de Sarah.Ele falou do passado, com um tom de reflexão: — Desde que a mãe de Sarah faleceu, seus avós ficaram muito abalados, e a saúde deles deteriorou.Eu não sabia bem como confortá-lo, então apenas disse: — Talvez passar mais tempo com Sarah possa fazer bem a eles, quem sabe?Igor sorriu levemente: — Espero que sim.Ele se levantou: — Vamos, vamos almoçar.Desta vez, também decidimos não ir ao refeitório da empresa.Igor me levou a um restaurante próximo e fez questão de pedir alguns dos pratos mais famosos do local, comentando: — Estes são os destaques daqui.Ele já trabalhava na região há vários anos e conhecia bem os restaurantes locais.Eu me senti relaxada: — Vou experimentar.— Uau! Igor, você também está almoçando aqui, que coincidência!Ao ouvir a voz familiar de uma mulher, olhei em sua direç
Cecília deixou o restaurante e escondeu-se ao lado, observando-os secretamente.Os olhos de Igor brilhavam com um sorriso, enquanto ele olhava para Eunice...Seria que ele gostava de Eunice?Ela apertou os dentes firmemente.Não! Igor deveria ser dela!Ela não permitiria que ninguém lhe tirasse Igor!Enquanto estava irritada, de repente sentiu um arrepio...Cecília olhou para Igor.Igor claramente já havia percebido sua presença e estava olhando em sua direção.O sorriso em seu rosto também havia desaparecido, substituído por uma expressão fria e perigosa.Cecília sentiu um pânico indescritível e rapidamente virou-se, dando alguns passos à frente para se certificar de que estava fora do campo de visão de Igor, antes de finalmente respirar aliviada.Ela rapidamente pegou o celular e ligou para Júlia: — Eu fiz como você pediu, criando encontros acidentais todos os dias fora da empresa, mas seu filho ainda me ignora!Júlia aconselhou: — Para uma mulher conquistar um homem, é preciso ter p
Igor já havia encontrado uma desculpa: — Ele é mais introvertido.Depois de comer, eu e Igor voltamos para a empresa.Igor ficou mergulhado no trabalho. Enquanto eu continuei desenhando, embora minha técnica de desenho tivesse melhorado bastante.Ainda esperava que pudesse ser ainda mais rápido.Dessa forma, eu poderia liberar mais tempo para fazer outras coisas....Quando chegou a hora de sair da escola, eu e Igor aparecemos pontualmente na porta do jardim de infância.Hoje tínhamos um assunto muito importante para resolver.Por isso, quando Igor viu a professora da Sarah saindo, ele foi ao seu encontro rapidamente.A professora também sabia o propósito de Igor e o tranquilizou prontamente, dizendo que eles já haviam organizado tudo e que Igor não precisava se preocupar tanto.Igor ainda estava com uma expressão fechada.Mas era óbvio que ele estava bastante aliviado.Quando os pais ao redor já haviam quase todos ido embora, as crianças da classe da Sarah finalmente saíram.O humor d
Ele não podia culpar ninguém.Lágrimas de Afonso caíam sem parar.Ele apenas sentia muita falta da mamãe Eunice agora......Vitória chegou atrasada e, ao ver Igor e eu parados na porta, desacelerou seus passos.Ela hesitou antes de se aproximar da professora: — Rafael, vamos para casa.— Mãe... — Rafael se escondeu atrás de Vitória.Percebendo que algo estava errado, Vitória ficou alerta e tentou levar seu filho embora.Igor a bloqueou: — Seu filho andou espalhando boatos na turma, fazendo com que todos isolem minha filha.Seu rosto, habitualmente sem expressão, permanecia calmo como sempre. Mas havia algo inexplicavelmente intimidador: — Como você pretende resolver isso?Vitória sentiu Rafael tremendo atrás dela e rapidamente o confortou com um tapinha no braço, sinalizando que estava lá.Ela perguntou com um sorriso sarcástico: — Como vocês têm tanta certeza de que foi meu filho quem disse isso?Eu olhei surpresa para Vitória, que parecia não querer admitir.A professora falou baixi
Fiquei um pouco surpresa.Afinal, ele já havia pensado bem antes, que se Vitória não se mostrasse à altura, como a situação deveria ser resolvida.Sarah disse baixinho: — Mas pai, não é fácil ser isolada por todos os colegas de classe.Igor ficou um pouco surpreso, seria que sua filha havia amolecido o coração? Não queria que ele usasse o mesmo método para se vingar de Rafael?Ele hesitou antes de falar: — Então, Sarah...Sarah continuou a explicar: — Acho que a solução do pai é muito boa. Só fazendo ele sentir a dor de ser isolado por todos os colegas de classe, ele poderá mudar no futuro.Igor ficou aliviado.Sua filha, apesar de jovem, sabia distinguir o certo do errado. E não era bondosa de forma cega.Ele deu um leve tapinha no braço de Sarah: — Confie, vou resolver isso de um jeito que você vai gostar.— Sim. — Sarah virou-se para olhar pela janela: — Mas pai, para onde estamos indo?Ela se lembrou de que não era por esse caminho que voltavam para casa.Igor sorriu e explicou: —
Ela pegou o cartão de forma casual e, em seguida, o abriu.Dentro, havia apenas ‘Desculpe-me’.Vitória sentou-se ao lado de Wesley e perguntou: — Por que você está se desculpando comigo?— Nos últimos dias, eu dediquei toda a minha atenção à Eunice. — Wesley segurou as mãos de Vitória: — E por causa disso, eu te negligenciei.— Vitória, você é a mulher que eu amei desde criança. Mesmo que eu tenha me casado com Eunice, é de você que meu coração está cheio. Eu me sinto tão culpado...Wesley fez uma pausa: — Eu deveria ter te valorizado e tratado bem.Abílio disse que bastava colocar toda a atenção em Vitória. Assim, ele não pensaria mais na Eunice.Wesley queria tentar, para ver se seria bem-sucedido.— Não tem problema. — Vitória balançou a cabeça: — Wesley, não me importo.Ela disse isso, enquanto lágrimas brilhantes escorriam.Sua aparência, triste e bela, era de dar pena.Era estranho.Quando Wesley a via chorar, não só não sentia nenhuma dor no coração.Até mesmo a imagem de Eunice
— Não precisa. — Afonso recusou-se de forma decisiva: — Fica em casa para fazer companhia à mamãe Vitória e ao Rafael. Eu consigo sozinho....No hospital. Havia muitas pessoas.Sarah estava muito nervosa.Ela segurava minha mão com força, mas seus olhos permaneciam fixos à frente.Tomei a iniciativa de perguntar: — Sarah não quer ver os avós?Sarah respondeu sem hesitar: — Quero!Pude sentir que ela estava muito tensa.Igor já havia parado na porta do quarto.Eu me agachei e comecei a acariciar suas costas suavemente: — Mas você parece não estar muito feliz.Foi então que Sarah finalmente olhou para mim.Perguntei com uma voz suave: — Podia me dizer o que está acontecendo?Sarah abaixou a cabeça.Eu sorri e disse: — Tudo bem se você não quiser falar agora.— Quando voltarmos à noite, eu te conto— , disse Sarah com uma voz baixa.Se ela estivesse disposta a me contar, então eu poderia entender o problema.Assim, seria mais fácil para mim ajudá-la a abrir seu coração.Afaguei sua cabeça
Desde então, Sarah sentia que, ao vê-la, os avós se lembravam da morte dos pais...E ela não ousava mais falar com eles. Ela temia que os avós a detestassem.Quanto mais eu ouvia, mais meu coração doía: — Mas, Sarah, um acidente está fora do seu controle, não está?Os olhos de Sarah estavam cheios de lágrimas.Continuei: — No dia do acidente, independentemente de você estar no carro ou não... Não poderia ter impedido o que aconteceu. Então, não é sua culpa.Eu abracei Sarah: — Você também é uma vítima.— Mas... — Sarah começou a chorar copiosamente: — Naquele dia, minha mãe morreu tentando me proteger.Eu ajeitei o cabelo dela: — Sua mãe te amava muito, Sarah, você precisa saber que, mesmo se ela pudesse escolher novamente, faria a mesma escolha.Sarah parou de chorar e me olhou atentamente.Continuei: — Mesmo antes de morrer, ela certamente ficou muito grata por saber que sua filha sobreviveu.Sarah perguntou, confusa: — É verdade?— Sim. — Eu falei mais devagar: — Embora ela tenha pa