Davi percebeu que Sophia havia saído há muito tempo e ainda não tinha voltado. Ele decidiu ligar para ela para saber o que havia acontecido. Ao pegar o celular, viu que a primeira mensagem não lida era de Sophia: [Eu já voltei para casa.] Ela não o esperou. Por que não o esperou? O clima no jantar ficou um pouco tenso. Todos perceberam que o entusiasmo do presidente havia diminuído, e, por isso, a confraternização foi encerrada mais cedo. Quando Davi voltou para casa, viu que a casa estava às escuras. Nem mesmo uma luz havia sido deixada acesa para ele. "Será que ela já não me suporta mais?" Mas o que ele poderia fazer? Ele já havia percebido que não conseguia mais ficar sem ela. Davi acendeu a luz amarelada do quarto e ficou por um longo tempo observando o rosto adormecido de Sophia. Ele depositou um beijo suave em sua testa, foi até o guarda-roupa pegar seu pijama e seguiu para o banho. Depois de tirar o cheiro de cigarro e álcool do corpo, se sentia limpo, agora com
Era de dar água na boca. No trabalho, mesmo durante as reuniões, Vítor, o gerente, não conseguia tirar da mente a figura de Sophia. Após o término da reunião, em vez de voltar para sua sala, ele começou a circular pelos andares da empresa, procurando por Sophia. No entanto, não conseguiu encontrá-la, mas acabou dando de cara com Valentina. O olhar de Vítor percorreu Valentina de cima a baixo, comparando ela mentalmente com Sophia na noite passada. Ele balançou a cabeça em desaprovação: "O corpo de Valentina não era tão sedutor quanto o de Sophia." Com os dedos gordurosos, coçou o queixo e pensou: "Mesmo não sendo como Sophia, ainda serviria para aliviar um pouco seu desejo." Um sorriso torto surgiu em seu rosto. Vítor ajustou o terno e se aproximou de Valentina, com os olhos maliciosos percorrendo cada detalhe dela. — Valentina, ouvi dizer que você conseguiu o projeto do Walter. Que impressionante, hein? Parece que logo terei que chamá-la de Diretora Valentina. Valent
Sophia, ao terminar de comer, sentiu sede. Depois de procurar por uma garrafa de água na sala de descanso e no escritório sem sucesso, decidiu ir até a sala de café buscar uma garrafa de água mineral. Após tomar dois goles e enquanto voltava, ouviu alguém espalhando boatos sobre ela e Vítor. Pela voz, parecia ser a mesma secretária que estava ao lado de Vítor na noite passada. — Não pensem que a mulher que o Presidente Davi anda levando para todos os lados ultimamente é algo especial. No jantar de ontem à noite, ela estava toda íntima com o gerente Vítor, traindo o Presidente Davi pelas costas com outro homem. — Está brincando? Uma bagunça dessas? O Presidente Davi não é muito mais bonito que o gerente Vítor? A secretária Azélia falava com uma empolgação escandalosa: — E o que tem de estranho nisso... Nesse momento, Sophia entrou na sala de café e deu de cara com Azélia saindo. Ser pega no flagra enquanto espalhava boatos deixou a situação extremamente constrangedora. C
Para demonstrar respeito, Sophia foi até uma loja de maquiagem no shopping e optou por uma maquiagem leve, ideal para o dia a dia. Na pressa de sair pela manhã, não tinha tido tempo de se arrumar. Além disso, havia acabado de tomar banho, e seu rosto estava completamente sem base. Ela também aproveitou para comprar alguns alimentos no shopping como presente para levar ao encontro com Walter. Sophia se lembrou de que, na última vez que se encontraram, ele havia elogiado o bolo que ela levara. Chamando um carro pelo aplicativo, ela seguiu para o endereço enviado por Walter. O destino era uma rua em Porto Encantado, cercada por mansões de estilo francês. A arquitetura romântica e imponente do local indicava que o Sr. Walter residia ali. Sophia se aproximou e tocou a campainha. Para sua surpresa, quem abriu a porta foi o próprio Sr. Walter. Ao entrar, percebeu que aparentemente ela era a única convidada para o encontro. Inicialmente, havia imaginado que Walter estaria organizando
Sophia ficou chocada. Walter abaixou a cabeça, esboçando um leve sorriso para disfarçar a tristeza em seus olhos, e pediu desculpas: — Fui impulsivo. — Laura é uma pintora muito famosa. Com a minha reputação, acho que nunca seria capaz de substituí-la. — Sophia deu um sorriso autodepreciativo. Walter não insistiu. Depois de terminarem de observar a pintura, eles saíram do ateliê e desceram as escadas. Com a visita encerrada, Sophia já deveria estar de partida. O som dos sapatos de salto baixo de Sophia ecoava no piso de madeira da escada. Walter, como quem conversa casualmente, perguntou: — Foi no evento da família Santos que te vi pela primeira vez. Você é parente deles? Sophia balançou a cabeça enquanto olhava para o chão. — Não, foi apenas uma coincidência de sobrenomes. Ele assentiu e, em seguida, perguntou: — E aquele rapaz da família Moura, o Joaquim, que estava com você naquele dia? Ele é seu namorado? A pergunta foi direta. Por um instante, a mente
Sophia sorriu e assentiu, colocando a cesta de frutas que carregava no criado-mudo ao lado da cama do hospital. — Não tem problema. O modo como o jovem a chamou de "irmã" trouxe uma sensação de irmandade, algo inesperado, mas surpreendentemente agradável. Frâncio, um tanto insatisfeito por estar sendo segurado, tentou se soltar, mexendo os ombros para escapar do controle de Walter. No entanto, ele parou assim que recebeu um olhar discreto, mas firme, de aviso de Walter. A partir daí, ficou mais calmo e obediente. Ao desligar o celular, Frâncio começou a falar: — Eu... — Este é meu irmão, Frâncio. — Walter se adiantou, o interrompendo. — Esta é a Srta. Sophia. Sophia assentiu levemente para Frâncio, em um gesto educado e amigável. ... Letícia estava de folga hoje, sem aulas, aproveitando o tempo livre para um encontro com Samuel. Os dois aguardavam no cinema, prestes a assistir ao filme para o qual haviam comprado ingressos. Enquanto trocavam carícias, o celular de Let
Letícia chegou ao hospital, abriu a porta e ficou surpresa. Como Sophia estava ali? — Letícia? — Sophia também ficou surpresa. — Vocês se conhecem? — Perguntou Frâncio. — Sim. — Sophia assentiu. — Nos conhecemos, somos boas amigas. — Vocês são boas amigas? — Frâncio repetiu, palavra por palavra, cerrando os dentes, enquanto seu rosto delicado assumia uma expressão feroz ao olhar para Letícia na porta. Letícia deu uma risadinha sem graça e fez menção de sair do quarto, fechando a porta atrás de si. — Ah, então, já que você está bem, irmã, vou indo, tá bom? — Irmã? — Sophia perguntou, confusa. Ela ainda não tinha entendido por que Letícia estava ali, e agora ela estava se autodenominando irmã? Walter esclareceu a dúvida: — Ela é minha segunda irmã, Letícia. O irmão de Letícia era Walter! Sophia arregalou os olhos, incrédula. Não era à toa que Letícia havia dito que o irmão dela a ajudaria a sair de Cidade A. No início, Sophia achou que era uma piada, mas não imagina
Sophia gostava muito daquele tipo de ambiente; parecia realmente estar entre irmãos e irmãs. Até que Davi ligou para ela: — Onde você está? Vou buscá-la agora. Sophia se despediu deles e foi embora. Ao sair, Frâncio parecia relutante em deixá-la ir. O Maybach preto parou na entrada do hospital, e Gabriel abriu a porta traseira para ela. Sophia entrou no carro. A voz fria de Davi soou ao seu lado: — Você não estava indo para a exposição de arte? O que fazia no hospital? Sophia não gostou do tom interrogativo dele; toda a boa disposição da tarde desapareceu. — Eu só assinei um contrato com você, não sou sua prisioneira. — Certo. — Assim que terminou de falar, Davi começou a examiná-la de cima a baixo com as mãos. — O que você está fazendo? — Sophia perguntou, impaciente, tentando se esquivar. — Quero ver se você se machucou. — Ele respondeu seriamente, sem qualquer tom de crítica ou acusação. Sophia ficou atônita. Ele estava preocupado com ela? Logo descartou es