O celular sobre a mesa vibrou algumas vezes. Davi desviou o olhar para a tela e viu que Sophia estava jogando. Se levantou e saiu do escritório para atender a ligação. — Mãe, por favor, não arrume encontros às cegas para mim. — Davi olhou ao redor, falando baixo e com uma ponta de exasperação. — É para o seu bem, filho. A Valentina não tem um caráter correto, não serve para você. Será que você ainda não confia no olhar da sua mãe? — Kelly, do outro lado da linha, soava ansiosa, com medo de que o filho se deixasse enganar e acabasse casando com Valentina. — Eu já terminei e deixei tudo claro com a Valentina. Não mencione mais isso, por favor. — Terminou? Ótimo! — A felicidade de Kelly parecia transbordar através do telefone. — Então você precisa conhecê-la. É a filha do seu tio Raulino. Lembra dela? Só para agradar sua mãe. Já dei minha palavra, seria indelicado da sua parte não ir. É só um jantar. Se você não gostar, prometo que não insisto. — Apenas desta vez. — Respondeu el
Quando Sophia chegou ao hospital, Letícia e o pedido de comida já haviam chegado. Ela carregava frutos do mar em uma das mãos enquanto empurrava a porta com a outra. Letícia estendeu a mão para pegar a comida: — É daquela barraca de frutos do mar que eu adoro. Sophia, eu te amo demais! A mesa já estava montada ao lado da cama do hospital, e a comida que havia chegado antes já estava posta. Frâncio, sentado na cabeceira da cama com as pernas dobradas, continuava a provocar Letícia: — Aff, é só frutos do mar. Não precisa ficar tão feliz assim. — Você não recebeu nada. Eu nem comprei o que você gosta. — Letícia balançou a cabeça, tentando irritá-lo. Frâncio não se conformou. Não gostava de ver o ar de superioridade dela e imediatamente reclamou: — Irmã, olha pra ela! Sophia, que já havia lavado as mãos, se aproximou com um sorriso: — Pronto, parem com isso. Comprei bastante, tem o suficiente para os três. — Humph! — Frâncio, agora com apoio, ficou mais confiante. — A
O motorista, usando uma máscara, lançou um olhar sombrio pelo retrovisor, dizendo com um tom estranho: — Srta. Sophia, ainda não chegamos ao destino. Nosso chefe gosta de você e gostaria de convidá-la para tomar um café. O carro acelerou subitamente, atingindo a velocidade máxima e pegando Sophia desprevenida. Ela foi lançada para trás, caindo no banco traseiro. ... Na mansão de Davi, ele já estava em casa havia meia hora, mas ainda não tinha visto Sophia retornar. Mesmo que ela tivesse saído logo após terminar a refeição, não fazia sentido demorar tanto para voltar. Além disso, quando se falaram por telefone, ela já estava a caminho. Seu coração começou a ficar inquieto, temendo que ela tivesse aproveitado a oportunidade para fugir. Com os dedos longos, ele pegou o celular e, da janela de seu escritório, tentou ligar para ela. "O número que você está tentando ligar está desligado. Por favor, tente novamente mais tarde. Desculpe..." Ao desligar o telefone, ele começou
Ela caminhou novamente até a janela, mas esta também estava firmemente pregada. Do lado de fora da mansão, avistou alguns homens vestidos de preto. Será que realmente seria violentada e morreria presa ali? O som da maçaneta se movendo a fez estremecer. Sophia, apavorada, tentou se esconder, seus olhos ansiosos e assustados vasculhando o quarto, mas não havia lugar onde pudesse se ocultar. Em outro cômodo, um homem corpulento estava sentado nas sombras. Seus dentes amarelados prendiam um charuto que exalava uma fumaça espessa, enquanto ele assistia, com um sorriso lascivo, às imagens de Sophia tentando se esconder, exibidas na tela de um monitor. O som da maçaneta cessou. A porta foi empurrada e se abriu. Ao ver quem entrava, Sophia suspirou aliviada. Pensou que fosse o responsável por seu sequestro, mas, para sua surpresa, eram duas empregadas que entraram no quarto. Sem dizer uma palavra, as empregadas a pegaram pelos braços, cada uma de um lado, e a arrastaram para o banh
— Srta. Sophia, faz alguns dias que não nos vemos, e você continua tão insubmissa como sempre! — A voz do homem soava triunfante. — Ainda tentou fugir? Acho que você não tem ideia dos segredos deste lugar.Enquanto Sophia revirava o quarto, procurando algo desesperadamente, ele assistia a tudo através das câmeras de monitoramento. Depois de tantas mulheres obedientes, Vítor agora se divertia com o desafio de domar as mais indomáveis. Quando a porta se abriu e ela viu quem estava ali, o coração de Sophia, já inquieto e apreensivo, pareceu despencar de vez. — Vítor, você ousa me sequestrar? Não tem medo que o Davi venha acertar as contas com você? — Ela gritou, a voz carregada de fúria e medo.Vítor soltou uma gargalhada alta, como se tivesse ouvido a piada mais engraçada do mundo. — Me enganar? Se eu não soubesse que você e o Davi só têm um contrato, talvez eu tivesse caído na sua conversa de novo, como daquela vez. Subitamente, a expressão de Vítor escureceu. Ele começou a cami
Dor! Muita dor! Não era apenas a dor causada pelos golpes de chicote e as queimaduras de charuto em suas coxas, mas também a dor lancinante no baixo ventre, que parecia contorcer e latejar sem piedade. A intensidade era tamanha que as lágrimas deslizavam silenciosas pelos cantos dos olhos de Sophia. "Meus bebês, mamãe sempre quis abortar vocês antes. Mas desta vez, se conseguirem sobreviver comigo, mamãe promete que vai dar à luz a vocês! Não importa o que aconteça no futuro!" Os olhos pequenos e cruéis de Vítor, como dois feijões malignos, admiravam sem escrúpulos a expressão de Sophia, que gemia e gritava de dor. — Isso, grite! Grite mais alto! Mas, ainda assim, esse som não o satisfazia tanto quanto aquele que ele tinha ouvido naquela noite, no escritório do presidente. Ao lembrar disso, Vítor jogou fora o charuto que segurava. Enquanto tirava o roupão, comentou com desprezo: — Me diga, por que você está passando por esse sofrimento à toa? Era melhor ter me obedecido
— Cof...Sophia estava sendo estrangulada, sem conseguir respirar, com a boca cheia de sangue, forçada a abrir os lábios. Ela sentia que estava prestes a morrer!Um grande estrondo ecoou quando a porta foi violentamente arrombada.Davi foi o primeiro a entrar na sala. Ao ver a cena, toda a sua energia se concentrou na cabeça e ele correu até a cama com pressa. Seus músculos se contraíram e ele quebrou o pulso de Vítor com uma força brutal, libertando o pescoço de Sophia das mãos dele.— Cof cof... — Sophia respirou profundamente, cuspindo o sangue da boca.Davi a ergueu pelos braços, puxando ela para longe de Vítor e, em seguida, deu um soco violento na cabeça dele.— Você ousa tocar na minha mulher? — Davi gritou, como se estivesse arrastando um porco, e puxou Vítor da cama de água, o jogando no chão. Colocou um pé com força entre as pernas de Vítor.— Ah! — O grito de dor ecoou pela sala.Davi, ignorando a educação de um nobre, subiu sobre Vítor e começou a desferir socos na sua cabe
Entre eles, havia um vídeo de Sophia, mas o dela era de uma agressão física, sem que o abuso sexual tivesse sido consumado. No entanto, o vídeo dela não foi carregado com sucesso, pois chegaram a tempo e ele ainda não havia sido enviado.Davi, que estava acompanhando a polícia, ficou com um calafrio ao ver a cena. Seus olhos estavam semicerrados, e nas profundezas de seu olhar, uma tempestade parecia se formar.A família de Vítor provavelmente desaparecerá de Cidade A para sempre.— Policial Jerônimo, poderia, por favor, apagar completamente essa gravação de segurança? — Perguntou Davi.O chefe da polícia assentiu com a cabeça e, diante de Davi, ordenou a seus subordinados que deletassem o vídeo de Sophia de forma definitiva.Uma policial foi até Sophia para tomar o depoimento, e Davi tentou impedir, com pressa de levá-la ao hospital.Sophia ouviu e, sem querer voltar à delegacia ou ser interrogada novamente, fez o depoimento diretamente com a policial.A policial fez as perguntas rap