— Está corrigido, Presidente Davi, dê uma olhada. — Sophia disse de forma formal.De repente, o toque do celular soou. Era Joaquim. Sophia colocou o computador de lado, correu para o canto e, de costas para Davi, atendeu.— Sim, sim, eu sei, não fique insistindo, vá dormir, boa noite.Davi mantinha os olhos fixos nela, observando ela enquanto atendia, esperando que ela voltasse.— Joaquim? "Já sabia e ainda pergunta." Pensou Sophia para si mesma. — Como assim? Está com o Joaquim agora? Ele não tem dinheiro para te sustentar? Precisa sair para trabalhar ainda? — A voz de Davi era cheia de sarcasmo. — Sophia, você realmente se diminui assim? Está se oferecendo para ele? A família Moura tem bastante dinheiro, mas não é nada generosa contigo, né?Davi nem olhou para o desenho, estava mais interessado em conversar sobre a vida pessoal de Sophia.— Presidente Davi, isso é um assunto pessoal meu, não há necessidade de te informar sobre isso, certo? — Sophia falou com uma expressão séria
Sentimentos de tristeza e desânimo eram como duas grandes mãos que rasgavam seu coração de um lado para o outro. Sophia se manteve imóvel, na postura de trabalho, permitindo que as emoções negativas a invadissem completamente. Ela atribuiu esses sentimentos aos resquícios de uma decepção amorosa. Quando essa tristeza finalmente desaparecesse, ela também renasceria. Já que havia decidido deixar Davi, nesta vida, jamais sentiria falta dele! Davi dirigiu sozinho e logo chegou à estação, onde pegou Valentina e a levou para o hotel. Alugou outro quarto para ela. — Davi. — Valentina reclamou. Ela não havia vindo para a Cidade B para ficar em um hotel sozinha. — Se comporte, você não está bem. Não pense em coisas desnecessárias. — Tá bom! — Valentina respondeu, com um tom amargo. Quando chegaram à porta do quarto, Valentina olhou para trás três vezes antes de entrar, andando devagar. Davi a deixou no quarto e voltou para o seu próprio. Já era três da manhã. Ele pensou
Ginecologia. O médico tirou os óculos, olhou os exames e, sorrindo, olhou para Sophia e Joaquim. — Parabéns, vocês estão grávidos há um mês e ainda são gêmeos. O enjoo é normal, vai passar em dois meses, é só manter a alimentação leve… — O médico continuava falando sem parar. "Grávida! Gêmeos!" Sophia ficou chocada. Ela não sabia como sair da sala de consulta e, quando se deu conta, já estava no corredor. Ela estava grávida! Um mês atrás, Davi estava insistindo muito, e eles não haviam tomado precauções. "Mas! A chance de acontecer não era pequena?" Ela via muitas pessoas na internet lutando para ter filhos. Como ela foi pegar logo essa chance! Não, esse filho não pode vir! — Sophia. — Joaquim a chamou. — Esse filho… O rosto do jovem, normalmente sereno, estava tomado por uma rara expressão de preocupação. — É do Davi. — Sophia disse com indiferença, sem esconder nada. Ela suspirou profundamente depois de falar. Deus adora brincar com as pessoas, ela e D
Ninguém respondeu a Sophia, o embrião ainda era muito pequeno. O registro foi feito, o aborto espontâneo agendado, e a enfermeira foi rápida, logo tudo estava resolvido. A cirurgia estava marcada para as três da tarde, e ela não podia comer nada devido ao jejum. Joaquim também ficou com Sophia, sem comer. Ele viu que ainda faltavam algumas horas para a cirurgia e, como não podiam comer, pensou em levar Sophia para o carro para descansar um pouco. Quando estavam se aproximando da entrada do hospital, encontraram Samuel vindo na direção oposta. — Sophia? Que coincidência, te encontrei em Cidade B? — Samuel cumprimentou de forma natural. — Você está doente? Não está se sentindo bem? Ao ver Joaquim ao lado de Sophia, Samuel fez um aceno educado. — Joaquim. — Samuel. — Joaquim respondeu com um aceno de cabeça. — Vim para Cidade B a trabalho, e a gastrite atacou, por isso vim ao hospital dar uma olhada. — Sophia se justificou, mencionando a dor de estômago. Ela estava p
Hospital. Após completar os preparativos para a cirurgia, Sophia deitou na mesa de operação para receber a anestesia. A luz fria acima de sua cabeça iluminava seus olhos, causando uma dor incômoda. Ela, que raramente chorava, viu lágrimas começarem a cair, escorrendo lentamente até seus cabelos. Davi entrou no avião e já estava sentado, ainda sem ter decolado. Sua pálpebra tremia incontrolavelmente, e seu coração batia acelerado, como se pressentisse que algo ruim estava prestes a acontecer. Pensou na noite anterior. Pegou o celular e enviou uma mensagem para Sophia. [Deixe Joaquim. Se o dinheiro for um problema, posso te ajudar. Não volte a trabalhar!] Após enviar a mensagem, fez rapidamente uma transferência de cinco milhões de reais para a conta bancária dela. Temia que fosse pouco, e que Sophia pudesse se sentir desinteressada. Feito isso, colocou o celular no modo avião. O avião decolou. Sala de cirurgia. Sophia fechou os olhos. O médico já estava devidam
Para Davi, não havia nada de errado em estar com duas mulheres. Afinal, em seu círculo, não era incomum que chefes e presidentes estivessem acompanhados de mais de uma mulher. O apego obsessivo ao corpo de Sophia, no entanto, só fazia aumentar a culpa que ele sentia em relação a Valentina. Eles saíram do aeroporto pelo corredor VIP e seguiram diretamente para o estacionamento subterrâneo. Samuel e Bryan os seguiam, um atrás do outro. Ao chegar diante do carro, Valentina, relutante, disse a Davi: — Davi, você vai voltar para o trabalho agora? Davi pensou que teria que continuar cuidando de Sophia, o que o fez se sentir culpado por Valentina. — Não estou ocupado, vou te levar para casa mais tarde. — Davi sorriu suavemente. Valentina imediatamente deixou a saudade de lado e ficou feliz. Samuel, vendo os dois interagindo sem se importar com a presença dos outros, deu um leve sorriso irônico. Com um resmungo, comentou: — Poxa, Assistente Bryan, acho que é melhor sair
Ele havia reservado a passagem de volta, alguém o receberia no aeroporto, e ela poderia se mudar novamente para a residência do Esplendor do Sol. Assim que enviou a mensagem, apareceu um ponto de exclamação vermelho na tela. A mensagem foi enviada, mas foi recusada pelo destinatário. O que é isso? Ele foi bloqueado? Davi não se irritou e deu uma leve risada. Era o tipo de comportamento típico de Sophia. Então, ele usou seu número de trabalho e ligou para Sophia. O telefone não tocou por muito tempo até que ela atendeu. — Alô, quem fala? — A voz educada e distante de Sophia veio do outro lado da linha. — Eu reservei uma passagem para você. Se lembre de voltar sozinha, não vá... — Ficar com o Joaquim. Eu não quero ver vocês dois juntos diante de mim... Davi não terminou a frase quando uma voz doce o interrompeu: — Davi, o jantar ainda vai demorar um pouco. Você não comeu nada no avião. Tome um pouco de leite, está morno, eu acabei de esquentar. Valentina estava se
— Não está mal, está bem gostoso. — Davi elogiou. — Eu me lembro de você não gostar de cozinhar antes? Davi de repente se lembrou. — Ah, Davi, você já disse que foi antes. Depois desses três anos em que vivi uma vida de nômade no País M... Com o tempo, aprendi a fazer de tudo! Valentina disse isso com a voz embargada, tentando segurar as lágrimas que estavam prestes a cair. Ao pensar que, por causa de sua distração há três anos, foi responsável pelo desaparecimento de Valentina e por tê-la feito sofrer nas ruas durante todo esse tempo, Davi sentiu uma imensa culpa em seu coração. Ele, preocupado, falou, garantindo a ela enquanto pegava dois pedaços de papel para enxugar suas lágrimas: — Não chore mais, algo assim nunca mais vai acontecer! Valentina baixou o rosto, com as lágrimas caindo, uma imagem de delicadeza que despertava a compaixão de quem a olhasse. Com uma voz firme e otimista, ela continuou: — Eu confio em você, Davi! Eu estou me recuperando muito bem agora.