Intrigas
Chega a sua casa cansada e vê seus pais brigando outra vez. Seu pai se juntava com alguns “amigos” à noite, bebia um pouco demais e às vezes chegava meio alterado em casa, brigando, discutindo com sua mãe.
Foge para a cozinha e encontra seu irmão sentado num canto, lendo um livro, se entreolham com rostos de desanimo, ele sempre fora um ótimo amigo, e ajudava a segurar a barra nesses momentos difíceis.
André:—Como foi hoje?
Kimy:—Cansativo, estou pensando seriamente em mudar de área.
André:—Tenha paciência, em breve vai se formar como psicóloga. (Ri)
Kimy:—Haha, não consigo nem resolver meus próprios problemas, e resolver os de outros então, sei lá. Eles estão brigando há muito tempo? (Se referindo aos pais)
André:—Sim, ele pisou na bola feio desta vez.
A mãe entra na cozinha, dá um beijo nos filhos se despedindo e sai de casa, desta vez ela estava nervosa, pega um taxi e vai para casa da avó, que morava numa cidade próxima.
Apesar dessa situação desagradável, seu pai era um homem bom, muito generoso e amigo, por isso era doloroso para eles vê-lo nessa situação, no fim, o que acontecia com ele servia de lição para ela e seu irmão ficarem longe de vícios e más influências. O pai vai para o quarto e fecha a porta ruidosamente, André se levanta para conversar com o ele.
André:—Bom, chegou minha vez de falar com ele.
Kimy:—Você é um anjo, não teria essa paciência.
André:— No mundo não existem pessoas perfeitas, mas pessoas que fazem a diferença em meio as imperfeições.
Kimy:—Nossa!
Ele pisca para ela e sobe a escada, para falar com seu pai, aquela frase a faz pensar em Aragon, se seria tão sábio e amigo como seu irmão, imagina Aragon como um velho, de barba cinzenta encostada no chão, usando uns óculos com lente fundo de garrafa, passando o dia todo lendo livros empoeirados, ri ao visualizar alguém com 100 anos, fica curiosa sobre ele, e aproveitando que o Aragon estava a fim de saber mais sobre ela, resolve ir em frente:
“ Olá Aragon,
Antes de a gente continuar...Eu tenho uma pergunta, se não quiseres responder eu entenderei... Acontece que ainda não sei teu nome,... É Aragon mesmo? Seria diferente, mas parece nome meio medieval, não? Tipo daqueles filmes antigos em que o servo chega ao trono do rei se ajoelha e diz: —Vossa Majestade Aragon os presos estão fazendo uma rebelião no calabouço, o que devo fazer: jogá-los à sorte dos crocodilos? (Haha desculpe) LOL
Meu nome é Kimy, ficaria mais fácil nossa comunicação se eu soubesse teu nome?
”
Aperta o botão ENVIAR muito rápido e se arrepende por alguns segundos de não ter revisado melhor o texto, fica imaginando qual seria o temperamento de Aragon, e que talvez ele não gostasse muito desse tipo de abordagem, mas se sentia bem em ser sincera. Para sua surpresa ele responde logo em seguida, como se estivessem falando ao telefone, dizendo:
“ Oi Kimy,
Vc não é a única pessoa a ter uma ideia "antiquada" de mim, me chamo Fábio, envio uma foto em anexo para que vc não pense que sou um "homem das cavernas"... rsEu estou em Sampa, Gostaria de saber de onde vc está teclando ? ”Fica surpresa mais uma vez, ele era jovem e bonito, com olhar sincero e meigo, mas que dialogava de uma forma muito madura, ela sempre quis conhecer São Paulo, mas por ser muito longe de sua cidade, passa a achar que um relacionamento com ele não daria certo, por isso fica receosa de continuar aquele diálogo, estava prestes a compartilhar assuntos íntimos com alguém que tinha surgido do nada, mas era uma experiência nova continuar a conversar com um cara que parecia ser legal, e além do mais, tinham interesses em comum.
Responde, mas se sentia um pouco estranha por estar sendo tão amiga dele, pois nunca o vira pessoalmente, mas não importava se morava a centenas de quilômetros de sua cidade, era mais um amigo a ser conquistado, o que não tinha ideia era quão especial esse amigo se tornaria com o decorrer do tempo.
Indefesa
No fim de semana à noite, Kimy se encontra com seus amigos numa danceteria badalada da cidade, ela vestia calça jeans, camisa xadrez, botas e chapéu de cowboy, bem animada fazendo aqueles passinhos de dança country no salão, sentindo a emoção de ver aquela galera toda no mesmo compasso, um rapaz passa a acompanha-la na dança com o mesmo entusiasmo e quando começa um remix da música “I hate this part” (da Nicole Scherzinger), a empolgação aumenta e ele começa a ficar mais “colado” nela, pegando-a pela cintura e fazendo-a girar, ela passa a ficar um tanto incomodada com aquela proximidade, então quando ele tenta abraçá-la, ela afasta os braços dele, pede licença e vai para sua mesa, o rapaz faz uma cara de não entender o que teria feito de errado. Talita que acompanhara toda a cena vai até a mesa sentar com a amiga:
Talita:—Aí, está tudo bem?
Kimy:—Resolvi descansar um pouco só isso.
Talita:—Meu, qual é a sua, aquele cara é super gente fina, não precisavas tratá-lo daquele jeito!
Kimy:—Achei que ele estava avançando demais o sinal, está bem?
Talita:—Já sei, está comprometida com alguém, só isso podia justificar sua atitude.
Kimy:—Na verdade tem um cara sim e não consigo tirá-lo da cabeça.
(Vira o olhar pensando em Fábio)
Talita:— Está saindo com o Edu?
Kimy:—Não quero falar sobre isso agora, acho que vou indo.
Talita:—Espera mais um pouco, vamos juntas com a turma?
Kimy:—Melhor ir sozinha, preciso esfriar a cabeça.
Talita:—Cuidado na rua, hem?
Kimy sai da danceteria, e começa a andar a passos rápidos para casa, se recrimina por ter tratado mal o rapaz, Talita tinha razão, ela havia sido rude, por vezes acha até melhor voltar e tentar resolver isso, mas desiste e continua a andar rumo à sua casa. Ao atravessar uma pequena ponte, vê dois rapazes encapuzados fumando cigarro, um deles assobia para ela, deixando-a assustada e o outro começa a falar alto:
—Hei, chega aqui.
Ela olha para trás e vê os rapazes saindo da ponte e vindo na direção dela, ela acelera o passo e para seu desespero a calçada a frente estava em reforma, obrigando-a a cortar o caminho por dentro da praça, se sentia como uma ovelhinha entrando no covil do lobo.
Desta vez resolve correr, olha para os lados tentando avistar alguma alma viva para pedir ajuda, e para piorar o salto de sua bota entorta, fazendo-a torcer o pé e começar a mancar, mesmo assim, continua a andar, tentando se recompor, mas ao chegar próximo da calçada torce o pé de novo, desta vez sente a dor da contusão e se apoia numa árvore para não cair no chão, então fica apavorada, sente-se indefesa ao ver os dois encapuzados andar devagar na direção dela, como se tivessem domínio da situação.
Continua a ouvir suas vozes:
—Não precisava ter fugido.
—Hei guria, a gente só queria trocar uma ideia.
Kimy começa a chorar sentindo dor no pé, e continuava incomodada ao ouvir suas duvidosas intenções, então nesse instante um carro aparece, vindo na direção deles com os faróis altos. Kimy acena para o carro com esperança que ele pare.
Aparências
O carro freia abruptamente perto deles, fazendo os rapazes recuarem para trás, o motorista sai do carro e vai ajudar Kimy. Pergunta:
—Oi Kimy, o que foi?
—Eduardo, que bom que apareceste. Torci meu pé, está doendo.
Enquanto Eduardo ajuda ela a se levantar e a sentar no banco do carro, os outros rapazes ficam observando, falando baixo, resmungando. Eduardo pergunta:
—Qual é a de vocês?
—Tentamos ajudar a guria, mas ela estava meio apavorada.
Eduardo acena para eles manterem distância, entra no carro e sai dali, Kimy pede para levá-la em casa, no caminho conversam:
Edu:—Quer ir no PS?
Kimy:—Não precisa, já está melhorando.
Edu:—O que aconteceu lá na rua?
Kimy:—Achei que eles estavam me seguindo e aí tentei fugir e torci meu pé, quando você apareceu (...)
Eduardo pega o celular e liga :
Edu:—Tio, tem dois Nóia na praça, pede para o Luizão dar uma conferida (...)
(Kimy interrompe)
Kimy:—Hei, não faz isso, posso estar enganada sobre eles.
Edu:—Não se preocupe, eles só vão conversar com os caras, e além do mais eles poderiam fazer o mesmo com outra garota.
Kimy:—Acho que tem razão, não sei o que seria de mim, se você não tivesse aparecido. Obrigada!
Edu:—Foi uma coincidência mesmo. Hei, qualquer dia podíamos sair para dar uma volta, o que acha?
Kimy:—Está legal, pode ser sim.
(Ruboriza com o convite inusitado)
Eduardo chega a casa dela, André vem até o carro e agradece o Eduardo, iniciando ali uma amizade com ele, trocando até seus números de celular, Kimy agradece a Edu com um beijo no rosto:
—Obrigada Du, me salvaste dessa. Nem sei como agradecer?
—Vai surgir uma oportunidade. (Sorri)
Despede-se dos irmãos e sai de carro.
André:—Cara legal!
Kimy:—Pois é, ele apareceu do nada.
André:—Tem bom gosto Kimy!
Kimy:—Hei, não tem nada entre a gente. (Ruboriza)
André:—Não tem nê, só quando você agradecer na “próxima oportunidade”?
Kimy:—Ah, mas que bobo. (Soca o braço dele)
André corre para dentro da casa com Kimy atrás, querendo bater nele. Enquanto isso, do outro lado da rua, um misterioso rapaz de boné, termina de gravar aquela cena com o celular e envia o vídeo para seu contato. Longe dali, num posto de conveniencias, Eduardo fala com seu tio pelo “viva voz” do carro:
—Me explica tio, como você sabia que a moça estava na praça?
—Já te disse, tenho bons contatos.
—Então, foi melhor do que eu esperava. Conseguiram pegar aqueles marginaizinhos?
—Sim, deixa eles comigo, não vão mais incomodar ninguém.
—Ótimo, depois nos falamos! (Desliga)
O tio de Edu desliga o celular, pega um envelope do bolso e entrega para os dois encapuzados que haviam perseguido Kimy na saída da danceteria.
—Valeu Velho!
—Agora caiam fora.
—Vamos nessa...
O tio fica observando aqueles dois se afastarem, enquanto confere as novas mensagens do seu celular.
Portal dimensional
Exausta, Kimy vai para o quarto, deita na cama cansada e fecha os olhos. Após um tempo, se incomoda ao sentir o ambiente ficar carregado, e seu coração dispara ao sentir a presença de alguém no quarto, como uma sombra, envolvendo-a, se levanta, olha para trás e se assusta ao ver um vulto sair pela janela, desce da cama, vai até a janela e enxerga uma praia de areias-brancas abandonada, e ao longe vê uma pessoa olhando para o mar. Aquela cena lhe traz um “Deja-vu”, o sentimento de haver uma profunda conexão de sua vida com esse lugar.
Atravessa uma passagem dimensional, não vê mais sua casa atrás de si, e sente como se estivesse saindo de uma caverna. Curiosa com aquele lugar inusitado vai na direção daquela pessoa na areia da praia e ao se por de frente fica perplexa ao ver que se parecia muito com ela, apesar dela aparentar ter uns 40 anos. Enquanto olhava para o mar , vários fios de luz flutuavam em torno dela, formando uma aura.
De súbito ela vê uma árvore diferente, que irradiava luz de dentro para fora, sabia que aquela árvore era importante, porém não se lembrava porquê, então se dirige até ela cuidadosamente. Nesse instante uma anciã vestida de branco aparece à sua frente, ela possuía um corpo translucido e iluminado, e posiciona-se entre Kimy e a árvore, bloqueando sua passagem.
Intervalo atemporal
Aquela misteriosa anciã continuava à sua frente, mas Kimy percebe que ela não tinha o propósito de impedi-la passar, ou de tirar seu livre arbítrio, ela estava lá com o proposito de ser uma Guia, ajudá-la a entender aquele lugar e assim orientar suas ações. A Guia percebe a perplexidade de Kimy diante desse cenário incomum, então inicia:
Guia:—Bem vinda de volta a esta lacuna no tempo controlada pelo sistema “mar de Vidro”
Kimy:—Já vim aqui antes?
Guia:—Sim, costumas vir aqui durante os sonhos. (sorri)
Kimy:—E o quê venho fazer aqui?
Guia:—Talvez para lembrar que pertences a um futuro distante, e que te permitiram voltar ao passado para obteres uma visão espiritual mais ampla.
Kimy:—Mas porque eu iria querer isso?
Guia:— Fazes por amor, daí aceitastes esta retrospectiva para reencontrar teu marido após esta vida (...)
Kimy:—Mas eu não casei ainda... (confusa)
Guia:—Muita coisa está para acontecer Kimy!
Kimy:—Porque não deixas me aproximar da árvore?
Guia:—A árvore é o portal de saída desta dimensão de treinamento, as areias brancas são o intervalo atemporal, o mar é a eternidade e a caverna representa tua retrospectiva do passado.
Kimy:—Então, devo voltar para a caverna?
Guia:—Sim.
Kimy:—Quando poderei atravessar o portal?
Guia:—Deve primeiro terminar a retrospectiva e ao final de tua vida mortal retornaras naturalmente até a árvore, onde por fim reverás teu amado, podendo viver com ele um Romance Celestial.
Kimy:—Hei, já ouvi isso antes. O que significa esse Romance Celestial?
Guia:—Significa que ao passares para a próxima vida terás o direito de estar junto a teu marido, e ambos terão alta maturidade espiritual, possuindo poder Celestial para criar novos mundos que serão habitados por tua posteridade.
Kimy:—Posteridade, nossos futuros filhos? (confusa) Mas como faremos isso? (Pausa)
Guia:—Ensinando-lhes as experiências vividas no passado.
Kimy:—Porque o passado é tão relevante?
Guia:—Os erros cometidos no passado influenciam as decisões sábias que tomamos no presente.
Apesar de não entender claramente o que estava acontecendo, fica admirada com a sabedoria daquelas palavras, e aquelas instruções lhe soam verdadeiras, desse modo resolve obedecer a Anciã Guia e voltar para casa, e quando Kimy entra na caverna aquela mulher de branco desaparece como se houvesse sido levada pelas ondas.
Retorno
O brilho da lua se intensifica dentro do quarto produzindo uma luz tênue: azul clara. Acorda assustada, lembrando-se vagamente do que acontecera naquele estranho sonho, tinha a respiração acelerada, imaginando a real possibilidade de alguém ter entrado em seu quarto pela janela, ajeita o cabelo, vai até a janela e olha para a lua, onde materializa o rosto de Fabio, igual ao da foto que ele mandara. Recrimina-se por estar esnobando outros rapazes, quando mal conhecia seu amigo da internet.
—Nossa, não consigo dormir, tenho que parar de pensar nele.
Não podia se conformar em continuar a pensar tanto em Fábio, tranca a janela, volta para a cama, fecha os olhos e dorme profundamente.
Aura de cada um...
Aura de cada um Fim de semana, Fábio sai do metrô, voltando de um curso, andando a pé pelo centro da cidade, ao atravessar o viaduto sente uma enorme angustia em seu peito, para num canto para se apoiar, respira fundo, temendo que uma nova crise estivesse para começar. Ao olhar na direção de uma multidão em frente ao Teatro Municipal sente algo estranho, e ouve baixinho em sua mente um apelo: "—Me ajude... por favor" Olha para os lados e não vê nada. Continua a andar e, de novo, ouve a suplica: “me ajude”. Fábio para de andar e olha ao redor sem saber o que fazer e sente uma agonia por não identificar quem o está chamando. Nesse momento, tudo em volta dele se paralisa: os carros, as pessoas na rua, os pombos que voavam. O letreiro digit
Respostas No dia seguinte Kimy estava estudando na casa de sua amiga Fernanda, quando seu celular termina de carregar ela recebe a resposta de Fabio. Pega o celular com ansiedade, enquanto sua curiosa amiga cola ao lado para saber as novidades: Kimy:—Aí está. Sabia que ele tinha respondido Fernanda:—Blog do Aragon?? Parece nome de bruxo. Kimy:—É só o apelido dele, Fernanda, ele é um piá (rapaz) muito educado... deixa-me ler a mensagem: “ Oi Kimy, Existe um propósito para o fim da vida humana, não acredito em casualidade, nada é por acaso, tudo tem um motivo de ser. Tenho impressão de que algumas pessoas já nascem nesta Terra, com uma lista de experiências espirituais programada a realizar nesta vida... às vezes acredito que estamos vivendo um sonho do qual logo despertaremos, no mundo Espiritual. Já pensou na possibilid
Convite Começo de semana, o dia prometia ser agitado para Kimy, enquanto andava com pressa pela rua para chegar ao trabalho, encontra sua amiga Fernanda. Kimy:—Oi, Fê, tudo bem. Fê:—Oi, Kimy, vou na casa da minha prima, ela chegou de viagem e trouxe umas encomendas para mim. Kimy:—Que chique. Fê:—E aí, como vai o amor transcendental? Kimy:—Haha. Fê:—O Bruxão jogou o feitiço da paixão em ti, ou é só impressão? Kimy:—Acho ele um bom conselheiro, um amigo, só isso. Fui. Fê:—Oh guria, esse sorriso no teu rosto não me engana, mas tudo bem, se não quer falar. Tchau (ri) Kimy chega ao escritório, e ao retocar a maquiagem, tem um flash da entrada do palácio que vira em seu sonho e lembra das palavras: “Os pontos mais brilhantes da Terra são lugares Celestiais” Ainda era cedo, então pesquisa na internet sob
Névoa Escura Em São Paulo, Fábio faz uma pausa ao fim do expediente, vai até a padaria tomar um lanche, e volta para à empresa finalizar as pendências. Ao esperar o elevador uma das lâmpadas fluorescentes do corredor se apaga e acende logo em seguida. A preocupação de um possível blackout não o impede de pegar o elevador, assim que começa a subir, uma pane elétrica gera uma parada do elevador, acende o sinal de emergência. Apesar da situação não ser incomum, inexplicavelmente seu coração acelera e tem um pressentimento ruim, encosta na parede, coloca a mão no peito, próximo ao coração. Uma súbita angústia toma conta de si. O elevador volta a funcionar e chega ao piso do escritório, sai rapidamente do elevador e começa a andar a passos largos procurando evitar alguma surpresa paranormal no caminho. Fica incomodado por aquela sensação ruim, como se algum ser invisível o estive
Descuído Na sala havia uma estante com vários livros importados de moda e arte, Fábio pega algumas revistas que estavam na mesa do centro e fica olhando surpreso para a capa. Fabio:—Você tem alguma irmã ou prima parecida? Bruna:—Sou eu na capa, gostou? (Se adianta) Bruna faz uma pose de modelo por trás do american-bar, enquanto preparava o lanche que prometera. Fabio:—Não sabia que você era modelo? A foto ficou bem legal, parece diferente, talvez a maquiagem, ou o cabelo. Bruna:—O photoshop resolve muitos erros, o mérito não é totalmente nosso, inclusive a cor do cabelo. Fabio:—Modesta (sorri). Continua trabalhando nessa área? Bruna:—Só de vez em quando, quando o cachê é interessante, mas não dá para depender totalmente disso, por isso resolvi continuar estudando. Fabio:—Eu contrataria você se fosse publicitário, essas fotos no
Mais que um amigo Ao entardecer, Bruna e Fábio se encontram discretamente após encerrarem seu expediente, saem num só carro. Os colegas do trabalho de Fábio observavam tudo sem acreditar que o cara mais conservador do grupo tinha ficado com a musa deles, e o que mais os irritava era a forma discreta como os dois lidavam com a situação, sem nenhuma atitude escandalosa ou insinuação comprometedora. Era um relacionamento puro demais para a concepção deles, Sandro fala aos outros: Beto:—Caras, queria ser uma mosquinha para entrar naquele carro e saber o que eles vão fazer agora? Sandro:—Já falei para vocês, essa mina frequenta uma danceteria lá na Franzschubert no bairro cidade Jardim, ela está sempre na área VIP, acho que ela é modelo ou algo assim. Marcelo:—Como o Mané do Fábio conseguiu esse avião? &
Reprimindo o Espírito Passou o dia ocupado, investigando o vazamento de informação do banco de dados de um cliente, ao encerrar o expediente Fábio vê a resposta Kimy no celular, fica ansioso para saber o que ela achara do seu sonho: “ Enfim achei alguém mais sonhador que eu. (Rs) Nossa que sonho mais impressionante... parecem até aqueles filmes SciFi. Agora fica a pergunta, será que o que você viu em seu sonho tem algo a ver com o futuro? (Continua) ” Nesse instante Bruna entra na sala dele: Bruna:—Te achei. (Apressada)
Diferenças Noite agradável, o obelisco em homenagem aos pracinhas da Segunda Guerra Mundial estava todo iluminado, enquanto as luzes de dezenas de carros circulavam pelos arredores. A superfície do lago Ibirapuera ao fundo refletia as luzes dos jatos de água multicoloridos. Bruna e Fábio param na calçada que contornava o lago. —Melhorou? (Preocupado com ela) Ela resolve procurar a chave num fundo rasgado da bolsa e para sua surpresa estava presa num dos cantos. —Não acredito, toda essa confusão e a chave estava na bolsa. —Ok, voltando. (Sorri) Voltam pelo mesmo caminho, abraçados, rindo da situação.<