Sophia gostava muito daquele tipo de ambiente; parecia realmente estar entre irmãos e irmãs. Até que Davi ligou para ela: — Onde você está? Vou buscá-la agora. Sophia se despediu deles e foi embora. Ao sair, Frâncio parecia relutante em deixá-la ir. O Maybach preto parou na entrada do hospital, e Gabriel abriu a porta traseira para ela. Sophia entrou no carro. A voz fria de Davi soou ao seu lado: — Você não estava indo para a exposição de arte? O que fazia no hospital? Sophia não gostou do tom interrogativo dele; toda a boa disposição da tarde desapareceu. — Eu só assinei um contrato com você, não sou sua prisioneira. — Certo. — Assim que terminou de falar, Davi começou a examiná-la de cima a baixo com as mãos. — O que você está fazendo? — Sophia perguntou, impaciente, tentando se esquivar. — Quero ver se você se machucou. — Ele respondeu seriamente, sem qualquer tom de crítica ou acusação. Sophia ficou atônita. Ele estava preocupado com ela? Logo descartou es
— André! — Valentina largou o mouse e falou em voz baixa. — Lembrou de mim? Valentina lançou um olhar para os funcionários do lado de fora do escritório e puxou as persianas, fechando elas firmemente. — Por que você me ligou? — Nada demais, só porque senti sua falta. Senti falta de ouvir seus gemidos quando está sob mim, do jeito que sua pele branca se contorce quando estou com você... Antes que ele pudesse terminar, Valentina o interrompeu com firmeza: — Cala a boca! — Ok, eu calo. — André respondeu lentamente, com um tom provocador. — Mas aquele vídeo não sabe se calar. — André, o que você quer, afinal? — Hotel Solara, suíte presidencial. ... Na área de trabalho compartilhada, Valentina pegou sua bolsa e saiu do escritório no horário habitual. Assim que ela virou o corredor, os colegas começaram a murmurar: — Ela só pode ter entrado aqui por influência de alguém. Não faz nada, sai sempre no horário, mas leva todo o crédito. — Não fala assim, é melhor focar
O celular sobre a mesa vibrou algumas vezes. Davi desviou o olhar para a tela e viu que Sophia estava jogando. Se levantou e saiu do escritório para atender a ligação. — Mãe, por favor, não arrume encontros às cegas para mim. — Davi olhou ao redor, falando baixo e com uma ponta de exasperação. — É para o seu bem, filho. A Valentina não tem um caráter correto, não serve para você. Será que você ainda não confia no olhar da sua mãe? — Kelly, do outro lado da linha, soava ansiosa, com medo de que o filho se deixasse enganar e acabasse casando com Valentina. — Eu já terminei e deixei tudo claro com a Valentina. Não mencione mais isso, por favor. — Terminou? Ótimo! — A felicidade de Kelly parecia transbordar através do telefone. — Então você precisa conhecê-la. É a filha do seu tio Raulino. Lembra dela? Só para agradar sua mãe. Já dei minha palavra, seria indelicado da sua parte não ir. É só um jantar. Se você não gostar, prometo que não insisto. — Apenas desta vez. — Respondeu el
Quando Sophia chegou ao hospital, Letícia e o pedido de comida já haviam chegado. Ela carregava frutos do mar em uma das mãos enquanto empurrava a porta com a outra. Letícia estendeu a mão para pegar a comida: — É daquela barraca de frutos do mar que eu adoro. Sophia, eu te amo demais! A mesa já estava montada ao lado da cama do hospital, e a comida que havia chegado antes já estava posta. Frâncio, sentado na cabeceira da cama com as pernas dobradas, continuava a provocar Letícia: — Aff, é só frutos do mar. Não precisa ficar tão feliz assim. — Você não recebeu nada. Eu nem comprei o que você gosta. — Letícia balançou a cabeça, tentando irritá-lo. Frâncio não se conformou. Não gostava de ver o ar de superioridade dela e imediatamente reclamou: — Irmã, olha pra ela! Sophia, que já havia lavado as mãos, se aproximou com um sorriso: — Pronto, parem com isso. Comprei bastante, tem o suficiente para os três. — Humph! — Frâncio, agora com apoio, ficou mais confiante. — A
O motorista, usando uma máscara, lançou um olhar sombrio pelo retrovisor, dizendo com um tom estranho: — Srta. Sophia, ainda não chegamos ao destino. Nosso chefe gosta de você e gostaria de convidá-la para tomar um café. O carro acelerou subitamente, atingindo a velocidade máxima e pegando Sophia desprevenida. Ela foi lançada para trás, caindo no banco traseiro. ... Na mansão de Davi, ele já estava em casa havia meia hora, mas ainda não tinha visto Sophia retornar. Mesmo que ela tivesse saído logo após terminar a refeição, não fazia sentido demorar tanto para voltar. Além disso, quando se falaram por telefone, ela já estava a caminho. Seu coração começou a ficar inquieto, temendo que ela tivesse aproveitado a oportunidade para fugir. Com os dedos longos, ele pegou o celular e, da janela de seu escritório, tentou ligar para ela. "O número que você está tentando ligar está desligado. Por favor, tente novamente mais tarde. Desculpe..." Ao desligar o telefone, ele começou
Ela caminhou novamente até a janela, mas esta também estava firmemente pregada. Do lado de fora da mansão, avistou alguns homens vestidos de preto. Será que realmente seria violentada e morreria presa ali? O som da maçaneta se movendo a fez estremecer. Sophia, apavorada, tentou se esconder, seus olhos ansiosos e assustados vasculhando o quarto, mas não havia lugar onde pudesse se ocultar. Em outro cômodo, um homem corpulento estava sentado nas sombras. Seus dentes amarelados prendiam um charuto que exalava uma fumaça espessa, enquanto ele assistia, com um sorriso lascivo, às imagens de Sophia tentando se esconder, exibidas na tela de um monitor. O som da maçaneta cessou. A porta foi empurrada e se abriu. Ao ver quem entrava, Sophia suspirou aliviada. Pensou que fosse o responsável por seu sequestro, mas, para sua surpresa, eram duas empregadas que entraram no quarto. Sem dizer uma palavra, as empregadas a pegaram pelos braços, cada uma de um lado, e a arrastaram para o banh
— Srta. Sophia, faz alguns dias que não nos vemos, e você continua tão insubmissa como sempre! — A voz do homem soava triunfante. — Ainda tentou fugir? Acho que você não tem ideia dos segredos deste lugar.Enquanto Sophia revirava o quarto, procurando algo desesperadamente, ele assistia a tudo através das câmeras de monitoramento. Depois de tantas mulheres obedientes, Vítor agora se divertia com o desafio de domar as mais indomáveis. Quando a porta se abriu e ela viu quem estava ali, o coração de Sophia, já inquieto e apreensivo, pareceu despencar de vez. — Vítor, você ousa me sequestrar? Não tem medo que o Davi venha acertar as contas com você? — Ela gritou, a voz carregada de fúria e medo.Vítor soltou uma gargalhada alta, como se tivesse ouvido a piada mais engraçada do mundo. — Me enganar? Se eu não soubesse que você e o Davi só têm um contrato, talvez eu tivesse caído na sua conversa de novo, como daquela vez. Subitamente, a expressão de Vítor escureceu. Ele começou a cami
Dor! Muita dor! Não era apenas a dor causada pelos golpes de chicote e as queimaduras de charuto em suas coxas, mas também a dor lancinante no baixo ventre, que parecia contorcer e latejar sem piedade. A intensidade era tamanha que as lágrimas deslizavam silenciosas pelos cantos dos olhos de Sophia. "Meus bebês, mamãe sempre quis abortar vocês antes. Mas desta vez, se conseguirem sobreviver comigo, mamãe promete que vai dar à luz a vocês! Não importa o que aconteça no futuro!" Os olhos pequenos e cruéis de Vítor, como dois feijões malignos, admiravam sem escrúpulos a expressão de Sophia, que gemia e gritava de dor. — Isso, grite! Grite mais alto! Mas, ainda assim, esse som não o satisfazia tanto quanto aquele que ele tinha ouvido naquela noite, no escritório do presidente. Ao lembrar disso, Vítor jogou fora o charuto que segurava. Enquanto tirava o roupão, comentou com desprezo: — Me diga, por que você está passando por esse sofrimento à toa? Era melhor ter me obedecido