Ele não podia culpar ninguém.Lágrimas de Afonso caíam sem parar.Ele apenas sentia muita falta da mamãe Eunice agora......Vitória chegou atrasada e, ao ver Igor e eu parados na porta, desacelerou seus passos.Ela hesitou antes de se aproximar da professora: — Rafael, vamos para casa.— Mãe... — Rafael se escondeu atrás de Vitória.Percebendo que algo estava errado, Vitória ficou alerta e tentou levar seu filho embora.Igor a bloqueou: — Seu filho andou espalhando boatos na turma, fazendo com que todos isolem minha filha.Seu rosto, habitualmente sem expressão, permanecia calmo como sempre. Mas havia algo inexplicavelmente intimidador: — Como você pretende resolver isso?Vitória sentiu Rafael tremendo atrás dela e rapidamente o confortou com um tapinha no braço, sinalizando que estava lá.Ela perguntou com um sorriso sarcástico: — Como vocês têm tanta certeza de que foi meu filho quem disse isso?Eu olhei surpresa para Vitória, que parecia não querer admitir.A professora falou baixi
Fiquei um pouco surpresa.Afinal, ele já havia pensado bem antes, que se Vitória não se mostrasse à altura, como a situação deveria ser resolvida.Sarah disse baixinho: — Mas pai, não é fácil ser isolada por todos os colegas de classe.Igor ficou um pouco surpreso, seria que sua filha havia amolecido o coração? Não queria que ele usasse o mesmo método para se vingar de Rafael?Ele hesitou antes de falar: — Então, Sarah...Sarah continuou a explicar: — Acho que a solução do pai é muito boa. Só fazendo ele sentir a dor de ser isolado por todos os colegas de classe, ele poderá mudar no futuro.Igor ficou aliviado.Sua filha, apesar de jovem, sabia distinguir o certo do errado. E não era bondosa de forma cega.Ele deu um leve tapinha no braço de Sarah: — Confie, vou resolver isso de um jeito que você vai gostar.— Sim. — Sarah virou-se para olhar pela janela: — Mas pai, para onde estamos indo?Ela se lembrou de que não era por esse caminho que voltavam para casa.Igor sorriu e explicou: —
Ela pegou o cartão de forma casual e, em seguida, o abriu.Dentro, havia apenas ‘Desculpe-me’.Vitória sentou-se ao lado de Wesley e perguntou: — Por que você está se desculpando comigo?— Nos últimos dias, eu dediquei toda a minha atenção à Eunice. — Wesley segurou as mãos de Vitória: — E por causa disso, eu te negligenciei.— Vitória, você é a mulher que eu amei desde criança. Mesmo que eu tenha me casado com Eunice, é de você que meu coração está cheio. Eu me sinto tão culpado...Wesley fez uma pausa: — Eu deveria ter te valorizado e tratado bem.Abílio disse que bastava colocar toda a atenção em Vitória. Assim, ele não pensaria mais na Eunice.Wesley queria tentar, para ver se seria bem-sucedido.— Não tem problema. — Vitória balançou a cabeça: — Wesley, não me importo.Ela disse isso, enquanto lágrimas brilhantes escorriam.Sua aparência, triste e bela, era de dar pena.Era estranho.Quando Wesley a via chorar, não só não sentia nenhuma dor no coração.Até mesmo a imagem de Eunice
— Não precisa. — Afonso recusou-se de forma decisiva: — Fica em casa para fazer companhia à mamãe Vitória e ao Rafael. Eu consigo sozinho....No hospital. Havia muitas pessoas.Sarah estava muito nervosa.Ela segurava minha mão com força, mas seus olhos permaneciam fixos à frente.Tomei a iniciativa de perguntar: — Sarah não quer ver os avós?Sarah respondeu sem hesitar: — Quero!Pude sentir que ela estava muito tensa.Igor já havia parado na porta do quarto.Eu me agachei e comecei a acariciar suas costas suavemente: — Mas você parece não estar muito feliz.Foi então que Sarah finalmente olhou para mim.Perguntei com uma voz suave: — Podia me dizer o que está acontecendo?Sarah abaixou a cabeça.Eu sorri e disse: — Tudo bem se você não quiser falar agora.— Quando voltarmos à noite, eu te conto— , disse Sarah com uma voz baixa.Se ela estivesse disposta a me contar, então eu poderia entender o problema.Assim, seria mais fácil para mim ajudá-la a abrir seu coração.Afaguei sua cabeça
Desde então, Sarah sentia que, ao vê-la, os avós se lembravam da morte dos pais...E ela não ousava mais falar com eles. Ela temia que os avós a detestassem.Quanto mais eu ouvia, mais meu coração doía: — Mas, Sarah, um acidente está fora do seu controle, não está?Os olhos de Sarah estavam cheios de lágrimas.Continuei: — No dia do acidente, independentemente de você estar no carro ou não... Não poderia ter impedido o que aconteceu. Então, não é sua culpa.Eu abracei Sarah: — Você também é uma vítima.— Mas... — Sarah começou a chorar copiosamente: — Naquele dia, minha mãe morreu tentando me proteger.Eu ajeitei o cabelo dela: — Sua mãe te amava muito, Sarah, você precisa saber que, mesmo se ela pudesse escolher novamente, faria a mesma escolha.Sarah parou de chorar e me olhou atentamente.Continuei: — Mesmo antes de morrer, ela certamente ficou muito grata por saber que sua filha sobreviveu.Sarah perguntou, confusa: — É verdade?— Sim. — Eu falei mais devagar: — Embora ela tenha pa
Ao ouvir isso, percebi que, no carro, eu estava tão focada em explicar que a culpa do acidente não era dela. Mas esqueci de contar a ela sobre o que os dois idosos pensavam.Eu disse calmamente: — Você se lembra do que eu acabei de falar?Sarah Rocha acenou com a cabeça: — Claro que me lembro.— Seus avós estavam tristes naquele momento porque sua mãe era a filha biológica deles. — Eu falei mais devagar: — E ela se foi para sempre.— É como... — Eu diminuí a velocidade da fala, acariciando seu rosto: — Você certamente também estava sofrendo.Sarah pensou no que aconteceu naquele dia e baixou os olhos inconscientemente.Continuei: — Mas depois, eles com certeza ficaram aliviados por você ter sobrevivido.Sarah se levantou: — Sério?Eu acenei com a cabeça enfaticamente: — Claro.Sarah girou no lugar, feliz: — Que bom!Eu a observei e perguntei: — Então agora, Sarah, sabendo que seus avós sempre te amaram e nunca te culparam, você consegue falar com eles agora?Sarah parou.Ela fez uma ca
Os olhos de Igor brilharam com um sorriso, enquanto ele desfrutava elegantemente do banquete à sua frente....Afonso Guedes estava sentado no carro, observando a mansão iluminada.O que elas estariam fazendo agora? Seria que estavam jantando?Ou talvez mamãe Eunice acolhia Sarah gentilmente em seus braços, assistindo televisão com ela?E, conforme a trama se desenrolava, ela aproveitava para compartilhar algumas lições de vida?Afonso sentia um aperto no coração só de pensar que sua mãe, que um dia dedicou todo seu amor e paciência incondicionalmente a ele, agora distribuía esse carinho a outros...Era como uma dor cortante.O motorista, segurando o volante, observava Afonso pelo retrovisor.Percebendo seu humor abalado, ele perguntou: — Quer que eu leve você para casa?— Sim....Quando Júlia Gomes chegou à mansão, já eram nove horas da noite.Sarah já havia feito sua higiene noturna e estava deitada na cama, pontualmente.Eu estava sentada ao lado dela, com um livro de histórias em
Júlia não tinha a menor noção do quão maldosas eram suas palavras: — Assim você não precisaria cuidar dela, talvez já tivesse encontrado uma namorada e casado... Eu também poderia ter um neto nos braços mais cedo!— Ah. — Igor soltou uma risada fria, e a decepção em seus olhos também desapareceu gradualmente. Em seu lugar, surgiu um frio cortante como o inverno.Ele disse, pausadamente: — Já que até agora, você não reconheceu seus erros.— Então... Você não deve mais vir à minha casa, nem me procurar em qualquer ocasião.Júlia perguntou, incrédula: — O que você quer dizer?Igor disse, calmamente: — Para mim, Sarah é como se fosse minha própria filha. Você, sem distinção, jogou toda a responsabilidade sobre ela, culpando-a... É como se você achasse que o erro foi meu, me culpando. Querer que ela morra é como querer que eu morra.Sem expressão alguma no rosto, Igor falou com gravidade: — Você foi tão cruel comigo... Eu naturalmente tenho que reagir. Caso contrário, se isso se espalhar, t